Durante a Guerra Fria, um período marcado pela intensa rivalidade entre o bloco soviético e o bloco ocidental liderado pelos Estados Unidos, a Suíça, apesar de sua tradicional política de neutralidade, tomou medidas significativas para garantir sua defesa e soberania. Uma dessas medidas notáveis foi a preparação e o uso de suas rodovias para operações de caças da Força Aérea Suíça, uma estratégia desenvolvida para garantir a capacidade de defesa aérea do país em caso de um ataque que pudesse destruir ou incapacitar suas bases aéreas regulares.

A Suíça, consciente da possibilidade de seus aeroportos e bases aéreas serem alvos prioritários em caso de conflito, desenvolveu um conceito inovador usando segmentos de estradas especialmente construídos e designados que poderiam ser rapidamente convertidos em pistas de decolagem e aterrissagem para caças. Esses trechos de estrada foram estrategicamente localizados ao longo do país, muitas vezes em áreas montanhosas ou em locais que ofereciam proteção natural contra ataques.

Essas pistas de emergência faziam parte de um sistema de dispersão aérea mais amplo, que incluía também bunkers camuflados para aeronaves, armazenamento subterrâneo de munições, e instalações de manutenção. O objetivo era assegurar que, mesmo no caso de um ataque surpresa, a Força Aérea Suíça pudesse rapidamente realocar suas aeronaves para locais alternativos e continuar operando efetivamente.

Os caças utilizados pela Força Aérea Suíça durante grande parte da Guerra Fria incluíam modelos como o Hawker Hunter britânico e o Northrop F-5 Tiger II americano, aeronaves que eram relativamente leves e ágeis, capazes de operar em pistas curtas, o que os tornava adequados para esse tipo de operação. Pilotos suíços foram treinados especificamente para decolar e pousar nestas condições desafiadoras, um testemunho da adaptabilidade e da precisão exigidas pelas operações aéreas suíças.

Embora a Suíça nunca tenha sido diretamente envolvida em um conflito durante a Guerra Fria, a prontidão e a capacidade de suas forças armadas, exemplificada pela inovadora utilização de suas estradas para operações de caças, destacaram a seriedade com que o país encarava sua defesa. Essas operações não eram apenas um meio de garantir a capacidade de resposta rápida em caso de ataque, mas também serviam como um forte elemento de dissuasão, demonstrando a potenciais agressores que a Suíça era capaz de defender seu espaço aéreo sob circunstâncias extremamente adversas.

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A.Victor

Imagina o diálogo:
– Completa senhor? Avigás ou JetA1?
– Pode completar, vou ali pegar uma cerveja na loja de conveniência e fumar um cigarro enquanto isso.

Já pensou? rsrs
(contem ironia)

Tallguiese

Bem que falaram que o posto Ipiranga faz de tudo heim! Kkkkkk

Kiko

😂😂😂😂😂

BLACKRIVER

A tal aeronave Hawker Hunter é linda em!

Júlio Pestana Filho

Sum. Uma das mais belas aeronaves que já voaram em minha opinião.

Júlio Pestana Filho

Sim*

Rodrigo LD

Essas rodovias na Suíça são melhores que as pistas de pouso daqui. A gasolina deve ser “da pura” também, conseguem abastecer um F-5 na bomba com gasolina comum…imagina o frentista procurando o bocal do tanque de combustível!!!!

Jagder#44

Agora vai ter 35% de álcool na gasosa por aqui.
Só quero ver.

