Técnico faz os checks finais em um míssil AIM-120 AMRAAM em um F-16

A alta demanda manterá a linha de produção de mísseis ar-ar avançados de médio alcance (AMRAAM) AIM-120 da Raytheon funcionando em capacidade máxima nos próximos anos, de acordo com o fabricante. Paralelamente,os EUA e outras potências ocidentais buscam enviar mais mísseis para a Ucrânia e reabastecer os seus próprios stocks.

“Historicamente, produzimos algo entre 500 e 800 por ano”, disse Paul Ferraro, presidente de poder aéreo da Raytheon, subsidiária da RTX, durante um briefing com repórteres na quinta-feira. Os pedidos atuais aumentaram esse número para quase 1.200, disse Ferraro, atingindo o teto da empresa para a produção do míssil. E dada a procura actual, Ferraro disse que espera que esse nível de produção continue “no futuro próximo”.

A Ucrânia está ávida por mísseis para combater uma série de ameaças aéreas, desde aeronaves até mísseis de cruzeiro. Anunciados como mísseis ar-ar, Kiev usou principalmente AMRAAMs com o Sistema Nacional Avançado de Mísseis Superfície-Ar (NASAMS), também fabricado pela Raytheon, embora a transferência iminente de F-16 signifique que AMRAAMs poderão em breve ser também disparado de aeronaves ucranianas.

Além de lançar o atual conjunto de AMRAAMs, a Raytheon recentemente procurou atualizar o hardware e software do venerável míssil com um novo esforço chamado atualização de forma, ajuste e função (F3R), que resultou em variantes nacionais e internacionais atualizadas. Embora os testes dos mísseis estejam em andamento, as armas domésticas AIM-120D-3 e as armas internacionais atualizadas AIM-120C-8 já foram encomendadas.

Um porta-voz da Raytheon disse ao Breaking Defense que a variante D-3 focada nos EUA deverá entrar em campo “até o final do ano”. O porta-voz também disse que um marco crítico denominado auditoria de configuração funcional para o C-8 internacional seria concluído no “final de 2023 ou início de 2024”, com a entrada em campo esperada “em breve”. A variante C-8 completou recentemente com sucesso seu primeiro ensaio em voo, anunciou a RTX em 1º de setembro.

Como nenhum dos mísseis foi formalmente colocado em campo, os AMRAAMs atualizados já produzidos serão armazenados pela empresa, explicou o porta-voz, e assim que a decisão de colocação for tomada, os mísseis serão entregues “o mais rápido possível nos locais designados pelo USG [governo].”

O porta-voz acrescentou que os mísseis atualizados poderão estar disponíveis para a Ucrânia nos próximos três a cinco anos, após uma concessão de 1,15 mil milhões de dólares em junho à Raytheon para construir mais armas, incluindo encomendas para a Ucrânia. Mesmo assim, Ferraro afirmou que os AMRAAMs de geração mais antiga enviados para o país alcançaram uma “taxa de sucesso de mais de 90%” em relação às metas.

O Pentágono também fez separadamente uma encomenda AMRAAM de 192 milhões de dólares na noite de quinta-feira para adquirir mísseis já colocados em campo de “várias fontes”, de acordo com o anúncio do contrato, com aproximadamente 8 milhões de dólares obrigados pela Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia. O porta-voz da Raytheon disse que o programa visa “ facilitar um programa internacional de recompra e garantir que a Ucrânia seja capaz de continuar a receber AMRAAMs que sejam eficazes independentemente da versão”.

Além das próprias atualizações da AMRAAM, a Força Aérea está preparada para substituir a arma por um sucessor conhecido como Míssil Tático Avançado Conjunto AIM-260 (JATM), desenvolvido pela Lockheed Martin. Em maio, o secretário da Força Aérea, Frank Kendall, disse que o JATM “esperançosamente” iniciará a produção este ano.

