KC-390

Embraer KC-390

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Ministro João Gomes Cravinho recebeu representantes da Boeing e ouviu garantias de que setor da construção aeronáutica em Évora vai sair reforçado com a compra dos aviões de transporte tático

Por Pedro Raínho

A Boeing pediu a reunião, o ministro da Defesa acedeu a receber a fabricante americana e, no final do encontro, saía reforçada a ideia de que a compra de cinco novos aviões de carga KC-390 à sua parceira brasileira Embraer (com mais um de opção) está alinhada e pronta a passar para o papel. Só falta desbloquear os muitos milhões necessários para o negócio.

O encontro entre o ministro João Gomes Cravinho e representantes da fabricante aconteceu esta terça-feira no Ministério da Defesa Nacional. Ao ministro, a Boeing levou garantias de que a recente parceria estratégica com a Embraer não terá qualquer impacto na operação militar da fabricante brasileira.

Essa era uma das questões em aberto depois de, no ano passado, ter sido anunciado um acordo entre as duas empresas que, por um lado, dá à Boeing um fatia de 80% da atividade comercial e de serviços da Embraer. Por outro lado (no que respeita aos aviões militares), divide a meio a participação no acordo para promover as vendas do KC-390 (a brasileira fica com uma participação 51% do negócio). Num comunicado divulgado em agosto de 2018, as empresas anunciavam a assinatura de um memorando para a construção de aviões comerciais no valor de 4 mil milhões de euros.

Apesar das garantias dadas na altura pelo presidente da Embraer, assegurando que, “para as equipas dedicadas à defesa e segurança, aviação executiva, aviação agrícola, serviços e suporte, nada muda”, o negócio gerou reservas junto dos países interessados na compra dos aparelhos de transporte tático militar.

A missão da Boeing passava por “tranquilizar” o responsável da pasta militar português. A VISÃO sabe que João Gomes Cravinho ouviu dos representantes da fabricante dos EUA a garantia de que “a joint venture não prejudica a Embraer” e a mensagem de que a compra dos KC-390 terá um “impacto positivo” nas fábricas da empresa brasileira em Évora, parte de um cluster aeronáutico português que, com a parceria entre as duas fabricantes, vão passar para o controlo da Boeing.

Aquilo que se prevê – e que a Boeing trazia como mensagem para Gomes Cravinho – é que o negócio das aeronaves contribua para a expansão da subprodução neste setor em Portugal e que daí resulte um “efeito de contágio” a outras empresas estabelecidas em Portugal. Uma nota que pode agradar aos partidos da esquerda parlamentar, que têm manifestado preocupação com o futuro dos trabalhadores deste setor.

O encontro desta terça-feira está a ser encarado como “mais um passo para a aquisição” das cinco aeronaves de transporte tático que vão equipar a Força Aérea Portuguesa, num negócio de quase 830 milhões de euros. É um absoluto virar da página depois de, nos últimos meses, as negociações entre Portugal e a Embraer terem tremido. Sobretudo quando a fabricante brasileira começou a revelar a intenção de subir o preço da fatura dos aviões que vão substituir os atuais C-130. Gomes Cravinho chegou mesmo a dizer que o valor já avançado (827 milhões de euros) era uma “condicionante absoluta” do negócio, Portanto, nem mais um cêntimo.

Nessa mesma linha, ainda em janeiro deste ano, o general Manuel Rolo, Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, disse no Parlamento, no momento em que se discutia na especialidade a Lei de Programação Militar para os próximos 12 anos, que “o Estado não quer ver ultrapassado” o valor já estabelecido com o fabricante. “Estamos numa negociação férrea e começa a prevalecer a opinião de que, se a Embraer não vier para este valor, o Estado português terá de ir para outras opções”, afirmou o general. “Esse é também o sentimento do ministro da Defesa Nacional”, o de fazer “sentir à Embraer que podem ser pensadas outras opções, se eles não quiserem entrar neste nível de negociação para este patamar financeiro”, acrescentava ainda.

