E como isso poderá ser benéfico para o Brasil

Por Guilherme Poggio
(colaborou: Fernando “Nunão” De Martini)

Em matéria anterior eu mencionei as palestras fornecidas pelos executivos da Saab durante o nosso segundo dia em Estocolmo (Suécia). Uma delas, proferida pelo presidente da Saab na América Latina, Fredrik Gustafson, já foi tema de matéria aqui, no início da semana. Agora chegou a vez de destacar os pontos altos da palestra proferida por Richard Smith, que lidera a área de marketing e vendas da divisão Saab Aeronautics.

Smith nasceu na Inglaterra, o que se percebe logo de primeira, pelo seu sotaque bem característico. Ele se juntou à companhia em 2002, quando a Saab e a British Aerospace (atual BAE System) possuíam uma joint venture (parceria) chamada “Gripen International” para vender o caça ao redor do globo. Seu trabalho atual é coordenar globalmente os esforços de venda do Gripen pelo mundo (um emprego invejável, eu diria). Neste esforço, Smith teve a chance de conhecer e participar do programa brasileiro F-X, extinto no início do ano de 2004, e que foi seguido pelo F-X2 alguns anos depois.

Primeiramente Smith nos deu uma rápida abordagem sobre os atuais usuários do Gripen em seus esquadrões de caça (versões C e D). Como os leitores do Poder Aéreo estão cansados de saber, eles são: Suécia, África do Sul, Tailândia, Hungria e República Tcheca. Nos três primeiros casos, as aeronaves foram compradas pelos países, enquanto tchecos e húngaros optaram por arrendar as suas, em contratos que foram renovados em anos recentes. Outro usuário é o Reino Unido, mas não em esquadrões de caça: sua escola de pilotos de provas, a ETPS (Empire Test Pilots’ School), arrenda regularmente caças Gripen D para voos na própria Suécia, com pagamento à Saab por horas de voo. E, finalmente, o Brasil acaba de se juntar ao grupo quando recebeu a primeira aeronave, o Gripen E que foi oficialmente apresentado na semana passada, e que inicia uma campanha de testes e homologações que se estenderão pelos próximos anos, antes de se juntar às futuras entregas para esquadrões de caça da FAB.

Possibilidades na Europa – Sobre possibilidades futuras a Saab participa com o Gripen, no momento, em três concorrências grandes na Europa: Finlândia, Áustria e Croácia.
A Finlândia, antiga usuária do Saab Draken, pretende adquirir nada menos do que 60 novos caças, o que coincide com o número de jatos Gripen E encomendados pela Força Aérea Sueca. A diferença, segundo Smith, é que dentro deste pacote a Saab estaria oferecendo um determinado número de aeronaves do modelo biposto (Gripen F), com capacidade de guerra eletrônica. Perguntado se neste pacote estariam também alguns casulos de guerra eletrônica (atualmente em desenvolvimento pela Saab) Smith foi evasivo: “Talvez sim, talvez não”.

A Áustria também já operou o caça Saab Draken e, há pouco mais de 10 anos, tornou-se operadora de um esquadrão de jatos Eurofighter Typhoon. Entre a baixa do Draken e o recebimento do Typhoon, o país arrendou da Suíça uma dúzia de aeronaves F-5. Com um jato de combate relativamente novo em operação, por que a Áustria estaria interessada num novo programa de caças? O fato é que o Typhoon revelou-se um avião e extremamente caro de manter para uma força aérea relativamente pequena como a austríaca. Vale mencionar que países vizinhos e com forças enxutas, como a República Tcheca e a Hungria, optaram pelo Gripen, de custos operacionais muito mais baixos. Outro problema da Áustria é que seus Typhoon são da versão inicial de produção, a Tranche 1 (o padrão atual já está no Tranche 3) que tem pouca capacidade de atualização e de modernização. Os dois fatores se somam para a decisão austríaca de substituir essas aeronaves.

Quanto à Croácia, atualmente operadora de caças MiG-21 que tiveram suas vidas úteis ampliadas, sua solicitação é muito semelhante às da República Tcheca e da Hungria. Porém o processo de seleção, contrastando com esses dois países que decidiram pelo Gripen de forma relativamente rápida, vem se arrastando há bastante tempo. Como é uma longa história, recomendamos a consulta às diversas matérias já publicadas, aqui no Poder Aéreo, sobre a concorrência croata. Basta digitar a palavra “Croácia” no campo de busca, no alto da página.

