Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, da Força Aérea Brasileira, iniciou a “Operação Tererê” com instrumentação de alto nível em aeronave SC-105, de busca e salvamento, dotada de sonda para REVO – reabastecimento em voo

Na última segunda-feira (18 de setembro) o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) divulgou nota sobre o início da “Operação Tererê”. O objetivo da operação, segundo o DCTA, é “realizar ensaios do sistema de reabastecimento em voo (REVO) da aeronave KC-390 Millennium para a aeronave de busca e salvamento SC-105.” A atividade é coordenada pelo Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV) e a operação teve início no dia 11 deste mês.

Mas antes de seguir com a notícia, um lembrete:
Prefere se informar por vídeo? Veja esta matéria no YouTube:

Prosseguindo com a notícia:

Como se pode ver na foto de abertura desta matéria, a aeronave SC-105 da FAB (Força Aérea Brasileira) é dotada de sonda (probe) de reabastecimento em voo. Segundo a nota, a obtenção da qualificação de REVO com o par KC-390 / SC-105 precisa passar por ensaios para “compreender profundamente o comportamento da SC-105 quando exposta à esteira de turbulência de um jato”, como é o caso do KC-390 da imagem abaixo (fotografado no ano passado, e aqui em caráter meramente ilustrativo).

KC-390 fotografado em evento da AFA em 2022

Primeiro Hercules, depois KC-390

Inicialmente, porém, os ensaios serão feitos com o turboélice KC-130H Hércules, que tem menos efeito de esteira, numa técnica que o departamento chama de “aproximação gradual”.

Todo o processo demanda a instalação de sensores nas aeronaves envolvidas, fase que o DCTA ilustrou na sua nota com imagens (abaixo) dos trabalhos em realização, uma das quais identifica a aeronave recebedora com a matrícula 6551.

Trata-se do mesmo avião que aparece na foto de abertura, do Poder Aéreo, e também nas imagem de encerramento desta matéria (todas capturadas em evento aeronáutico realizado em 2022 na Academia da Força Aérea – AFA – em Pirassununga). Para mais detalhes sobre o SC-105 dotado da capacidade de ser reabastecido em voo, acesse link de matéria do ano passado, ao final desta.

SC-105 FAB 6551 em foto divulgada pelo DCTA

Com os sensores instalados, o DCTA informa que poderá ser feita uma “meticulosa coleta de dados”, registrando “informações técnicas vitais”. O avião SC-105 Amazonas matrícula 6551 é um dos três exemplares do tipo que equipam o 2º/10º GAV (Esquadrão Pelicano), baseado em Campo Grande (MS), cuja missão principal é Busca e Salvamento (SAR).

Inovações no trabalho de instrumentação

O IPEV, que coordena a atividade, também aproveitou a ocasião para implementar inovações em sua instrumentação de ensaios. No caso, trata-se da “derivação de parâmetros de barramento Arinc 429”. Segundo a nota, isso representa um significativo avanço no trabalho de manipular e analisar os dados cruciais. Também estão sendo instalados  extensômetros na aeronave recebedora, com o objetivo de registrar os esforços estruturais em pontos diversos da mesma.

Há outras inovações nesta operação: introdução da arquitetura Master-Slave, para coordenação e controle da comunicação entre múltiplos sistemas de aquisição de dados, o que implica vencer dificuldades para passar cabos  entre seções pressurizadas e não pressurizadas da aeronave; medição das forças aplicadas pelos pilotos em comandos do tipo yoke (manche específico para aeronaves de transporte);  lançamento de um aplicativo para visualização de dados em tempo real.

SC-105 da FAB em trabalho de instrumentação – foto DCTA

Profissionais de destaque

A nota destacou as participações de alguns dos profissionais envolvidos, tanto militares quanto civis:  o chefe da Subdivisão de Análises Estruturais, major engenheiro Daniel Ferreira Vieira de Mattos, e o servidor civil Milton Fernandes Garcia de Mello, cujas experiências “foram cruciais para o sucesso inicial da operação”; o 1S André Lourenço da Silva, desenvolvedor do aplicativo mencionado acima; o servidor civil Wagner de Oliveira Lima.

Segundo o 1S André Silva, o aplicativo promete “revolucionar a forma como os dados são visualizados e interpretados”, o que permitirá melhorar a consciência situacional e a segurança de voo na operação Tererê.

