Engenheiros de voo brasileiros junto ao Gripen E

Engenheiros de teste brasileiros junto ao Gripen E

Os engenheiros de teste brasileiros estão no meio do programa de transferência de tecnologia no departamento de Ensaios em Voo da Saab Aeronautics, na Suécia. Recentemente eles conduziram o primeiro ensaio em voo no Gripen E, em um voo com quase duas horas de duração

Em outubro de 2019, os engenheiros da Embraer estiveram em Linköping, base do departamento de Ensaios em Voo da Saab Aeronautics, para trabalhar em sistemas táticos do Gripen E. Com os estudos teóricos e com a experiência do treinamento prático, os engenheiros agora já progrediram para o teste prático de voo.

O voo que ocorreu no mês passado, com o primeiro Gripen E Brasileiro (designado 6001 pela Saab), foi o chamado voo de verificação geral (ou shake down, como é conhecido em inglês), destinado a testar o Head Up Display (HUD), o novo altímetro de radar e as funções de edição em todos os níveis.

“O time brasileiro deu um grande passo na direção correta desse teste conjunto. Nós testamos muitas funções novas, que beneficiam tanto o programa brasileiro como o sueco, mas o teste mesmo foi liderado pela primeira vez pelos engenheiros de teste brasileiros”, disse Mikael Olsson, Head do departamento de Ensaio em Voo.

“Estamos muito felizes em ter realizado a primeira sessão de voo no Gripen E. Num primeiro momento, foi estressante monitorar todos os dados online do ensaio em voo, pois tem muitas coisas para acompanhar ao mesmo tempo. Mas agora estou aliviado e sentindo muita satisfação, visto que a execução foi como planejamos”, disse Denner Cunha, Engenheiro de ensaios em voo da Embraer, que fez parte do time que conduziu o voo.

Mais ensaios em voo estão à espera dos engenheiros brasileiros, tanto nas aeronaves como em simuladores, buscando tornar esses engenheiros independentes de acordo com os procedimentos da Saab. A partir do meio do ano, o programa de transferência de tecnologia deles será concluído e eles voltarão para o Brasil.

“Nós esperamos que no final deste ano, os engenheiros brasileiros estejam prontos para conduzir os ensaios em voo de sistemas táticos no Centro de Ensaios em Voos do Gripen (GFTC, do inglês Gripen Flight Test Center), no Brasil. Entraremos em uma fase emocionante, então agora devemos estabelecer as bases para permitir que eles construam boas relações e network com a Saab. Estes são fatores essenciais que garantirão o sucesso da continuidade do trabalho conjunto”, sinalizou Anna Arildsson, Gerente de Sistemas Táticos no Departamento de Ensaio de Voo.

“Você não consegue aprender tudo somente lendo manuais e processos – você precisa trabalhar e colocar ‘a mão na massa’ na operação. Isto foi algo que conseguimos realizar durante nosso primeiro ensaio em voo”, acrescentou Denner.

Primeiro Gripen E da Força Aérea Brasileira – Foto: Saab

Sobre o Programa

O Programa Gripen Brasileiro inclui um grande e efetivo programa de transferência de tecnologia. Até 2025, mais de 350 engenheiros brasileiros e técnicos de empresas parceiras, vão participar de treinamentos teóricos e práticos na Saab, em Linköping (Suécia). Até agora, cerca de 200 engenheiros já foram treinados na Suécia. Eles já voltaram ao Brasil e a maioria está trabalhando no Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (GDDN, do inglês Gripen Design and Development Network), localizado na planta da Embraer, em Gavião Peixoto.

FONTE: Saab

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Fabio Araujo

E vamos seguindo adiante, não vejo a hora de ter os Gripens voando nos céus brasileiros!

Tiago
Marcelo Andrade

Parabéns a esta equipe espetacular!!!!

Luís Henrique

Após o final das Tot, espero que o governo brasileiro já esteja em outro patamar financeiro e possa solicitar à Embraer e demais empresas nacionais o desenvolvimento de uma aeronave de caça de 5a geração, para a FAB e para a MB, com apoio da SAAB e talvez dos israelenses.
Para incorporação na década de 2030 para complementar os Gripen E/F.

Peter nine nine

Olhe, não estou a dizer que não devia ser como diz mas…
Na minha humilde opinião, nem que se comprasse algo de 5 geração já pronto, este estaria incorporado em 2030. Na década? Talvez, mas não se for necessário desenvolver uma nova plataforma.

Allan Lemos

Com isso eu vou assumir que você provavelmente vive em um universo paralelo onde o Brasil é um país desenvolvido com governantes que levam defesa e soberania a sério.

VITOR ROCHA DANIEL

impressao minha ou tiraram aquela camuflagem pixelada em cima das asas

Vitor

Tambem notei isso.

