Maquete do futuro caça Tempest

TÓQUIO/LONDRES, 14 de julho (Reuters) – Grã-Bretanha e Japão estão perto de um acordo para fundir seus programas de caças Tempest e F-X de próxima geração, com os dois países buscando um acordo sobre um novo projeto conjunto até o final do ano, três fontes disseram à Reuters.

Seria a primeira vez que o Japão buscaria um parceiro não americano para um grande programa militar e a primeira grande colaboração entre Tóquio e Londres, indo além do esperado quando as negociações industriais começaram há cinco anos.

“Esta seria uma parceria igualitária entre Japão e Grã-Bretanha”, disse uma das fontes com conhecimento do plano. Vai custar dezenas de bilhões de dólares, acrescentou.

O esforço para combinar o programa japonês F-X, liderado pela Mitsubishi Heavy Industries (MHI), com o britânico Tempest, gerenciado pela BAE Systems PLC , até dezembro não foi relatado anteriormente.

As fontes pediram para permanecer anônimas porque não estão autorizadas a falar com a mídia.

“O principal objetivo é construir um jato comum, que pode ter pequenas diferenças de design para cada país”, disse outra das fontes.

A Grã-Bretanha poderia lidar com as exportações na Europa, enquanto o Japão cuidaria do mercado asiático, disse outra das três fontes.

A colaboração espalharia os custos de desenvolvimento, enquanto a exportação aumentaria os lotes de produção e reduziria o preço por avião, ajudando os dois países a esticar seus orçamentos de defesa.

Isso representaria um aprofundamento dos laços de segurança entre os dois aliados próximos dos EUA. Londres está assumindo um papel militar maior na Ásia sob uma “inclinação” estratégica em direção ao Indo-Pacífico, e Tóquio está expandindo a cooperação de defesa para além de Washington.

Conceito do caça Tempest
Concepção do F-X do Japão

O custo do programa de desenvolvimento do F-X é estimado por funcionários do Ministério da Defesa do Japão em cerca de US$ 40 bilhões, dos quais US$ 700 milhões foram alocados este ano, tornando-se uma proposta lucrativa para empresas japonesas que perderam quando Tóquio comprou o kit americano, incluindo o F-35.

O projeto Tempest liderado pela BAE para substituir o jato de combate europeu Typhoon tem um orçamento governamental de 2 bilhões de libras (US$ 2,38 bilhões) até 2025, quando o desenvolvimento completo está previsto para começar.

É uma das duas iniciativas europeias para a próxima geração de poder aéreo ao lado do Futuro Sistema Aéreo Franco-Alemão-Espanhol, atualmente mergulhado em divisões entre os parceiros Airbus e Dassault Aviation.

A Lockheed, em 2018, havia proposto o uso da fuselagem do F-22 Raptor e componentes do F-35 para o F-X, mas essa parceria provisória terminou este ano porque o controle dos EUA sobre a tecnologia sensível significava que Washington poderia dizer quando e como o Japão deveria manter e atualizar seus aviões, disseram as fontes.

Para as empresas japonesas, que foram proibidas de exportar armas para o exterior até 2014, a parceria é uma chance de acessar mercados estrangeiros e tecnologia europeia com potencialmente menos restrições do que as impostas por Washington.

O caça ainda precisará de alguns componentes dos EUA, como comunicações e links de dados, para garantir a interoperabilidade com as forças dos EUA.

À medida que as negociações em Tóquio e Londres avançam, ainda não está claro qual papel, se houver, os governos sueco e italiano terão no novo projeto depois de concordarem em colaborar no Tempest.

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Vendéen

Olá Brasil,

Os ingleses e os japoneses provam que podem encontrar muitos pontos em comum em seus respectivos projetos para chegar a algo concreto.
Para os demais participantes, espera-se que consigam se encaixar neste projeto comum sem dificuldades.
Além disso, a Itália havia expressado recentemente seu desejo de participar do programa do caça japonês F-X.
https://fr.topwar.ru/194988-italija-vyrazila-zhelanie-pouchastvovat-v-programme-razrabotki-istrebitelja-shestogo-pokolenija-f-x-dlja-japonii.html
Parabéns se este projeto for finalizado.
Em relação ao SCAF estou cada vez mais pessimista.

Mars

Eu gosto mais da concepção japonesa, ela me lembra o YF- 23.

Z Renato Vilhena Z

Mas será que haverá energia elétrica para fundir o metal necessário?

O Banco Central da Alemanha já está falando para as pessoas acumularem lenha em casa.

https://www.zerohedge.com/markets/deutsche-bank-now-modeling-german-households-chopping-wood-keep-warm-winter

A Inglaterra se tiver alguma sobra precisa ajudar, enviando gás, energia elétrica, algo.Não pode ser egoísta. Afinal é ou não para defender a “democracia”?

Sobrará o suficiente para acender as siderúrgicas?

Thiago A.

Será que é o mesmo problema dos russos ? Afinal depois de 20 anos a força aérea russa não conseguiu incorporar nem 5 unidades do PAK-FA. Outra opção seria tentar um parceria com o Iran para produzir os Qaher-313 .