Ainda segundo o DCTA, o atuação do IPEV na instalação independente dos extensômetros evidencia o investimento da FAB em capacitar técnicos militares e civis.

O chefe da Engenharia de Instrumentação e da Seção de Operações de Instrumentação, capitão engenheiro Túlio Araújo Medeiros de Brito afirmou a esse respeito: “Este progresso denota uma era de mais autonomia tecnológica, beneficiando diretamente o Brasil. O compromisso contínuo do IPEV com a vanguarda da inovação e a busca pela excelência e rigor científico são reafirmados por meio desses avanços, com uma perspectiva otimista para futuros desenvolvimentos revolucionários baseados na rica experiência e expertise técnica acumulada nos Ensaios em Voo”.

Nas duas imagens acima, SC-105 matrícula FAB 6551 fotografado em evento da AFA em 2022

VEJA TAMBÉM:

REVO se expandindo pela FAB

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Clésio Luiz

A pintura está surpreendentemente desgastada para uma aeronave que chegou na FAB a apenas 5/6 anos.

Ou isso é normal para aeronaves que não tem hangaretes para proteger to sol?

Camargoer.

Olá Clesio. O sol no Brasil é impiedoso. Talvez seja preciso reavaliar a pintura camuflada em toda a frota. Talvez seja razoável pensar em aplicar aquela pintura cinza brilhante adotada nos R99 modernizados, ao menos em parte da frota. Os F39 já adotaram o padrão cinza.

BK117

Caro Camargoer, no caso do FAB6551 deve haver algo errado. O 6550, recebido dois anos antes, ainda está com a pintura mais ou menos integra (com alguns pontos de degradação). É claro, depende do quando cada aeronave ficou exposta, mas não deixa de ser curioso.
No link foto do 6550 em maio no Jetphotos:
FAB6550 | Airbus SC-105 Amazonas | Brazil – Air Force | Juan Manuel Temoche | JetPhotos

BK117

Edit: só ressaltando que não sei se o 6550 foi repintado. Se alguém souber, agradeço a informação.

Santamariense

BK , o 6550 passou por revisão no PAMA/SP, tendo recebido nova pintura. Só não me pergunta o motivo de a região ao redor da sonda de reabastecimento não ter sido pintada, ostentando ainda a pintura antiga, queimada. Não sei de um motivo para isso…mas, prefiro crer que haja um.

BK117

Agradeço a informação, caro Santamariense!
Se bem me lembro a instalação da sonda no 6550 foi recente, talvez tenha algo a ver com isso.

Santamariense

Ah, bem lembrado. Pode ser, sim.

rommelqe

Caro BK117 e Flanker, acredito que foi instalado um componente sobressalente no 6550 que constitui a sonda propriamente dita e toda a parte da fuselagem ao seu redor – esse sobressalente deve ser oriundo do proprio conjunto comprado para evetualmente atender o 6551. Digo isto porque ate onde me lembro somente o 6551 era originalmente dotado com sonda e a compra, acertada, deste sobressalente, deve-se, acredito, porque este componente logicamente esta sujeito a danos devidos a impactos em reabastecimentos. Vejam que o setor onde fica inserido o tubo condutor da sonda se extende ate a raiz da asa, e sua… Read more »

BK117

Agradeço, caro Nunão! Dá um pouco de dó ver essas aeronaves assim, espero que construam algum hangar de alerta pra elas. Mas tudo bem, imagino que não afete em nada a operacionalidade delas.

Koprowski

Concordo, mesmo que no caso da pintura não influencie na operacionalidade, mas os equipamentos eletrônicos, muitos deles sensíveis ao calor elevado do local, bem como a estrutura das aeronaves. Acredito que hangaretes às preservariam melhor, bem como a própria pintura que, assim como eu, muitos concordam que pintura desbotada aparenta aeronaves velhas e desgastadas.

Camargoer.

Acredito que o maior avião seja um B25 Mitchell.

Underground

Em baixo, dois Beech 17.
Em cima, direita, FW 58: tem um no Musal.

Leandro Costa

Só existe esse do MUSAL. Acho que ainda não encontraram mais nenhum Fw-58. Inclusive esse Weihe foi montado aqui para a Aviação Naval.