Ainda sobre concorrências na Europa, perguntei a Smith se, após a retirada do Gripen E do processo de escolha de caças da Suíça (ver matéria sobre este tema aqui) a Saab tinha alguma esperança de voltar ao país no futuro. É importante lembrar que, no processo de escolha realizado anos atrás, a Saab foi declarada vencedora, mas, em função de um referendo popular, a população suíça decidiu não empregar os recursos financeiros na compra de caças. Smith, que participou ativamente do processo suíço (tanto do antigo como do atual), chegou a dizer que a Saab “estava com as duas mãos no troféu”. No entanto, se a Saab voltará à concorrência ou não é algo que está fora do alcance da companhia. Para Smith a decisão de se retirar da concorrência suíça foi a mais acertada. Agora a disputa naquele país deverá seguir um processo político.

Configuração de armamentos do Saab Gripen E oferecido para a Índia

Ásia – As Filipinas buscam no mercado externo uma frota de até 15 aeronaves de caça. Desde a aposentadoria dos F-5, em 1995, sua força aérea ficou sem esse tipo de aeronave, e a necessidade de se reequipar com jatos de combate ficou patente após incidentes no Mar da China Meridional.

Outra disputa asiática, porém de potencial muito maior, é da Índia. O país possui uma considerável frota de caças antigos para substituir, especialmente MiG-21. A Índia chegou a realizar uma grande concorrência para comprar mais de 100 aeronaves, vencida pelo francês Rafale, e que incluía produção local. O problema é que, após vários anos de negociações infrutíferas, o programa original foi cancelado a aquisição do Rafale acabou restrita (até o momento) a 36 aviões, encomendados de “prateleira”. Ao mesmo tempo, o caça leve Tejas, desenvolvido e produzido localmente, tem um histórico de atrasos para entrada em operação. Assim, o foco indiano voltou-se a uma concorrência internacional privilegiando jatos monomotores, visando a compra de mais de uma centena de caças, incluindo produção local.

África – Botsuana tem demonstrado um grande interesse pelo Gripen, muito em função do que o país viu no seu vizinho, a África do Sul, operadora da aeronave. As conversas entre suecos e betchuanos vêm passando por idas e vindas ao longo de anos.

Eventualmente, muda-se o governo e as conversas esfriam. Em outros momentos ocorre uma aproximação maior. De qualquer forma, o Gripen continua sendo uma opção para Botsuana.

Sobre a versão do caça, Smith disse que a opção dos africanos, caso se materialize, seria pelo modelo C/D. Perguntei se estes poderiam ser caças de segunda mão atualmente em uso ou estocados pela Força Aérea Sueca. Smith foi enfático ao afirmar que eles querem caças novos de fábrica.

Américas – Tanto no Canadá como nos Estados Unidos, o Gripen está no páreo em duas disputas com objetivos diferentes. A concorrência canadense para 88 caças novos foi, recentemente, marcada pelas saídas da Dassault e do consórcio Eurofighter, e será decidida entre suecos (Gripen) e norte-americanos (F/A-18 Super Hornet e F-35). Ao contrário dos outros concorrentes europeus, os suecos pretendem permanecer na concorrência canadense até o fim.

Quanto aos Estados Unidos, a necessidade é de uma aeronave “agressora” que possa travar combates dissimilares com os seus caças de quinta geração (F-22 e F-35). Esta é uma concorrência interessante porque o cliente, neste caso, não gostaria de ter uma jato que operasse e que possuísse equipamentos exatamente iguais às aeronaves da OTAN. Em setembro de 2017 a Saab apresentou o seu Gripen “aggressor”, baseado na versão C.

Gripen Aggressor proposto pela Saab
Gripen Aggressor proposto pela Saab

 

Mais recentemente, a Colômbia abriu oficialmente um processo para a aquisição de 15 caças. Smith foi claro ao afirmar que os colombianos estão interessados na nova versão do Gripen (o modelo E). Mas não é só isso: eles querem o novo biposto também (Gripen F). O executivo da Saab disse que a proporção de aeronaves do tipo monoposto e biposto é informação classificada. Porém, uma fonte brasileira do Poder Aéreo informou que a Força Aérea Colombiana pretende adquirir quatro jatos da versão F.

Colômbia e Finlândia: oportunidades para o Brasil – Smith acredita que as chances do Gripen na Colômbia são grandes. O motivo é a relação que esse país andino possui com o Brasil e pelo fato da Força Aérea Brasileira ter escolhido o avião. Além disso, o esforço de venda dos suecos receberia um forte apoio brasileiro, uma vez que os modelos F que a Colômbia quer poderiam ser construídos no Brasil. Deve-se destacar que o mesmo vale para a concorrência finlandesa, cuja proposta inclui aeronaves de dois lugares.

