Caças Mirage F1 franceses deixam o Chade e se preparam para o Báltico

29

Mirage F1 deixa o Chade - foto Força Aérea Francesa

Em 14 de março foi realizada uma cerimônia na Base Aérea 172 “Adji Kosseï”, em N’Djamena (capital do Chade), celebrando os 30 anos de presença dos caças Mirage F1 na África, inicialmente na versão C, de caça. Mais recentemente, a operação do jato na região está voltada a missões de reconhecimento aéreo, presença dissuasiva e apoio de fogo com canhões ou bombas, com a versão F1CR (a versão mais voltada a missões ataque, F1CT, deixou o serviço no ano passado).

Neste ano, os caças Mirage F1CR foram os primeiros a pousar em Bamako, na Operação Serval, realizando missões de reconhecimento e de apoio de fogo com o uso de canhões (veja mais sobre essa operação no Mali clicando nos lins ao final da matéria).

Mirage F1 deixa o Chade - foto 2 Força Aérea Francesa

A despedida das missões no Chade marcam a aproximação do final da vida útil do caça, mas ainda terão uma importante operação internacional para participar: trata-se do revezamento de forças aéreas da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no policiamento do espaço aéreo dos Países Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia). A partir de maio, os caças Mirage F-1CR da Força Aérea Francesa, estarão incumbidos dessa missão.

Mirage F1 deixa o Chade - foto 3 Força Aérea Francesa

FONTE/FOTOS: Força Aérea Francesa (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em francês – O texto originariamente é bem maior, e traz alguns detalhes sobre os 30 anos de presença do Mirage F1 no Chade. Clique no link para acessá-l0, em francês).

VEJA TAMBÉM:

Subscribe
Notify of
guest

29 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Clésio Luiz

Nunca entendi porque a Dassault não preparou o Mirage F1 para transportar os tanques de 1.700 litros do Mirage III.

Roberto F Santana

Eu diria, talvez por problemas de centro gravitacional. Esses tanques de 1.700 litros tinham seus pontos de conexão com asa feitos muito atrás, deixando um longo corpo à frente.Isso nos Mirage III e V não era problema, pois o ponto de conexão ficava bem afastado longitudinalmente, já no Mirage F-1, esse tanque quando cheio, o peso avançaria além do cg. Esses tanques de 1.187 litros, ofereciam certas vantagens, eram bem “centralizados”, não eram exclusivos a um só modelo, o Jaguar os usava regularmente, com dois nas asas ou um central (e mesmo com capacidadde teórica de três, nunca usada) e… Read more »

Justin Case

Roberto, bom dia.

Os tanques de 1700 litros (449 USG) já eram utilizados por aqui antes da modernização dos Canard.
Por sinal, essa “modernização” bloqueou o uso desses tanques no F103D, pois a nova configuração alterou o limite traseiro de CG.
Abraço,

Justin

Roberto F Santana

Muito bom dia prezado Justin Case,

Obrigado pela informação, porém creio que o “canard” não tenha impossibilitado o uso do tanque, repare nas seguintes fotos:

http://www.basemilitar.com.br/forum/viewtopic.php?f=3&t=936&start=60

Justin Case

Roberto,

Eu citei F-103D, que era o biplace.
A restrição era somente para esse modelo que, por não possuir radar, tinha naturalmente o CG mais traseiro.
Apesar disso, pode ser que você encontre uma foto dele com o tanque, tirada ainda na França, quando o avião estava sendo ensaiado (já com as cores da FAB).
Abraço,

Justin

Roberto F Santana

Prezado Justin Case,
Eu não havia notado sua menção específica ao modelo biplace.
De qualquer forma, a bem divulgada foto do 4906 em voo de testes na França prova que era possível o voo nessa configuração, entretanto, pode ter sido que a partir desses testes que surgiu a restrição que você tão bem fez lembrar.

Roberto F Santana
Roberto F Santana

Prezado Justin Case, Apesar de sua informação, ainda permanece minha dúvida sobre a época da aquisição pela FAB dos grandes tanques de 1.700 litros. Como disse, é desconhecida a exitência de fotos do Mirage da FAB com esses tanques, por exemplo, à época do padrão de pintura em esmalte cinza metálico, na forma original. O surgimento desses tanques em nosso país, assim como os pouco famosos centrais de 1.300 litros, se deu logo depois dessas modernizações, junto inclusive com os testes em que a sonda REVO não foi aceita, talvez até isso mesmo justificaria a adoção desses tanques. Ainda assim,… Read more »

Roberto F Santana

Bem notado prezado Nunão.

