Forças Armadas Brasileiras demonstram coordenação, capacidade operacional e compromisso com o aprimoramento

Após intensos dias de treinamento e simulações, chegou ao fim o Exercício Conjunto (EXCON) Tápio 2023, que reuniu cerca de 30 aeronaves e contou com a participação de militares da Marinha do Brasil (MB), Exército Brasileiro (EB), Força Aérea Brasileira (FAB) e da Guarda Aérea Nacional do Estado de Nova Iorque (NYANG). Realizado na Base Aérea de Campo Grande (BACG), o exercício se destacou como o maior treinamento simulado da América Latina, reafirmando a capacidade das Forças Armadas de atuar de forma conjunta e eficaz em cenários desafiadores.

Durante o EXCON Tápio 2023, as operações foram variadas e intensas, abrangendo desde resgates em situações de perigo até o transporte de tropas e cargas. Neste sentido, a interoperabilidade entre as Forças Armadas foi um dos principais destaques do exercício, principalmente nas atividades de treinamento de Atendimento Pré-Hospitalar Tático (APH – T) e no Guia Aéreo Avançado (GAA).

Tal cooperação reforçou a importância do trabalho conjunto e também combinado para alcançar objetivos estratégicos e lidar com cenários complexos. O Comandante da BACG e Diretor do Exercício, Brigadeiro do Ar Eric Breviglieri, relatou que a sexta edição do Exercício Conjunto Tápio foi verdadeiramente exemplar, representando a importância do treinamento militar.

“Foram conduzidas 200 surtidas e acumuladas mais de 900 horas de voo, demonstrando o comprometimento incansável de nossos aviadores e o inabalável desejo de aprimorar nossas habilidades operacionais. Assim, por meio de cenários complexos, conseguimos simular uma ampla gama de situações que nossas forças podem enfrentar. Desde operações de resgate e evacuação até a defesa aérea e o reconhecimento estratégico. Cada missão desencadeou uma resposta precisa e coordenada, ressaltando nossa capacidade de adaptação e tomada de decisões”, declarou.

Além das realizações quantitativas, esta edição do Exercício Conjunto Tápio também foi marcada por avanços qualitativos. Segundo o Diretor do Exercício, a troca de experiências e conhecimentos entre as diferentes unidades presentes no treinamento enriqueceu a compreensão mútua de todos os envolvidos. “Aprendemos uns com os outros, aprimorando nossas táticas e estratégias, consolidando um espírito de trabalho em equipe que é fundamental para o sucesso em qualquer operação militar conjunta”, disse.

O papel das aeronaves

As diferentes aeronaves envolvidas, como os helicópteros H-36 Caracal e H-60 Black Hawk, os caças A-29 Super Tucano e A-1, o avião-radar E-99 e a Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) RQ – 900, demonstraram suas habilidades e capacidades específicas, atuando de maneira coordenada e integrada.

O H-36 Caracal, uma aeronave multimissão da FAB, desempenhou papéis essenciais não apenas nos cenários de conflito, como também na rotina de missões de busca e salvamento. “Trouxemos para o exercício nossas atividades rotineiras, mas, aqui, as realizamos em um cenário de conflito simulado, onde foram feitas diversas surtidas de missões com foco no resgate em combate. Assim, treinamos doutrinas, técnicas e táticas para missões de evacuação aeromédica, escolta aérea e transporte de feridos, até mesmo por içamento da vítima”, descreveu o Comandante do Terceiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (3º/8º GAV) – Esquadrão Puma, Leonardo Teles Gomes.

