Mirage 2000 - foto Força Aérea Indiana

Ainda nesta semana, serão entregues as duas primeiras aeronaves modernizadas na França. Outras 47 serão modernizadas na HAL, com assistência francesa nas duas iniciais e emprego da tecnologia transferida pelos franceses nas restantes

Nesta segunda-feira, 23 de março, o jornal  Times of India noticiou que a Força Aérea Indiana (IAF) está prestes a receber os dois primeiros caças Mirage 2000 modernizados de sua frota. Estes dois exemplares passaram por modernização na França, e segundo o Ministério da Defesa da Índia, estão agora “quase novos”. Equipes da Força Aérea e da estatal indiana de aeronáutica, a HAL (Hindustan Aeronautics Limited) já estão na França, em Istres, para o recebimento das aeronaves, que deverá ocorrer nesta semana.

Ainda segundo o ministério, os próximos dois jatos deverão ser modernizados na HAL com assistência francesa, num total de 47 exemplares que passarão por modernização na HAL com a tecnologia transferida pela França para o programa, conforme contrato assinado em 2011-2012.

A modernização dos caças, fabricados pela empresa aeronáutica francesa Dassault Aviation e que foram originariamente recebidos pela Força Aérea Indiana a partir de meados de 1980, compreende a retirada de praticamente todos os itens eletrônicos, sendo substituídos por sistemas no chamado “estado da arte”, como aviônica, radares, computadores de missão, painéis digitais, visores montados nos capacetes, suítes de guerra eletrônica. A expectativa é que possam operar por mais 15 a 20 anos, empregando também novos mísseis, de maior alcance.

Mirage 2000 Força Aérea Indiana - foto via Dassault

A Índia assinou dois contratos separados, relativos à modernização de seus caças: um foi com as empresas Dassault Aviation (fabricante) e com a Thales (integrador dos sistemas de armas) em julho de 2011, no valor de  Rs 10,947 crore. Um segundo contrato assinado no início de 2012, de  Rs 6,600 crore, compreendeu  490 mísseis ar-ar avançados de médio alcance MICA, do tipo “dispare e esqueça”, com a fabricante MBDA. Segundo o jornal Times of India, cada caça modernizado custará  Rs 345 crore, comparados ao custo unitário original, do último lote de Mirage 2000 recebido na virada do século, de Rs 133 crore. .

Segundo reportagens anteriores desse mesmo jornal (veja os links ao final),  fazendo uma correção anual do valor unitário de compra do último lote original dos caças (Rs 133 crore, ou 24 milhões de dólares), este corresponderia à época da assinatura dos contratos de modernização (em 2011-2012), a Rs 195 crore, ou cerca de 35,5 milhões de dólares – reiterando que se trata unicamente de uma comparação entre o preço unitário pago pelos caças originariamente e o que se está gastando em sua modernização.

Quanto à correspondência dos valores dos contratos de 2011-2012 em dólar,  estes seriam de 2 bilhões de dólares para a modernização dos caças e 1,2 bilhão de dólares para os mísseis, o que significaria um valor total da modernização e rearmamento, por aeronave, de 62,7 milhões de dólares. Isso incluiria a transferência de tecnologia à HAL, que deverá levar uma década para modernizar todos os caças.

Mirage 2000 India - foto Força Aérea Indiana

FOTOS em caráter meramente ilustrativo, de caças indianos ainda não modernizados, via IAF e Dassault

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_RJ_

Off-topic, mas nem tanto (parafraseando o Maurício R.)

Há algum tempo ouvi um boato sobre um desenvolvimento do míssil MICA para torná-lo “Omni-target”, ou seja, também ser utilizado contra alvos no solo. (também sobre um desenvolvimento do AIM-9X com esse mesmo propósito). Porém, nunca mais ouvi falar no assunto. Alguém tem alguma informação sobre isso?

Edcarlos Prudente

Seria interessante oferecer para a FAI as células dos Mirage 2000 retirados de serviço na FAB, principalmente as células da versão Biposto?

Saudações!

Marcelo

até que foi rápido…o que deve demorar serão os modificados na Índia. Gostaria de ver uma foto do painel, mas deve demorar a aparecer…se aparecer.

Kojak

E$$e$ france$e$

“….por aeronave, de 62,7 milhões de dólares.”

“….Isso incluiria a transferência de tecnologia à HAL, que deverá levar uma década para modernizar todos os caças.”

Bela cadência, (rs).

Para fazer o quê depois ?

Não conseguem alinha o tejas a 30 anos pô (kkk).

Com os problemas com os Paquistani/Afeganistão em relação ao terrorismo, os Hindus estariam melhores com :

http://www.boeing.com/advertising/bma/strike/strike_05.html

Kojak

*alinhar

“Edcarlos Prudente
23 de março de 2015 at 14:33 #”

Doados ?

E quando me refiro ao terrorismo é o sabido apoio de boa parte das FFAA Paquistani a terroristas + Afeganistão.

Um bom acordo, mesmo parcial com os USA seria bem melhor.

