Suecos no CRE: promessa de desenvolvimento conjunto de tecnologia

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vinheta-clippingMais que transferência de conhecimento, o desenvolvimento conjunto da tecnologia de fabricação de um novo avião de combate para o século 21. Esta foi a promessa apresentada nesta quinta-feira (1º) aos senadores da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) por representantes do governo sueco e da empresa Saab, fabricante dos caças Grippen NG e uma das concorrentes do processo de renovação da frota da Força Aérea Brasileira.

– Não estamos aqui para dizer a vocês o que é melhor para o Brasil. Talvez outros ofereçam a instalação de linhas de montagem de aviões no país. Nós não oferecemos isso, mas sim a oportunidade de desenvolvimento conjunto de aviões de combate do futuro – disse o secretário de Estado de Defesa da Suécia, Hákan Jevrell.

O presidente mundial da Saab, Ake Svensson, assinalou que apenas um pequeno grupo de países em todo o mundo é capaz de projetar e construir “caças do século 21”, entre os quais a própria Suécia e o Brasil, caso opte pelos caças Grippen NG, ainda em desenvolvimento. Ele propôs uma “parceria entre iguais” dos dois países e informou que a indústria brasileira poderia ser responsável pelo desenvolvimento de 40% do avião, além de exportá-lo para outros países da América Latina.

O presidente da comissão, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), ressaltou que a maior preocupação dos senadores é mesmo com a transferência de tecnologia para a futura produção de caças no país. Já existem aproximadamente 260 aviões Grippen em operação no mundo, segundo informou Ake ao senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB). Mas são aviões de uma geração anterior.

O fato de o Grippen NG possuir ter só uma turbina foi motivo de preocupação dos senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). Em resposta, Ake recordou que um dos caças mais populares do mundo, o norte-americano F-16, também tem só um motor e que esta pode ser considerada uma tendência da indústria mundial.

O senador João Tenório (PSDB-AL) demonstrou preocupação com a possibilidade de os Estados Unidos criarem obstáculos à venda ao Brasil de componentes eletrônicos do caça sueco. Os senadores Romeu Tuma (PTB-SP) e Augusto Botelho (PT-RR) manifestaram preocupações semelhantes.

Por sua vez, o senador Renato Casagrande (PSB-ES) defendeu o aprofundamento do debate sobre o tema com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, especialmente por causa do preço mais baixo do avião sueco e da promessa de transferência de tecnologia. Na opinião do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), o Grippen NG seria a melhor opção para o fortalecimento da indústria brasileira. Mas ele questionou se a concorrência para a compra dos aviões não seria um “jogo de cartas marcadas”.

Também participaram da audiência pública senadores integrantes da Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT).

FONTE: Agência Senado

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latino

pra mim ta otimo manda 120 pra ca !!!

Christiano

Infelizmente tanto a Boeing como a Saab,entraram em um jogo de cartas marcadas,lamentavel!

Robson Br

Poderá ser um bom caça, o duro é não saber o quanto vai custar para continuar seu desnvolvimento. A FAB não tem mais tempo para isso. Da a impressão que a SAAB está meio desesperada, pois não deve ter mais recursos para desenvolver o NG e tem mercado duvidoso se perder o Brasil.

tomas

As cartas marcadas não foram colocadas na mesa pela FAB mas sim pelo governo. Vergonhoso!!!

Flavio

Pelo menos dessa vez o jogo de cartas marcadas foi para o lado certo.

opinião pessoal

RL

Eu particularmente sempre manifestei que, em questão de parceria comercial, a proposta da SAAB é imcomparável.
Más em questão de produto, a Dassault tem o melhor.

Não digo que seria um mal negócio, más a proposta da Boing não me atrai muito em virtude da politica norte americana que apesar de jurar de pés juntos que haverá TT, sempre tem que ser interpretada com ressalvas.

Más enfim, vamos ver pra crer.

ARC

Eu sou favorável ao Gripen mas todos já sabemos o desfecho do FX-2(se tiver), tenho pena da Saab que está levando a sério.

Fernando (FGRpapa)

Pensem no seguinte: 1- como podem estar propondo a venda de um avião se o avião não existe ainda? E que eles mesmos afirmaram que não vai ser produzido no Brasil. 2-Aqui no blog tem uma nota que diz que a França investiu 7 Bilhões de Euros no desenvolvimento do Rafale. Quanto vocês acham que o Brasil vai ter que investir no desenvolvimento do Gripen NG? Depois disso, como eles podem afirmar que o caça vai ser algo barato? 3-Se o Gripen de hoje em dia, demorou 11 anos para voar o primeiro protótipo, como é que o Gripen NG… Read more »

Tales

Alguém lembra aí do caso do inercial/giroscópio do Torpedo 2000 (Tp62), torpedo esse integrado/manufaturado pelos SUECOS, mas cujo sistema de posicionamento e vetoramento era fabricado pelos americanos (qualquer semelhança com o Gripen NG, que também tem partes fabricadas pelos EUA não é mera coincidência!).
Pois bem, a MB selecionou o Torpedo 2000 como seu torpedo pesado, porque os suecos prometeram TT. Mas os americanos vetaram a transferência de qualquer tecnologia de origem americana. Sem TT, a MB acabou encomendando os torpedos Mk48 americanos. Será que não aconteceria o mesmo com o Gripen?

eduardo

Fernando,

O Gripen NG é uma evolução do Gripen. Tem uma versão mais avançada do motor atual e aviônica nova. A principal mudança estrutural é o reposicionamento do trem de pouso, de forma a permitir aumentar a quantidade de combustível carregada internamente. Como não é um avião projetado do zero, o prazo de desenvolvimento dado pela SAAB é factível. Esse prazo não pode ser comparado com o tempo necessário para o desenvolvimento do Gripen.

Adelmo

Senhores, o foco não é o Rafale o foco é subnuc, a França praticamente está obrigando o Brasil comprar o seu jato, pois se não for incluido no pacote não teremos subnuc,como foi o caso dos subs alemães,que não nos ensinou o “pulo do gato”, ou seja a parte da frente dos subs vinha pronta da alemanha. Já estou começando a ficar preocupado com as novas aquisições da MB mais precisamente as escoltas acho que os franceses vão fazer muita pressão para adquirirmos as FREEM e sabemos que temos coisas melhor no mercado por preço também mais acessível.