Bluff negocial ou não, a verdade é que o discurso da Embraer mudou e a empresa voltou discutir o valor já consensualizado com o Estado português para a concretização do negócio. Do lado português, um dos argumentos mais fortes na negociação é o de que a concretização do negócio abre a empresa a um mercado em que até agora não tem tido participação: é que Portugal é, para todos os efeitos, um parceiro NATO, e a utilização de aparelhos da Embraer com certificação neste contexto militar representa um aumento considerável do número de potenciais clientes.

Agora, faltam as verbas – mas isso depende da aprovação da Lei de Programação Militar.

A comissão de Defesa Nacional, onde o documento ainda tem de ser aprovado na especialidade, tem agendada uma reunião para dia 23 de abril para concluir esta discussão e votar o diploma. Neste momento, ainda estão a ser afinados detalhes – o Governo está em negociações com o PSD, e o CDS também gostava de ver reafetadas verbas para a Marinha e para o Exército, além de defender um reforço da componente de ciberdefesa –, mas nada faz antever que os dois partidos à direita do PS votem contra uma lei de valor reforçado e que, por isso mesmo, exige a maioria dos votos dos deputados em efetividade de funções. Tradicionalmente, à esquerda são poucas (ou nulas) as hipóteses de recolher apoio para a aprovação do diploma.

A Lei de Programação Militar consagra quase cinco mil milhões de euros em investimento até 2020. Entre as grandes opções consagradas na proposta do Governo estão a compra de seis novos Navios Patrulha Oceânicos (com um valor de 352 milhões de euros), um Navio Polivalente Logístico (com um custo previsto de 300 milhões de euros), um Navio Reabastecedor (150 milhões), novos aviões de transporte tático (os KC-390, avaliados em 827 milhões), helicópteros de evacuação (53 milhões) e o equipamento individual do soldado (45 milhões de euros previstos).

FONTE: Visão (Portugal)

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Gustavo

“Bluff negocial”? Quem blefou nessa novela?

Peter nine nine

Todos

Rafael Oliveira

A Boeing deve ter chegado no Primeiro Ministro e falado: se não comprar o KC-390 eu vou fechar as fábricas de Évora.

Sandro

As fábricas de Évora tem participação do Governo de Portugal. Nunca fecharia. Até porque fazem lá manutenção de aviões Airbus e F-16 para vários países europeus muito antes de ter participação da Embraer ou agora da Boeing. Não fala besteira. Há setores estratégicos num país que nunca fechariam, a menos que os governos deixassem.

Junior

Houve um pequeno engano, a empresa Portuguesa que tem participação da Embraer é e OGMA, que na ocasião do negócio enfrentava grandes dificuldades. Já as fabricas de Évora foram construídas 0Km pela empresa Brasileira.

Vitor Silva

Gostei da conversa, mas penso que existe confusão,o estado Portugues têm capital social nas OGMA em Alverca , onde são montados aviões Pilatos PC-9 e são feitas a manutenção e modernização de C-130, P3 Orion, F-16 e muitos mais e também são feitas peças para o KC 390 e também para outros fabricantes. No caso de Embrar fechar têm que devolver as verbas que recebeu da União Europeia que pode ser entre 40 a 50% do investimento total, para além de ficar mal vista perante os 28 Paises da UE.

Vitor Silva

Não é por ai, os governantes Portugues tiveram muita paciência e resiliência para que o clauster aeronaitico não fosse prejudicado, depois a oposição não viesse dizer que houve precipitação na desistência do negócio e falta de esforço e persistência para levar a mesma a bom porto.

Rafael Oliveira

Sem dúvida que os portugueses foram duros na negociação.
Mas também acho que a Boeing sabe as cartas que tem na mão e como usá-las.
Para a Embraer, as fábricas de Évora são bem mais importantes do que serão para a Boeing (tamanho delas x tamanho das empresas).

Mauricio R.

Ah tá, mas antes de fecha-las temos umas contas a acertar a respeito de certos subsídios concedidos através da UE. Então, vamos lá????

“Ao ministro, a Boeing levou garantias de que a recente parceria estratégica com a Embraer não terá qualquer impacto na operação militar da fabricante brasileira.”