AVISO DOS EDITORES:
6 – Mantenha-se o máximo possível no tema da matéria, para o assunto não se desviar para temas totalmente desconectados do foco da discussão
LEIA AS REGRAS DO BLOG:
https://www.aereo.jor.br/home/regras-de-conduta-para-comentarios/

Kiko

😂😂😂

Rodrigo

35% suave, o problema é que deveria baixar preço, com comando de válvula variável não impacta muito. Mas carro antigo vai ser um pouco mais dificil

Fernando Vieira

Acredito que todo mundo saiba que o combustível do F-5 não é gasolina. Então pulemos esse ponto por ser uma piada óbvia. Mas apenas como curiosidade, nenhum motor que usar gasolina pura funciona direito. A gasolina é muito volátil e tende a detonar antes do ponto certo, que seria quando a vela centelha na câmara de combustão. Isso gera grandes perdas no motor. Para resolver, usa-se na gasolina um agente antidetonante, antigamente usava-se o chumbo tetraetila, era a gasolina azul. A gasolina de aviação ainda é assim. O problema é que o chumbo é altamente cancerígeno e um monte de… Read more »

Yellow Cake

Impossível fazer no Brasil. Imagina o gasto com os pedágios …

Kiko

😂😂😂😂😂

Ariri Pistola

Acha que só existe pedágio no Brasil, meu consagrado?

Fernando Vieira

Quem é mais velho aqui vai lembrar de quando o Brasil usava o Selo-Pedágio. Era basicamente um selo que você comprava e colava no para-brisa do carro. Ele te dava o direito de transitar pelas rodovias federais. Você podia comprar o anual ou um por mês. A Suíça tem um sistema parecido: Eles compram um adesivo e colam no para-brisas e isso dá a eles o direito de utilizar as auto-estradas suíças. Só que no caso deles é anual. Custa algo em torno de 180 Francos suíços. Coisa de uns oito anos atrás estive lá dirigindo um carro alugado em… Read more »

Rodrigo

Boa ķkkk

PY3TO - Rudi

Aqui no RS tem trechos de rodovias que são reforçadas e preparada para pouso e decolagem de caças da FAB. Eram não sei como estão hoje!

Felipe

Sim, alguns trechos da freeway inclusive são de concreto.

José Queiroz

Há um “causo” sobre um Mirage nosso que pousou em pane na Belém-Brasília.
A equipe de apoio chegou, identificou e corrigiu o problema, mandou o piloto subir no caminhão, ele disse: “não tá consertado? Eu volto sozinho.” E decolou de novo…
Verdade? Talvez. Mas que é interessante, é.

Rinaldo Nery

Nunca ocorreu. Lenda urbana. Servi 7 anos em Anápolis e nunca ouvi isso. Nem dos Dijon Boys. Ah, e sou Jaguar Honorário 126.

Last edited 17 dias atrás by Rinaldo Nery
Fernando "Nunão" De Martini

Imagino que ele tenha se confundido com caso real que ocorreu com F-5, pousando em estrada após pane.

Há uma matéria de revista Força Aérea (impressa) contando esse e outros “causos” de F-5 (acho que também tem algum número da Asas).

Camargoer.

Ocorreram casos assim com.o F5.

Last edited 17 dias atrás by Camargoer.
Fernando "Nunão" De Martini

Sim, lembro de ler pelo menos um caso em revista, como expliquei em outro comentário agora.

Carlos Costa

Lembra do jato que pousou no sul de Minas Gerais??? Isto não é causu…….é verdade verdadeira

Rus

Foi um F5 que pousou na rodovia no interior de Minas Gerais. Durante o pouso o calor da turbina derreteu o teto de um fusca. Tem as fotos na internet.

Marcelo

belas e interessantes fotos! Alguém sabe dizer se os F-35A suíços terão o pára quedas de frenagem como os noruegueses? Imagino que isso ajudaria nessas operações em pistas curtas improvisadas.

Fabio Araujo

OFF- Alguma informação do Mirage 2000 peruano que caiu?

Rodrigo Maçolla

https://www.aereo.jor.br/wp-content/uploads//2024/04/7EoHlQ-Ya7Z8nqYspCmrfk.webp

Essa útima foto é muito curiosa, Teriam os pilotos de F-5 pararam no conveniência? para tirar a água do joelho tomar um café e comprar umas batatinhas ;;; 🙂