Como já é amplamente conhecido, o Ministério da Aeronáutica nasceu em plena Segunda Guerra Mundial no dia 20 de janeiro de 1941 e passou a gerir tudo aquilo que dizia respeito à aviação no país.

O “braço armado” no Ministério da Aeronáutica passou a ser a Força Aérea Brasileira (FAB), criada a partir da fusão das aviações da Marinha e do Exército. Sendo assim, a FAB passou então a ser responsável por, dentre diversas outras tarefas, policiar e resguardar o espaço aéreo brasileiro.

Já se vão quase 72 anos desde aqueles dias de pioneirismo. Muita coisa mudou. A Aeronáutica perdeu o status de Ministério, deixou de ter o monopólio das aeronaves de combate (incluindo asas fixas) e passou a dividir responsabilidades com outros órgãos da administração pública federal no gerenciamento da aviação civil.

Mesmo após todo este tempo e com todas estas mudanças, existe uma atividade que ainda pertence à FAB. Ela é, se não a mais importante, uma das principais missões da força e a sua razão de ser: a defesa do espaço aéreo nacional.

No início da década de 1990,  quando o então Ministério da Aeronáutica passou a estudar um substituto para os caças da FAB, o Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) ficou responsável pela definição dos Requisitos Operacionais Preliminares (ROP). O ROP tinha como objetivo definir, em caráter preliminar (como o próprio nome sugere), as características de desempenho em termos qualitativos e quantitativos.

Após a aprovação dos ROP pelo EMAER (1992), passou-se alguns anos até que, em 1996, o Ministério da Aeronáutica encaminhasse os pedidos de informação (RFI – request for information) para um grupo de seis empresas que produziam aeronaves de caça (Dassault, McDonnell Douglas, Lockheed Martin, Consórcio Eurofighter, MAPO-MiG e Saab-BAe).

Portanto, já se vão quase 17 anos desde que o RFI foi emitido para que a força adquirisse um novo caça e praticamente duas décadas desde que o EMAER aprovou os requisitos. Em outras palavras, a Força Aérea já passou praticamente um quarto da sua vida procurando um caça para reequipar suas unidades de primeira linha. O pior de tudo é que não há, no momento, uma luz no fim do túnel para este problema.

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Augusto

Essa notícia espanta, mas o que deixa perplexo mesmo é que são 17 anos para comprar míseros 36 caças. Veja-se: não estamos falando de 17 anos para comprar 108 ou 144 caças, estamos falando de 17 anos para comprar raquíticos 36 (trinta e seis) míseros caças!!! Mas a cereja do bolo é essa: esse governo, que alega não ter condições de comprar 3 dúzias de aviões de guerra em 17 anos, quer fazer parte daquilo que talvez seja a maior organização de controle militar do mundo, que é o Conselho de Segurança da ONU (OTAN tem outras finalidades). Daí eu… Read more »

asbueno

Diga-me o que fazes e direi do que és capaz.

asbueno

Ou incapaz!

Justin Case

Poggio, boa tarde.

Só para precisar sobre os eventos históricos do F-X:
– ROP aprovado pelo EMAER em 25 de novembro de 1992.
– RFI emitido em 12 de agosto de 1996 para as empresas MAPO-MIG, SAAB-BAE, DASSAULT AVIATION, MCDONNELL DOUGLAS, LOCKHEED MARTIN e para o consórcio EUROFIGHTER.
Abraço,

Justin

Franco Ferreira

O editor atirou num ratinho e atingiu um elefante. As expressões “gerir tudo” e “braço armado” que inauguram este texto do nobre editor encerram outra distorção administrativa. O ministério da aeronáutica “geria tudo” da Aviação, inclusive – e declaradamente – a Aviação Civil e a infraestrutura aeronáutica. Em 2000 deixou de comandar sobre a infraestrutura; em 2005, sobre a Aviação Civil. Destes ambos pilares do tripé do Ministério da Aeronáutica, foi afastada – E DEVE FAZÊ-LO, COMPLETAMENTE – sob pena de ser ver rastejando na lama da sanha corrupta que se instalou naqueles dois setores! Limitado que é às coisas… Read more »

Blind Man's Bluff

Impeachement nesses PARASITAS do PT!

maxi47

Governo de esquerda ou governo de direita, eles não dão a minima as forças armadas Brasileiras.

Blind Man's Bluff

Como uma pessoa que dedicou toda a sua vida a paralisar a economia de um país atraves de greves e sindicalismo, poderia liderar a mesma ao progresso?

Impossivel!

