Primeiro YF-16A, em 20 de outubro de 1976

Primeiro YF-16A, em 20 de outubro de 1976

Em 13 de janeiro de 1975, o caça General Dynamics YF-16 foi anunciado como o vencedor da competição LWF (Light Weight Fighter).

Ele foi originalmente desenvolvido a partir de um conceito idealizado pelo piloto John Boyd para um caça experimental leve e evoluiu para um caça para todos os climas e também com aeronave de ataque de precisão.

A USAF ativou oficialmente o projeto em dezembro de 1970. Ambos os caças teriam que voar em cenários realistas de combate contra caças da USAF e caças MiG mantidos em segredo numa base no complexo de Nellis.

Quatro contratos de US$ 100 milhões foram fechados para o Programa LWF em 1972, com a General Dynamics ficando com US$ 38 milhões para desenvolver e voar dois YF-16, enquanto a Northrop ficou com US$ 39 milhões para dois protótipos do rival YF-17.

A Pratt & Whitney também recebeu para desenvolver uma versão modificada do turbofan F100 e a General Electric para o novo motor YF101.

Quando a USAF submeteu a RFP à indústria para o LWF, ela especificou três objetivos: o projeto resultante deveria explorar totalmente as vantagens das tecnologias emergentes, reduzir os riscos de incertezas envolvendo o desenvolvimento e a produção em escala do novo caça e prover o DoD com uma variedade de opções tecnológicas que satisfizessem as necessidades de hardware dos militares.

Ao invés de tentar superar os dados técnicos dos caças russos, a USAF decidiu otimizar o LWF para altitudes operacionais de 30 a 40 mil pés (9 a 12 mil metros) e velocidade de Mach 0.6 a 1.6, sem tentar igualar a performance do MiG-25 Foxbat.

O LWF não foi projetado tendo em vista o canto superior direito do envelope de performance, mas para uma vasta gama de condições de voo, com ênfase em taxa de curva, aceleração e alcance. Esta combinação de parâmetros permitiriam ao caça interceptar e engajar o MiG-21, MiG-23, Su-7 e o Su-24.

YF-16 e YF-17

O caça de mais alta performance, com melhor manobrabilidade transiente, maior alcance e mais baixo custo saiu vencedor e em 1976, o YF-16 foi o escolhido.

O F-16 foi desde então um sucesso em todos os sentidos. A USAF o utilizou pesadamente e com sucesso em missões ar-solo na Guerra do Golfo de 1991 e em todos os outros conflitos. A Força Aérea de Israel também teve grande sucesso no seu emprego.

O conceito original de caça diurno foi perdido antes do início da produção em série, com a fuselagem sendo estendida como a versão biplace, com capacidade ar-solo adicionada. Ao longo das versões produzidas, o F-16 foi se tornando maior, mais pesado e mais capaz, incluindo o míssil AMRAAM e mais ponto duros para armas.

Hoje o F-16 tem mais de 4.500 unidades produzidas e ainda é considerado o caça “benchmark” para medir o desempenho de todos os outros caças do mundo.

F-4 Phantom II e YF-16
Raio de curva do F-4 Phantom (mais aberto) e do YF-16

O YF-17 virou o F/A-18 Hornet

YF-17

O Northrop YF-17 (apelidado de Cobra) foi aproveitado na nova competição VFAX. Ele se transformou no F/A-18 Hornet e foi adotado pela US Navy e pelo US Marine Corps, para substituir o A-7 Corsair II e o F-4 Phantom II, complementando o F-14 Tomcat.

Alguns criticaram a Marinha, que outrora “forneceu” caças à Força Aérea e agora tinha selecionado o perdedor da concorrência da USAF.

O projeto original, que seguiu o conceito de caça leve idealizado por John Boyd, ironicamente acabou crescendo até virar o F/A-18E/F Super Hornet dos dias atuais, que tem tamanho similar ao F-15.

Super Hornet acabou substituindo o F-14 no inventário da US Navy, onde realiza as tarefas de caça, avião tanque e guerra eletrônica.