Leandro Costa

Agora que ampliei a foto. Tem dois Staggerwing!

*** ZIP ***
* FAP * FAP * FAP *FAP…

Ahhhh…. ô avião lindo!

Leandro Costa

Acho que tem uns três Stearman, uns cinco Vultee BT-13 (eu acho), dois Norseman e um biplano que ainda não consegui identificar direito, entre um Norseman e as belezuras dos Staggerwing.

Leandro Costa

É o famigerado Vought Corsair, Roberto?

Leandro Costa

Obg pela info. Ainda tentando lembrar do avião civil. Vou ter mais sorte depois que eu terminar o trabalho.

Leandro Costa

Wilco, Nunão. Lamento, foi realmente difícil de resistir.

Leandro Costa

Último post que farei sobre isso Roberto, senão me puxam a orelha. Mas o Reliant é uma belezinha.

Aliás, dica para os amantes de aviação clássica é checarem o canal do Mike Machat no youtube. o ‘Celebrating Aviation with Mike Machat’ que é muito bom, e claro, cheio de aviation art.

Santamariense

Segundo já li em outro site, a tinta com que os 3 SC-105 vieram da Espanha é menos resistente que a tinta nacional. O 6550 já passou por revisão parque, tendo sido repintada (com exceção da área ao redor da sonda REVO – não sei o motivo). O 6551 e o 6552 também serão repintados qdo passarem por revisão geral.

Koprowski

Li a mesma informação, onde a qualidade das tintas utilizadas neles, pelo fabricante, possuem menos qualidade do que as tintas que estão sendo constantemente aprimoradas pela FAB para este tipo de camuflagem.

Santamariense

Exatamente.

Koprowski

Em se tratando de Esquadrão Pelicano, sempre tive a dúvida da não utilização das faixas cor laranja com a sigla SAR na fuselagem dos helicópteros, tanto os antigos H-1H Iroquois qto os atuais H-60L Blackhawk.

Groosp

Já tivemos Hércules brancos.
comment image

Flying Outside

EDITADO:
COMENTÁRIO BLOQUEADO DEVIDO AO USO DE MÚLTIPLOS NOMES DE USUÁRIO.

Overandout

As vezes tenho a impressao que a FAB seja a forca mais seria e profissional dentre as tres. Seguida do EB e por ultimo, com um verdadeiro MAR de distancia, a MB.

Parabens! Lindo de se ver

Camargoer.

Caro. Infelizmente, discordo. A MB teve o mais bem sucedido programa de pesquisas entre as três forças, que resultou na capacidade em escala industrial do país de enriquecer urânio. Por outro lado, há um histórico de sucesso entre a FAB e a Embraer que merece destaque. Por outro lado, as forças armadas brasileiras, de modo geral, são perdulárias e anacrônicas, isso ficou bem claro ao longo dos anos recentes. É preciso uma ampla reforma militar.

Rinaldo Nery

E como seria, exatamente? Dá uma defesa de tese.

Camargoer.

Olá Rinaldo. Como toda grande reforma institucional, é um processo que precisa de amplo debate e participação de todos os setores sociais. Não pode ser restrita apenas ao setor militar. Até hoje, os militares tiveram quase que a exclusividade desta discussão. É preciso mudar. Sabemos que o atual modelo militar é financeiramente insustentável a médio e longo prazo. De todos os setores da administração pública, o setor militar é o único que gasta mais com pessoal inativo que com pessoal ativo. Isso mostra que existe a necessidade de uma revisão do modelo previdenciário. Outro ponto que pouca gente discute, mas… Read more »

Camargoer.

Ok. È sempre a preocupação de ocupar o menor espaço possível. Valeu pela paciência. Se puder editar e inserir os parágrafos, fique á vontade.

Rinaldo Nery

Não houve nada de “tentativa de golpe”. Isso é uma narrativa da imprensa e da esquerda. E não fale do 08 de Janeiro, pois não existe golpe sem armas nem sem FFAA. Mas, exceto o presidente do STM, vários oficiais generais (todos os postos e Forças) odeiam o ladrão. Não há nada que possam fazer pra mudar isso.

Camargoer.

Olá Nunão. O Rinaldo perguntou minha visão sobre qual seriam os pontos para uma discussão sobre uma reforma militar. Era só isso.

