A Novaer Craft iniciou a fabricação do protótipo da aeronave T-Xc Pilgrim, treinador monomotor, concebido para ser uma alternativa competitiva de substituição do T-25 Universal, usado há mais de 40 anos no treinamento primário de cadetes da Academia da Força Aérea Brasileira (FAB), em Pirassununga (SP).

Desenvolvido na década de 60, o T-25 tem apresentado diversos problemas operacionais que limitam seus voos, além da falta de peças de reposição. A FAB tem 87 aeronaves T-25 em sua frota.

“A nossa expectativa é que quando houver um programa de substituição do T-25 na FAB, poderemos contar com os benefícios da Lei 12.598, que estabelece normas especiais para as compras de produtos e de sistemas de defesa, e cria regras de incentivo às empresas brasileiras na área da defesa”, disse o diretor-presidente da Novaer, Graciliano Campos.

Segundo Campos, a Novaer planeja construir uma fábrica com capacidade para produzir 120 aviões por ano. A Embraer não atua nesse segmento de mercado e o único modelo da empresa com motor a pistão é o avião agrícola Ipanema.

O T-Xc foi construído com R$ 10 milhões em recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e uma contrapartida da empresa no valor de R$ 2,4 milhões. “Desenvolvemos também uma versão civil do T-Xc, o Stardream, o que coloca em prática uma estratégia do governo, que estimula o desenvolvimento de tecnologias de uso dual”, explicou o executivo da Novaer.

Enquanto as encomendas do T-Xc não chegam, a Novaer se dedica à produção do trem de pouso da aeronave militar Super Tucano, fabricada pela Embraer. “A FAB nos encomendou o desenvolvimento de uma versão mais moderna do trem de pouso do Super Tucano, com uma vida útil superior, de 10 mil pousos”, comentou. A versão anterior tinha uma vida útil de 6 mil pousos.

O equipamento já está sendo exportado para os países onde a Embraer vendeu o Super Tucano. Atualmente, nove países operam o Super Tucano, que acumula um total de 182 encomendas, das quais 158 já foram entregues. “Já vendemos entre 10 e 15 conjuntos desse novo trem de pouso”, revelou.

Com esse trem de pouso, a Novaer, comenta Campos, também efetuou o primeiro pagamento de royalties de produto militar na história da FAB, que contratou o desenvolvimento do equipamento. O investimento feito no projeto, segundo o diretor da Novaer, foi de R$ 3 milhões.

FONTE: Valor Econômico, via Notimp

IMAGENS: Novaer

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Marcelo

Novaer? Nunca ouvi falar…é nova até no nome. Mas como vi que fica em SJC, o verdadeiro pólo aeronáutico do Brasil (e não em SBC, como a SAAB pensa…), deve ser boa. Força NOVAER !!!!!!! Não conheço vocês mas acredito em vocÊs!!!!!!!

Guilherme Poggio

Marcelo

Veja no link ao final da matéria. Lá tem alguns posts publicados por nós sobre a Novaer tempos atrás.

Mauricio R.

A FAB já saiu ao mercado, atrás de um ac de treinamento???
Não!!!
Tdo mundo que pensa que é indústria aeronáutica, acha que a FAB tem a obrigação de sancionar seu produto.
E esse aí, ainda pretende se servir da muleta oficial, que é na verdade uma reserva de mercado em tdo, menos no nome.
Interessante a suposta confusão da Saab, pois a Dassault conforme repetidamente noticiado neste blog, tb é dada a mesma confusão.

Marcos

Caro Mauricio R. (R. de revoltado): Outro dia você reclamava que a Embraer só fabrica aviões comerciais e que já estava na hora de termos um outro fabricante nacional. Pois ai está a nova fabricante de aviões, voltada para a área de treinamento. Mais tarde, que sabe, para um caça de 5/6ª geração (rs). Depois, não é que todo mundo pensa que é indústria aeronáutica, as empresas envolvidas são do ramo aeronáutico. E certamente se a empresa aguardar o requerimento da FAB, você também irá reclamar que a empresa não fez o projeto antecipadamente. Se fizer antes, você reclama, se… Read more »

Mauricio R.

