GEIV comemora 62° aniversário da primeira inspeção em voo realizada no Brasil

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Entenda a importância da atividade para a segurança aérea no País

Precisão, confiabilidade, segurança. Três características indispensáveis quando o assunto é aviação. Durante a trajetória de um voo, as aeronaves que trafegam pelos céus do Brasil são “orientadas” por equipamentos de navegação, distribuídos pelo território nacional, o que compreende uma área de aproximadamente 8,5 milhões de quilômetros quadrados.

Em cada etapa do voo, da decolagem, rota e pouso, os pilotos mantêm comunicação via rádio com os controladores de tráfego aéreo, mas também recebem sinais dos mais de 800 auxílios à navegação aérea, fundamentais para que cada voo aconteça com segurança. A operação do tráfego aéreo depende, entre outros fatores, da acuracidade destes auxílios-rádio, dos auxílios visuais e dos procedimentos de navegação aérea.

Na prática, embora os medidores de terra indiquem posicionamento normal dos componentes de um auxílio-rádio, informações imprecisas podem ser transmitidas às aeronaves em voo. A justificativa para o recebimento de sinais com distorções pode ser causada por reflexões no solo ou em edificações, acidentes topográficos, interferências de linhas telefônicas, redes de energia elétrica ou, ainda, de outros auxílios. Como estes equipamentos são instalados para terem seus sinais utilizados por aviões, há necessidade de que seja comprovada a correção da informação transmitida.

O Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV)

Esta comprovação abrange a verificação, aferição e ajuste dos equipamentos, realizada por aviões especialmente equipados, denominados aviões-laboratório. A atividade de Inspeção em Voo é missão do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV). Hierarquicamente, o Grupo está subordinado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), organização militar da Força Aérea Brasileira (FAB).

No Brasil, o DECEA é o órgão gestor do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), responsável pelo controle do espaço aéreo em 22 milhões de Km², área que inclui, além do Continente, parte do Oceano Atlântico.

Os pilotos-inspetores e as aeronaves-laboratório do GEIV

É dos pilotos-inspetores do GEIV a função de verificação de todos os aeroportos brasileiros, auxílios e procedimentos à navegação aérea, perfazendo um total de 83 VOR (Very High Frequency Omnidirectional Range), 57 Sistemas de Pouso por Instrumentos, 67 Radiofaróis, 230 Auxílios Visuais de Aproximação, 208 Radares Primários e Secundários, 877 Procedimentos de Aproximação – dentre outros tipos de procedimentos de voo – e 21 Estações Rádio, além da atividade de Radiomonitoragem, essencial para a operação aérea segura.

Para o cumprimento desta missão, o Grupo Especial de Inspeção em Voo dispõe de modernas aeronaves-laboratório: quatro Hawker 800XP (IU-93) e quatro Legacy 500 (IU-50), que contam com o Sistema de Inspeção em Voo embarcado UNIFIS 3000, que monitora, avalia e analisa em voo, os sinais eletrônicos provenientes dos auxílios à navegação aérea.

Esse sistema é o estado da arte em termo de avanço tecnológico, totalmente digital. Nos primórdios da inspeção em voo, era usado um sistema analógico chamado de C-FIS. O Operador de Sistema de Inspeção em Voo (OSIV) tinha que fazer manualmente os cálculos para verificar o funcionamento dos auxílios.

A equipe de inspeção em voo no Brasil é composta por seis militares: um piloto-inspetor (PI), um primeiro-piloto de inspeção em voo (1P), um OSIV, dois operadores de sistema de posicionamento de aeronave (OSP) e um mecânico de voo (MEC).

Quando tudo começou

A atividade de inspeção em voo teve início na década de 1950, por meio de acordos de cooperação com a CAA (Civil Aeronautics Administration) – hoje FAA (Federal Aviation Administration) – agência reguladora do Departamento de Transporte dos Estados Unidos, com a responsabilidade de garantir a segurança da aviação civil.

As primeiras inspeções em voo realizadas no Brasil foram acompanhadas por brasileiros a bordo de aeronave e tripulação americanas. Em 21 de fevereiro de 1959, foi realizada a primeira inspeção em voo com avião e tripulação brasileiras, a bordo da aeronave-laboratório EC-47 (FAB 2065). A data marca o início da missão atribuída a Força Aérea Brasileira de inspecionar os auxílios à navegação em todo o território nacional.

Os 62 anos da primeira inspeção em voo pela FAB

No dia 21 de fevereiro são comemorados os 62 anos da realização da primeira inspeção em voo realizada em território nacional com aeronave da Força Aérea Brasileira conduzida por tripulação brasileira.

A data merece ser celebrada e reconhecida por usuários do transporte aéreo e por passageiros, que tem a salvaguarda de suas vidas e, ainda, a garantia do controle do espaço aéreo, missão institucional do Grupo Especial de Inspeção em Voo.

Mas, mais do que isso, comemorar a evolução tecnológica e operacional do GEIV e o reconhecimento da excelência na prestação do serviço de inspeção em voo. O Grupo colabora com a missão da FAB, de manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional, com vistas à defesa da Pátria, a Dimensão 22.

FONTE: Força Aérea Brasileira

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Leandro Costa

Esses caras são demais. Trabalho extremamente minucioso e de suma importância para o país. Parabéns ao GEIV!

NiGHT01

O trabalho é essencial, de fato. Mas até hoje não sei o motivo desse trabalho não ser realizado por uma empresa privada. Não acho que seja serviço de Força Aérea. Aliás, muita coisa nas mãos da FAB que poderia ser feita por civis. Como por exemplo a investigação de acidentes aeronáuticos, não sei como até hoje não criaram uma “NTSB” Brasileira. E, até mesmo o controle do espaço aéreo. Já devia estar na mão de empresas privadas a muito tempo. A FAB ficaria mais enxuta e focada em sua missão principal: garantir a soberania dos céus do Brasil.

Denis

Pois você já se presenteou com a resposta para a própria pergunta, na última frase do seu texto: não é dado a uma empresa privada porque a FAB precisa garantir a soberania dos céus do Brasil. Como garantir o sabor da comida, se a panela é mexida por muitas mãos?

Last edited 3 anos atrás by Denis
Cleber

Sim, até poderia. Mas como nosso país é o Brasil, rapidamente essa agência se tornaria ‘cabide de emprego’ para um monte de incompetentes em cargos de comissão, nomeados por políticos. Então é melhor assim mesmo, na mão da FAB.