O nome pintado na fuselagem pode não bater. Ainda assim, podemos afirmar que o avião certo estava na mão da pessoa certa. Para apresentar o Super Hornet para o público brasileiro, a Boeing trouxe nada mais nada menos que o chefe dos pilotos de provas do programa Super Hornet, Ricardo Traven. Traven voa o Super Honert desde que ele era um protótipo da Boeing e participou de todo o desenvolvimento do avião. Com uma “bolacha” no ombro indicando que já passou das 3.000 horas de voo nos caças F/A-18, pode-se dizer que não havia pessoa mais qualificada que Traven para demonstrar o Super Hornet para o público brasileiro. Conheça um pouco da história deste piloto aqui no Poder Aéreo.

Ricardo Traven, ao contrário do que muitos podem imaginar, não é norte-americano. Ele nasceu no Canadá e sua paixão pela aviação começou muito cedo, pois o pai era piloto privado e dono de um Cessna 185. Aos 16 anos já era piloto de planador e um ano depois tornou-se piloto privado.

Traven graduou-se no Royal Military College do Canadá e tornou-se piloto de caça da RCAF (Royal Canadian Air Force). Além disso, ele também cursou engenharia aeronáutica. Juntando os conhecimentos de piloto e de engenheiro aeronáutico, o caminho para se tornar piloto de testes estava aberto.

Em 1992, Traven foi para a escola de pilotos de testes da USAF na base aérea de Edwards. Após completar o curso, ele seguiu para um intercâmbio com a Marinha dos EUA (USN) em Patuxent River, onde existe um campo de testes e onde novos sistemas são avaliados. Após alguns anos, Traven tornou-se instrutor da escola de pilotos de teste da USN.

Em 1997 ele passou para a reserva com o posto de major da RCAF e ingressou na Boeing como piloto de provas do programa Super Hornet, ainda em desenvolvimento pela empresa naquela época. Desde 2001, uma das suas atribuições secundárias é demonstrar a aeronave em eventos internacionais.

Em todos estes anos, Traven já voou perto de 4.000 horas em mais de 30 modelos diferentes de aeronaves, incluindo F-4, F-5, F-15, F-16, A-7 e T-2. Somente em aparelhos da família Hornet/Super Hornet são mais de 3.000 horas (só no Super Hornet são quase 1.000 horas). Apenas como comparação, os dois pilotos canadenses da RCAF que estavam no aniversário de 60 anos da “Fumaça” (também pilotos de caça muito experientes) exibiam bolachas nos ombros representando 1.000 horas e 2.000 horas de Hornet “legacy”.

Há quem coloque Traven entre os dez maiores pilotos de todos os tempos (veja o vídeo abaixo), mas essa já é uma história bastante controversa.

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3 Comentários
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asbueno

Orville e Wilbur Wright estão entre os dez mais?
Para começar, uma lista dos dez mais é impensável dada a dificuldade em estabelecer critérios. Certamente poderiam ser feitas listas de grandes pilotos em várias categorias. mas ainda assim seriam necessários critérios .

Se os irmãos Wright era grandes pilotos, o que dizer, sem qualquer ufanismo, de Santos=Dumont. Além da genialidade inovadora em muitos de seus inventos pilotou balões com e sem dirigibilidade. enquanto os primeiros buscavam $$$, o brasileiro perseguia o céu.

Marcos

Ao colocarem os Wright ali no meio, debocharam dos outros.

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