Essa parte do negócio nunca esteve nas mãos da Boeing, nunca foi de interesse da fabricante norte americana.
Os norte americanos, mantida a afirmação do jornalista, foram lá dizer que o negócio do “+ um” é entre brasileiros e portugueses, nós não temos nada com isso.

DOUGLAS TARGINO

A pressão vai ser tão grande, que Portugal vai comprar mais 5 unidades! kkkkkkkkkk

Vitor Silva

Há pessoas que têm uma imaginação muito fértil, se a LPM diz que estão alocados €827M para aviôes de transporte tactico, como é que se explica um valor superior ao tribunal de contas, entidade esta que têm que colocar um visto (durante a analise detalhada do negócio proposto ) antes da assinatura do contrato de aquisição e este ganhar valor legal.

André Sávio Craveiro Bueno

Prezado Vitor, o Douglas fez uso de sarcasmo.

Bazinga!!! 😀

DOUGLAS TARGINO

Pois é amigo!

Vitor Silva

Não há problema…..nenhum….

Peter nine nine

E tecnicamente vão, por meio da SKYTECH, empresa privada de serviços militares.
Interesse declarado para 6 aeronaves.

Peter nine nine

Oi? escusam de por votos negativos, é um facto, não uma opinião, Portugal hoje representa o único cliente externo do KC390: 5 a 6 Kc390 para a FAP e mais 6 para a portuguesa SKYTECH, portanto entre 11 e 12 aviões, podem não gostar de um facto mas é impossível contraria lo… É o que é, governo português tem feito os trabalhos de casa, os possíveis para dar peso ao avião no mercado, mesmo que seja só internamente e sempre reservou o dinheiro para a compra, mantendo portanto até ao fim a intenção de o comprar.

Filipe Prestes

Não ligue para deslikes, Peter. Há por aqui na Trilogia os que votariam negativo até para a própria mãe se dissese algo que não lhes caísse bem. Um abraço para si, amigo luso!

Camargoer

Caro Filipe. Dislikes aqui virou fakenews.. riso.

Paulo

Likes e dislikes também são formas de dar opiniões. Vcs querem disciplinar, colocar regras, policiar ou mesmo acabar com isso agora só porque não estão gostando dos resultados?

Peter nine nine

Ora essa Paulo, dá dislike no que quiseres…
Ainda assim, facto é facto, opinião é opinião e notícia, por norma, hoje em dia é uma mistura dos dois….

Camargoer

Carto Peter-9-9. De fato, julgar alguém pelo que gosta ou não gosta tem cheiro de naftalina.

Camargoer

Caro Paulo. Em um episódio de BlackMirror, as pessoas conquistam os privilégios sociais por meio de “likes”, em uma alegoria do que seria uma ditadura virtual. Como o ato de gostar/desgostar é uma manifestação de preferência emocional, inacessível a um debate (mas bastante adequado para escolhermos a miss trilogia). Por outro lado, concordar/discordar demanda ao menos um argumento racionalmente estruturado. Geralmente, é comum responder a uma manifestação emocional do mesmo modo (talvez um kkkkk, tomando cuidado de usar ao menos quatro letras). Já um argumento bem estruturado, faz pensar e pode até mudar uma opinião.

Manoel Jorge Marques Neto

Esse cargueiro KC-390 da Boeing é lindo.

Camargoer

#parabensaboeing

Gustavo

A raposa e as uvas.

Peter nine nine

É não é?? Já ah quem o chame “Embraer/Boeing KC390″… Também já vi ao contrário, que dói mais (nem sei): “Boeing/Embraer KC-390”.
?

BFESP

Vendendo bastante, por mim, pode chamar até de Boeing/Northrop.
Eu sei que projetou, quem fez tudo. Todos sabem. A Boeing sabe.
Até aqueles que atacam falando que o avião é ruim, que os engenheiros da EMBRAER são burros sabem.
Aliás, quem ataca devia ver o que fez de sua vida para ver se foi tão longe como um desses engenheiros burros.

Junior

Feito no Brasil

Marcello Magnelli

Por enquanto…..

