Treinamento com A-29 marca os 61 anos da Esquadrilha da Fumaça

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A-29 Esquadrilha da Fumaça - voo de treinamento - foto FAB

O Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), a Esquadrilha da Fumaça, completa 61 anos com muitas mudanças. A troca das aeronaves T-27 Tucano pelos caças A-29 Super Tucano alterou a rotina dos pilotos e dos anjos da guarda – como são conhecidos os mecânicos de voo. E tudo começou no mês de abril.

Depois de um período intenso de treinamento teórico e em simuladores nos esquadrões que empregam o A-29, os pilotos do EDA já estão voando o caça, mas ainda em formações simples (com duas aeronaves), na sede do EDA, na Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP). O retorno das demonstrações não tem uma data definida.

A fase de formação de piloto básico da aeronave A-29 Super Tucano será concluída nesta quinta-feira (16/05). Cada piloto realizou dez voos, divididos nas seguintes etapas: pré-solo, formatura com duas aeronaves, instrumento, noturno e navegação.

Vale ressaltar que o Esquadrão atingiu uma marca importante, pois foram realizadas, durante toda a fase, 90 decolagens sem que nenhuma missão tenha sido abortada, ou seja, todos os voos foram realizados com êxito. A marca representa a importância do trabalho dos anjos da guarda, que garantiram a perfeita disponibilidade dos aviões.

O chefe da Seção de Material da Fumaça e responsável pela coordenação do trabalho dos Anjos da Guarda, Major Especialista em Aviões Márcio Aparecido Tonisso, destacou o trabalho da equipe de manutenção, que também realizou cursos sobre a nova aeronave.

“Enfatizamos o comprometimento das equipes de manutenção e de apoio que contribuíram com a disponibilidade das aeronaves e com as condições seguras de voo por parte do material aeronáutico”, explicou o militar.

Da teoria a prática

As aulas teóricas dos pilotos começaram no dia primeiro de abril e receberam o nome de Ground School. As lições abordaram conhecimentos técnicos, funções e sistemas da aeronave, a exemplo dos seguintes assuntos: Comando de Voo, Sistema Elétrico, Assento Ejetável, Características de Voo e Procedimentos de Emergência. No total, são três instrutores do EDA e dois da AFA, que ministraram aulas para nove aviadores da Fumaça.

“Essa fase de Ground School foi muito importante para os pilotos em formação, pois sedimentam os conhecimentos já adquiridos e preparam os pilotos para o pré-solo (aula prática no avião)”, disse o responsável pela doutrina e instrução no EDA, Capitão Aviador Ubirajara Pereira Costa Júnior.

A-29 Esquadrilha da Fumaça - treinamento no simulador do Esquadrão Flecha -  foto FAB

Após a aula teórica, vieram as atividades operacionais em simuladores de voo. As instruções tiveram como objetivo adaptar os novos pilotos aos procedimentos normais e de emergência na aeronave, simular exercícios e manobras que serão feitos na fase de Adaptação Diurna e Instrumento Avançado.

“As emergências simuladas ou treinadas elevam o nível de segurança na operação da aeronave que está sendo implantada na Fumaça. Tenho a plena certeza que todos agora estão aptos a começarem a nova fase, voando no novo avião”, contou o Capitão Costa.

Desafios futuros

Com o final do curso básico de pilotagem, a equipe pode seguir em frente com as próximas fases da implantação operacional do A-29, que vão incluir novas manobras, acrobacias e voos em formação.

A-29 Esquadrilha da Fumaça - voo de treinamento - foto 2 FAB

FONTE / FOTOS: FAB (EDA)

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Marcos

“Caça”!!!!

Marcelo Andrade

Sim Marcos,

O A-29 é um caça! Dentro do seu escopo de operações ele é considerado como tal, me corrijam se eu estiver errado.

Marcos

É, dentro do “seu escopo de operação”, o Super Tucano é um super, mega, power caça, para perseguir Cessna Skylane na fronteira com a Bolívia. Só!!!

Caça, no sentido de aeronave de combate de última geração, com capacidade supersônica, com radares e sensores embarcados, de carregar todos os tipos de misseis, poder interceptar um Gulfstream a 51 mil pés, e entrar em combate aéreo com um outra caça agressor, não é!!!

Vader

O ST é um avião de ataque. Claro que pode ser USADO como caça para interceptar aeronaves a pistão, mas não “É” um caça.

Marcelo Andrade

Valeu Nunão pela explicação e esclarecimento.

G-LOC

Podem não considerar o ALX um caça, mas os pilotos são caçadores.

Um exemplo prático são os F-105 no Vietnã. Eram aeronaves de ataque mas conseguiram 24 vitórias com o canhão. Os pilotos não pensam em termos de aeronaves de ataque ou caça.

Outros exemplos são vitórias dos A-1 Skyraider contra os Mig-17, A-4 conseguindo kill com foguete e A-10 derrubando dos helicópteros no Golfo.

Eleazar Moura Jr.

Tenho uma curiosidade em relação aos A-29 do EDA: de quais esquadrões eles foram retirados? creio que um pouco de cada, de maneira proporcional, para não desfalcar um em detrimento de outros.

Ivan

Nunão,

Ser multirole, capaz de executar múltiplas tarefas, é essencial na aviação de combate moderna, mas é necessário definir qual a missão prioritária e quais as subsidiárias, bem como definir qual sua “arena”, como vc sugeriu de forma clara.

O modernizado A-1M poderá realizar interceptação, na ausência de outros meios ou dentro de determinados cenários em que seu desempenho venha a ser mais adequado, inclusive custo/benefício, que o de outros.

O mesmo podemos escrever para o AT-29 Super Tucano, como tem acontecido nas fronteiras do Brasil.

Lembrando a sabedoria popular:
“Cada um no seu quadrado.”

Abç.,
Ivan.

Roberto F Santana

O que define um caça é a capacidade do mesmo em interceptar (perseguir) e destruir uma outra aeronave. Assim, o Super Tucano é tão caça como um S-30, F-102, Tu-128 ou um Fokker D-VII. No caso, o problema é de batismo, nem o fabricante ou o operador(FAB[oficialmente]) dão a designação de caça ao Super Tucano. A General Dynamics e a USAF chamavam ou desiganavam o F-111 de caça, e o mesmo não era capaz de abater um 14-Bis, e a Douglas e a US NAVY chamavam o Skyhawk de ataque (A-4) e ele era capaz de derrubar um F-14. “Há… Read more »

Ivan

“There are only two types of aircraft, fighters and targets.”
… … … … … … … …(Doyle ‘Wahoo’ Nicholson – USMC)