Brasil perde para Argentina na corrida por satélites, afirma especialista

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ClippingNEWS-PAApesar de décadas de investimentos, o Brasil não obteve os resultados de seus pares no Brics – Rússia, Índia e China – no setor espacial. Além disso, está perdendo para a Argentina, que coloca em órbita seu segundo satélite geoestacionário e constrói o terceiro em seu próprio território. A avaliação foi feita pelo presidente da Visiona Tecnologia Espacial, Eduardo Bonini, em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), nesta quinta-feira (5).

O presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Rubens Barbosa, atribuiu parte dos problemas a “uma comédia de erros”, que começou com a oposição política ao Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (TSA) Brasil-Estados Unidos. Esse acordo foi assinado em 2000 para viabilizar o lançamento de satélites da base de Alcântara, no Maranhão, por empresas privadas norte-americanas. Com a mudança de governo, o TSA foi colocado de lado, com a assinatura de um acordo semelhante com a Ucrânia, em 2004.

Segundo Barbosa, para lançar da base de Alcântara o foguete com o satélite previsto no acordo com a Ucrânia, o governo brasileiro precisava do tratado que havia vetado – os Estados Unidos dominam 85% do mercado de lançamento de satélites de comunicação. Ao contrário do acordo com Washington, que ainda está parado na Câmara dos Deputados, a cooperação com o governo de Kiev foi rapidamente aprovada pelo Congresso.

O dirigente da Fiesp lembrou que, após 12 anos, o foguete não foi lançado, obrigando o governo brasileiro a cancelar o acordo com a Ucrânia em julho de 2015. Barbosa, que era embaixador brasileiro em Washington na época da assinatura do acordo com os Estados Unidos, garantiu que o tratado não foi feito para beneficiar empresas norte-americanas, mas para viabilizar a base de Alcântara, que receberia de US$ 40 milhões a US$ 50 milhões por cada lançamento de satélite.

Barbosa contestou informação dada em 2013 pelo então chanceler Antonio Patriota de que o governo havia retirado do Congresso o projeto de decreto legislativo que prevê a homologação do acordo pelo Congresso. Na presidência da reunião da CRE, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) informou que a última movimentação desse projeto de decreto legislativo se deu na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, com a leitura de relatório sobre a proposta pelo deputado Marcos Rogério (PDT-RO).

Para Barbosa, uma das opções é o Congresso Nacional dar prosseguimento ao exame do projeto de decreto legislativo, já que ele não foi retirado pelo governo. Conforme o ex-embaixador em Washington, se não tivesse havido essa “contaminação ideológica” 15 anos atrás, o Brasil teria desenvolvido a base de Alcântara para fins comerciais, “e os recursos poderiam financiar” as demandas para o desenvolvimento da área.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) observou que “o Brasil e a Rússia estão dentro do Brics e nós fizemos um acordo com a Ucrânia”. Em seguida, acrescentou, “a Rússia invade a Ucrânia e descobre-se que a fábrica [de foguetes] fica dentro de território russo”. Para a senadora, “isso parece ser equivocado em todos os aspectos”.

Diante do diagnóstico de Eduardo Bonini quanto à difícil situação financeira da indústria que opera no setor espacial, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) questionou a razão de as empresas privadas não terem capacidade de antever os problemas. Bonini explicou que 70% a 80% dos negócios nessa área são demandados por governo.

“São programas estratégicos. São projetos de altíssimo risco e, muitas vezes, sem retorno. Não existe lançador de satélite que traga retorno econômico – isso é uma estratégia de Estado, uma política de Estado. A utilização comercial da base de Alcântara pode fomentar a própria infraestrutura a se capacitar para projetos maiores, pode ajudar no desenvolvimento, mas é muito difícil ver um lançador de satélite dar retorno para as suas empresas”, acrescentou o executivo.

FONTE: Jornal do Brasil/ Agência Senado

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a.cancado

Pois é, quando a gente acha que já passou toda a vergonha que podia passar, aparece uma novidade…rsrsrsrsrsrsrs

a.cancado

Aliás, isso prova que não há nada tão ruim, que não possa piorar…rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrrss

cvn76

“se não tivesse havido essa contaminação ideológica”……

Ja disse tudo!!

