Os T-38 Talon, F-5A/B Freedom Fighter e F-5E e F-5F Tiger II são parte de uma família amplamente utilizada de jatos leves supersônicos, projetados e construídos pela Northrop dos Estados Unidos, começando no final de 1959. Centenas permanecem em serviço em forças aéreas de todo o mundo e ainda deverão continuar operando nas primeiras décadas do século 21. Outro membro da família, o F-20 Tigershark, não seguiu adiante, embora tenha sido um avião de combate formidável.

O F-5 começou sua vida como um caça financiado pela iniciativa privada, num programa da Northrop na década de 1950. A primeira geração do F-5A Freedom Fighter entrou em serviço em 1960. Mais de 800 foram produzidos até 1972 para os aliados dos EUA, durante a Guerra Fria. A USAF não tinha qualquer necessidade de um caça leve, mas precisava de um treinador supersônico, que se materializou no T-38 Talon, dos quais quase 1.187 foram produzidos.

Sua segunda geração, o F-5E Tiger II, também foi usada durante a Guerra Fria pelos aliados americanos e, em quantidades limitadas, pela aviação militar dos EUA, como agressor/adversário em treinamento de combate aéreo; a produção do Tiger II chegou a 1.400 unidades, terminando sua produção em 1987.

Muitos F-5s continuam em serviço, tendo sido submetidos a uma ampla variedade de programas de upgrade, para acompanhar a evolução do combate aéreo. O F-5 também tem uma versão dedicada à missões de reconhecimento, a RF-5 Tigereye.
Os F-5N/F variantes também permanecem em serviço na Marinha dos Estados Unidos e no USMC, como adversário/agressor.

A Northrop fabricou 792 F-5Es, 140 F-5Fs e 12 RF-5Es, além de licenciar outros países para produzí-lo: 56 F-5Es e -Fs, mais 5 RF-5Es foram montados na Malásia, 90 F-5E/Fs na Suíça, 68 na Coréia do Sul e 308 em Taiwan.

Em combate

Em outubro de 1965 a USAF começou a avaliação de 5 meses em combate com o F-5A, num programa batizado Skoshi Tiger. 12 caças foram entregues ao 4503rd Tactical Fighter Wing e redesignados F-5C.

Eles voaram 3.500 sortidas no Vietnã sob a 3rd Tactical Fighter Wing, com duas aeronaves perdidas. O programa, que tinha um objetivo mais político do que técnico, foi declarado um sucesso.

A Força Aérea Imperial do Irã tornou-se um dos maiores operadores do F-5, recebendo muitas aeronaves nas décadas de 1960 e 70. Foram 104 F-5A e 23 F-5B em 1972.
De 1974 a 1976, o Irã também recebeu 166 F-5E/F e 15 RF-5E. Depois da revolução, a Força Aérea da República Islâmica do Irã conseguiu manter seus F-5 voando, com peças obtidas de outros países e, depois, produzidas localmente. (Atualmente, o Irã produz sua versão local do F-5, o “Saegeh“).

Durante a Guerra com o Iraque na década de 1980, os F-5s estiveram muito envolvidos, em missões ar-ar e ar-superfície. F-5s iranianos travaram muitos combates aéreos com caças iraquianos MiG-21, MiG-23, MiG-25, Su-20/22, Mirage F-1 e Super Étendards, obtendo muitas vitórias.

Entretanto, os registros de combate não são conhecidos, com diferentes resultados de fontes iraquianas, iranianas, russas e ocidentais.

Mas pode-se afirmar que, nos primeiros anos, as vitórias penderam para o F-5, graças à melhor tecnologia dos mísseis IR americanos, e mais tarde, a diferença caiu, com a obtenção de melhores mísseis e aeronaves pelo Iraque.

Em 1977, 2 caças F-5E da Etiópia teriam derrubado dois MiG-21MF da Somália e provocado o choque em vôo em outros dois MiGs, que tentaram escapar de um míssil AIM-9B. Entretanto, três F-5 etíopes foram derrubados por fogo antiaéreo em missões de ataque na Somália.

A Arábia Saudita, outro grande operador do F-5, empregou a aeronave na Guerra do Golfo em muitas missões em 1991, perdendo uma aeronave para o fogo antiaéreo.

 

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Vassily Zaitsev

Parabéns a toda família F-5. Ainda o veremos por uns 15/20 anos nas fileiras da FAB.

paulo costa

Em boa a hora do upgrade de avionicos,estrutural,e doutrinario
na FAB,pois ainda é um caça bom,e barato,nos dias de hoje.