Porém, é extramamente duvidoso que tenha havido Mirages biplaces com motores Atar traço 50.
Veja o caso do Chile, para citar um, apesar de terem até mesmo a pequena entrada de ar próxino ao bocal de saída do motor (que resfriava o pós-combustor), seus Mirage 50DC usavam motores 09C-3.

Roberto F Santana

É correta sua informação, acabei de consultar aqui no World Air Power Journal, a Venezuela padronizou todos os motores para o traço 50.
Bastaria então verificar se os Mirages belgas do Chile, com os canard, voaram com esses tanques.

Roberto F Santana
Roberto F Santana

P,S. Os tanques supersônicos tinham capacidade de 500 litros.

Roberto F Santana

Prezado Nunão,

Clique em: “More: Dassault (SABCA) Mirage” abaixo da foto, poderá ver mais fotos, e acima da foto clique em large, poderá ver com detalhes o tanque de 1.700 litros.

Clésio Luiz

Nunão, o exemplar chileno está com os tanques de 1.700 L. Notar que as aletas traseiras características desse modelo, além do nariz pontudo, diferente do tanque menor.

Existe uma certa confusão sobre a capacidade dos tanques supersônicos empregados pela FAB. Muitas fontes nacionais falam em 600 litros, enquanto lá fora eu vejo muito os 500 litros citados pelo Roberto.

Roberto F Santana

Para maiores detalhes sobre o Mirage V belga e chileno, recomendo Lock On No.11 Mirage V, Verlindem Publications.Lá existe farto material sobre a aeronave, seu motor, assim como os três tipos de tanques externos mais conhecidos na série, o ferry de 1.700, o supersônico de 500, e o central de 1300.

Clésio Luiz

Aparentemente, o Mirage IIIC só transportava nas asas o de 600 L subsônico ou o de 500 super. Só a partir do IIIE/V que os tanques das asas aumentaram para 1.300 e posteriormente o de 1.700L. Até onde pude notar, os israelenses nunca utilizaram esse último, assim como o curioso tanque com lança foguetes e o com porta bombas.

Justin Case

Amigos, boa noite. Os tanques que foram usados na nossa frota de Mirage III, antes e depois da “modernização”: – 132 USGal (500 l), supersônico (limite do avião), subalar; – 132 USGal (500 l), supersônico (limite do avião?), subalar (com 4 cabides para armas); – 220 USGal (832 l). supersônico (limite do avião), ventral, israelense; – 343 USGal (1300 l), supersônico (Mach 1.3), ventral ou subalar; – 449 USGal (1700 l), subsônico (Mach 0,95), subalar. A configuração normal de alerta era com tanques subalares, pois a estação ventral era usada para os mísseis Matra R-530. O padrão era utilizar sempre… Read more »

Justin Case

Amigos,

Um adendo:
– Os tanques externos de 220, 343 e 449 USGal podiam ser ejetados; os subalares de 132 USGal, não.
– Os tanques de 449 USGal e de 343 USGal, além de ejetáveis, tinham válvulas para alijamento de combustível (Fuel Damp).

Justin

Justin Case

Ainda:

Era comum ainda usar a configuração (2 x 132 USGal) + (1 x 343 USGal), também suficiente para a etapa Anápolis – Salvador.

Justin

Justin Case

Oops,

Onde eu escrevi “fuel damp”, leia-se “fuel dump”, Sorry!

Justin

Ivan

Justin,
Excelente esclarecimento.
Aprendi muito.
Grato,
Ivan.

Justin Case

Amigos, bom dia.

Grato, Ivan.
Hoje é o Dia do Especialista na FAB.
Já que falamos do Mirage III, podemos homenagear nossos especialistas e todo o pessoal de apoio com esse vídeo do link que segue, filmado em 2005 e relativo à despedida dos nossos F-103.
http://www.youtube.com/watch?v=bYzCgwu2PC8#!
Abraços,

Justin

[…]  Caças Mirage F1 franceses deixam o Chade e se preparam para o Báltico […]