Marcos

Desenvolver um foguete para lançamentos de satélites nessas alturas é jogar dinheiro fora. Há excesso de oferta pelo serviço.
A também excedente na oferta de serviços de satélite de comunicação. A única relevância seria no uso de satélites militares.

costamarques

Prezado Marcos, discordo da sua afirmação!

O espaço é a nova fronteira aser desbravada pela humanidade, e dominar op principio dessa tecnologia é muito importante!

Hoje se manda satelites, amanha sequestra asteroides com recursos naurais e por ai vai, porem só conseguiremos se tentarmos com nossas proprias tecnologias, e a corrida espacial ja começou a mais de 50 anos e ainda não mandamos nada com nossas proprias tecnologias.

costamarques

ps: Desculpem os erros, não consigo editar as postagens e o celular decide corrigir por mim as vezes 🙂

Melky Cavalcante

Esse discurso é tipico de político brasileiro, transferindo a culpa de todos os políticos que habitam aquele universo paralelo chamado Brasilia, para um único grupo ou ideologia. Em Brasilia, com raras exceções, todos partilham de apenas duas ideologias, a da obtenção de dinheiro e poder por qualquer custo. Além da falta vontade política para o desenvolvimento do projeto (VLS), têm que se remodelar o modo de pesquisa e desenvolvimento, trazendo para o projeto instituições de ensino e a indústria, dois setores que podem se beneficiar com o projeto. Não conheço o projeto que foi deixado de lado em prol do… Read more »

Tadeu Mendes

Os futuros ICBMs. chineses em solo argentino sera o proximo passo.

A Argentina nao tirou esse satellite e nem o foguete de uma cartola de magico. Os chineses estao patrocinando esse salto quantico dos portenhos.

Hoje sao “satelites”, mas amanha poderao ser MRBMs. colocando todo o territorio brasileiro na mira de Buenos Aires.

Mauricio R.

“A avaliação foi feita pelo presidente da Visiona Tecnologia Espacial, Eduardo Bonini, em…”

E o fato de a parte majoritária desta empresa, não saber o que venha a ser um satélite artificial e como lança-lo não nos inibe em nada.
Tudo se resume somente, as trapalhadas de Brasília.
Pra que é que essa Visonia serve mesmo????

Mauricio R.

OFF TOPIC…

…mas nem tanto!!!

Provas de motor do GraDiCom III:

“O CITEDEF realizou com sucesso ensaios para a otimização do foguete-sonda argentino GraDiCom III (Grandes DimenSiones Compuestos).
Os ensaios foram realizados em banco, com um motor similar ao que será utilizado no segundo estágio do foguete.
Através de medições de pressão, empuxo e temperatura, foram verificadas as condições de funcionamento do motor.”

(http://segurancaedefesa2.provisorio.ws/GradDiComIII_Provas.html)

Mauricio R.

OFF TOPIC…

…mas nem tanto!!!

“A Argentina nao tirou esse satellite e nem o foguete de uma cartola de magico.”

O Arsat-1 foi fabricado na cidade de San Carlos de Bariloche (1.650 km ao sul de Buenos Aires) pelas estatais Invap e pela empresa Argentina de Soluciones Satelitales (ArSat) com um investimento de 270 milhões de dólares.

(http://www.defesanet.com.br/ar/noticia/16665/Argentina-lancara-primeiro-satelite-geostacionario-de-fabricacao-propria/)

Soldat

A salvação do Brasil na área espacial, levando em consideração o comentário do colega Tadeu que concordo.

Seria fechar um acordo bem rápido com a Russia.

Porque se depende dos Âmis viveremos para sempre na era das cavernas.

É minha opinião.

Marcos

Melky Cavalcante
Não é assunto do artigo, mas a resposta é a seguinte: justamente transferir a culpa de uns para todos é o objetivo desses alguns.

Mauricio R
Poderia citar qual é a empresa capacitada a desenvolver o VLS. Simplesmente dizer que essa ou aquela não serve não resolve o problema.