Wolfpack

Sem comentários, valeu o dia de domingo, fantástica as fotos…
As linhas do F5E Tiger II continuam atuais até os dias de hoje. E sua capacidade no combate aéreo contemporâneo, com as suites de aviônicos e armas corretas podem colocar caças de última geração em problemas.

camarada

Os F5 foram usados durante o Vietnã para neutralizar a ameaça dos caças russos MIG 21.Durante um ataque a posições norte-vietnamitas desencadeado no dia 10 de março de 67,e com um par de caças MIG-21 se aproximando rapidamente, Dethlefsen e Gilroy (tripulantes do F5)Lançam o primeiro míssil Shrike contra uma bateria de mísseis terra-ar SAM-2.Dispondo de uma ogiva bastante reduzida, os danos que um AGM-45 poderia causar eram relativamente pequeno-geralmente esfacelando a antena do radar FAN SONG.Pouco, mas o suficiente para neutralizar o uso dos mísseis SAM-2.Os F5 são como o fusca de hoje:são velhos mais são elegantes.Modernizados, os bicudos… Read more »

kaleu

Parabéns pelas lindas fotos!

Tbm Linda a pintura do Bicudo da USAF… e modernizados ainda são capazes de causar “dor de cabeça” a vetores de outras gerações

abraços
Kaleu

Wolfpack

Observem a disposição organizada dos instrumentos e compare com caças da mesma época Russos MIG 21 e Britânicos Lightning F.3. Desenho limpo.

Mauricio R.

Xí, nada a ver era saco de pancada do Mirage F-1 na guerra Irã-Iraque.

Nunão

Na “cutaway” simplificada no final da matéria dá pra perceber a beleza de um design ao mesmo tempo simples e genial. Comparando com os raios x de aeronaves da mesma época, dá pra ver como o já F-5 utilizava propulsores de muito menor comprimento, ocupando muito menos espaço da fuselagem em relação a outros projetos (por contingência das limitações de propulsores disponíveis quando do projeto do F-5, mas mesmo assim, é digno de nota). Mudando de aeronave mas não de assunto, acho que um dos motivos de gostar do Gripen é também pela simplicidade e genialidade de detalhes de seu… Read more »

Israel

Ainda me pergunto por que tem gente que tenta dizer que o F-5 é um avião bom. Pode até ter sido, e na melhor das hipóteses “serve para o gasto”. Se fosse bom os EUA usavam f-5 e não f-16. O negócio é oo seguinte, empregar uma nova aeronave é muito, mas muito caro, e modernizar um avião como o F-5 não é por que é bom, mas por que é barato e ainda mantém-se o efetivo e a doutrina. O avião é um lixo nos dias de hoje, e sempre foi de segunda ou terceira linha. Sejemos realistas, até… Read more »

Hornet

Uma dúvida cruel que me percegue há anos e talvez alguém aqui possa me esclarecer: Por que o F-5 tem um gancho de parada para Porta-aviões? Ou aquilo não é um gancho de parada? Alguma vez ele foi pensado pra equipar a US Navy, ou outra marinha? De qualquer modo, com gancho ou sem gancho, ainda acho o F-5 um aviãozinho porreta…os nossos F-5 M que o digam, pois quando o recheio do bolo é bom, não importa muito a cobertura…ainda mais nos dias de hoje, onde o que conta é a tecnologia embarcada e o sistema de armas utilizado,… Read more »

Hornet

ops!…é persegue, do verbo perseguir, e não “percegue”…é a pressa em escrever somada com o analfabetismo…rs.

Galante

Hornet, aquele gancho no F-5 é para usar o sistema de cabos de retenção em pistas curtas, não serve para porta-aviões, até porque, o F-5 não tem trem de pouso reforçado para isso.
Um abraço…

Hornet

Obrigado, Galante. Vc me tirou uma dúvida de vários anos. Thanks.

Nunão

Hornet, só completando o que disse o Galante, esse tipo de gancho se vê em diversos outros modelos de caças terrestres, não só nos F-5. De qualquer forma, o que vc falou sobre US Navy não está de todo errado, embora o gancho dos F-5 como o conhecemos não tenha nada a ver com isso. No início, os primeiros esboços da Northrop contemplavam a possibilidade de oferecer à US Navy um caça leve com capacidade para operar em seus pequenos porta-aviões de escolta, “sobras” da II GM. A idéia não foi adiante, mas o projeto evoluiu bastante depois disso para… Read more »

marujo

Bicudo, um nome carinhoso que foi arrumado pela turma aqui do blog, poderia ser adotado oficialnmente para o avião depois de modernizado. Quando tem um nome, o avião cai mais facilmente no gosto e na imaginação popular.Israel arranja nomes para todos os aviões que compra dos Eua, diferentes até para versões do mesmo avião.

