Novo conceito de jato da Aeralis poderá atuar como treinador avançado, aeronave ‘Aggressor’, plataforma ISTAR e reabastecimento leve

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A desenvolvedora de aeronaves do Reino Unido, Aeralis, redesenhou seu conceito de jato leve modular, com o tipo ganhando maior desempenho e velocidade para atender às necessidades dos clientes em potencial.

“O mercado começou a dar uso a algumas necessidades e expectativas muito precisas sobre quais variantes realmente precisamos fazer agora”, disse o presidente-executivo da Aeralis, Tristan Crawford, ao revelar a atualização na feira DSEI em Londres, em 12 de setembro.

“Um dos principais feedbacks foi a necessidade de operar em um regime de velocidade transônica, para garantir que  a [variante] agressor pudesse realmente testar a resistência de algumas das plataformas de combate de ponta.”

No entanto, Crawford observa que os potenciais clientes também enfatizaram a necessidade da Aeralis “manter o preço da aeronave”, que descreve como sendo “muito acessível”.

Para ser construída em torno de uma versão evoluída de seu projeto de fuselagem central comum, uma família proposta de aeronaves será adequada para tarefas que incluem treinamento de jato básico e avançado, tarefas de agressor/”Red Air” e inteligência, vigilância, aquisição de alvos e reconhecimento (ISTAR). Outras funções poderiam incluir servir como treinador para caças de quinta geração, desempenhar funções de guerra eletrônica ou atuar como aeronave de reabastecimento leve.

“Agora temos um formato novo e aprimorado que permite que a aeronave opere em regime quase supersônico em vôo nivelado”, diz Crawford. “Também conseguimos desbloquear alguns benefícios em termos de aumento da capacidade de combustível e aumento de volume no interior da aeronave.” Isto foi conseguido em parte através da substituição de um design de material rodante personalizado por um produto pronto para uso da Heroux-Devtek.

“Mudamos o formato para ir mais rápido e, na verdade, melhoramos a capacidade”, diz Crawford.

A empresa aprovou o projeto modificado no final de 2022, e Crawford afirma que, desde então, “nós aprimoramos a projeto”. Uma recente atividade do conselho de revisão de projeto foi presidida pelo ex-engenheiro sênior da Força Aérea Real, Sir Julian Young, fornecendo recomendações adicionais.

A variante de treinamento agressor proposta apresentará o que a Aeralis afirma ser “uma arquitetura de asa inédita que consiste em uma asa interna e uma asa externa para garantir manobrabilidade em baixas e altas velocidades”. Ele descreve isso como uma configuração de asa altamente dobrada.

A variante ISTAR, que ganhará extensão de fuselagem para manter a estabilidade devido à asa estendida, poderá ser não tripulada.

“Estou ansioso para progredir rapidamente com a aeronave para o próximo estágio”, diz Crawford. A empresa está agora se preparando para desenvolver uma aeronave de pré-produção, com o primeiro voo previsto para dentro de três anos.

Um jato de treinamento avançado monomotor será o primeiro projeto a ser produzido. “Ainda buscamos entrar no mercado antes do final da década”, afirma.

O tipo será movido por um motor Honeywell F124, mas Crawford observa: “A premissa ainda é ser compatível com uma gama de motores”.

Enquanto isso, a Aeralis nomeou em 6 de setembro o ex-executivo da BAE Systems, Airbus e AirTanker, Robin Southwell, como o novo presidente de seu conselho principal.

“Sua vasta experiência proporcionará governança e supervisão valiosas à liderança sênior da Aeralis à medida que o negócio continua em seu próximo capítulo de rápido crescimento”, afirma a empresa.

Crawford diz que a Aeralis anunciará um acordo com um “parceiro importante” na DSEI em 13 de setembro. “Isso lhe dará uma indicação de onde vemos o desenvolvimento do interesse”, diz ele.

FONTE: Flight Global

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Clésio Luiz

Olhando de frente, o leiaute lembra o F-4.

Ao longo das décadas, já vi dezenas desses conceitos, geralmente feitos por empresas startup, para aeronaves militares. Com excessão de drones, não lembro que algum tenha saído da prancheta.

Fernando "Nunão" De Martini

Clésio, vc quis dizer A-4?

Clésio Luiz

O Phantom II. Ambos possuem asa baixa, tomadas de ar laterais, fuselagem traseira vestigial com a empenagem, além de serem bipostos.

Obviamente são muito diferentes no tamanho e detalhes.