Soldat
O Brasil é o único país que aderiu ao programa da Estação Espacial Internacional e não está lá. E não está lá porque não pagou a conta. A culpa portanto não é dos EUA.

joseboscojr

Eu sabia que um dia ia concordar com alguma ideia do Soldat. Nisso eu concordo! Vadia que somos teremos que ir ao espaço de carona com alguém e com certeza o país mais indicado pra isso é a Rússia. Aliás, o astronauta brasileiro que o diga. Aliás, como anda nosso programa “Scramjet” que nos colocaria como membro do clube reduzido de países que dominam a tecnologia hipersônica, de acordo com a impressa aparelhada da época, com sua usual ejaculação precoce, contanto com o ovo no furículo analítico galináceo???? Dentro de 40 anos haverá transportadores orbitais de estágio único, reutilizáveis, deconlando… Read more »

Marcos

off topic (by FlightGlobal) Embraer estreia no Dubai Air Show seu A-29 Super Tucano que ficará em exibição estática durante todo o show. Já o avião multi-missão KC-390 também continua seu desenvolvimento, após o primeiro protótipo retornar seus voos-testes após nove meses de trabalho de base. Apesar de turbulência econômica do Brasil, a Embraer está dando continuidade ao desenvolvimento do KC-390 e agora antecipa a entrada em serviço para a Força Aérea Brasileira em meados de 2018. O Super Tucano, por enquanto, continua sendo um dos itens de exportação-chave da empresa, com 220 pedidos firmes de 13 países e 190… Read more »

Mauricio R.

O VLS é produto do IAE em conjunto c/ a DCTA.

Marcos

Em sendo verdade o artigo da FlightGlobal sobre o KC-390, a Embraer deu prosseguimento aos testes no estilo ultra-mega-supersecreto.

Rinaldo Nery

Enquanto estava só nas mãos da FAB andava a passos de tartaruga, graças aos contingenciamentos, mas andava. Depois que passou pras mãos do paisanal (leia-se AEB), graças à incompetência, à roubalheira e à contaminação ideológica, os projetos travaram. O VLS é filho da FAB. Salvo melhor juízo, lembro que o acordo com os norte americanos continha exigências (deles) inaceitáveis e incontornáveis para a nossa soberania. Proibia, em alguns casos, o acesso de brasileiros às instalações do CLA. Absurdo total! Aliás, o CLA é outra coisa feita pela FAB, que a mesma leva nas costas até hoje.

Soldat

Sensacional o comentário do Rinaldo.

Concordo em 101%.

Vader

Amigos, os sempre odiosos “âmis” nos ofereceram a bagatela, à época (hoje com toda a certeza seria muito mais), de cerca de US$ 50 milhões POR LANÇAMENTO. Isso em 2000. Simplesmente para terem o direito de usar um minúsculo pedaço de nosso enorme território, bem localizado que é (na linha equatorial) para lançar SEUS engenhos espaciais de uma forma mais econômica. Como se não bastasse a razão econômica para tanto (dinheiro em caixa, pura e simplesmente), o projeto “americano” da Base de Alcântara movimentaria tremendamente a economia de um estado que é dos mais pobres do Brasil; permitiria a contratação… Read more »

joseboscojr

Como já disse alguém: o patriotismo é o último refúgio do canalha.

Roberto Bozzo
Felipe Augusto Batista

Roberto Bozzo, quanto ao Off Topic, triste mas não inesperado, eu nunca acreditei que chegaríamos em 100 encomendas, com sorte um segundo lote de 36 e isto bem pra frente.

Juarez

Cel neru, vamso por os pingos nos “i”s: Aquela bost……a daqueel projeto não dou por duas razões: 1 O senhor já colocou que foi a interrupção da constância de recursos para o programa enquanto na mão da FAB estava. 2. A nossa perisistência em querer disfarçar um programa de desenvolvimento de um míssil balístico em lançador de satélites, quando até o cachorro da dona “Caroxinha” sabia que aquilo lá era um programa para se chegar a um míssil balístico. Resultado, nem um e nem outro. Enquanto isto os Argies com passos de tartaruga mais com muita perisistência logo adiante terão… Read more »

Rinaldo Nery

Não nego que a intenção fosse míssil balístico. Na FAB todo mundo sempre soube disso. E lancariamos os nossos satélites com o mesmo míssil. FHC disse na sua última entrevista que consultou os Comandantes antes de assinar o tratado de misseis. Duvido que os mesmos tenham concordado. Quem tem o poder das armas senta na mesa de negociação em outras condições. E nada de balela pacifista. Entre nações não existe amizade, e sim interesses. Hoje não temos condições de nada e ainda insistimos em participar do Conselho de Segurança da ONU. Só participamos de missões do tipo Peace Keeping. Daquelas… Read more »

