França ataca alvos do EI com Rafale, Mirage 2000D e Atlantique 2

Cinco aeronaves foram empregadas em 4 de julho em ataques a alvos do Estado Islâmico na região de Mosul, num esforço conjunto de meios da Força Aérea e da Marinha, o que incluiu ataque realizado com avião de patrulha marítima
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Em nota divulgada nesta quinta-feira, 7 de julho, o Ministério da Defesa da França informou detalhes sobre ataque a alvos do Estado Islâmico (EI) na região de Mosul, no Iraque, utilizando cinco aeronaves: dois jatos de ataque Mirage 2000D e dois caças Rafale da Força Aérea Francesa e um avião de patrulha marítima Atlantique 2 da Marinha Francesa. Os ataques foram realizados em 4 de julho.
Segundo o informe, inicialmente os dois jatos Mirage 2000D e um Rafale atacaram diversos edifícios em que combatentes terrestres do EI estavam entrincheirados. Após esse ataque, os caças foram reabastecidos em voo. Em seguida, um dos jatos Mirage 2000D “iluminou” alvos (indicou suas posições com uso de pod designador laser) para ataque realizado pelo Atlantique 2 e por um dos caças Rafale, com dois lançamentos de armas.
Ataques com Atlantique 2 – A nota não informou que armamento foi utilizado pelo Atlantique 2 (foto acima, junto a um Mirage 2000D) nesta missão, limitando-se a dizer que se trata do sétimo ataque conduzido pela aeronave desde o lançamento da Operação Chammal (nome do esforço francês contra o EI, iniciado em setembro de 2014), sendo que o ataque anterior utilizando Atlantique 2 deu-se em abril deste ano. Segundo o site Opex360 / Zone Militaire o primeiro desses ataques na Operação Chammal com Atlantique 2 foi realizado em agosto de 2015, empregando uma bomba guiada a laser GBU-12, de 250kg – assim, provavelmente foi esse o armamento empregado nesta recente missão de 4 de julho.
Ainda segundo o Opex360 desde 2008 a aeronave é certificada para empregar até 4 bombas do tipo, com iluminação do alvo realizada tanto por outro aparelho (no Mali, utilizou-se o drone Harfang, e no Oriente Médio, Mirage 2000D) ou por controlador em terra (JTAC – Joint Terminal Attack Controller). Ainda sobre iluminação de alvos, reportagem deste ano do mesmo site noticiou a primeira vez que um Atlantique 2 realizou essa tarefa, em abril, indicando com laser um alvo para o ataque de um jato de combate.
Destruição dos alvos – Voltando à nota do Ministério da Defesa da França, esta informou que todos os alvos identificados foram totalmente destruídos, o que teria enfraquecido seriamente a capacidade defensiva do EI naquele setor.
A nota também destacou que esse tipo de operação coordenada, envolvendo aeronaves tanto da Força Aérea quanto da Marinha, ilustra a interoperabilidade das tripulações envolvidas na Operação Chammal.
14 jatos de combate e um patrulheiro – Atualmente, o componente aéreo da operação envolve 14 aeronaves da Força Aérea Francesa, sendo seis caças Rafale, cinco Mirage 2000D (um deles visto na foto acima) e três Mirage 2000N (como o que decola na foto abaixo), além do Atlantique 2 da Marinha Francesa. Este último, assim como os jatos Mirage, operam a partir de base na Jordânia, enquanto que os caças Rafale operam a partir dos Emirados Árabes Unidos.
Complementam esse dispositivo as capacidades de informação, comando e controle (C2) e de reabastecimento em voo (o informe não divulgou a quantidade de meios empregados nessas capacidades, mas a partir de notas anteriores sabe-se que frequentemente são desdobrados aviões-radar e aviões-tanque franceses para a região).
Para saber mais sobre outras missões realizadas pelo componente francês no esforço aéreo contra o Estado Islâmico, clique nos links da lista a seguir, com uma amostra das dezenas de matérias já publicadas aqui no Poder Aéreo sobre o assunto.
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O missil que o 2000D carrega é um Matra Magic 2?…Ainda que os Mirages tenham uma boa relevancia… quando será que a França pretende substituir todos os seus caças pelos Rafales?
SRN
Esse Magic 2 é uma porcaria
O Magic 2 é comparável ao AIM-9 L.
As vezes me pergunto até que ponto estes ataques, Franceses, Ingleses e Americanos são mesmo eficientes contra o EI ??? ou se são feitos também pra dar uma resposta a opinião publica. Pois veja se você fosse um destes comandantes terroristas, ou se estive em uma situação de guerra parecida (onde seu exercito não tem nenhum apoio aéreo e muto menso força aérea. e as armas disponíveis contra meios aéreos são misseis portáteis e armas de limitado alcance) Ainda assim você ficaria ocupando prédios e casas só esperando levar bombas na cabeça ? Não seria mais eficaz instalações subterrâneas construídas… Read more »
incrível mesmo. exército sírio, iraquiano e iraniano contra. as maiores potências do mundo jogando vcentenas de toneladas e bombas. e os caras continuam lá não em guerrilha, mas ocupando território. mas como se abastecem de armas, energia e comida???
fonseca 7 de julho de 2016 at 16:33
Ajudaria muito se os sauditas e os turcos colaborassem (de verdade) para a erradicação dessa aberração que é o ISIS.
MESMO ASSIM. NOS VÍDEOS DO YOUTUBE, os caras atiram sem pena da munição. como essa munição chega?
e esses aviões bombardeando não conseguem identificar deslocamento e carregamento de armas e munição?