α Tau

No braziu é assim…nós projetamos e desenvolvemos para os outros ganharem dinheiro em cima…Vamos ficar a ver aviões assim como ficamos a ver navios…o BNDES investiu quase 30 bilhões na Embraer e a venda de parte dela é feita por 3 bilhões….A Embraer esta entregando 90% do faturamento a boing… Vendem o nosso patrimônio a preços baixíssimos para os estrangeiros lucrarem com ele…acabam com o que dava ganhos para o povo brasileiro…Ai dizem que uma empresa na mão de brasileiro vai ser roubada como se os estadunidenses fossem um poço de honestidade e brasileiro tudo burro que não sabe explorar…Não… Read more »

Fernando EMB

Como tu escreve bobagens heim… 90% do faturamento? 30bi e investimento contra um valor de 3 bi… Vc por acaso sabe que uma corda não tem nada a ver com a outra? Quanto dos custos e dívidas estão sendo entregues TB? Ahhh nada a comentar pois não te interessa… Porque ficaremos a ver aviões? Se continuarão a ser produzidos aqui? Serão feitos muitos investimentos aqui EA produção irá aumentar, gerando empregos e impostos…. A capacidade de desenvolver aeronaves será mantida na Embraer e também na nova empresa…. O que estamos perdendo? Autonomia no desenvolvimento de aviões comerciais? Não nem isso…… Read more »

Beserra(FN)

Ainda acrescento. A Boeing deve trazer a linha 737 par o Brasil.

Marcello Magnelli

Com certeza. Vai fechar tudo no USA e trazer para o Brasil.

Camargoer

Caro Colega. Em 1941 o Pres. Vargas cria a CSN, financiada pelo governo dos EUA como uma contrapartida do apoio brasileiro aos aliados (a outra opção era uma usina da Krupp pelo apoio ao eixo). Em 42, Vargas cria a Cia Vale do Rio Doce para abastecer a CSN de minério de ferro, dando a base para a industrialização do país. Muitos anos depois, as duas foram privatizadas. A Vale, que tem hoje um preço de mercado de R$ 300 bilhões e foi privatizada por R$ 3,3 bilhões (seria R$ 17 bilhões hoje), aproveita a alta dos commodities para vender… Read more »

Rafael Oliveira

Alguns complementos: Vargas não criou a Vale do nada. Ele estatizou uma empresa privada, do empresário americano Percival Farquhar, que explorava minério de ferro em Itabira desde 1911. Diga-se de passagem, ele não indenizou o americano. US$ 3,3 bi (R$ 3,3 bi na cotação da época) foi o valor pago por 41,7% das ações ordinárias da empresa e não por ela toda. Confesso que não achei numa pesquisa rápida quanto isso significa em termos do capital social total da Vale, pois a época ela também tinha ações preferenciais (mas só por aí a Vale já valeria 7,9 bi). Eu li,… Read more »

Gustavo

Portugal conseguiu o desconto que queria, agora vai ficar é feio se não tiver verba para arcar com a palavra.

Vitor Silva

Hei que pessismismo, segundo a Lei de Programação militar encontram-se alocados os €827 Milhoes para aviões taticos de transporte, agora é só espera pelo dia 23 Abril, dia em que vai a votação na comissão parlamentar defesa e concerteza que será aprovado na especialidade por 2/3 dos deputados, depois de ter havido negociações entre governo e oposição centro/direita e serão desbloqueado os € 4,3 biliões para a LPM (2019-2030) a gastar em equipamentos de defesa. A politica de defesa destes partidos PS/PSD/CDS é muito semelhante e não costuma haver grandes divergências, claro é apenas um pouco diferente agora porque daqui… Read more »

Gustavo

legal, não sabia. A matéria não diz claramente, mas fica um ar de que talvez não teria essa garantia da verba. Mas se já está alocada, ótimo.
Obrigado.

Peter nine nine

Sim, Gustavo, os 5 mil milhões estão lá, as únicas divergências é onde se deve alocar mais o dinheiro, os kc por si só nunca foram a questão, a utilidade e necessidade de substituir os c130 nunca esteve em questão.