IMPEACHEMENT NESSES PARASITAS!

ivanildotavares

Só teremos forças armadas melhor equipadas qualitativa e quantitativamente quando acontecer uma das seguintes situações: 1) Os militares voltarem ao poder neste país. 2) Tivermos um bom número de Deputados Federais e/ou Senadores com alguma familiaridade com assuntos de defesa, que estejam comprometidos com a segurança nacional em todos os níveis, que conheçam os diversos projetos militares em andamento, suspensos, frustrados, etc, e que passem a atuar no Congresso de forma contundente, cobrando responsabilidades quanto ao tema Defesa. Precisam gritar na Câmera e no Senado que “Guerra não avisa”, chega quando menos se espera e, nesse momento, não dá para… Read more »

Vader

Franco Ferreira disse:
13 de dezembro de 2012 às 13:39

Advogo essa tese já há algum tempo. Fico fulo da cara quando leio/assisto/ouço nego chamando a Força Aérea Brasileira de “aeronáutica”.

Pra mim é FAB, Força Aérea Brasileira ou simplesmente Força Aérea. Sem essa de “aeronáutica”, que é coisa que confunde com aeroclube.

Sds.

ivanildotavares

onde escrevi “maiotia”, leia-se “maioria”.

Nick

Se em 1990 a FAB / GF da época tivesse aprovado o EMB MFT-LF não estaríamos lamentando. Infelizmente foi um passo perdido que não tem volta.

Agora, resta torcer que por um milagre a Dona Dilma resolva fechar com o SH ou o Gripen em 2013. Ou ao menos liberar verba para uns 36/48 F-16 C usados.

[]’s

Gilberto Rezende

Ou por milagre a Dona Dilma fechar com o Rafale, Nick ou uns Sukois de Tampão…

Como sempre digo muita histeria pela inação “criminosa” do governo petista malvado no FX-2 mas o KC-390 e o Prosub estão andando…

Baschera

Existe alguma coisa com esete F-X que o impele a fazer sucessivos aniversários sem solução….. o que realmente é eu não sei !!

Falando em “aniversário”….. amanhã (dia 14) é o aniversário da Tia….

Sds.

Mauricio R.

Ivanildotavares,

Magina, eu deixaria a Embraer trancada em um cercadinho, fabricando seus jatos regionais e os jatinhos executivos.
Prá isso, ela ainda serve.
Agora certas aventuras mirabolantes, tipo esse KC-390, que só fez papelão no mercado até agora; mas nem c/ reza braba!!!
Ah e mta repressão, “DOI-CODI” style…
O Brasil precisa acordar e dar a devida atenção a sua aviação de turismo e aos nichos que o duopólio ATR/Bombardier não tem como atender na aviação regional.

ivanildotavares

Beleza Maurício, embora eu não concorde totalmente com as suas opiniões about EMBRAER, as respeito, tanto é assim que você é um dos grandes comentaristas desta Trilogia que eu, particularmente, gostaria de ver como um membro do Congresso Nacional. Com certeza iria trabalhar para melhorar nossa Defesa.
Aproveitando, pode(m) sugerir mais nomes que eu não citei mas que seriam importantes para a Defesa como o Nick, o Franco Ferreira, o Giordani RS, o Fragatamendes, o Ozawa, o Aldoghisofi, e tantos outros.

Abraços

Almeida

Vocês já conhecem o Partido N______

EDITADO: PREZADO ALMEIDA, AQUI NÓS EVITAMOS QUAISQUER MANIFESTAÇÕES POLÍTICO-PARTIDÁRIAS QUE NÃO TENHAM RELAÇÃO COM O TEMA DO POST EM QUESTÃO

fragatamendes

Grande IVANILDO, agradeço imensamente a lembrança do meu nome para defender os interesses das nossas FORÇAS na politica, mas infelizmente como sou um verdadeiro radical, não mudo de opinião a respeito desta cambada que aí está, não conseguiria nada em Brasilia, pois só quem se vende a eles consegue alguma coisa.Um abração do MENDES.

ivanildotavares

Prezado Fragatamendes, Tudo bem, suas palavras estão bem de acordo com a nossa conversa hoje por telefone. Eu sei que não é fácil conseguir alguém que possa e esteja disposto a iniciar na política. Mas temos que tentar. Eu, particularmente, também não preencho requisitos. E ainda tem o problema necessária filiação partidária. Qual partido político escolher? É difícil. Não sei porque mas acho que o Galante deveria encampar essa idéia. Se isso não passa pela cabeça dele, peço que me desculpe desde já. Um outro caminho bastante interessante foi indicado pelo amigo Ozawa, no post sobre a Revista número 6,… Read more »