Rinaldo Nery

By the way, na véspera da explosão do VLS, estava eu de sobreaviso em Anapolis, quando fui acionado pra encontrar um navio “oceanográfico” de bandeira norte americana, que suspeitava-se poder interferir no lançamento do VLS. A guiagem inicial do VLS era via VHF. O navio havia sido encontrado próximo a Fernando de Noronha, mas o P-95 do 1°/7° GAV que o encontrou teve pane no radar e perdeu o contato. Encontrei o navio a 75 NM de Parnaiba, às 22:00h, utilizando o MAGE e o FLIR do R-99. O navio tinha muitas antenas…

Nacionalista

era para o Brasil ter feito o lançamento em secreto.

André Sávio Craveiro Bueno

Juarez 9 de novembro de 2015 at 13:18 :[para rir um pouco] : “Cel neru, vamso por os pingos nos “i”s:” Mas Neru não foi um político indiano, primeiro ministro?! 😀 Rinaldo Nery 9 de novembro de 2015 at 13:36 Os americanos tinham os Atlas e Titan [até hoje] como lançadores de satélites e cápsulas e vetores balísticos? então também podemos! Sim, podemos, mas muitos pensam que é nosso direito receber tecnologia pronta de outros países. Porém, se eles não quiserem vendê-la, não venderão. E não o fazem. E daí? Daí que temos que desenvolver e isso custa tempo, dinheiro… Read more »

Rinaldo Nery

Infelizmente essa frase do FHC deve ter sido verdadeira. Ele, como “intelectual”, sempre olhou os militares com soberba. Como se não houvesse militares com doutorado. E tem muitos. E, além de tudo, esquece que é filho de general .Gosta de cuspir no prato que comeu.

Juarez

Caro Andre Craveiro, peço desculpas pelo erros, mas toda a vez que um analfabeto digital, no caso este que vos escreve, tenta escrever em um estopor de um smartphone saem porcarias como aquela.

Cel neru não Cel Neri.

G abraço

Juarez

Andre, esta frase não foi do ex presidente FHC, que realmente cometeu alguns deslizes com os militares, foi do Jose Serra, este sim, um ser desprezível que jogava lixo nos corredores do aviões oficiais para ver os oficiais catando, dizem que tinha orgasmos com isto, além de ser prepotente e mal educado, mas nada perto de um certo ex presidente que saia berrando nos corredores do Zero UNo, dizendo palavrões irrepetíveis aqui, bêbado, e algumas vezes em vestes não próprias para aparecer perante a tripulação, mas seguramente nada perto da hecatombe provocada pelo atual desgoverno Brasi le ainda não jogou… Read more »

carcara_br

OFF: Parabéns pelo novo Desenho do site, ficou muito mais amigável e convidativo!

Abellosi

Juarez, juro que não acredito em parcerias nesta área.
Isso não é coisa de comadre, quem faz não passa o que sabem nem com reza braba.
Caso o Brasil queira, que coloque recursos e massa crítica de mão de obra que a coisa sai.
Faz doze anos que o VLS explodiu em Alcantara e até hoje nada de novo e olhem que tivemos vários anos de farra orçamentária.
Na verdade mesmo o que falta não são recursos e sim VONTADE!

atlantis

Juarez 9 de novembro de 2015 at 19:29

Não há o que desculpar! Foi apenas uma brincadeira de minha parte, considerando o erro de digitação e o homônimo indiano.

Muito boa a nova face! Parabéns aos editores e demais responsáveis!

Johnatan warp drive

Se o Brasil fosse um ser vivo deveria cavar um buraco no chão e enterrar a cabeça por conta de tal vergonha pela qual passa. Enquanto realizar um planejamento realists e definir um limite mínimo de verbas garantidas por lei para cada investimento estratégico. Cadê o 14x ? Cadê o projeto junto à USAF de propulsão a laser ?