Hornet

Valeu, Nunão! pelo complemento.

abraços

welington

Galera, pensem pelo lado bom, não temos os melhores caças do mundo, mas, temos os melhores F-5 do mundo…. É fod… rsrsrs.

Cinquini

Lindos Bicudos!
Não é por ser usado pelo Brasil não, mas eu acho esse avião muito lindo!

Abração e parabéns!

Nunão

Marujo, bicudo já é apelido do F-5 na FAB faz tempo… Abs!

rodrigo rauta

Parabens a toda familia F-5!!
Sempre fui fã desse lindo caça…uma pena que em breve eles vão nos deixar…se bem que será um breve demorado….

joaquim

Acho bonitas essa fotos da decada dos anos de 1960 e 1970….alguem aqui foi no I Salão Aeroespacial no Brasil em 1973?
Poi é…eu não fui…..nem era nascido…rs… 😛

airacobra

galante, o f-5 realmente não foi feito para porta aviões, nem seu trem de pouso foi feito para aguentar o tranco de pousos no convôo, mas não podemos esquecer que durante a retirada do vietnan, o convoo do uss midway ficou abarrotado de f-5 e a-37, como tambem de h-1h que pousaram nele fugindo do veitnan, em que no caso muitos aviões e helicopteros foram alijados para abrir espaço para outros pousarem, enquanto as aeronaves organicas foram todas para o hangar, incluindo ate o pouso de um civil num cessna no mesmo NAe, essa reportagem saiu na “asas” que conta… Read more »

airacobra

ih me desculpem a poluição visual, poderia ter mandado só isso

http://www.militaryphotos.net/forums/showthread.php?t=138080

Nelson Lima

Quem fala mal do F5 não lê os artigos sobre o deesempenho dele em operações de guerra, mesmo nas versões não modernizadas.

Luciano Baqueiro

Olá amigos, desde ontem postei um comentário, mas até agora não o vi publicado, não sei o motivo, mas isto já ocorreu outras vezes. Bem o que eu colocava era uma dúvida : li, há muito tempo, que o F-5 era uma caso curioso, pois é um caça que surgiu de um treionador ( T-38 ), mas neste post fala o contrário. Afinal quem surgiu primeiro o F-5 ou o T-38 ?

Galante

Airacobra, os F-5 não pousaram no USS Midway, eles foram colocados nele com guindastes.

Corsario-DF

Correto Galante, ele foram “retirados” do Vietnã, lembrando que muitos outros aparelhos (aviões, helicópteros) simplesmente foram jogados no mar.

Ótimas Fotos, desse espetacular caça. Pena que também acho que o tempo dele já passou, mesmo modernizado.

Sds.

airacobra

galante,

outro caso quanto ao f-5 é uma diferença entre alguns modelos da ersão E que sempre me intrigou, é quanto a barbatana na base da deriva do leme que alguns possuem e outros não, tendo somente uma suave curvatura ao inves da barbatana

airacobra

abaixo tem imagem dos dois modelos de E e uma coisa q sempre me liguei é que os com barbatana sempre concentravam no 1 gavca e os sem no 1/14

http://www.ipmspoa.com.br/artigos/artigo17/f5/fab_6.jpg
http://www.ipmspoa.com.br/artigos/artigo17/f5/perfil_f-5esentaapuafinal.jpg

Galante

Airacobra, a barbatana adicional nos primeiros F-5E da FAB é por causa de uma antena de VHF. Os F-5E que vieram mais tarde usados da USAF, não tinham a antena.

airacobra

obrigado pelas informações

Arno

Meu instrumento de trabalho durante 922 horas. O melhor caça onde pude algum dia sentar meu sensor. Já experimentei vários, como MIG-21, SU-35, KFIR, CH-1 e F-16. Sinceramente, mutatis mutandis, o Tigrão é fora de série. Lendo sobre o F-20 dá para entender o que seria nossa FAB com o Shark. Pequena que nunca tivemos peito para tentar produzir o F-5 ou o F-20 aqui. Bastaria uma compra de 160 unidades de qualquer um dos dois. E essa é a quantidade mínima necessária para alguma eficiência em defesa aérea, sem pensar em qualquer projeção sobre outros teatros. Aos que não… Read more »

[…] principal vetor de defesa aérea da FAB é o F-5M (Mike), que é o famoso Northrop F-5E Tiger II modernizado pela Embraer, com aviônicos israelenses da Elbit. O F-5E ganhou uma sobrevida […]

[…] pela Northrop para exportação. Seu desenvolvimento começou em 1975 como uma evolução do F-5E Tiger II, dotado de um só motor (o mesmo do F/A-18), aviônica digital e um novo radar multimodo. Comparado […]

vlamir luiz batista

Northrop F5E TIGER II o mais belo caça supersonico já construido.