F/A-18C Hornet
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Antoniokings

Como temos observado, já teve dias melhores. Evidentemente, já pesa a idade do projeto.
Após a ameaça de ter fechada sua linha de montagem por falta de encomendas, conseguiu uma pequena sobrevida com pequenas encomendas de alguns países ‘secundários’.

Claudio Moreno

Boa tarde Antonio! Cara desta fez você errou muito em teu comentário, pois o F16 tem muita lenha pra queimar ainda. Dificilmente o F35 será o legítimo substituto do F16. Aliás ele ainda continua a faturar contratos.
Hj não existe nenhum outro casa que tenha a produção, versões, modernizações e uma produção tão significativa, como o F16. Isto sem mencionar a ficha operacional e de combate.

CM

Antoniokings

Apesar de discordar em algumas partes do seu comentário, vou positivá-lo por ser coerente.
Saudações.

JPC3

Não dá para entender, aviões de outros países com a mesma idade são “aeronaves excelentes””ótimas”””melhor da categoria”!!!

Enquanto o F-16 que tem excelente histórico de combate é “velho” “só serve de alvo”””””

É muita falta do que fazer…

Antoniokings

Faça o seguinte: Peque os países mais representativos do Mundo, em termos econômicos, políticos e militares e veja quais deles compraram F-16s nos últimos (muitos) anos.
Vou te adiantar e responder: NENHUM

JPC3

Óbvio, estão comprando caças de 5° geração.

Por que iriam comprar F-16?

Antoniokings

Não só quinta geração, mas Typhoon, Rafale, Gripen, Su-30 e etc.
Se não me engano, as últimas encomendas do F-16 foram de Bahrein, Eslováquia, Eslovênia e Bulgária.
Acho que basta, né?

JPC3

Você tem argumentos técnicos para explicar porque os Mig são “excelentes” enquanto as versões modernas do F-16 só “servem de alvo”?

Sabe alguma coisa sobre os motores, radares, ECMs ou computadores das aeronaves?

André

Grécia, Itália, Turquia, Coreia do sul e Israel compraram f16 na mesma época que o último país representativo comprou um su30.

Antoniokings

Só se foi no calendário hebraico.
A Índia e Rússia (que eu me lembre) estão pensando, inclusive, em aumentar suas frotas de Su-30.

Jagderband#44

Você quis dizer:”Mais uma vez você errou…”.

FABIO MAX MARSCHNER MAYER

Bem, aqueles países que resolverem adotar uma solução “hi-low”, podem muito bem adquiri o F-16 como “low”, porque deve ser muito, mas muito difícil bater a hora-vôo dele!

rodrigo

e no caso dos F-35 turcos, subiram no telhado de vez, o Trump acaba de ameaçar destruir a Turquia economicamente caso ataque os Curdos.

Ivanmc

O Falcon foi e continua sendo, com as suas atualizações, o melhor caça leve de todos os tempos. Sem dúvida alguma.

Adriano Luchiari

Ainda é bem eficaz, e na época foi uma revolução na USAF. Era o retorno do “avião de piloto”. Fly-by-wire, era altamente manobrável ao contrário dos pesados e muito automatizados F-4 que veio a substituir.

Ivanmc

Com certeza. Tem uma matéria que ilustra a ausência do FBW antigamente, a qual utilizaram uma “privada” sob a asa para compensar o peso das bombas.

Bueno

Lindo o F16. Que sucesso de projeto. em pleno 2019 entra em concorrência!

Jagderband#44

Deveríamos ter comprado alguns no início dos anos 90.
Esse sim era o caça ideal para o Brasil.

Ivanmc

É isso mesmo, entre os anos 1992 e 1994 quase vieram alguns Falcons para nós. Uma pena.

Adriano Luchiari

Ou antes, se os EUA autorizassem sua venda, ainda na época do projeto AMX. Claro que os A-1 trouxeram à Embraer novas tecnologias e capacidades e elevou a FAB um novo patamar, porém foi apelidado de F-32 por custar o dobro do F-16 por unidade.

