A320 da Ural Airlines realiza pouso de emergência na Sibéria após falha hidráulica

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Autoridades russas disseram que ninguém procurou tratamento médico após o desembarque

Um avião russo que transportava 170 pessoas foi forçado a pousar em um campo após uma falha hidráulica.

Ninguém ficou ferido na emergência, que deixou o Ural Airlines Airbus A320 preso ao lado de uma floresta na região de Novosibirsk, na Sibéria.

A Ural disse que o piloto “selecionou” o local de pouso depois que os sistemas hidráulicos do jato falharam ao se aproximar de Omsk.

O incidente provocou negações da companhia aérea de que não podia atender seus aviões devido a sanções contra a Rússia.

As fotos mostravam o avião preso em um campo aberto, suas portas de emergência abertas e rampas para baixo e pessoas circulando.

A agência de aviação russa Rosaviatsia disse que o “pouso não programado” aconteceu nas primeiras horas da terça-feira.

Acrescentou que o ponto de aterrissagem havia sido “selecionado do ar” perto da vila de Kamenka. Nenhum dos passageiros procurou ajuda médica, acrescentou.

Rosaviatsia disse que estava investigando o pouso de emergência e Ural disse que a tripulação foi suspensa até a investigação ser concluída.

Sergei Skuratov, chefe da Ural Airlines, disse que um dos sistemas hidráulicos do avião falhou ao voar para Omsk de Sochi, na costa do Mar Negro.

Ele negou que o avião tivesse pegado fogo, dizendo que marcas aparentes de queimadura acima de uma das asas vistas nas imagens nas mídias sociais eram “apenas sujeira”.

Uma falha catastrófica dos sistemas hidráulicos de um avião pode levar à perda do controle de voo.

No entanto, especialistas russos em aviação disseram que existem sistemas de backup e contestaram a decisão da tripulação de fazer o pouso.

“Existem três sistemas hidráulicos, um elétrico”, disse o piloto Andrei Litvinov ao Gazeta.ru da A320. “Não há necessidade de pousar o avião em um campo.”

Ele acrescentou que a decisão colocou em risco a vida dos que estão a bordo e no terreno.

Sanções da Rússia atingem companhias aéreas

O pouso de emergência ocorre quando as companhias aéreas russas enfrentam dificuldades para obter peças de reposição devido a sanções ocidentais em Moscou por sua ofensiva na Ucrânia.

Em março, o veículo de mídia russo Vedomosti citou o funcionário da Ural Airlines, Igor Poddubny, dizendo que havia cerca de três meses antes de começarem a quebrar aviões por peças.

No entanto, Skuratov sustentou que todos os aviões de sua companhia aérea eram reparados com peças genuínas.

“Nunca permitiremos o uso de peças de reposição incorretas”, disse Skuratov. “É difícil, com uma guerra, mas todas as peças de reposição usadas em nossas aeronaves são certificadas.

“Eu coloco minha cabeça nisso.”

A agência Interfax informou que o A320 acidentado tinha cerca de 20 anos e tinha um certificado de aeronavegabilidade até o final do próximo ano.

A Reuters informou em agosto que a Ural Airlines e outras companhias aéreas russas conseguiram contornar as sanções ocidentais em várias ocasiões, usando intermediários em países como China e Emirados Árabes Unidos que não apóiam as restrições.

Um Ural Airlines Airbus A321 foi forçado a pousar em um campo nos arredores de Moscou em 2019, depois de ser atingido por gaivotas durante a decolagem. Cerca de 70 das 230 pessoas a bordo ficaram feridas no acidente, que a mídia russa apelidou de “milagre sobre Ramensk”.

Mais tarde, a tripulação recebeu prêmios estaduais.

FONTE:  BBC

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Camargoer.

Os pilotos colocaram em risco os passageiros e as pessoas no solo ao pousarem em um terreno. Da próxima vez, seria mais adequado pousar em um rio, assim se tornariam heróis.

Santamariense

Não, o mais certo seria primeiro usarem os sistemas redundantes disponíveis.

Rui Chapéu

o nível de ódio desse rapaz com o americano que salvou todos os passageiros e tripulação é demais!

Chega escorrer veneno do teclado do rapaz pq os camaradas russos dele só fazem caca.

Camargoer.

Caro Rui. Você esta equivocado. Se você tivesse lido o texto com atenção, teria entendido que minha crítica é à declaração do piloto Andrei Litvinov, que se adiantando às investigações, afirmou que o pouso de emergência colocou em risco os passageiros e às pessoas em terra, ainda que ninguém tenha se ferido. Entendeu?

Santamariense

Você também está se adiantando às investigações, criticando um piloto experiente, sem que você sequer saiba como acionar um motor de uma aeronave. Pode ser que ele esteja errado? Pode. Mas, pode estar certo.

Radagast, o Castanho

Eu entendi sua colocação e até te dei joinha.

Camargoer.

Obrigado Rad. Um grande abraço.

Jagder#44

Impressionante Rui.
Quando eu fazia mestrado na federal do RS, em 11/set/2001, estávamos numa aula, então a mesma foi interrompida devido aos ataques às torres gêmeas.
Lá pelas 11 da manhã um colega, engenheiro mecânico que trabalhava na petrobrás e era ligado a algum sindicado, falou: “graças a Deus estamos acabando com estes malditos americanos”.
Olha a mentalidade da pessoa, com mais de 2000 inocentes sendo massacrados naquela manhã.
Lamentável.