Independentemente de aquisições da versão F, desenvolvida em conjunto por suecos e brasileiros, para o Brasil é muito importante que o Gripen seja escolhido por outras nações. Além de aumentar a frota de usuários, o que traz ganhos de escala e de logística, isso manteria as linhas de produção de diversos componentes abertas por mais tempo (o que pode incluir itens fornecidos por empresas brasileiras), assim como a própria linha de montagem principal do caça (em quantidade de aeronaves encomendadas), na Suécia.

E se o segundo lote brasileiro atrasar? A encomenda do Gripen por outros países seria um fator para mitigar, caso necessário, dificuldades que possam vir de uma postergação pelo Brasil, por algum tempo, da aquisição de um segundo lote do caça. Por um lado, postergar essa segunda encomenda brasileira seria ruim para a linha de montagem final do Gripen no Brasil, nas instalações da Embraer em Gavião Peixoto. Conforme o contrato atual, esta responderá pela montagem completa de pouco mais de 1/3 dos 36 jatos Gripen E/F já encomendados pelo país e, no caso de um segundo lote, logicamente sua ocupação seria muito ampliada. Eventuais encomendas de Gripen F pelos países mencionados poderiam ajudar nesse sentido.

Por outro lado, a indústria aeronáutica brasileira não está envolvida com o Gripen apenas em tarefas de desenvolvimento conjunto e montagem final, pois há componentes contratados aqui (por exemplo, partes da fuselagem e asas a cargo da Saab Aeronáutica Montagens e telas WAD pela AEL) Assim, conforme o caça seja adquirido por mais países, haveria oportunidades de contar com maior participação de componentes brasileiros numa cadeia de fornecimento ampliada.

O editor Guilherme Poggio viajou à Suécia a convite da Saab.

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Luck

Essa sim é uma camuflagem bacana!! Pena que não serve para nosso pais, pelos tons de branco mimetizando neve! Talvez o mesmo desenho com nosso tom de verde mesclado com cinza e azul.

Willber Rodrigues

“Porém, uma fonte brasileira do Poder Aéreo informou que a Força Aérea Colombiana pretende adquirir quatro dos jatos de dois lugares” Desculpem minha ignorância, mas quando lí, por um momento achei que a frase significasse que a Colômbia quer comprar caças de “dois lugares diferentes” ( dois paises ou fabricantes distintos) , e não um jato pra 2 tripulantes. Não seria melhor mudar o final da frase pra “jatos de 2 assentos” ou bipostos? Voltando ao assunto: a melhor coisa que pode acontecer a SAAB é o Gripen vencer a concorrência na Índia. Provavelmente só assim pro Gripen Naval sair… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Sugestão acatada.

Filipe Prestes

Não esquecer do México qur também pretende substituir seus F-5 e não tem lá muita pretensão em se voltar ao F-16 Block 70 ou F-18 E. Creio que a FAM pode vir a operar a versão E do Gripen.

Willber Rodrigues

Mas por qual motivo o México não gostaria de usar esses 2 caças americanos?

smichtt

Caro Wilber, por motivos políticos. O presidente mexicano, Sr López Obrador, é canhoteiro, digamos assim. Além disso, seria uma boa oportunidade política para ele responder ao Sr Trump na questão envolvendo o muro fronteiriço.

smichtt

Desculpe, Willber é o nome correto.

Adriano Madureira

Motivos políticos! Já foi até aventado a possibilidade dos mexicanos comprarem caças russos MIG-29M, e se eles comprarem caças Gripen seria muito bom…

observador

A minha pergunta seria: por que o México quer gastar dinheiro com caças?? Os vizinhos do Sul são inofencivos nesse ponto, e o do norte eles nunca chegarão nem aos pés. Sinceramente, é jogar dinheiro fora.

MFB

Acho pouco provável o México não optar por uma aeronave americana. Por motivos óbvios.

Lucianno

O pessoal negativa por que não entende como o mundo funciona. É óbvio que o México vai acabar comprando uma aeronave americana, provavelmente usada. Assim como o Canadá vai comprar o F-35. E a Colômbia vai comprar algum caça americano.

Arckthur

Tem rumores dentro da Boeing que o México está interessado no F-18 Super Hornet, mas … tem exigências , não imagino quais mas acredito que preço especial seria uma delas. Entendem? Provavelmente uma compensação para o México se reaproximar dos EUA. MAS SÃO SÓ BOATOS DA BOEING POR ENQUANTO.