Entre os 13 esquadrões que participaram do Exercício, está o Primeiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação (1º/3º GAV) – Esquadrão Escorpião – que realizou atividades de apoio aéreo aproximado, treinamento de pilotos como evasores em território hostil e em fuga e evasão. Desse modo, o Comandante do Esquadrão, Tenente-Coronel Antonio Augusto Silva Ramalho ressaltou que os voos com a Guarda Aérea Nacional de Nova Iorque, com outras Organizações Militares da FAB e de Forças Singulares foram de grande importância para o enriquecimento das capacidades operacionais do Esquadrão. “Esse treinamento proporcionou um ambiente realista para que nossos pilotos aperfeiçoassem suas capacidades de sobrevivência em cenários de combate, fortalecendo sua resiliência e adaptabilidade. Além disso, o EXCON pôde prover a manutenção operacional das equipagens do 1º/3º GAV na utilização determinante do vetor aéreo para o sucesso das operações terrestres, maximizando a efetividade do poder de combate conjunto e combinado”, explica.

O Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2º/10º GAV) – Esquadrão Pelicano, sediado na BACG, também participou das atividades realizadas durante as três semanas de treinamento realizando dois perfis de missões com seus vetores H-60 Black Hawk e SC-105 Amazonas. Com o helicóptero, os militares integraram a Força Tarefa de Busca e Salvamento em Combate com a função de veículo de resgate, que é o elemento vital para a extração do sobrevivente sobre território hostil. Já com o SC-105, que também integra a referida Força Tarefa, os participantes do treinamento voaram de forma destacada, em níveis mais altos, uma vez que a aeronave representa o principal enlace de comunicações rádio entre os diversos elementos da missão, entre eles: demais aeronaves, sobreviventes e centros de coordenação.

A bordo de ambas as aeronaves, trabalharam Oficiais e Graduados, especialistas em gerência de dados que, com o apoio das avançadas ferramentas de navegação, sensoriamento e comunicação, abasteceram os demais elementos com toda informação determinante de maneira ágil e elevaram sua consciência situacional, item importante à segurança e efetividade das tarefas correlatas ao resgate dos sobreviventes.

De acordo com o Comandante do Esquadrão Pelicano, Tenente-Coronel Emanuel Patricio Beserra Garioli, o ano de 2023 representou a continuidade de um trabalho prático no desenvolvimento da doutrina de execução da tarefa CSAR. “O cenário amplo, com inúmeras variáveis e estruturas, que simulam com grande fidelidade possíveis ocorrências reais, proporcionou, mais uma vez, a essencial oportunidade de se aferir a eficClique aqui para baixar a imagem originalácia dos conceitos preconizados em nossas documentações. Os voos contaram com intercâmbio de militares norte-mericanos extremamente capacitados na atividade, além de serem realizados em conjunto com outras Unidades da Força Aérea Brasileira. Portanto, não se limitaram a uma oportunidade de aferir nossa eficiência no perfil da missão CSAR, foram, além disso, um momento vital para trabalharmos a capacidade de integração, comunicação comum e conjunta, elementos essenciais ao sucesso de qualquer operação militar de grande vulto”, finalizou.

Tecnologia

O uso da tecnologia foi um fator determinante no sucesso do EXCON Tápio 2023. As atividades e treinamentos puderam ser realizados de forma eficaz justamente com o uso de ferramentas tecnológicas. Na Célula Cenário, considerada o centro de operações de todo o exercício, era possível controlar todas as atividades e apresentar uma perspectiva dinâmica, realista e estruturada da atuação dos militares no treinamento. Assim, com a Aeronave Remotamente Pilotada (ARP), era possível acompanhar todo o treinamento dos Guias Aéreos Avançados, realizado nas cidades de Aquidauana e Bodoquena – localizadas a 140 km e 270 km de Campo Grande, respectivamente).

“Como novidade nesta edição, o RQ-900, com suas capacidades de voo autônomo e sistemas de sensoriamento de ponta, rapidamente se firmou como um ativo valioso. Sua capacidade de fornecer inteligência em tempo real e cobrir áreas de difícil acesso trouxe uma nova dimensão ao cenário de treinamento. Assim, foi um avanço doutrinário para o Esquadrão, principalmente pelo envolvimento com outras unidades e essa interação em um exercício conjunto. Com isso, pudemos saber, realmente, qual a importância do ARP no cenário de guerra irregular”, explicou o Major Aviador Thiago Hamester Hunhoff, piloto da aeronave do Primeiro Esquadrão do Décimo Segundo Grupo de Aviação (1º/12º GAV) – Esquadrão Hórus.