Rinaldo Nery

Em outra matéria diz que o pouso ocorreu devido pane seca.

Rinaldo Nery

E faltou conhecimento do sistema hidráulico por parte dos pilotos.

RenanZ

Havia lido isso também, sobre ser pane seca.

Inclusive, creio mesmo ser mais provável um pouso forçado devido à falta de combustível do que uma “simples” falha hidráulica, não faz sentido a versão apresentada

Rinaldo Nery

Alternaram por conta do comprimento de pista para o pouso. E um alternado mto distante. E, talvez, não calcularam corretamente o comprimento de pista necessário. Eu voei A320. 2.860:00h.

Rodrigo Maçolla

Nesses incidentes é sempre prematuro fazer avaliações mais Então Cel. se entendi bem ? o que ocorreu é que teve sim uma falha hidráulica e o piloto tomou a decisão de pousar em outra pista (alternar) mais ao fazer percebeu que ficaria sem combustível então teve que decidir pelo pouso de emergência… Esta decisão pelo pouso de emergência me parece correta mais a falha hidráulica, pela redundância de comandos, talvez não fosse “tão grave” e nisso faltou conhecimento da tripulação.

Rinaldo Nery

Amigo, o motor parou por falta de combustível. Entendeu? Ou pousava ou morria. Sorte que havia uma área propícia. Mas alternou sem saber o combustível necessário para chegar no alternado? Volta pro aeroclube!

Rodrigo Maçolla

Caramba em Sr. Rinaldo quanto ódio no seu coração!, Fiz apenas uma pergunta não sou mesmo especialista não vou voltar pro aeroclube porque nunca frequentei um, mais graças a meus pais e meu esforço pessoal tenho educação e sei ser cordial com as pessoas.

Fernando "Nunão" De Martini

Rodrigo,

Acho que o Rinaldo não mandou você voltar ao aeroclube, e sim o piloto da aeronave do incidente, por supostamente alternar sem saber o combustível necessário para chegar à pista alternativa.

Pelo menos é minha interpretação do comentário: uso de pergunta retórica seguida de resposta.

Last edited 7 meses atrás by Fernando "Nunão" De Martini
Rinaldo Nery

Exato. Grato.

Rodrigo Maçolla

Em um 1º momento Não me pareceu isso…. Mais então tudo certo 🙂

Rinaldo Nery

O piloto, não você.

Rodrigo Maçolla

Como foi uma resposta direta , de primeiro não entendi assim, me desculpe então, agora sei que o Senhor já não esta com “odio no coração” 🙂

Camargoer.

Olá RInaldo. Há algum tempo, assisti um documentário sobre um acidente causado por pane seca, não lembre se um 737 ou um A320, devido um erro da equipe de abastecimento, que calculou a quantidade de combustível em libras mas o equipamento de abastecimento usava quilogramas. Ou seja, colocaram praticamente metade do combustível necessário.

Leandro Costa

Foi um 767 no Canadá. Foi o caso do Gimmly Glider.

Leandro Costa

Só para complementar. O 767 era novo (literalmente estava sendo introduzido) e havia eliminado o engenheiro de vôo, que é o tripulante que normalmente fazia esse check. No 767 essa tarefa é feita pelo computador de bordo com um dos pilotos entrando com dados fornecidos pela equipe de terra, salvo engano. Daí o engano.

Camargoer.

Obrigado Leandro. Existe um outro caso de uma sonda enviada á Marte, eu acho, feita em colaboração da Nasa e a Agência Espacial Europeia. Os europeus fizeram seus cálculos usando o SI, dai transformaram os dados em CGS e enviaram para a Nasa, que por sua vez, acreditando que os dados ainda estavam em SI fez uma nova transformação para CGS. A sonda se espatifou no solo do planeta.

EduardoSP

Se ocorreu pane seca, isso ajudaria a explicar porque o avião não se incendiou.
Em uma pane seca o sistema hidráulico continua funcionando?

Radagast, o Castanho

Sim, existe um dispositivo chamado RAT (Ram Air Turbine) que é baixado quando não há mais geração de energia por parte dos motores ou da APU.

Ele se parece com um cata-vento e gira enquanto o avião estiver em movimento no ar, ao girar aciona um gerador elétrico e um sistema hidráulico auxiliar.

EduardoSP

Obrigado.

Rinaldo Nery

A RAT reestabelece, parcialmente, o sistema elétrico, que fará a bomba elétrica do sistema yellow funcionar. Apesar de a RAT acionar o sistema blue, é só pra gerar energia (gerador de emergência).

Rinaldo Nery

O sistema yellow pela bomba elétrica.

Willber Rodrigues

Voar numa companhia aérea de um país que sofre sanções de todo lado…
Eu não tenho esse nível de coragem.

Maurício.

O piloto não tem culpa das m* que seu presidente faz, se o avião tinha algum problema, seja ele qual for, ele fez o certo, avaliou um local que achava seguro e efetuou o pouso, o importante é que salvou a vida da tripulação.

Maurício.

Corrigindo, da tripulação e dos passageiros!

Rodrigo Maçolla