Fonseca,
Os israelenses não conseguem impedir de chegar armas em Gaza e nem a polícia brasileira de chegar armas nos morros cariocas.
A coisa é complicada meu amigo. Tirando as bravatas dos russos que jogaram pra torcida e deram a entender que resolveriam o problema do EI em poucos meses somente com ataques aéreos não há como resolver guerras assimétricas de uma hora para outra, haja vista o Vietnã, o Afeganistão e o Iraque. Ganha-se no campo militar tradicional em pouco tempo mas leva-se uma eternidade para lidar com uma oposição assimétrica de baixa intensidade e infiltrada junto à população.
Agora, se for utilizar a tática de terra arrasada sem se preocupar com danos colaterais, aliás, como os russos estavam fazendo, aí a guerra acaba logo e o EI é destroçado rapidinho. Só que no Ocidente tem uma coisa que chama democracia, onde a opinião pública é mandatária, e ela é politicamente correta e não admitiria tal coisa.
Ou seja, a intolerância do EI e do fundamentalismo islâmico é combatido com a tolerância do politicamente correto em voga no Ocidente e aí não tem como a coisa ser resolvida em curto prazo. O Ocidente está com ampla… desvantagem.
mesmo assim, Bosco. Uma coisa é explosões de caminhões bomba em Bagdá. outra são grupos, com picapes, metralhadoras, farta munição, ocupando vilas, cidades e regiões. O Rio dava para resolver rápido. o bandido sabe como comprar armas e drogas. a polícia não sabe. acho que se fizessem o trabalho para valer não haveria tráfico. a invasão dos morros em 2009, 2010 foi uma boa, mas deixaram pela metade. e a população e a imprensa atrapalham também. se morre um morador é a maior confusão. já se os traficantes matam, queimam, estupram não aparece população, nem imprensa para denunciar, dar nomes,… Read more »
Qual a finalidade real do patrulheiro Atllantique 2 nesta operação? Seria talvez uma saturação por foguetes, depois da primeira passagem de ataque, já que a designação dos alvos foram feitos pelo mirage D.
Qual a nessecidade do Rafale? Acho muito dinheiro jogado fora nesta operação.
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É o tipo de operação que cai feito uma luva para o AMX, Harrier AV/8, Jaguar e a limpeza feito pelo A-10.
Marcelo Silveira, sugiro que leia o texto de novo. A matéria não fala nada de uso de foguetes no Atlantique 2, e sim de bombas guiadas.
Pangloss,
Ajudar em que sentido? Só cedendo bases? Pode explanar um pouco mais por favor.
Gastar bombas em ataques aéreos contra o EI cada vez mais se mostra mais insuficiente. É questionável como esses caras conseguem armamentos e suas rotas de abastecimento não são – ou não querem – ser descobertas com toda a tecnologia à sua disposição. Alguém ou alguns estão dando apoio ao EI com certeza, e gente com muito dinheiro para gastar em armas. Teria que ter, ao meu ver, uma melhor ação de inteligência para localizar onde tais rotas de abastecimento do EI passam para aniquilar esses caras. Já imaginaram se o EI poem a mão em armas nucleares??????? Não quero… Read more »
Fligth 7 de julho de 2016 at 18:23 – A Turquia é a maior compradora de petróleo contrabandeado pelo ISIS, e por sua fronteira entra muito armamento para aqueles fanáticos. Da Arábia Saudita também sai grande parte do financiamento do grupo, em razão de sua ligação com o wahabismo, seita extremista sunita que tem seu epicentro na Arábia Saudita. O que eu quis dizer é que, se a Turquia não morresse de medo do fortalecimento do Curdistão iraquiano – com possíveis reflexos sobre seu território – e se a Arábia Saudita não aproveitasse a guerra civil síria para tentar derrubar… Read more »
Foi mal Nunão.
De qualquer forma não é normal o “pelicano” patrulheiro, fazer o serviço dos falcões !
Basta para com esta mistificação de apoiar os rebeldes moderados da Síria, adotar sanções contra os países do Conselho do Golfo de exportar a doutrina sunita wahabista perlo mundo, impedir que Turquia, Arábia Saudita, Qtar e outros países continuem a armar os rebeldes, formar uma grande coalização com russos, iranianos, americanos ingleses, franceses, turcos, etc, que em seis meses o ISIS e a Al Qaeda são exterminados, mas como cada lado defende apenas os seus interesses e não consegue enxergar nada mais do que o seu umbigo, esta histórias e os massacres continuarão ad eternum.
Politicamente correto é financiar tais grupos, dar dinheiro, dar treinamento, dar material e principalmente dar a eles uma razão para lutar e para existir… ou seja politicamente correto é o que o “ocidente” fez, que foi reunir hordas de mercenários, dar-lhes capacidades, dar-lhes cobertura, e força para travar uma batalha que o “ocidente” foi impedido de travar pelas suas próprias forças oficiais mas que desejava a qualquer custo uma posição favorável em seus “interesses” … Não contavam que a Rússia iria intervir, primeiro em 2012 quando nem existia o tal “EI” ainda e impediu o ataque a Síria com mísseis… Read more »
Sem palavras! Ótimas fotos!
“…tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos tolerância ilimitada até mesmo para aqueles que são intolerantes, se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante contra a investida dos intolerantes, então os tolerantes serão destruídos, e a tolerância junto destes. (…) Nós devemos portanto declarar, em nome da tolerância, o direito de não tolerar o intolerante”
(Karl Popper 1945)
Os médicos sem fronteiras que o digam o quão politicamente corretos são os ataques do “ocidente”.