Tanto argentinos como colombianos, tem planos de fornecer seus projetos de treinadores p/ a FAB, na esteira das parcerias criadas p/ o inútil do KC-390.
Infelizmente essse “Universal reviseted” está mirando alto demais, melhor fariam testando seu design nos aeroclubes.

No mais, melhor revoltado, que abjeto “baba ovo” da Embraer.

#embraerforadofx2

asbueno

Conheci o Aereo através de um post sobre o T-Xc. Usei o Google para buscar informação e encontrei o post mencionado. Desde então (2009, creio), o acesso é diário.

Marcelo

Marcos disse:
12 de abril de 2012 às 13:04

pois é…conhecem aquela do “é mais fácil criticar do que fazer” ? é né? então…
🙂

asbueno

Tanto para o eventual futuro treinador militar como a aeronave de turismo deveriam ter o motor funcionando com etanol. Talvez dificultasse a exportação, mas seria uma aeronave de operação mais econômica, tanto em relação a manutenção como no consumo e mais segura, uma vez que o motor à álcool na apresenta grande problemas com contaminação por água. Estaria eliminada, por exemplo, a pane de motor na decolagem.

Justin Case

asbueno, boa tarde. Não entendi algumas de suas afirmações. – O etanol tem poder calorífico muito menor do que a gasolina. Como economizar no consumo? – Por que a manutenção seria mais barata se o álcool é mais corrosivo e requer tratamento especial nas partes que têm contato com ele? – Por que estaria “eliminada” a pane de motor na decolagem? Se for drenado o filtro e a linha de gasolina (conforme previsto) também eliminaríamos a possibilidade de pane de motor nos motores com este combustível? – O alcance e a autonomia também não seriam reduzidos com o motor a… Read more »

asbueno

Prezado Justin, Prezado Justin, Sim, o etanol tem poder calorífico menor do que a gasolina. Um motor alcoolizado consome cerca de 30% mais combustível. Confundi-me ao escrever “consumo menor”. Com relação a manutenção mais barata. Não confunda um motor da década de 70, quando os primeiros carros começaram a rodar com álcool, com os atuais. Já tive carros à álcool e os mesmos não demandaram mais manutenção por conta disso. A pane estaria eliminada justamente por ser desnecessário drenar a adorável gasolina com chumbo tetraetila adicionado com o elemento antidetonante. Diga isso aos pilotos que sofrem pane de motor em… Read more »

asbueno

Um link para um trabalho superficial, como escrito no próprio texto:

Emprego do álcool etílico nos motores aeronáuticos alternativos

http://www.ciaar.com.br/EM%20FOCO/2006/av-2/av2-alcool.html

asbueno

Prezado Justin, segue abaixo a resposta do amigo que mencionei anteriormente: “Não entendi algumas de suas afirmações. – O etanol tem poder calorífico muito menor do que a gasolina. Como economizar no consumo? É simples: o litro do etanol hidratado é muito mais barato que a AV-gas (digamos, R$ 2,00 contra R$ 5,00). ——————————————– – Por que a manutenção seria mais barata se o álcool é mais corrosivo e requer tratamento especial nas partes que têm contato com ele? Sim, o etanol hidratado é mais corrosivo, porém, uma vez adaptadas as peças em contato com ele (veja toda a “expertise”… Read more »

asbueno

Aguardando seu feedback Justin.

Justin Case

Opa, asbueno.

Desculpe não ter prosseguido na discussão. Achei que já tínhamos comentado bastante.
Não tenho nada contra o uso de combustíveis alternativos.
Quando for mais econômico, mais seguro, mais adequado utilizá-los, eles dominarão o mercado e deixarão de ser “alternativos”. Não me arrisco a fazer previsões.
Abraço,

Justin

Justin Case

Ah!

Sobre o treinador primário, creio que esteja surgindo uma preferência para que seja utilizado turboélice, justamente para poder utilizar o querosene.
Já existem algumas soluções nessa direção (vide Grob).
Abraço,

Justin

asbueno

Desculpe Justin, não quis incomodar.

De fato, o querosene é uma outra alternativa. Se não me engano o querosene pode, também, ser usado em motores alternativos. Seria um motor tipo Wankel.

Valeu pelo papo.

Justin Case

Não há por que se desculpar, Asbueno.
É sempre um prazer para mim discutir esses assuntos, dar meus palpites e aprender também.
Às vezes falta tempo.
Abraço,

Justin

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