Juarez

Olá Abel, com certeza ninguém da nada, que seja vender nesta área tão importante. A mnha opinião e a de sempre, começa com o arroz e feijao devagar sem querer se meter a fazer balístico e demais sandices, desenvolve e bomologa o lancador civil e depois de tudo OK, querem fazer uma versão militar, faz e manda o resto do mundo pastar. E exatamente o que Argies estão fazendo com a vantagem que já fabricaram seu próprio satélite geo estacionário, e na área de propulsão estão 10 anos na nossa frente. Parece Abel que a FAB já percebeu isto e… Read more »

atlantis

Por que os americanos foram à Lua? Principalmente porque havia uma disputa geopolítica com a URSS e ir à Lua significava ao menos duas coisas: o país que conseguisse tal feito mostraria ao mundo que era tecnologicamente mais avançado que os demais, dominando processos e conhecimento [de uso dual, civil e militar] e que, conseqüentemente, impulsionaria tal país a uma liderança mundial. Os EUA, embalados pelo contagiante discurso de Kennedy, decidiram investir cerca de 25 bilhões de dólares, mais ou menos divididos entre os programas Mercury, Gemini e Apollo. Mas somente dinheiro não seria suficiente. Havia um parque industrial formidável… Read more »

juarezmartinez

O teu comentário é pontual e dá margem ara desenvolvermos um pensamento sobre isto, o meu é o seguinte: Vale a pena botar um puta de um din din para ter um lançador para lançar nossos satélites, ou o posicionamento deste o tornaria tão assim mais competitivo que o Europeu ali na Guiana? Quanto satélites nós lançaríamos? Eu não sei. Será que não teria sido melhor ter direcionado neste momento os esforços para desenvolver e fabricar aqui um satélite Geo estacionário de forma independente como fizeram os Argies, isto sim me parece critico e depois ver a questão de uma… Read more »

André Sávio Craveiro Bueno

Então Juarez, para que tanto investimento se a demanda existente já tem dono? O VLS tinham endereço. Era declarado como lançador de satélites, como cita a sigla, mas também emprego militar. Mas e esse acordo com a Ucrânia? O VLS padeceu cronicamente de recursos [de diversos tipos] e o Cyclone praticamente surgiu natimorto. Concordo também com relação a construir um satélite geoestacionário. Desconheço a relação de custos mas penso que deve ser mais vantajoso, inclusive para a indústria nacional, tal empreendimento. Eu não quero dizer que um satélite valha mais do que um lançador. Precisamos dos dois mas, em minha… Read more »

joseboscojr

Atlantis, Mísseis balísticos de uso militar, seja de alcance tático, de curto alcance, de médio alcance, de alcance intermediário ou de alcance intercontinental, seja lançado de base móvel ou de silo, de base terrestre ou de submarino submerso, é em regra de propelente sólido (salvo o “ônibus” de mísseis MIRV, que pode adotar combustível líquido, como no Trident II). Os russos e chineses ainda adotam ICBMs com combustível líquido, mas são ultrapassados, apesar dos russos estarem desenvolvendo um novo ICBM pesado de combustível sólido que ninguém sabe o porque de se usar o combustível líquido. Já para a colocação comercial… Read more »

juarezmartinez

Bosco, o Gradicom III dos Argies sem enquadra em que categoria?

G abraço

joseboscojr

Juarezmartinez, Até onde eu sei é só um foguete tipo sonda (usado para teste, experimentação, etc) que chega a 120 km de altura. Se fosse usado como um míssil balístico ele provavelmente estaria na faixa de míssil balístico de curto alcance (mais de 300 km e menos de 1000 km). Claro, há de se saber a massa da ogiva, mas em geral um míssil chega a distância que corresponde a umas 4 x a altitude. Ou seja, ele provavelmente chegaria a uns 500 km de distância com a mesma carga. Uma carga bélica mais pesada iria reduzir a altitude (e… Read more »

Rafael M. F.