Rinaldo Nery

Concordo. A narrativa é mto chata mesmo.

Camargoer.

Caro Rinaldo. Meu comentário nesta matéria foi que é preciso uma ampla reforma do sistema militar que passa por problemas previdenciários, baixo investimento em tecnologia, sub-financiamento da MB e da FAB para a tarefa de defesa aérea e de negação do mar, baixa integração dos meios entre as três forças, como pontos gerais. A politização de parte dos oficiais da ativa nos anos recentes é um fato que precisa ser debatido porque é prejudicial para as forças, assim como é preciso discutir a participação das forças armadas nas atividades de segurança pública. Acho que todos aqui desprezam ladrões, sejam aqueles… Read more »

Rinaldo Nery

Bem interessante. Muito espaço interno (mais que no C-130) e uma aviônica fantástica. E o fato de ser uma aeronave à reação faz uma grande diferença. 01:25h de vôo de São José até Anápolis no FL370. Excelente pressurização. E o Operações do 1° GTT é Guardião, serviu no 2°/6°. Mas aqui no celular não consigo postar fotos.

Matheus

KC não passa do FL360.

Rinaldo Nery

Tem razão. Estávamos no FL360.

Rinaldo Nery

Não prestei atenção ao fuel flow.

Juarez

Cel Neri, me mata uma curiosidade:
Como eles conseguiram o FOC do KC sem um pouso na Antártida?

Rinaldo Nery

Faz parte do requisito inicial? Não sei.

Marcelo

______

COMENTÁRIO APAGADO. AVISOS FORAM DADOS.

6 – Mantenha-se o máximo possível no tema da matéria, para o assunto não se desviar para temas totalmente desconectados do foco da discussão;

https://www.aereo.jor.br/home/regras-de-conduta-para-comentarios/

Underground

O Estado brasileiro é perdulário. É uma questão cultural. Vide as universidades públicas, que chegam a custar três vezes mais que a das universidades privadas.

Camargoer.

Caro. O custo de um estudante em uma universidade pública é da ordem de R$ 25 mil por ano. Então, é preciso avaliar duas coisas. 1. quais os cursos que estão sendo comparados e 2. qual é a capacitação dos professores. Explico. Se uma faculdade privada oferece cursos nos quais demandam menos infraestrutura (por exemplo, direito, pedagogia, história, etc) do que cursos que demandam mais infraestrutura de laboratórios (por exemplo engenharias) ou que usam infraestrutura de modo intensivo (medicina, enfermagem, odontologia, química), os custos médios são diferentes. Outro aspecto é a capacitação do corpo docentes (professore com graduação ou com… Read more »

Neto

Prezado, essa é uma comparação complicada. As diferentes idiossincrasias entre o ensino Superior Público/Federal/Estadual e Privado não possibilitam o comparativo simplista. . Concordo que nosso paternalismo e sistema burocrático precisam de uma renovação cultural e processual. Isso atinge o poder público – executivo, legislativo e judiciário, bem como todas as esferas do serviço público (incluindo o militar). . A comparação Universidade Pública x Privada precisa de exemplos expressos para ponto de partida. . Exemplo: Na UFPE existe o curso de Geologia/Topografia. Meu conhecimento sobre o curso é defasado. Mas em 2004/5 formavam-se de 1 a 4 geólogos por ano, de… Read more »

André G.

Gostaria de receber os dados que instituições gastam com pesquisa para poder comparar realmente. Sem isso é impossível uma comparação séria.

Camargoer.

Olá André. Os gastos com pesquisa nas universidades tem várias origens. A primeira é a CAPES, que financia os gastos dos programas de pós-graduação (menos salários) e uma parte das bolsas. Outra fonte é o CNPq que banca uma parte do custeio das pesquisas e também bolsas de estudo, inclusive de graduação. Outra fonte são as agências estaduais, como FAPESP, além da FINEP, Embrapii e os convênios de extensão com empresas. O orçamento das universidades cobrem os gastos de energia, água e manutenção dos prédios. Os salários dos pesquisadores é todo bancado pelo orçamento da universidade. Há algum tempo, eu… Read more »

Aéreo

Você esta comparando banana com goiaba.