Francisco Santos de Oliveira

Ignorância seria exagero. Preciosismo, ou precariedade de interpretar um contexto.

Mauro

E a Argentina??

Carlos Gallani

Vai voar de jegue!

Willber Rodrigues

A Argentina tá mais quebrada do que eu. E nem vou falar na quantidade de componentes britânicos que tem no Gripen…

Lesndro

A Argentina já fechou com o F50 da Coreia do Sul

João Carlos

A Argentina não fechou nada, está quebrada! A FAA não compra nada… Precisar é uma coisa, comprar é outra..

Arckthur

A Argentina está negociando com a China diversos equipamentos militares em troca de terras para implantar e plantar agronegócios… ALGUÉM AINDA ACREDITA NA CHINA?

João Correia

Eu como Militar da Reserva e aficcionado por Aviação e mas voltado a de Aviões de Caça,fico feliz em saber que o Brasil está fazendo parceria com a Saab da Suécia ,haja visto que este País Escandinavo possue muito a oferecer ao Nosso Querido Brasil.

Leonardo

FAB poderia diversifica outro caça além dos gripen

Willber Rodrigues

https://www.aereo.jor.br/2019/09/16/usaf-anuncia-o-mais-novo-red-tail-t-7a-red-hawk/

Esse jato de treinamento é uma parceria da Boeing com a SAAB.
A SAAB tambem está conversando com o Reino Unido pra fazer parte do Tempest.

nonato

Sua interpretação inicial foi igual a minha. A “Saab” deveria diversificar…
Ter outros caças como opção.
Mas o colega se referiu a FAB.
Não acho improvável que daqui a 5, 10 anos se pense em um F 35, F 15, F 18, Rafale, SU 34, SU 35 ou SU 57…

Willber Rodrigues

Sim,tem razão. Eu lí “SAAB” ao invés de “FAB”
Sobre essa diveroficação de meioa da FAB, lembro de uns comentários sobre uma matéria ( esquecí qual ) sobre isso. Seria bom a FAB conseguir mais 1 ou 2 lotes de Gripen pra substituir os F5 e AMX atuais e, com uma frota de mais ou menos 70 Gripen, daqui a uns 15 ou 20 anos começar a procurar um 5°geração. Talvez um pequeno lote de F35 de prateleira ou participar do Tempest.
Mas isso é coisa que só o tempo dirá.

MMerlin

Willber.
Eu também tinha este mesmo pensamento.
Mas se a Embraer está adquirindo conhecimento via TdE, agregando ao seu já amplo expertise na área, não seria mais viável desenvolver um treinador intermediário entre o Tucano e o Gripen, uma vez que já está envolvida em ambos?
E assim como o Tucano, também servir para ataque?
Não vejo a FAB abraçando mais este projeto. Mas talvez exista viabilidade de mais um player neste segmento. A Embraer tem alma inovadora. Pode surpreender e lançar um produto que se diferencie dos demais.

Mauricio R.

Sem a União pra comprar tecnologia (Xavante, AMX, upgrade do F-5, Gripen), não tem nenhuma “alma inovadora”.

MMerlin

Mas não é assim normalmente no segmento militar quando falamos de aeronaves? Ter alguém que pague o desenvolvimento do projeto?
A inovação em projetos acompanha desde seu início, encontrando pequenas soluções e projetando pequena melhorias que transformar uma aeronave num player a nível mundia, vide o próprio KC, tucano, jatos executivos e comerciais.

Mauricio R.

O problema aqui é justamente este: A União paga por tecnologia desenvolvida por terceiros, pois quem deveria desenvolver essa mesma tecnologia aqui, simplesmente não tem interesse em faze-lo. Inovação faz quem concebe, quem desenvolve tecnologia. Não quem usa a tecnologia comprada de terceiros. O exemplo é absolutamente didático, a partir da tecnologia ITALIANA do AMX, desenvolveram-se o Tucano o ST, o 145, os E-1 e o “+ um”. Mas ai a FAB sacaneada pela própria Embraer no F-X, necessitava reformar os F-5. E cadê a Embraer????? Ninguém sabe, ninguém viu. Então mais uma vez lá foi a União bancar o… Read more »

Bardini

$$$$$$$$$$

observador

Poh Leonardo! Eu também poderia diversificar minha garagem, outro carro além de um sedan médio 2016. Mas tem uma que$tão que me impede.