Last edited 1 ano atrás by Thiago A.
Carlos Campos

vai ter, mas bem caro, ou não, acredito que até a produção, já vai ter normalizado o mundo

Marcelo Silveira

O cerco de caças de próxima geração se fechando! A Coreia do Sul está desenvolvendo seu próprio programa demonstrador de próxima geração “sozinho”, assim como, Rússia e China o fazem! Outros países formam blocos, o consórcio franco-alemão espanhol, e agora, o anglo-japonês, com possibilidade de entrar Itália e Suécia no programa. *Vejamos, que, há uma parcela significativa de países europeu Itália, Espanha e Reino Unido já utilizam o f-35! ** Será que o f-35 com toda tecnologia embarcada, sua referência de melhor caça da atualidade não correspondeu a expectativa? ***O texto da matéria cita que a Grã-Bretanha é a referência… Read more »

Last edited 1 ano atrás by Marcelo Silveira
Claudio

E o Brasil deveria procurar a China pra ter o j-31 e rechear ele com algumas tecnologias desenvolvidas no Brasil como o painel da AEL , míssil adarter e outros

Henrique

Não vai acontecer pelo mesmo motivo que não teve o pantsir no EB: Tecnologia completamente “alienígena” nas FA.
.
sem falar que o Gripen mato a compra de qualquer outro caça 4++, 5,6,7… pelos próximos 15 anos.

Last edited 1 ano atrás by Henrique
Carlos Campos

os aviônicos serão ocidentais, a não ser que queiram enfiar o um programa de controle de aeronave chinês para comandar aviônicos ocidentais, é tipo tirar uma roda, e colocar uma roda quadrada, pq sim, o programa do claudio é totalmente pé no chão, em vês de ficar testando um fuselagem para ver se ela ficou stelth o suficiente, basta comprar ela pronta rechear dentro da capacidade estrutural da mesma, colocar o motor da GE, o sistema de combate vai ser o mesmo do gripen e pronto. única coisa que deveria ser perseguida aqui é o radar e o sistema EW.

Sensato

Gosto quando as pessoas falam de mudar tudo em um caça de alta tecnologia como se fosse um episódio do Overhauling

Carlos Campos

sim, igual os EUA fizeram com o F15A para o F15X, Boeing e LM são os maiores Overhaulings da indústria aeronáutica militar.

Nativo

Sai fora dessa parceria Japão. Os anglo saxões já mostraram a muita tempo que não são confiáveis.

Hcosta

Se ainda fosse outro país, mas o Japão?

Andre

Em 1066 Guilherme, o conquistador, invadiu e dominou a Grã-Bretanha, encerrando o domínio dos reis anglo-saxões e iniciando as dinastias normandas. Hoje os povos que vivem na Inglaterra são uma grande mistura de anglos, saxões, nórdicos, normandos, galeses,….

Alias, tão ruim de história quanto de português.

Satyricon

O programa original do Tempest (UK, Itália e Suécia) obviamente será todo revisto em prazo (2035 originalmente) e custos (inicialmente 2Bi Libras só no UK, a ser igualado pelos demais). Com mais um sócio de peso, o programa vai crescer de escopo e musculatura. Supondo que cada um coloque U$ 2,5Bi, já seria um programa de 10Bi de doletas. A adesão como sócio minoritario nesse programa é algo que deveria ser estudado pelo Brasil. Uma participação de 10% (U$ 1Bi), ao longo de 13 ou 15 anos, dariam U$ 66mi a U$ 77mi ao ano, algo perfeitamente razoável para um… Read more »

Carlos Campos

o Brasil ia entrar com o quê? engenharia de estrutura e materiais eles já, eletrônica no estado da arte eles já tem, mísseis, eles já tem, motores já foi decidido que será RR, acho que já tá cheio e não cabe mais a gente.

Sensato

Numa festa para a qual você leva um bilhão de dólares, sempre vão dar um jeito de achar espaço pra você.

MMerlin

E correr o mesmo risco da vergonha que passamos na “parceria” e construção da ISS, onde o país se comprometeu com a produção de algumas partes da estação com custo de pouco mais de US$ 100 milhões, e não tivemos a capacidade de entregar nem um parafuso nem a responsabilidade de comunicar o consórcio?

Carlos Campos

Numa festa em que se leva 1 bilhão e os participantes são todos multibilionários, vão te mandar ir embora, tem outros projetos menos “cheios” que poderíamos participar tipo o da Turquia ou da India.

Carlos Campos

Numa notícia anterior eu li o texto e fiz a análise que a o Japão dispensou os EUA e foi com UK, aí veio um inteligentão dizendo que não era verdade, espero que dessa vez bem explicitado que não só vai com o UK mas vai fundir o projeto com o UK, ele aprenda a analisar texto minimamente, só acho estranho essa fusão pq o Japão quer independência tecnológica sobre seu caça e o principal foco no UK era a Turbina da RR, acredito que vá sair a mesma cara com o recheio diferente, coisa que alguns juram que não… Read more »

Marcelo Bardo

Acho que não…

Andre

Talvez lá por 2050/2060, quando ainda haverão pessoas preocupadas com a invasão dos Eua/China/França/etc à Amazônia.