FONTE: Breaking Defense

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Nonato

Essas empresas são muito devagar. Dão a entende que estão sobrecarregados. Ooohhh, estamos na nossa capacidade máxima. Qualquer empresa sonha em conseguir vender seus produtos. Empresa de defesa tem de estar preparada para guerras. Num momento como esse, técnicos e engenheiros das forças armadas deveriam reforçar a equipe, alguns profissionais deveriam ser contratados e aumentar a produção por 2 x, 5 x, 10 x, 100 x. Na guerra, não pode haver limites. Se precisar de 100 mil misseis deveriam fornecer e pronto. Deem seu jeito E se os Estados Unidos entrarem em guerra direta com a Russia e/ou China? Vai… Read more »

Fábio CDC

Caro Senhor Nonato, permita-me discordar de alguns pontos: . 1- “Num momento como esse, técnicos e engenheiros das forças armadas deveriam reforçar a equipe”- Se ocorre uma guerra, técnicos e engenheiros atuarão nas suas próprias forças e não teriam condições de abandonar seus postos para fazerem algo que cabe aos civis. . 2- “…alguns profissionais deveriam ser contratados e aumentar a produção por 2 x, 5 x, 10 x, 100 x.” – Aumentar a produção NÃO depende apenas da mão de obra mas também do maquinário disponível, matérias primas disponíveis, condições de trabalho, espaço físico, etc… E ainda é necessário… Read more »

Nonato

Boa tarde, Fabio. Seus argumentos não se sustentam nem você atentou para o todo. Primeiro: os Estados Unidos estão numa guerra contra a Rússia mas não mandou tropas. A urgência neste momento é produzir armas em grandes quantidades para tentar derrotar a russia. Prioridade 0. Não me diga que de cerca de 1 a 2 milhões de militares mandar 200 para auxiliar na produção de mísseis vai desfalcar as forças armadas americanas. Quanto ao máquinario, que máquinario? Máquinas de solda? Tornos mecânicos? Numa guerra a Prioridade é ganhar. Por que uma empresa tenta ganhar licitações de tanques, de navios, de… Read more »

Nonato

Sobre a outra resposta, a Fiat produz quase mil picspes Strada por dia.
Vende por uns 120 mil reais.
Um missil desses deve ser um milhão de dólares.
E a fábrica não pode comprar torno, fresadeita, seja o que for para aumentar a produção?
Quanto a instalações poderia usar algum galpão das forças armadas sem necessidade de pagar aluguel.
Que produzam 10 mil mísseis por dia.
Não adianta querer entregar misseis em 2027.
Podera ser tarde demais.
Guerra não pode esperar.

Fernando "Nunão" De Martini

Nonato, mil Fiat Strada por dia você forçou um pouco… no outro comentário você falou por mês, o que por outro lado não é quase nada…

São cerca de 100.000 Stradas produzidas por ano (mais ou menos 9.000 por mês ou 400 e poucos por dia útil), perto de 1/4 de todos os veículos que a Fiat vende aqui anualmente (tem os exportados, não sei a conta total de produção hoje, só sei que a capacidade nominal é o dobro disso). Arredondando, é claro.

Nonato

Somente em 2023, foram vendidas mais de 73 mil Fiat Strada (o que é apenas um dos muitos carros vendidos pela montadora). Dividido por 8, dá 9.125 Stradas vendidas por mês. Se dividir isso por 22 dias úteis dá uma média de 414. Até um tempo atrás, Gol e Onix vendiam 22 mil unidades por mês. Lembrando isso é apenas um carro. Em agosto, a Fiat vendeu 45 mil carros. O que dá quase 2 mil carros por dia. Isso demonstra que uma fábrica querendo não existe “muito”. Existe o que é necessário. Numa guerra não existe isso. Olhe só… Read more »

Marcelo

Nao se pode aumentar a fabrica por causa dos custos e a margem de lucro !!!
A demanda aumentou por causa da guerra,ja daqui a 2 ou 3 anos o cenario pode ja ser outro e a demanda diminuir e o dinheiro gasto para aumentar a fabrica e a produção corri grande risco de ser jogado no lixo.
Muita calma na hora de fazer investimentos!!!

