Um míssil AIM-120 sai do trilho de um F-16 durante o exercício Combat Archer

Em 27 de dezembro de 1992, quatro F-16 da Força Aérea dos EUA, liderados pelo tenente-coronel Gary North, encontraram um MiG-25 iraquiano que tinha cruzado a zona de exclusão aérea no sul do Iraque.

Os F-16 bloquearam a aeronave iraquiana na zona de exclusão aérea, impedindo-a de escapar para o norte. O F-16D #90-0778, pilotado por North, disparou um AIM-120A contra o caça de fabricação soviética e o derrubou. O encontro também foi o primeiro “kill” em combate aéreo para um F-16 dos EUA.

O 33rd Tactical Fighter Squadron, liderado pelo tenente-coronel Gary North, chegou em 20 de dezembro de 1992 a Dhahran, na Arábia Saudita, para uma missão de 90 dias como parte da Operação Southern Watch (OSW). Sua missão era patrulhar os céus do sul do Iraque em apoio às resoluções da ONU e manter uma presença aérea consistente da coalizão dos EUA abaixo do paralelo 32.

Trazendo 18 F-16C/Ds, foi o primeiro desdobramento do esquadrão para a Southern Watch. Embora a unidade fosse experimentada como um todo, apenas três dos pilotos destacados já haviam participado de combates durante a Guerra do Golfo. Ainda assim, todos estavam motivados a cumprir seu dever na Arábia Saudita.

Caça F-16 lançando míssil AIM-120
AIM-120 AMRAAM
AIM-120 AMRAAM

O Coronel da Força Aérea dos EUA, Gary North, durante as verificações pré-voo na aeronave F-16 Fighting Falcon antes de voar em uma missão de treinamento na Base Aérea de Luke, no Arizona. A estrela verde na aeronave representa o MiG-25 iraquiano que ele derrubou. O coronel Gary North tornou-se o primeiro piloto da Força Aérea dos EUA a conseguir um abate em uma aeronave Lockheed Martin F-16 Fighting Falcon durante a Operação SOUTHERN WATCH, quando enfrentou com sucesso um MiG-25 Foxbat iraquiano que violou a zona de exclusão aérea do sul do Iraque

Naquela manhã fatídica, a esquadrilha de North estava sendo reabastecida por um KC-135 quando um MiG-25 iraquiano cruzou a fronteira para a zona de exclusão aérea. Ele conseguiu escapar para o norte em segurança com os F-15 dos EUA em sua perseguição. Para evitar atrasos, o tenente-coronel North e seu ala rapidamente reabasteceram suas aeronaves com combustível suficiente para completar o tempo designado na estação na zona de exclusão aérea. Eles então cruzaram a fronteira para o sul do Iraque, enquanto os outros dois caças permaneceram com o avião-tanque.

Os F-16 foram chamados para interceptar e impedir novas travessias de fronteira por aeronaves iraquianas. Várias aeronaves iraquianas foram observadas se aproximando da fronteira e entrando na zona de exclusão aérea, e os F-16 foram chamados para interceptar cada uma delas.

Durante a quarta interceptação, um MiG-25 se aproximou dos dois F-16 pelo oeste. North ordenou que o outro elemento de F-16 voasse entre o MiG-25 e o paralelo 32, bloqueando sua fuga. North então foi vetorado em direção ao iraquiano com seu ala e pediu permissão para abrir fogo.

O Foxbat estava virando para o norte para escapar dos F-16 quando a mensagem de rádio “BANDIT-BANDIT-BANDIT, CLEARED TO KILL” chegou. O míssil AIM-120A partiu o MiG em três seções e acabou consumido por uma enorme bola de fogo. Demorou menos de 15 minutos desde o momento em que North partiu do KC-135 até derrubar o MiG.

Simulação do primeiro ‘kill’ com AIM-120 no DCS World

FONTE: Alert5.com

NOTA DA REDAÇÃO: Abaixo a linha do tempo das intervenções dos EUA no Iraque:

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Clésio Luiz

Eu tenho uma vaga lembrança da notícia desse abate aparecendo nos telejornais daqui. Olhando para trás, o orgulho de Saddam em querer mandar suas aeronaves voarem livremente, sobre os céus do próprio país, acabou custando caro para os coitados que tinham que cumprir as ordens. Era uma batalha perdida, não apenas do ponto de vista tecnológico, mas também tático. Os radares dos AWACs aliados podiam acompanhar os movimentos dos caças iraquianos de longe, dando toda a chance dos pilotos aliados engajarem da forma mais vantajosa. Típico do político metido a general, que não entende de guerra, mas adora aparecer fardado… Read more »

Alberto

Hoje em 2022 os porta-aviões dos EUA não entram mais no golfo Pérsico devido os mísseis e drones do Irã… os mesmos que estão ajudando a Rússia a deixar a Ucrânia no escuro mesmo com o Ocidente fornecendo seus sistemas de defesa anti-aerea.

José Neto

Bom dia/noite! Há alguma matéria sobre mísseis AR-AR(sua diferenças, especificações, objetivos e etc…) que os leitores podem me recomendar?

Rinaldo Nery

A reprodução mostra um pouco de como é um combate BVR. O AWACS forneceu a posição do inimigo em relação ao Bull´s Eye: proa, distância e altitude (Angels). O Angels é fornecido em relação à uma altitude pré-definida. Por exemplo, se essa altitude for 10 mil pés, Angels 26 será 10 + 26 = 36 mil pés. O Bull´s é um ponto pré-definido. Pode ser um VOR ou um aeródromo.

Groosp

Isso é para não revelar a posição do caça caso as comunicações sejam comprometidas?

Rinaldo Nery

Sim. E BRA significa bearing, range and altitude. Quando a posição não é transmitida em relação ao Bull’s Eye.