Os P 8 que o digam.

joseboscojr

RJ,
O MICA ar-ar tem a versão lançada verticalmente de superfície (terra e navio) e uma versão lançada por submarino submerso, mas todas são contra alvos aéreos.
Já o AIM-9X ar-ar pode ser lançado também da superfície (terra) por lançadores conteráveis ou inclinados (já foram feitos testes de lançamento vertical), e já foi testado contra alvos no solo, lançado por caças.
Também está sendo desenvolvido para lançamento submarino.

joseboscojr

O verbo conjugado no passado fica mais condizente com a verdade.
O AIM-9X “estava” sendo desenvolvi, na década passada, para ser lançado a partir de um submarino submerso. Desde então não se tem mais notícia do programa e tudo indica que foi abandonado, aliás, como todos os programas que visam criar mísseis antiaéreos de auto-defesa de submarinos.
A melhor defesa de um submarino ainda é permanecer oculto.

Alfredo Araujo

Imagina a cara de espanto de uma tripulação de Helicoptero ASW ao ver a sua “entediante” rotina de patrulha sendo quebrada por um canister ejetado da água e liberando um AIM-9X…rs

Iväny Junior

São 62 milhões por aeronave modernizada. Com radar RDY de varredura mecânica e missilística exclusiva MICA. Aconselho aos amigos darem uma pesquisada aqui no aéreo pra ver o que dava pra comprar com essa grana.

Ademais, um belo avião. Merece um update, mas não da pra voar sem olhos.

Custou os olhos aos indianos.

Kojak

Iväny

Nessa quantidade e mais os rajadas, sei não se não sai por menos:

http://www.boeing.com/advertising/bma/strike/strike_05.html

Bye Bye

Wellington Góes

O avião é bom, o que é indigesto é o preço by Dassault. Só conseguiram grande expressão por causa do fundador da companhia devido sua fama de ótimos produtos, o problema foi que a arrogância, prepotência e uma visão mercadológica distorcida, transformaram a Dassault numa grande fabricante que vive de grife, especialmente por causa do seu passado glorioso erguido pelo seu fundador.

Após seu afastamento, a empresa veio perdendo mais e mais a participação e venda de suas aeronaves militares, em pró de suas aeronaves executivas e olhe lá. Lamentável!

Até mais!!! 😉

Iväny Junior

Kojak

Fosse uma compra de aeronave ainda se admitiria esse preço. Mas em uma modernização é completamente absurdo e eu já vi notícias falando em 65 milhões de dólares por avião.

Tomando por base o MLU dos F-16A/B (em torno de 10 milhões por unidade), a modernização completa dos F-16C doados à Tailândia (27 milhões a unidade), e bem abaixo, o upgrade do F-5 pela Embraer/Elbit por 5 milhões a unidade (atualmente está em 9), esse preço contrasta como monstruosamente abusivo.

Abração.

Ivan

Iväny Junior, O preço é um problema, mas é vital para os hindus. Estão trocando boa parte da aviônica, principalmente radar e sistemas de armas, que vai elevar exponencialmente a capacidade do Mirage 2000H. Mesmo apresentando um desempenho dinâmico muito bom, o Mirage indiando já não teria capacidade de atuar nos novos cenários que se apresentam, notadamente pela capacidade limitada de engajamento ar-ar, contra apenas um caça inimigo de cada ves (fox one). Com a elevação para o padrão Mirage 2000-5 Mk2, com novo radar Thales RDY-2 (ou RDY-3) e mísseis MICA poderá engajar até 4 (quatro) alvos simultaneamente. Este… Read more »

Iväny Junior

Ivan Entendo perfeitamente. Era isso ou aposentar os Mirage, uma vez que nem missilística disponível teriam, já que os R530 e os Magic 2 já não são fabricados. Sinceramente, sou fanzão do Mirage 2000, mas se a quantidade de aviões no ar é realmente vital, veja que, por capacidades semelhantes senão pouco superiores dava pra comprar F-16C upgraded ao padrão block 50 em dobro! Veja bem, com o preço de modernização de 1 mirage 2000 você poderia comprar 2 F-16C block 50 (originariamente doados do AMARG, elegantemente upgradeados pela Notrhop Grumman ou Lockheed) e ainda sobraria 8 milhões de dólares… Read more »

Iväny Junior

*Mas não era isso ou aposentar os Mirage. Primeiro parágrafo.

RomauBR

Caro Ivany, parece-me que os F-16 de algum bloco atual (não me lembro qual) foi oferecido à Índia, que declinou da oferta usando, dentre as premissas, que não gostaria de operar aeronave exatamente igual ao seu histórico rival regional, o Paquistão. Creio existirem outras razões, mas essa me parece bastante plausível. E veja que os hindus, mesmo dispensando essa oferta norte-americana, é contumaz comprador de seus produtos. Isto posto, qual aeronave se encaixaria nesse perfil de compra? O Gripen, como todos sabemos, poderia matar o Tejas; o Rafale foi objeto de outra licitação, que faturou; qualquer caça pesado substituiria com… Read more »

Iväny Junior

RomauBR Os F-16 são o “high” do Paquistão. O “High-Medium” mix da Índia seria, neste caso, o Su-30 e o Rafale. O Mirage 2000 atualizado da maneira que disse anteriormente (apenas levar contramedidas e mísseis ainda produzidos atualmente como os israelenses Python e Derby, por exemplo, cujo radar Cyrano IV tem capacidade), e colocando assim, por alto, à 1 milhão a unidade, sobrariam 7 milhões e mais 2 F-16C50 pelo preço da modernização contratada para o Mirage. O Mirage poderia ir segurando a onda que o Tejas ainda não está capacitado. Mesmo não estando no padrão traço 5, acredito que… Read more »