BK117

Segundo a nota, a obtenção da qualificação de REVO com o par KC-390 / SC-105 precisa passar por ensaios para “compreender profundamente o comportamento da SC-105 quando exposta à esteira de turbulência de um jato” Se há essa preocupação com um turboélice do tamanho do SC-295, imagino que ainda vão fazer muitos testes antes de reabastecer um H-225. Inicialmente, porém, os ensaios serão feitos com o turboélice KC-130H Hércules, que tem menos efeito de esteira, numa técnica que o departamento chama de “aproximação gradual”. Tenho visto esses dias o FAB2462 “BARAO62” voando em padrão de REVO no litoral do Rio… Read more »

Bueno

Acho que o FAB2462 Deslocara para  Campo Grande, Junto com um KC390..
vamos acompanhar!

Bueno

Você esta correto

O FAB6551 Em voo no RJ do dia 19/09/2023 ao dia 22 , tem voos no mesmo horário que o FAB2462

https://www.flightradar24.com/data/aircraft/fab6551#322343c4

https://www.flightradar24.com/data/aircraft/fab2462#321eb5b8

BK117

Bingo!

Frederick

Se há essa preocupação com um turboélice do tamanho do SC-295, imagino que ainda vão fazer muitos testes antes de reabastecer um H-225.

Não necessariamente. São ensaios diferentes, com comportamentos diferentes. A complexidade patente reside no fato de ser um aparelho de asas rotativas; com sua velocidade, altitude de REVO, movimentos de seu eixo, etc.

Frederick

Precisamente, Nunão. E, como os ensaios são totalmente diferentes, o do Caracal pode iniciar no primeiro dia útil depois da conclusão do SC-285, se assim a FAB desejar.

Renato

Pergunta sincera. No processo de certificação do SC105 pelo fabricante, a operação de REVO já não foi qualificada para diferentes aeronaves? Caso sim, por que é necessário um processo tão detalhado? Imagino que pelo KC390 ser novo seja necessário avaliações adicionais, mas os SC105 da FAB já não fazia REVO com o Hercules?

Rinaldo Nery

Nunca fizeram. Com nenhum reabastecedor. Se planeja é muito zelo, se não planeja é “aeroclube”. Difícil…

DanielJr

3 anos depois de recebida a aeronave, nunca fizeram, nem para testar?

A grosso modo, nem sabem se o sistema REVO do SC-105 funciona ou não na prática.

Rinaldo Nery

Não sei dizer. Não sou do 2°/10°.

Frederick

Mas faz tanto tempo que as sondas foram instaladas no SC-105. Alguns testes não são tão simples quanto decolar um C-130 e abastecer. É necessário capacitação e ensaio.

Já a funcionalidade do sistema receptor é testada em solo. E, do que escutei, são operantes.

Frederick

Dureza…

RPiletti

Pelo fabricante não foi qualificada no KC390.
Quem irá arriscar o pescoço nos REVOs se não há certificação detalhada? São vidas em risco além das aeronaves…

RPiletti

“compreender profundamente o comportamento da SC-105 quando exposta à esteira de turbulência de um jato””

A pergunta dele foi: “Caso sim, por que é necessário um processo tão detalhado?”

Em outra resposta: “Nunca fizeram. Com nenhum reabastecedor. Se planeja é muito zelo, se não planeja é “aeroclube”. Difícil…”

Frederick

O fabricante não ensaia cada um dos abastecedores no existentes no mundo. Coletam certificações feitos por outros fabricantes de aeronaves que são certificados para determinado aparelho. Não existia a certificação do KC-390 para REVO em SC-105, certo? Agora terá. A Força Aérea Espanhola pode adquirir KC-390 para esse fim, exemplo tosco. E, tranquilidade, ninguém arrisca o pescoço de ninguém. É um processo bem seguro. Quando fala em Ensaio em Voo, não quer dizer que o Piloto de teste vai mirando a cesta do KC-390, várias vezes, até acertar. É um processo, com diversas fases, o qual são coletados inúmeros dados,… Read more »

RPiletti

Não me referi ao processo de certificação mas no porque de ter que fazer para o Kc390, não é chegar e reabastecer.
A pergunta foi: “Caso sim, por que é necessário um processo tão detalhado?”
Meu comentário: “Quem irá arriscar o pescoço nos REVOs se não há certificação detalhada? São vidas em risco além das aeronaves…” Me referi aos operacionais e não estes da certificação.