Ivanmc

É por aí, Adriano Luchiari. Aqui já poderiam terem vindo F-20, o Mig-21que teve até matéria nos jornais na época, F-16, F-18. Sendo que, em 2008 a FAB anunciou que a aeronave russa Sukhoi Su-30 estava fora da disputa final no Projeto FX-2. Contudo, matérias como essa do F-16, a qual está excelente, permeiam e pululam as mentes que admiram a aviação de caça principalmente, numa boa. Eu particularmente gosto da aviação de caça independentemente da nacionalidade.

Delfim

Aspirador de detritos na FAB ? Sai pra lá.

Clésio Luiz

O motor do YF-17 era o YJ101 (J de turbojet). F101 é o motor do B1, sendo que o derivado para caças virou F110.

Porque classificaram o YJ101 como turbojato eu não sei, pois já possuía já a característica de bypass de um turbofan. Na Wikipédia cita que a GE queria dissociar o novo motor do problemático TF30 do F-111, então pode ter sido isso.

Clésio Luiz

Embora a Northrop estivesse projetando um caça leve por anos antes do programa LFW começar, isto não lhe garantiu a vitória. Imagino que o problema tenha sido um apego demasiado às tradições da empresa. O YF-17 era o resultado de anos de trabalho que procuravam elevar o desempenho da família F-5 a novos patamares. Isso significa ênfase em taxa de curva instantânea e uso de dois motores, tal qual os projeto anteriores. Foi dito que 2 GE YJ101 custavam o mesmo que um único P&W F100. Mas isso não foi suficiente para manter os custos mais baixos que um caça… Read more »

Mauro Oliveira

Lembro que em uma entrevista, um ex piloto de F-4 fazendo a transição, comandou a a aeronave para virar 90 graus puxando com a mesma força que fazia no F-4. O avião virou 270 graus. O único piloto que se dava ao luxo de não gostar do F-16 era Giora Epstein, ” não gosto desse avião, tem um computador entre ele e eu, não posso fazer o que quiser com ele”. Realmente e o melhor da geração, conheço seu cockpit de cor, tudo está onde deveria estar, feito de pilotos para pilotos, tendo tudo que um piloto quer. Todos os… Read more »

Mauricio_Silva

Olá.
Um programa e tanto o LWF. Gerou dois caças de sucesso (F-16 e F-18).
SDS.

Carlos Campos

F16 e Mig 21 Sucessos de aviões, lutaram muito e ainda voam para caçar em certos lugares, porém os dias de caça do F16 ainda vão durar mais alguma décadas.

Ederace

O f16 ainda tem muitos anos para brilhar, mas temos caças atualmente iguais tecnicamente e até levemente superiores na gama dos caças leves.

Mario Molica

Sou leigo no assunto mas amante de aviação. Não entro em detalhes técnicos obviamente, mas vendo a apresentação do F16 chileno na FIDAE 2018 fiquei impressionado com a agilidade. Um giro de 360º de raio bem pequeno a uma velocidade espantosa, sem contar a subida em 90º na nossa frente sumindo em questão de segundos. Fiquei mais impressionado com essa apresentação do que com a apresentação do F22.

Willber Rodrigues

O F-16 é o F-5 do nosso tempo. Daqui a 30 anos, o bixo ainda estará voando em muito país por aí.

Marcos

Esta avião é tão capaz que a USAF lançou um programa de modernização eletrônica de seus F16 para serem capazes até 2046. Isso responde qualquer questionamento referente a sua capacidade atual. Serão mais 25 anos de ativa.

Marcos

Antes que me esqueça, o nome do programa de modernização se chama SLEP

FABIO MAX MARSCHNER MAYER

Off-toppic: Antigamente existiam Northrop, Grumann, Lockheed, Douglas, Martim, Boeing, General Dymamics, North American, Vought e Republican. Foram adquirindo umas às outras e encarecendo os preços dos projetos. A aviação dos EUA tornou-se a vanguarda da aeronáutica pela competição renhida entre as empresas, hoje, se muito são 3 as empresas que se oferecem para os novos projetos…