Fernando "Nunão" De Martini

Ok.

rommelqe

Caro Clesio, entendo que a principal caracteristica aerodinamica do F4 e relacionada ao seu desenho baseado em triedro instavel. Isso prove a alta manobrabilidade que provou ser uma das principais vantagens que esse fabuloso aviao apresenta (ou). Esse aspecto aerodinamico nao e presente no projeto AERALIS, concordas meu amigo§

Carvalho2008

F-4 nao era manobravel, A-4sim eh bem manobravel…..o Phanton era famoso por ter queixo duro….mas enfim, projeto vocacionado ao combate de misseis….e nao no canhao….

Maurício.

Clésio, lá por 2004 eu ganhei umas revistas antigas, lá dá década de 80, e nelas sempre tinham muitos projetos de aeronaves vtol, passados todos esses anos, o único que realmente está operacional é o Osprey.

Clésio Luiz

Pois é. Dessa época eu lembrei do ALR Piranha, que era uma caça leve com canards de uma empresa suíça. Chegaram até a voar um modelo rádio-controlado. Mas já parecia arcaico: os canards tinham flapes como o Viggen, ao invés dos móveis que equiparia todo caça com essa peça de 1980 em diante.

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Willber Rodrigues

Pra mim, me pareceu um cruzamento de A;4 com IA 63 Pampa.

Rui Chapéu

coitado, nem nasceu e já tá morto….

Overandout

O novo A-4

Overandout

Seria esse o LIFT da FAB????

Brincadeira

Maurício.

Parece um Hawk de nova geração.

Maurício Veiga

Na mosca, pensei exatamente isso!!! Evolução natural do Hawk que foi um divisor de águas em sua categoria…

EduardoSP

Antigamente dizia-se que o papel aceitava tudo.
Agora podemos dizer que a CGI faz de tudo.

Groosp

Um engenheiro aeronáutico comentou que a estrutura de um jato modular desse tipo deve ser mais robusta e, portanto, mais pesado do que o de um avião convencional.

Sensato

Os ingleses tem um ditado que diz que o último polivalente é o pato, que anda, nada e voa. O problema é que não faz nenhuma dessas coisas direito.

Carvalho2008

Olha…respeita o pato…afinal eh ele quem ganha a guerra….nao porque vence uma batalha…mas porque vence a maioria delas…

LucianoSR71

Se analisarmos essa suposta grande vantagem em ter várias configurações p/ uma mesma aeronave, otimizando p/ cada função que for desempenhar, temos que também pesar os prejuízos que isso acarreta. Ao mudar o perfil ou desenho de uma asa, comprimento da aeronave, etc. vc obtem comportamentos diferentes e portanto terá que ensaiar todas as variações em todos os envelopes de voo e isso não sairá barato nem será rápido. Buscar um projeto c/ uma solução de compromisso p/ aplicações próximas é normalmente a solução mais racional, vamos ver como eles se saem nessa visão diferente que optaram. Boa sorte e,… Read more »

Maurício Veiga

Eu não insistira nessa ideia, outros já tentaram e o resultado ficou abaixo das expectativas, dois exemplos F111 e F35…

rommelqe

Exato…As versões F35 A, B e C sao uma tentiva de obter um “unico projeto” para varias funçoes. Eles são tão diferentes entre si que podem ser considerados basicamente aviões diversos. A começar pela turbinas, passando pela aerodinamica, etc.
O F111 (meu primeiro aeromodelo da REVEL…) tambem e um projeto fantastico, mas justamente por tentar ser multiproposito gorou…

rommelqe

Concordo integralmente

Rodrigo Maçolla

Me parece um “tubarãozinho” voando em uma asa delta movida a jato…. :0 🙂

Leite

Mais um avião para a Força Aérea Argentina analisar……kkkkkk

carvalho2008

Acho que qualquer avião LIFT ou de treinamento que tenha um viés de combate, é imperioso, obrigatorio, necessário e indispensavel que tenha ao menos uma caracteristica de superlatividade sobre o senso comum de sua categoria….ou tem de ter uma velocidade incomum ou manobrabilidade ou treinador incomum, ou alcance incomum ou carga de combate incomum….mas deve ter uma delas…do contrario, será algo cara e muito mediano em que um caça de 2a ou terceira mão fará melhor…..os paises que compram este tipo de produto, precisam disto….os mais desenvolvidos, sequer precisam e usam treinadores puros como no caso dos EUA…

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