JT8D

Você é descendente de indianos?

MMerlin

Tudo parte de uma necessidade. De um requisito por parte da FAB.
E qual seria este que teria a necessidade de mais um caça, que trará mais custos devido a um treinamento diferente, a uma logística diferente, a uma doutrina diferente.
Já estamos lutando para manter o projeto com pagamentos em dia e sugere outro caça?
Talvez num futuro próximo (10 anos) possamos já estar em um outro projeto, em pareceria com a própria SAAB, trabalhando numa evolução do Gripen, com uma participação mais efetiva devido ao ganho de conhecimento do primeiro contrato.

Carlos Gallani

A claro que a prosa deste sujeito é cheia de otimismo mas os números são baixos, tenho medo que no futuro o custo operacional do nosso Gripen ser muito alto pela falta de escala!
Sinceramente da até uma agonia de ver o F-35 vendendo igual pão quente e se essa tendência continuar, a linha de custo operacional no futuro pode acabar mostrando que nossa necessária economia não foi tão inteligente assim!
Só para que não haja má interpretação, ainda acho o Gripen ótimo e que foi a melhor escolha para o Brasil!

Fernando "Nunão" De Martini

“Sinceramente da até uma agonia de ver o F-35 vendendo igual pão quente” Vender ele vende, mas igual pão quente eu acho um exagero. Creio que a tendência é o Gripen E/F conseguir vendas comparáveis às conquistadas pelo Gripen C/D, as quais, apesar de não serem altas e da frota total ser relativamente pequena (menos de 200 aviões), até onde sei isso não é um fator que atualmente deixe alto o custo operacional do Gripen C/D. Se levar em conta não a quantidade total de Gripen fabricado até hoje (incluindo versões A/B), mas especificamente os caças Gripen C/D atualmente em… Read more »

Carlos Gallani

Não consgo ver a coisa com a mesma normalidade que vc mestre, parece que o bicho não vende de jeito nenhum… o tempo dira não é mesmo?!
Quanto ao custo pelo número de unidades, baseio-me no não só nosso F5 que mesmo jurássico continua aí!

Fernando "Nunão" De Martini

Carlos,
Só pra comparar, o caça francês Dassault Rafale passou uns 15 anos amargando fracasso atrás de fracasso em concorrências externas até conseguir emplacar cerca de 100 encomendas de outros países (somando Egito, Catar e Índia). Vamos dar tempo ao tempo.

JT8D

Pois é Nunão, o Viggen não foi vendido como pão quente (não vendeu nenhum fora da Suecia), já o F-5 vendeu como pão quente. Mas eu preferia mil vezes que o Brasil tivesse operado o Viggen em vez do F-5

Gamayun

Certo Nunão, mas o Rafale tinha tempo.
O Gripen NG é um caça que chega atrasado (FOC só em 2026?
) num mundo onde a 4G está se tornando passado.

Felipe Morais

“Num mundo onde 4G está se tornando passado”. Amigo, ainda teremos algumas boas décadas com os 4G segurando o piano. Mesmo americanos, que já possuem um 5G em produção em escala, com várias exportações, continuarão operando F15, F16 e F18 por, no mínimo, 10, 15 anos. Japoneses, Israelenses, Sul Coreanos, Taiwaneses, idem. Franceses terão o Rafale, como a base de sua FA, por, no mínimo, 20 anos. Russos, igualmente, levarão décadas para conseguir substituir seus SU 30, 35 e Migs pelo SU57. Indianos continuam apostando fichas no Tejas, acaba de comprar o Rafale e pretende comprar outro 4G em breve… Read more »

Gamayun

Você está falando de aeronaves com décadas de existência. O Gripen NG não é só uma atualização como esses caças que você listou são.Segundo a própria SAAB é quase um novo caça. Chegou tarde, muito tarde.

Carlos Gallani

O 4G está sendo substituído como primeira linha rapidamente, ele não vai deixar de existir, eles farão o grosso do trabalho depois que os 5G fizerem a limpa inicial.
A falta de dinheiro é compreensível mas o Brasil está recebendo sinais da globalização na sua porta, seja pela Amazônia, pelos interesses estrangeiros na Venezuela ou chineses no Uruguai. Continuar pensando pequeno pode ser muito perigoso!

MadMax666

Mas vende mesmo, ou foi a turma que entrou para “desenvolver” o caca e agora esta sendo entubado goela abaixo?