Vitor Silva

A restantes verbas já estão alocadas para outros Programas, 6 NPOs €352M, 1 reabastecedor €150M, 1 NPL €300M, 6 helicoperos blindados Koala €53M, soldado do futuro €73M, Ciberdesa €46M ,nova blindagem para os Pandur e mais uns quantos Blindados Leopardo 2A6, canhões com tubos triados e novos mísseis ( não sei valores) depois é o seguimente de anteriores LPMs Blindados 4×4 €60M, a arma individual €43M, Sistemas defesa Anti-aereo, modernização das Fragatas BD €100M,modernização segundo Submarino classe Tridente €29M, modernizaçãp C-130H €16M e dos Falcon 50 €4M, Manutenção dos Helicopteros EH 101 Merlin, Modernização dos Links €63M ,Drones, Helicoperos Koala… Read more »

Vitor Silva

Enganei-me em vez de meses deve-se ler semana para eleições. Se a verba não fosse gasta nesta LPM, transitada para a próxima LPM que será revista daqui por 4 anos, e claro os procedimentos são sempre iguais o documento começa no EME,EMFA,EMM,EMGFA,conselho superior defesa nacional, conselho ministros, parlamento nacional, presidência da republica (O prof Marcelo até queria desde já que tivessemos caças F-35 , mas não é possivel antes 2030),assinatura de contrato e visto do Tribunal contas ( se houver erros de contrato ou dúvidas serão pedidas explicações ao Min Defesa ) .

Foxtrot

Mais um bom exemplo de uma diplomacia forte e influente.
Parece que os americanos não aposentaram a velha política do “Big Stick”.
A diplomacia nacional deveria aprender muito com americanos, Russos e Chineses .

Camargoer

Caro Foxtrot. A diplomacia brasileira sabia fazer as coisas até melhores do que EUA, China ou Russia desde que o Barão do Rio Branco era chanceler. O problema foi o nascimento da Republica da Chutocracia.

Leonardo Gama

Desde quando os militares aplicaram um golpe no reinado de D. Pedro II, o Brasil vai de mal a pior.

Camargoer

Olá Leonardo. Desde que Pedro I deu um golpe para se tornar imperador antes que fosse declarada uma independência republicana….

Jorge Augusto

Boeing vai enfiar o dedo na cara de muita gente pra ajudar a EMBRAER a vender o KC-390.

Good, Good.

Fabio Jeffer

bom para a Boeing apenas

Manoel Jorge Marques Neto

Lógico, 49% só pra vender…quer o que?

Junior

São 49% da transação comercial, o custo e lucro de produção além dos 51% são da Embraer.

Lucas Senna
Fabio Jeffer

As fábricas da Embraer em Évora vão passar para o controle da Boeing. A Embraer investiu muito por aquelas bandas e tem gente que aplaude e acha bonito ver o patrimônio de uma empresa brasileira ser entregue de mão beijada para outra empresa estrangeira.

Rafael Oliveira

A Embraer investiu nas fábricas de Évora e está vendendo-as para a Boeing. Não tem nada de mão beijada.

Canarinho

Pra quem tem um mínimo de bom senso sabe que tem certas coisas na vida que nao tem preço. Isso fica mais evidente quando falamos de empresas que desenvolvem conhecimento e produtos de alto valor agregado cruciais para o nosso pais se manter dignamente num mundo cada vez mais globalizado e industrializado. E ainda mais se tratando do patrimônio da maior ( e uma das poucas) empresas de tecnologia da nossa nação. Me entristece demais ver gente com seu pensamento Rafael. Vou arriscar o palpite sobre seu comentário, que voce o faz por pura ingenuidade, mais ainda assim aqui cabe… Read more »

Rafael Oliveira

Olá Canarinho! Seu nome é mesmo Canarinho? Sou brasileiro nato e não ganho nada com a JV entre a Boeing e a Embraer, tampouco perco caso ela ocorra ou deixe de ocorrer. Até já fui acionista da Embraer mas ela é pouco lucrativa, não valendo a pena investir nela (talvez exceto se você for a Boeing que vislumbra o crescimento da Embraer e aumento da sua lucratividade). A tecnologia da Embraer é dela, não é da Nação. Ela leva para onde quiser, vende, enterra, etc. Se você quiser alguma tecnologia, desenvolva-a e registre-a para si. Ou vote num governo que… Read more »

FABIO MAX MARSCHNER MAYER

Os acionistas da EMBRAER recebem dinheiro pela venda das suas participações. E não pouco dinheiro. E se olhar com cuidado, vai constatar que alguns acionistas da empresa são fundos de pensão brasileiros, outras grandes empresas brasileiras, etc… uma VENDA é uma venda, vender não é doar!