Nonato

Ainda bem que apareceu alguém com argumentos em vez de apenas seguir a manada Pois bem, é justamente essa lógica que você citou que contesto. Primeiro porque a empresa não existe apenas para fabricar esse missil. É uma empresa grande com muitos funcionários e instalações Até dei o exemplo de se contratar acharem “uma dificuldade”, nada impediria de 100, 200, 300 técnicos e engenheiros militares irem dar uma força. É interesse dos Estados Unidos derrotarem a Rússia. Sem mandar tropas. Não há dificuldade alguma de mandar 300 técnicos auxiliarem. Instalações? Que instalações? A linha de produção funciona num minúsculo galpão?… Read more »

Fernando Vieira

Esse tipo de produção que você está sugerindo só ocorre em cenário de esforço de guerra, como foi na segunda guerra mundial. Nem Coreia e Vietnã demandaram esse esforço por parte dos EUA, muito menos Golfo, Afeganistão e Iraque. Então numa guerra em que não há americanos lutando e morrendo a possibilidade disso acontecer é praticamente nula. Vale lembrar que quem paga por esses mísseis é o governo americano que fecha todo ano em déficits absurdos. Inclusive está prestes a entrar em shutdown porque o congresso não aprovou o orçamento ainda. O Governo americano tem uma capacidade de comprar e… Read more »

Bruno Vinícius

Os EUA não estão em guerra, não faz sentido (e nem há capital político para tal) que coloquem a economia em passo de guerra. Obviamente que, num cenário de conflito militar envolvendo diretamente os EUA, não haveria falta de recursos para a ampliação da produção de armamentos, mas esse simplesmente não é o caso.

Nonato

Não é o caso?
Você está de brincadeira né
A Europa suspende a importação de gás e petróleo russo, manda tanques e misseis arriscando uma retaliação russa e você diz que não estão em guerra…
E estou falando da linha de produção de um único missil não de toda economia americana.
Se eu fosse uma empresa iria querer vender o máximo que pudesse.
Entregar missil daqui a 5 anos pode ser tarde demais e os russos e chinese ocuparem a fábrica…

DanielJr

Não estamos mais na segunda guerra mundial onde tudo é feito de chapa e tubo de aço, solda e peça torneada. Agora é muito mais complexo, sistemas eletrônicos, fornecedores, linhas de montagem, formar mão de obra, validar processos e muito mais. Trabalhei na indústria de autopeças e outros artigos industriais para bens de consumo e infraestrutura pesada. Acredite, é bem mais complexo do que parece. A simples arte de “comprar torno mecânico, CNC, máquina de sola” demora meses para ser concluída, mesmo com pressa, porque hoje em dia até mesmo essas máquinas ferramenta também são de complexa construção. Um simples… Read more »

JSilva

Se por acaso estes misseis já estiverem integrados ao Gripen E/F, eu não sou contra que a FAB os encomende.
Ter em seu arsenal Meteor, AIM-120, I-derby ER daria uma boa dor de cabeça a qualquer inimigo que enfrentasse o F-39.

Maurício.

Acho que essa matéria deixa mais claro a diferença entre a versão D-3, que será para uso interno e talvez aliados mais próximos como UK, e a versão C-8 exclusiva para exportação e obviamente um pouco inferior a versão D-3.

Magaren

“Fazemos qualquer negócio” by personagem da escolinha do professor raimundo e usado pelo Biden antes da guerra

Nonato

Qualquer negócio com a China, especialmente para tirar Trump

Tutor

Está aí a galera que fica muito feliz com o cenário atual, mais e mais $$$$ entrando nos caixas.

DanielJr

É só aqui que deixam a Imbel, Avibras, IVECO, Taurus e outras empresas minguarem até a falência, chorando porque elas não conseguem se manter e investir em produtos novos.