Frederick

É isso. Nunão e sua famosa capacidade de síntese.

Matheus R

Ansioso para o REVO entre o Gripen e o KC390.
Espero que a Saab, FAB ou Embraer faça um vídeo promocional.
Sugestão:
https://www.youtube.com/watch?v=cpZxDBXt6Qs

José Vitorino Mortari Justo

Boa tarde Srs.

Nossa indústria de aviação é uma das melhores.
Pergunto como leigo.
Nosso E190 tem características próximas do P8 Orion.
Seria muito difícil ou impossível adaptar ou mesmo construir um avião com a mesma ( ou talvez melhor), capacidade do P8?
Obrigado pela atenção.

Rinaldo Nery

Não. Nem difícil nem impossível. Basta alguém pagar. Não é nada barato.

tango-echo

Eu inclusive já escrevi em alguma notícia que achava interessante que a FAB pudesse ter o P-190, ou P-2 (como o VC-2, seria P-2?) já que existe uma plataforma brasileira de tamanho adequado. Lembro que o próprio Rinaldo comentou que o E/R/P-99 era pequeno demais para patrulha marítima e mesmo SAR, então o 190 provavelmente teria um tamanho bastante propício. Mas acho que aí entra a questão da oportunidade comercial. Infelizmente vejo que hoje, além dos Shaanxi chineses e dos Ilyushin e Tupolev russos, há que o Boeing P-8 americano foi lançado recentemente e conquistou quase todos os clientes ‘ricos’… Read more »

Rinaldo Nery

O que vale é passar a Patrulha pra MB e a FAB parar de gastar dinheiro com isso. Depois que ela, MB, adquirir navios, que não tem na quantidade necessária.

tango-echo

Acha que o C-105 tem tamanho adequado para os equipamentos necessários ao MPA/ASW? Sei que o avião é costumeiramente considerado apertado (em relação ao Alenia C-27 principalmente) e que você considerou o P-99 pequeno a ponto de ser inviável para a FAB… Então o que acha dele?

tango-echo

Moderação, eu violei alguma coisa? tinha publicado há pouco um comentário meio grande em resposta a essa questão do Embraer patrulha marítima, mas sumiu…

RESPOSTA DOS EDITORES: O COMENTÁRIO ESTAVA PRESO NO FILTRO ELETRÔNICO E JÁ FOI LIBERADO.

Rinaldo Nery

Sim, já existe uma versão MPA do C295.

Juarez

Ele, com esclarecedor é funcional, mas com custo benefício alto. Hoje se utiliza o ATR 72 convertido que tem uma configuração de fuselagem mais adequada. Agora na missão ASE esquece, ele é manco. Os Chilenos adotaram e se arrependeram amargamente, sendo obrigados a manter 3 P 3 em operação para está missão específica.

Frederick

A marinha paquistanesa entendeu que é viável, e está trabalhando nisso.

EduardoSP

Parabéns ao DCTA e ao IPEV!
É o desenvolvimento de conhecimento desses detalhes técnicos que é fundamental para país, mesmo ficando desconhecido para a maioria das pessoas.

Frederick

Muito criativa a aplicação do protocolo de comunicação ARINC-429 em ensaio em voo em REVO. Não precisa e nem possui o nível de confiabilidade do MIL-STD-1553B e, ainda assim, informará claramente os dados necessários do ensaio. Brilhante.

Acho que o aprendizado com a coleta de outras aeronaves modernizadas da Força, como o T-27M e C-97, encorajou o IPEV a seguir esse caminho.

Parabéns a todos os envolvidos. Um gol de placa.

tango-echo

A FAB tem então ao total 3 SC-105 SAR como estes e mais outros 9 C-105A comuns, é isso? Vi notícia de que dão conta que eram 10 ao total, outra que falava em 12, uma terceira que aventava a possibilidade de 15…

Interessante que exista esse equipamento REVO, não sabia que a FAB os tinha.

Rinaldo Nery

Está correto. Alguns C-105 do 1°/9° foram pro 1°/15° (Onça).

tango-echo

Que pena sobre o C-105 acidentado. Foi perda total ou tem chance de reparo?