Wellington Góes

Recentemente alguns iluminados criaram dificuldades, para vir alguém da Boeing oferecer facilidades, ou seja, criar uma situação favorável, para endossar a criação da Joint Ventura. Ou seja, “Tá vendo, de não fosse a Boeing, este negócio não saia”.

Brasileiro é muito ixperto!!!

Canarinho

Exatamente Wellington, estamos vendo o desmanche de uma das empresas mais importantes do nosso pais, e tem carneiro incauto que ainda aplaude. Na verdade tem gente que odeia ser brasileiro e acha mais que aqui tem que ser colônia mesmo. Que eh nossa vocação, e somos o celeiro do mundo. Nao confiam na capacidade do brasileiro e de si próprios. Mas essa nossa nação sempre foi abusada e explorada. Desde o pau Brasil, ouro… ate hoje. Parece que entrou no inconsciente de muita gente que eh nossa carma, destino…. Esses dias para trás idealizei uma cena, que seria lindo de… Read more »

Camargoer

Caro Colega. Já comentei isso em outros post sobre a Embraer(a). Ela tinha uma expressiva contribuição para o saldo positivo da balança comercial, além de ser a única “grife” brasileira de alta tecnologia internacionalmente reconhecida. Comentei também que a balança de serviços é deficitária (entre outras coisas devido a remessa de lucros das multinacionais instaladas no Brasil para as matrizes no exterior). A conta não fecha. Uma tonelada de iPhone custa da ordem de US$ 7 milhões enquanto que a tonelada de minério de ferro custa US$ 100 e tonelada de suco de laranja concentrado cerca de US$ 2500. Ninguém… Read more »

Luiz Trindade

Bem… Isso é o mínimo que se pode esperar do dito “parceiro e sócio” da Embraer neh?

Walfrido Strobel

Triste o fim da Embraer, precisar da interferência da Boeing para tentar sua primeira exportação do KC-390.
Espero que os engenheiros da Boeing sejam menos burros e façam a versão C-390 para vender mais barato.

Chevalier

Isso que os portugas eram parceiros e se comprometeram desde o início.

Fernando EMB

Quem disse que precisou da Boeing para esta venda?
O Governo português apenas queria garantias que as partes do KC que são produzidas lá continuarão sendo… Lembrando que partes são produzidas em Évora e outras na OGMA.
Um dos motivos da compra do KC é que partes da aeronave serão feitas lá. O governo português quer apenas garantias de que isso continuará assim.

Peter nine nine

Não só Fernando, o problema maior era mesmo que, as instalações de Évora são de aviação civil, na norma as peças feitas para o KC em Portugal eram mesmo, Também, de outras empresas portuguesas, não só as instalações de Évora. E aí estava o problema maior, se os brasileiros perderam o controlo do sector civil e se as instalações de Évora são, para todos os efeitos e mesmo fabricando componentes para o KC, de aviação civil, irão os americanos manter o acordo assinado à onze anos com a então Embraer? Em Évora, na aviação comercial, são fabricadas peças “para os… Read more »

FernandoEMB

Que eu saiba não se fazem peças dos Phenom 100 e Legacy 650 em Évora. De qualquer forma os outros programas ficam como estão.

Peter nine nine

Eu também não sabia, mas fui ver e de facto fazem, eu citei o director da fábrica….

Peter nine nine
Wellington Góes

Como parceiro de risco, isto contratualmente definido, ou seja, só muda os fornecedores se as partes envolvidas aceitarem. Se Portugal tem dúvidas, que chamasse a Embraer e a FAB, donos do projeto. A Boeing não tem que dar opinião de nada até aqui, ainda mais sem ter sido chamada.