Saldo Positivo

Diante de tudo isso, fica evidente que o Exercício Conjunto Tápio 2023 representou mais do que um treinamento simulado e reforçou o compromisso das Forças Armadas com a excelência, a integração e a capacidade de resposta em cenários complexos, garantindo a segurança e a eficácia das operações militares.

FONTE: Força Aérea Brasileira

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Willber Rodrigues
BLACKRIVER

Precisamos de no mínimo uns 60 Black Hawk

PM do PA aprendeu uma tonelada de cocaina hoje… droga veio da Colômbia 🇨🇴
atravessou o Brasil de oeste para leste!

Willber Rodrigues

O problema é que esses Black Hawnks não vão aumentar a frota, e sim substituir os mais antigos, conforme matéria acima

Jagder#44

Não se preocupe, alguém vai dar um jeito, na justiça, de liberar a droga.
Tudo em casa.

Welington S.

A Colômbia é a maior produtora de cocaína do mundo. O Brasil, sem condições plausíveis de deter esse demônio, é a ponte de drogas para o mundo. Triste.

Douglas Rodrigues

Lembrando que os 12 AH-2 Sabre deram baixa ano passado e até então sequer foi levantado a possibilidade de substituto.
Creio que ao menos mais 12 BlabHawk e os um bom número de kits Armed dariam conta e serviriam com propósito dual (transporte de cargas e passageiros). Ainda há de se avaliar a compra de meia dúzia de Chinooks para transporte pesado.

Bardini

e os um bom número de kits Armed”
.
A FAB não precisa disso aí, assim como nunca precisou dos Mi-35.

Douglas Rodrigues

Também acho que não seria para a FAB operar e sim para o EB, nem mesmo os Mi-35… Já que a FAB quer exclusividade sobre as asas fixas, o EB lute com asas rotativas. Aaah, e os drones? Que sejam comprados os armados também! E AA? Já passou da hora de ter comprado alguma solução.

Rafael Oliveira

A aposentadoria dos helicópteros de ataque foi benéfica à FAB, pois esse meio não era, não é e nem será um prioridade para a FAB. Aliás, até para o EB a aquisição de helicópteros de ataque é discutível, diante do custo-benefício do uso de drones.
O que me incomoda na FAB é ela não ter drones armados, não possuir defesa antiaérea adequada no solo e não adquirir mísseis antinavio para o Gripen.

Willber Rodrigues

Drones armados e defesa AA não seriam escopo do EB?
Mísseis anti-navio não é coisa da MB?

Rafael Oliveira

A FAB tem por missão fazer ataques estratégicos. Pilotos e comandantes treinam como selecionar e atacar alvos estratégicos. Eles tem melhor formação para “pilotar” um drone até um alvo a uma grande a distância. Também opera drone de maior alcance há um bom tempo. Somente precisa de drones armados de igual alcance. Para mim, ao EB caberia os drones menores e as munições vagantes, com menor alcance e alvos “menores”. A MB não tem aviões de caça modernos, nem experiência, nem pilotos em grande quantidade, não tem NAe e só tem uma base aérea. Não acho que faça sentido adquirir… Read more »

Rinaldo Nery

Breviglieri é Jaguar. Foi um dos oito Jaguares que fizeram o curso do Mirage 2000 na França. Serviu comigo em Anápolis. By the way, cadê os que chamam a FAB de “aeroclube”?

Rafa

Nunca disse isso, mas no compilado de imagens, até o Ricardo Bueno era bom de bola. Rs

velame

A FAB, esta muito a frente do EB e principalmente da MB em termos de preparo e emprego. Parabéns aos Fabianos.

Welington S.

O que mais me impressiona nas três forças mas muito mais na MB e FAB, é a capacidade de fazer vários exercícios enormes e a disponibilização de meios necessários. Creio eu o Brasil ser o único da região com essa capacidade.