Denis

Coca-Cola vende pacas, e faz um bem pra saúde…

Guilherme Poggio

Lembrar que as Filipinas possuem um esquadrão de F/A 50, mas eles não consideram essa aeronave como caça de superioridade aérea. No máximo um quebra galho.

RENAN

Torcendo para o Brasil encomenda os outros 72 caça de uma vez em 25.
Que países da América do Sul e índia compre também.
Uma vez que a tecnologia foi adquira não faz sentido não comprar em escala.
Acho que até 2030 teremos 300 gripen E encomendados.
E de quebra 100 kc390

Bira Lopes

Eita otimismo. Maior que esse só o meu em ganhar a mega-sena acumulada

RENAN

Sim muito otimista.
Mas os 300 gripen E no planeta.
60 Suécia
108 Brasil
100 índia
15 Colômbia
Já quase chega nos 300

Bardini

60 Brasil
60 Suécia
15 Colômbia
64 Finlândia
.
Se passar de 200 é sucesso…

Rodrigo

Viaja nao…60 a 70 tá bom para o Brasil
Finlândia acho que não de gripen o resto acho dficil

Mfs

84 seria o mínimo para FAB substituir os AMX e F-5M, e distribuir nas bases existentes hoje. Mas acho que vai ficar em 76 aeronaves, 36+40 , sendo um número maior de bipostos no segundo lote (12). Claro que 108 não é impossível, mas terão vários programas caros em 2030 em andamento, segundo lote Tamandaré, segundo lote Escorpene, etc. Um terceiro lote do Gripen é improvável.

Pedro Bó

O Gripen tem concorrência acirrada de jatos como o F-16 (e seus precinhos camaradas via FMS), F-35 (anos-luz de distância do jato sueco), JF-17 (para países não alinhados e/ou de economia capenga) e Mig-29/Mig-35 (igual ao JF-17).

Lucianno

Acredito que existem grandes chances de Áustria, Croácia e Botsuana comprarem caças antigos aposentados da força aérea sueca.
Em relação ao Gripen NG as vendas devem ficar restritas as 60 unidades para Suécia e 36 para o Brasil. Se houver alguma vendas de caças novos as maiores chances são para países europeus, no caso a Suíça (mesmo tendo saído da concorrência) ou para a Finlândia.

Mfs

Primeiro que a Suécia vai aumentar esse número, segundo que VAI VIR um segundo lote de Gripen para desativar os F-5, essa histeria pessimista já beira o ridículo. Um horizonte de anos pela frente tudo depende da economia, ano que vem não vamos crescer menos de 2,5%, em 2021 e 2022 possível mais de 3%. Esse só foi uma porcaria pelo atraso de meses na reforma da previdência.

Lucianno

A Suécia sendo um país democrático e organizado faz um planejamento orçamentário de defesa de longo prazo e sempre com a aprovação do parlamento. A força aérea sueca já alguns anos está em um processo de redução de capacidade, com a diminuição de efetivos e o fechamento de bases aéreas. Inicialmente estavam previsto 40 gripens E, posteriormente o numero foi aumentado para 60 em três esquadrões, além de um esquadrão de gripen D de treinamento que continuarão em serviço. No caso do Brasil depende muito mais de vontade política do que da economia. Talvez tenha sim um segundo lote, mas… Read more »

JSilva

India, Colômbia e Finlândia… o foco da Saab deveria está aí.

Mauricio R.

Digamos que a seqüência correta é ao contrário, só não espere ver “Brasil” ou “Embraer”, escrito junto.

Colombelli

E o Chile? Daqui uns anos terá de substituir os F16 mais antigos. Tendência seria mais F16 mais modernos, mas não custa oferecer.
O mesmo vale pro Peru.

Wellington Góes

Simples, trocar por novos F-16V, ou já pular para o F-35, mesmo que um mais “pé de boi”.

Colombelli

F35? E o $$$$$

Antunes 1980

Espero sinceramente que o Brasil consiga operar pelo menos 72 Gripen E/F.
Com atualizações constantes e manter nosso nível acima dos demais países sulamericanos.
Querer se comparar com Estados Unidos e ricos países europeus, é pensar grande demais em relação a nossa realidade econômica do política.
O Gripen é um vetor justo e totalmente capaz.
Parabéns Saab e FAB pelo sucesso deste projeto.

Arckthur

Vamos nos lembrar que a Suíça era tida pela Suécia como uma compradora certa do Gripen mas … está resolvida a comprar os F-35, deixando a Suécia na mão e a França muito P, querendo de todo jeito reverter a decisão suíça em favor de seus Rafalle.