Boeing 737 MAX

Boeing 737 MAX

Um engenheiro da Boeing que no ano passado apresentou uma queixa ética interna, alegando sérias falhas no desenvolvimento do 737 MAX, escreveu para um comitê do Senado dos EUA afirmando que problemas sistêmicos com o projeto do jato “devem ser corrigidos antes que o 737 MAX possa retornar ao serviço.”

A carta ao Senado, obtida pelo The Seattle Times, foi escrita pelo engenheiro Curtis Ewbank, especialista de 34 anos em sistemas de cabines de pilotagem, cujo trabalho quando o MAX estava em estágio inicial de desenvolvimento envolvia estudos anteriores de falhas e usava essas informações para tornar os novos aviões mais seguros.

Sua carta, enviada no início deste mês, argumenta que não é suficiente para a Boeing consertar o defeituoso Maneuvering Characteristics Augmentation System (MCAS), conhecido por ter derrubado a aeronave em dois acidentes na Indonésia e na Etiópia.

“Não tenho dúvida de que a FAA e os legisladores estão sob pressão considerável para permitir que o 737 MAX retorne ao serviço o mais rápido possível e assim que a falha pública do MCAS for corrigida”, disse Ewbank ao Senado. “No entanto, dadas as inúmeras outras falhas conhecidas na estrutura da aeronave, será apenas uma questão de tempo até que outra equipe de voo seja sobrecarregada por uma falha de projeto conhecida pela Boeing e outras vidas sejam perdidas sem sentido”.

Ele continua sugerindo que deficiências semelhantes nos sistemas de controle de voo podem afetar a segurança do próximo jato widebody 777X da Boeing.

A carta de Ewbank também revela que ele foi entrevistado sobre suas preocupações pelo FBI, o que sugere que suas alegações foram ao menos consideradas parte da investigação do Departamento de Justiça sobre o que deu errado no 737 MAX e se as ações de alguém na Boeing foram criminais.

FONTE: Seattle Times

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Tomcat4,2

Que treta braba e pior, como dito, se alastrou no projeto do 777X. Tem que olhar isso pois vidas humanas podem,como já ocorreu, voltar a serem perdidas por um problema cuja existência é sabida pela Boeing.

Dr. Telêmaco

Não sou da turma dos catrastofistas. Sempre achei que a Boeing resolveria todos os problemas do Max e tudo voltaria ao normal. Ainda mais com esse hiato provocado pela pandemia. Entretanto, se realmente o problema se tornou sistêmico na linha de projetos e contaminou outros, como o 777x, aí meus amigos, vai ser difícil prever o tamanho do impacto na empresa. Corre o risco de não se recuperar. Quebrar não vai porque lá a banda toca diferente daqui e entra aquela velha questão de ser “muito grande para falir”, mas a solução normal nesses casos, para eles, é a fusão… Read more »

Chris

Ou.. É só um engenheiro a procura de vingança contra sua ex-empresa, por algum motivo.

Ele passa uma imagem que os problemas são tão graves… Que fica é dificil de acreditar que então alguém permitiria que esses aviões voassem !

Fabio Araujo

O problema é querer economizar onde não dá para fazer, engenharia de precisão não é brincadeira, tem que pensar na qualidade e na precisão antes do preço.

marcus

Contenção de custos tem limites em todas as áreas.O projeto 737 Max é um projeto novo? Na minha opinião não. É mais um puxadinho do projeto 737.

Alexandre Cardoso

” O problema é querer economizar onde não dá para fazer, engenharia de precisão não é brincadeira, tem que pensar na qualidade e na precisão antes do preço. ( Fabio Araujo )”

E mais, fusão e eles continuarem no comando, é o mesmo que nada. Fusão só se for com uma empresa que além de visar o lucro, vise a qualidade e segurança para as pessoas que voarão nas aeronaves fabricadas e que essa empresa ( não a Boeing ) fique no comando.

Last edited 3 anos atrás by Alexandre Cardoso
Fabio Araujo

Olha aí : Encontraram novamente detritos no tanque do KC-46!
KC-46 delivery to Seymour Johnson delayed after debris found in fuel tank

https://www.airforcetimes.com/news/your-air-force/2020/06/15/kc-46-delivery-to-seymour-johnson-delayed-after-debris-found-in-fuel-tank/

Last edited 3 anos atrás by Fabio Araujo
Antoniokings

Boeing em um buraco sem fundo.
E os otimistas (e bota otimistas nisso) dirigentes da empresa esperam que o aparelho seja certificado nos próximos meses.
E até anunciaram a volta da produção.