Chevalier

Olha, eu até ia reclamar dos portuga… mas aí lembrei de quantos mil anos a FAB demorou pra comprar os caças, lá desde o FX-1… e quanto tempo a MB tb demora.. então nem vou falar nada.

Mathrus

Pessoal esqueceu que anos antes do negócio entre a EMB e Boeing, ambas as empresas fizeram outra parceira onde a Boeing faria as vendas do Kc-390?

Peter nine nine

Eu acho que muitos não estão a perceber o porque da Boeing ir a Portugal. Passo a explicar, a Boeing e o “big stick” americano nunca foram a solução mas sim o problema. A preocupação dos portugueses era o facto de que o acordo de cooperação industrial com a Embraer estava para todos os efeitos nulo, devido a entrada da Boeing no sector civil da empresa brasileira. Sendo assim, estrategicamente as autoridades lusas estavam a pôr em questão se seria a opção mais acertada optar pelo cargueiro brasileiro. O cluster aeronáutico português estava assim em risco com a saída da… Read more »

FernandoEMB

Os acordos estão mantidos…

Camargoer

Caro Fenando. Alguém compra um negocio por 3 motivos. 1) o produto é bom e quer manter a carteira de clientes. 2) para fechar um concorrente 3) para derrubar tudo e fazer um prédio de condomínio. Portanto, para que a Boeing mantenha os clientes da Embraer(a) e não os perca para a Airbus, o mínimo é manter os acordos (bom mesmo para os clientes seria fazer uma pequena chantagem comercial e tirar uma lasquinha de vantagem adicional).

Peter nine nine

Sim Fernando, eu fico muito feliz que os acordos se mantenham, genuinamente. A minha preocupação, quanto ao KC e como português, era mesmo essa, que com a entrada da Boeing as relações luso brasileiras na área de aviação fossem cortadas e, vale a pena dizer, desnecessariamente. Por outro lado, e porque gosto imenso da Embraer Brasileira, fico com desgosto que não tenha sido possível manter a maioria ou pelo menos 50% de controlo de todos os negócios na joint venture. Mas sim, negócios são negócios e accionistas fazem negócios mesmo, era previsível, a partir do momento que o governo brasileiro… Read more »

Peter nine nine

Gustavo…. Gustavo….claro que sim, claro que ah muito mais nesta história…. No entanto, também não invente, as autoridades portuguesas desde o início da joint venture Com a Boeing que mostraram reticências, é um facto, foi sempre citado aqui em Portugal e depois repassado para o Brasil (com diferentes interpretações claramente), portanto não foi só dinheiro, foi a soma de reticências e interrogações. E sim, é verdade, Portugal não tem condições financeiras de pagar mais que 830 milhões de euros, mas isso também é facto, em nada afecta o meu discurso até porque eu não o neguei. Não me interprete mal,… Read more »

Gustavo

Onde invenei Peter? Parceria luso-brasileira? Boa essa…

Peter nine nine

Gustavo? Não é uma parceria?

Gustavo

Parceria em que todos usam do “bluff”?

Peter nine nine

Não, Gustavo, mas em compras de valores elevados quem não faz bluff?
Portugal não fez “bluff” na parceria, contra atacou foi o “bluff” da boeing, fez bluff no negócio de compra, como todos fizeram, não na parceria.

Vanicio

Kkkk a melhor maneira de se fazer comercio no mundo dos homens, ministro vc descide , ou vc compra ou vc compra.. agora sim a embraerr vai vender aviao pra todo mundo. Os eua nao oferecem nada, e sim enfiam goela a baixo o que eles querem , doa wuem doer. Kkkkk agora sim entendi como funciona o comercio mundial e porque nos do terceiro mundo nao crescemos como o primeiro . Kkkkk bora crescer embraerr .

rui mendesmendes

Cá não há goela abaixo filho, pois os aviões da TAP, são quase todos AIRBUS, porque quem paga quer, e nesse caso a BOEING nem pia. Aqui quem manda, não é a BOING, mas sim os Portugueses e em segunda linha a UE.

Oiseau de Proie

Se o Brasil aos frangalhos ainda consegue produzir máquinas assim, imagina com uma economia independente..

Coutinho

Jardino? É você?