[…] T-38 é da mesma “família” do F-5, cuja história já foi objeto de matéria do Blog (clique aqui para […]

Edmar

Caros Amigos.:

Depois da modernização dos “F-5M” da FAB, estes aviões ganharam um folego de vida que vai até 2020.

Em treinamentos no “Red Flag” nos EUA, os nossos “F-5M Modernizados” conseguiram abater alguns “F-15 Eagle”, “F-16 Falcon” e os “F/A 18E Super Hornet”.., e ainda, eles estavam sem ajuda dos aviões “R-99”.

[…] é um autêntico Northrop F-5E Tiger II modificado para ensaios em voo supersônico da […]

trackback

[…] Northrop F-5E Tiger II foi o segundo caça supersônico da FAB, o Mirage IIIEBR foi o […]

Vassily Zaitsev

Parabéns a toda família F-5. Ainda o veremos por uns 15/20 anos nas fileiras da FAB.

paulo costa

Em boa a hora do upgrade de avionicos,estrutural,e doutrinario
na FAB,pois ainda é um caça bom,e barato,nos dias de hoje.

Wolfpack

Sem comentários, valeu o dia de domingo, fantástica as fotos…
As linhas do F5E Tiger II continuam atuais até os dias de hoje. E sua capacidade no combate aéreo contemporâneo, com as suites de aviônicos e armas corretas podem colocar caças de última geração em problemas.

camarada

Os F5 foram usados durante o Vietnã para neutralizar a ameaça dos caças russos MIG 21.Durante um ataque a posições norte-vietnamitas desencadeado no dia 10 de março de 67,e com um par de caças MIG-21 se aproximando rapidamente, Dethlefsen e Gilroy (tripulantes do F5)Lançam o primeiro míssil Shrike contra uma bateria de mísseis terra-ar SAM-2.Dispondo de uma ogiva bastante reduzida, os danos que um AGM-45 poderia causar eram relativamente pequeno-geralmente esfacelando a antena do radar FAN SONG.Pouco, mas o suficiente para neutralizar o uso dos mísseis SAM-2.Os F5 são como o fusca de hoje:são velhos mais são elegantes.Modernizados, os bicudos… Read more »

kaleu

Parabéns pelas lindas fotos!

Tbm Linda a pintura do Bicudo da USAF… e modernizados ainda são capazes de causar “dor de cabeça” a vetores de outras gerações

abraços
Kaleu

Wolfpack

Observem a disposição organizada dos instrumentos e compare com caças da mesma época Russos MIG 21 e Britânicos Lightning F.3. Desenho limpo.

Mauricio R.

Xí, nada a ver era saco de pancada do Mirage F-1 na guerra Irã-Iraque.

Nunão

Na “cutaway” simplificada no final da matéria dá pra perceber a beleza de um design ao mesmo tempo simples e genial. Comparando com os raios x de aeronaves da mesma época, dá pra ver como o já F-5 utilizava propulsores de muito menor comprimento, ocupando muito menos espaço da fuselagem em relação a outros projetos (por contingência das limitações de propulsores disponíveis quando do projeto do F-5, mas mesmo assim, é digno de nota). Mudando de aeronave mas não de assunto, acho que um dos motivos de gostar do Gripen é também pela simplicidade e genialidade de detalhes de seu… Read more »

Israel

Ainda me pergunto por que tem gente que tenta dizer que o F-5 é um avião bom. Pode até ter sido, e na melhor das hipóteses “serve para o gasto”. Se fosse bom os EUA usavam f-5 e não f-16. O negócio é oo seguinte, empregar uma nova aeronave é muito, mas muito caro, e modernizar um avião como o F-5 não é por que é bom, mas por que é barato e ainda mantém-se o efetivo e a doutrina. O avião é um lixo nos dias de hoje, e sempre foi de segunda ou terceira linha. Sejemos realistas, até… Read more »

Hornet

Uma dúvida cruel que me percegue há anos e talvez alguém aqui possa me esclarecer: Por que o F-5 tem um gancho de parada para Porta-aviões? Ou aquilo não é um gancho de parada? Alguma vez ele foi pensado pra equipar a US Navy, ou outra marinha? De qualquer modo, com gancho ou sem gancho, ainda acho o F-5 um aviãozinho porreta…os nossos F-5 M que o digam, pois quando o recheio do bolo é bom, não importa muito a cobertura…ainda mais nos dias de hoje, onde o que conta é a tecnologia embarcada e o sistema de armas utilizado,… Read more »

Hornet

ops!…é persegue, do verbo perseguir, e não “percegue”…é a pressa em escrever somada com o analfabetismo…rs.