Me lembro que eu, o Bosco e o Corsario137 tivemos um debate sobre esse assunto no ForTe: http://www.forte.jor.br/2014/09/30/eua-intensificam-renovacao-do-arsenal-de-armas-nucleares/ Juntei trechos dos debates para trazer novamente esse questionamento: Mesmo que tenhamos o míssil e a bomba, em quem vamos lançar? Argentina? África do sul? Estados Unidos? O alcance de um míssil balístico pode chegar a 13.000 km (Minuteman, por exemplo), e os únicos alvos nesse alcance estariam nos Estados Unidos e Europa (e historicamente temos boas relações com ambos). Os principais alvos na Rússia e na China estariam fora de nosso alcance (mesmo que utilizássemos o efeito Coriolis), a menos que… Read more »

joseboscojr

Rafa, E só de curiosidade, em breve entrará em operação o conceito de míssil de cruzeiro hipersônico estratosférico (esse nome eu inventei rsrss) usando o princípio da waverider, como testado no HVT-2. Um veículo hipersônico será lançado por um foguete até o espaço e despencará rumo à atmosfera num ângulo apropriado e irá quicando a Mach 20. Mesmo não tendo propulsão ele conseguirá percorrer milhares de quilômetros (se tivéssemos um desses poderíamos atingir a China ou a Rússia) em poucos minutos. E nem precisa ter ogiva nuclear. Perdemos o bonde da história e cada vez mais o míssil balístico se… Read more »

joseboscojr

Acho que foi esse cientista que invetou o conceito do HVT-2:https://www.youtube.com/watch?v=MwNown3pcow

joseboscojr

Se formos começar um programa de desenvolvimento de ICBMs/SLBMs e de armas nucleares miniaturizadas que caibam nos mísseis, chuto otimisticamente que o sistema estará operacional com limitações em 2045. Digamos que tenhamos uns 10 ICBMs móveis e pelo menos quatro SSBNs armados cada um com 12 SLBMs, o que permitiria que pelo menos um estivesse em patrulha permanente. Teríamos algo como umas duzentas ogivas nucleares. Pessoal, se sobrevivermos como país depois desse gasto exorbitante, sinto informar que até lá e com todo esse poderio só iremos conseguir atacar o Paraguai, o Uruguai, a Argentina, etc. Se eles não forem nossos… Read more »

Rafael M. F.

Bosco, esse conceito de “quicar” na atmosfera já é estudado desde o Silbervogel alemão, isso na IIGM.

https://en.wikipedia.org/wiki/Silbervogel

Não é novo. Apenas não tinha os materiais necessários à sua época.

joseboscojr

Beleza Rafa,
Então não foi o “gordinho” (do vídeo). rsrsrsss

Os chinas também estão testado algo parecido, com a diferença que na medida que ele quica vai soltando pecinhas. rsrsssss

carcara_br

Sério pra que teríamos a Rússia ou China como alvo? Quando você desenvolve este tipo de arma, principalmente no Brasil, você deseja um efeito dissuasório e para que seja efetivada como tal o alvo potencial deve ser qualquer um, ou é melhor não desenvolver nada já que apenas ampliaria as tensões regionais. A propósito não me lembro do nosso país se envolver em situações beligerantes com nenhuma potência do outro lado do mundo, pelo contrário sempre tivemos pequenos atritos com nações que são banhadas pelo atlântico.

Rafael M. F.

carcara_br 10 de novembro de 2015 at 21:37 Não se esqueça que temos 22% das terras aráveis do planeta e 12% da água doce (68% das mesmas estão nos pólos). E esses dois insumos serão as principais causas das guerras do porvir. A Rússia não tem ambições expansionistas no hemisfério sul. Mas a China tem. E precisa, pois são 1,3 bilhão de bocas para alimentar, e a revisão da política de filho único irá acrescentar até 3 milhões de chineses na população anualmente. O Brasil é um alvo suculento nessa nova geopolítica e divisão do poder que se desenha no… Read more »

joseboscojr

Carcara, Em geral é isso que você falou, mas há de se salientar que, só pra citar um exemplo, desde a entrada do PT no poder é regra ter os EUA como uma ameaça potencial, que ainda não nos atacou porque está preocupado com o terrorismo islâmico e com a expansão russo/chinesa. A maioria absoluta dos russófilos (lê-se: membro do PT comentando em sites de Defesa) rasgam suas calcinhas ensaguentadas e meladinhas, ansiosos que estão a respeito de nos armarmos o quanto antes contra os americanos com tudo que pudermos, de bomba atômica a torpedo fotônico, passando pela febre amarela… Read more »