Julio Buzoli

Graças a Deus, parece que tiraram…

Camargoer

Olá Vitor. Acho que tiraram mesmo. Inclusive, a estrela da FAB sobre a asa e o triângulo do ejetor próximo á cadeira do piloto estão em tons de cinza de baixa visibilidade.

Flanker

Ampliei o máximo que pude a imagem. O cocar da FAB sobre a asa é inconclusivo…não dá para dizer se foi pintado em baixa visibilidade ou em cores. Quanto à marcação de advertência do assento ejetável já era em baixa visibilidade desde o início.

Welt

Tinha comentado que era adesivado quando saiu a primeira imagem.
Vai ser tudo cinza chapado pelo jeito.

JSilva

Para os que não acreditavam/acreditam em transferência de tecnologia me parece que é possível sim funcionar, se for feito com os parceiros certos.
Agora isso teve um custo, que a SAAB embutiu no contrato, e esse custo tem que ser a principal justificativa para o Ministério da Defesa/FAB/políticos/Embraer/demais empresas envolvidas explicar à sociedade/mídia ao defender um segundo lote.
Se não tiver segundo lote, e contratado no tempo certo, sem descontinuidade da produção brasileira, todo esse recurso a mais que foi gasto no Gripen será perdido.

IvanStop

Off Topic
Segundo a conta oficial da Martin Baker, houve uma ejeção de um A-29 B da FAB a quatro semanas atrás. O piloto pousou a aeronave com segurança.
Alguém tem mais notícias a respeito?

Leandro Costa

Use o campo de busca aqui no site. Vai ver as matérias à respeito.

IvanStop

Valeu, obrigado

Alexandre

Que tenhamos continuidade nesse programa e que este seja usado para criação de um novo e mais avançado no futuro.
Que nao seja esquecido para que tenhamos que dar bilhoes a outro país para pesquisa

Adriano Luchiari

Por que o triângulo com alerta de assento ejetor, acima do “Força Aérea Brasileira” está invertido?

Flanker

Todos os Gripen tem essa marcação/aviso dessa maneira. A maioria das outras aeronaves de combate tem essa marcação na forma de um triangulo invertido ( com um dos vértices virado para baixo).

Tomcat4,2

E vamo que vamo. Parabéns a equipe pelo empenho.

Luiz Floriano Alves

Um segundo lote, sem TT deve ser muito mais barato. Deve ficar no mesmo patamar do custo de um F-35A. Sem comixão, também.

Johnny

Com essa crise toda do covid e as contas públicas explodindo não me surpreenderia se o cronograma de entrega do primeiro ( e único ) lote fosse revisto.

icaro

os nossos caças nao tem o sensor de infra vermelho sendo que todos os caças ate mesmo da china tem! creio que e um detalhe importante que deviria ter em nossas aeronaves! completas*

Leandro Costa

Estarão incluídos nas aeronaves operacionais. Muito provavelmente o sistema está em testes em outra(s) aeronave(s) de testes e uma vez homologado/certificado será instalado em todas as aeronaves.

Marcos Cooper

Já explicaram isso unas 500 vezes…
Haja paciência!

Rommelqe

PARABÉNS a toda a equipe de testes. Olhando no total de pessoas na foto dá para entender quanto complexo é executar todos os ensaios!
Poderiam ser dados alguns detalhes dos ensaios?

Gilson

Ainda eu penso que lá atrás, quando o Brasil, escolheu o GRIPEN NG, as críticas foram: mas e se acertarem um tiro no wade despley, apaga tudo, porque é tela única, só tem um motor, eu prefiro o Rafale, eu queria o super Hornet, e outras críticas que eu não mais lembro. Aí eu penso e se o Canadá, a Índia, Dinamarca, Suíça e outros países que estão sendo ofertados o GRIPEN NG, escolher essa aeronave? Será que o Brasil, errou ou acertou?

Rinaldo Nery

Wade despley? É um sensor novo?

Leandro Costa

É o nome do Hamster que fica correndo na rodinha fazendo os eletrônicos funcionarem. Para o motor, tem outro Hamster.

MMerlin

Que sacanagem…. rs

Carlos Campos

acertou

Solskhaer

Agora entendo perfeitamente toda essa demora para entregar um caça. Não basta apenas comprar com ToT. Primeiro qualifica-se toda uma equipe (em alto nível por sinal) ao mesmo tempo em que se fabrica, que responsa hein? Parabéns a todo esse pessoal, quem sabe que apartir deles teremos um futuro caça furtivo!

PAULO CESAR SANTOS DE AGUIAR

Haveria chance de o governo brasileiro partir para incorporar, digamos, mais 36 desses jatos na FAB ?

OSEIAS

São esses profissionais que irão desenvolver nossa indústria aeronáutica e nosso futuro caça. Parabéns aos envolvidos.