Rinaldo Nery

Perda total. Foi desmontado e o que pôde ser transportado voltou pra Manaus. O Esquadrão escalou pilotos inexperientes para operar numa pista muito crítica.

Santamariense

C-105 matrícula 2808. Trem de pouso principal colapsou no pouso no aeroporto de Surucucu/RR, em fevereiro de 2016. Os danos foram de monta, tanto que optaram pela retirada de todos seus sistemas, motores, aviônica, literalmente tudo. Só ficou a fuselagem, asas e empenagens, que permanecem lá até hoje.

Rinaldo Nery

Depois desse acidente, o CCA-SJ instalou o visual de Surucucu no simulador do C-105, na BAMN. Meu filho era chefe do simulador e, numa visita à ele na BAMN, fiz um vôo no simulador, e pousei e decolei de Surucucu. Muito crítico. Pousa somente numa cabeceira e decola-se somente da oposta. Se der monomotor após a dep é muito crítico. Muitos morros. Instalaram um PAPI na cabeceira, que você só avista na curta final. Agora só instrutores operam lá. Meu filho era instrutor e toda semana estava lá.

Santamariense

Que ótimo que melhoraram o treinamento para operar lá. Realmente, de tudo que já soube e li de lá, é bem difícil e crítico para operar. Na operação Ianomâmi tiveram muitos pousos e decolagens à partir de Surucucu, sem incidentes. Com certeza, reflexo direto dessas mudanças implementadas.

Juarez

Cel. Está história não é nem assim.

Rinaldo Nery

E como seria? Conta pra nós.

Santamariense

É isso, Nunão. São 11 C-105, sendo 8 no Arara e 3 no Onça, além de 3 SC-105 no Pelicano.

Sergio Cintra

Cel Nery
Tens conhecimento do por que os SC105 ficam baseados em Campo Grande e não em um local mais central do país, uma vez que são unidades SAR e pela lógica, a presteza no atendimento seria mais salutar para um resgate?
Exemplo sair de Anápolis p/ Recife seria mais “rapido” do q sair de SBCG

Rinaldo Nery

Porque em 1982 o 2°/10° saiu de Florianópolis e foi pra Campo Grande, justamente pra aproximar-se do centro do País. E em Florianópolis operavam o SA-16 Albatroz, muito mais lento. A diferença entre Anápolis e Campo Grande, para Recife, não é tão significativa. A mudança de sede de UAE sempre envolve custos significativos, e a FAB evita sempre que possível. E a Base recebedora tem que ter espaço disponível.

Rinaldo Nery

Eu vi voando quando fiz a prova da EPCAR, em Dezembro de 1979, na BAFL.

Clésio Luiz

AFAIK, o KC-390 adota um conceito mais moderno (surgido no 767-400ER), que é o aumento de enflechamento na ponta das asas (Raked wingtip), para obter o mesmo efeito do winglet, porém com uma peça menor e mais leve.

Clésio Luiz

To sempre de olho nos estoques por aqui. Assim que o Aéreo postar o resultado dos ensaios (independente de qual seja), tomo uma em vossa homenagem.

Overandout

Lembrando que essa noticia nao se mostra interessante somente a FAB. A India opera os C-295.

Douglas Rodrigues

É incrível o nível de complexidade de uma operação que muitos acham ser simples…
Será lindo de se ver vídeos e fotos desse momento, assim como esperamos também poder ver o KC-390 abastecendo H-36 e F-39! Com certeza reforçará o marketing para vendas dessa incrível máquina voadora…

Alex prado

Esse avião tem cara de SAR .confesso que não sabia dessa sonda Revo.

rommelqe

De uma forma geral, e muito importante que os resultados de ensaios e testes possam ser aferidos e certificados com base em resultados ja conhecidos previamente. Entao os ensaios com o ultimo KC130 ainda remanescente na FAB serao certamente muito uteis para balisar alguns parametros em termos de comparaçao com os do KC390 nas mesmas condiçoes de altitude, velocidade etc…. E logico que todo envelope de voo do binomio SC105+KC390 devera ter limites distintos em relaçao ao binomio SC105+KC130, mas na intersecçao de ambos havera uma muito interessante coleçao de dados que podera ser analisada. Acredito que, muito provavelmente, as… Read more »