Régis

Deveriam encerrar a produção desse modelo. É um grande avião sem dúvida, mas alcançou seu limite. Até a Airbus já anunciou o início do desenvolvimento do sucessor do A-320NEO.

Alexandre Cardoso

Será que alcançou seu limite? Sei não. O problema realmente está na falta de controle de qualidade. Parece que eles desaprenderam como fazer as coisas com qualidade, no visar o lucro acima de qquer coisa.

Marcio AR

Na construção do Boeing NG, a empresa terceirizou a fabricação dos anéis da fuselagem e acreditem ou não, a soldagem era realizado de forma manual, como se fosse fabricar um portão de garagem, resultado dessa economia se não me engano foram 03 acidentes não fatais devido ao colapso da fuselagem durante pousos.

Fernando EMB

Você deve estar fumando orégano estragado.
Colapso da fuselagem? Terceirizar soldagem?? Solda na fuselagem????

Quanta idiotice junta, My God!!!

Ricardo

Cara, sou Técnico em estruturas Aeronáuticas. De onde você tirou essa ideia de soldas na fuselagem?? As cavernas são fixadas às fuselagens atravéz de REBITAGEMS entre Stringers e REBITES.

Adriano Madureira

A Boeing precisa se benzer, o KC Pegasus voltou a ter problemas…

Alexandre Cardoso

Se benzer não, parar de visar o lucro acima de qquer coisa. Se terceirizar, fiscalizem a qualidade. Até onde sei qquer empresa que terceiriza um serviço, de uma forma ou outra, faz controle de qualidade dos serviços que são executados pelos terceirizados. Puxa, esses terceirizados não estão fazendo caixas de papelão, são parte de uma aeronave.

Nilton L Junior

Meu Deus é bronca atrás de outra, não é possível, difícil de acreditar.

Cristiano

Isso é o resultado de uma concorrência irresponsável por parte da Boeing. A Airbus já tinha um jato bem mais moderno saindo do”forno”. Ao invés de fazer um novo jato,a Boeing fez dezenas e dezenas de improvisos que como todos sabem, não deu certo. O prejuízo pra ela tá sendo muito maior, sem contar as vidas perdidas por causa de tamanha irresponsabilidade.
A ganância costuma custar muito caro.

Júlio

A Boeing, assim como a Embraer, optaram por trabalhar em cima de um modelo antigo quando a Airbus fez o mesmo, oferecendo o Neo.

Sugiro os vídeos do Lito, do Canal Aviões e Músicas, que fala sobre o assunto. Ao ler comentários e notícias, dá a impressão que pegaram um Gol chaleira e colocaram um motor de Porsche. Não é verdade.

marcus

A Airbus agradece.

Carlos Miguez - BH

Pouco tempo atrás li uma frase que emoldurava corretamente a crise na industria automobilística americana: “Os automóveis pararam de ser projetados por engenheiros, estes foram substituídos pelos contadores”. Troquem “automóveis” por AVIÕES e a frase fica PERFEITA para este caso, e outros da Boeing.

Nicolas_RS

Meu chute foi que o 737 demoraria para voltar a voar, muito mais do que era dito por alguns especialistas da área, e me parece que vai demorar mais do que meu chute.

É tanto problema encontrado no 737, que realmente estou achando que é melhor fazer um novo avião do 0 para substituir.

O Fanboy da Boeing, o “famoso” Lito, deve estar roendo as unhas.

Alexandre Cardoso

kkkkk
Unhas, que unhas??? Já deve ter passado das unhas.

Last edited 3 anos atrás by Alexandre Cardoso
Sergio

“Há males que vem para o bem”……….não me lembro quem disse isso se Dom Pedro I ou Mohamed Ali……..

Jmgboston

Voces acham que a Boeing é um companhia que so fabrica 2 produtos? Quem dera que tivessemos algo no Brasil 100% nacional que fabricasse ao menos a metade do que ela faz hoje. E nem estou falando da parte militar.

Leandro

Acredito que tenha que ir a fundo nas investigações e análises, no intuito de diminuir toda e qualquer forma de falha, preservando assim, a vida

Júlio

Tem muita coisa envolvida, dinheiro principalmente. Pode ser um ex-funcionário magoado e com raiva, interesses de concorrência, etc.

Se aqui há pessoas com raiva, alguns que nunca entraram num avião, imagina então no meio da turbulência.