Nota Oficial: Governo Federal seleciona novos caças para a FAB

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18 de dezembro de 2013.

Um dia histórico para a Força Aérea Brasileira.

Por meio do Programa F-X2, o Governo brasileiro confirmou a aquisição do avião militar supersônico GRIPEN-NG, caça de última geração que atenderá às necessidades operacionais da FAB para os próximos 30 anos e que faz parte do Programa de Articulação e Equipamento da Defesa, da Estratégia Nacional de Defesa, com vistas à defesa da Pátria.

Durante todo o processo de seleção, cujos estudos preliminares remontam ao ano de 1992, o Comando da Aeronáutica (COMAER) sempre se pautou pela busca do melhor conhecimento dos aspectos técnicos, operacionais e logísticos atinentes às aeronaves participantes da escolha.
A nova aeronave multimissão foi projetada para controle do ar, defesa aérea, reconhecimento aéreo, ataques ar-solo e ar-mar. Dentre os requisitos apontados pela FAB, destaca-se a tecnologia de ponta, com avançado sistema de sensores e fusão de dados, características que proporcionam ao piloto um quadro completo e preciso do cenário de emprego.

Para se ter uma ideia do poder de combate desse novo caça, basta dizer que ele permitirá à FAB enfrentar ameaças em qualquer ponto do território nacional com carga plena de armas e combustível. A aquisição do GRIPEN-NG proporcionará ao País exponencial poder dissuasório, que resultará na garantia da soberania do Brasil.
A notícia se reveste de relevância porque o conjunto de conhecimentos e capacitação tecnológicos contemplados nessa aquisição contribuirá para que a indústria de defesa nacional se capacite para produzir caças de quinta geração em um projeto de médio e longo prazos.
Conheça o histórico dessa aquisição

A necessidade de reequipar a Força Aérea com uma aeronave de defesa e superioridade aérea compatível com a destinação e importância geopolítica do País configurou-se, definitivamente, no ano 2000, com a denominação Projeto F-X, fruto dos estudos iniciados em 1992, quando a FAB delineou os primeiros requisitos das aeronaves que deveriam substituir os F-103 MIRAGE III, operados, na Base Aérea de Anápolis, em Goiás, desde o início da década de 70.

Em agosto de 2001, o Comando da Aeronáutica iniciou a seleção das empresas ofertantes de equipamentos compatíveis com os requisitos então definidos. No final do mesmo ano foram selecionadas as seguintes aeronaves, apresentadas por ordem alfabética: GRIPEN, F-16, MIG-29, MIRAGE 2000 e SUKOI 30.
No início do ano de 2003, o processo foi suspenso pelo Governo Federal, tendo sido retomado em 1º de outubro do mesmo ano. À época, os participantes reexaminaram suas propostas com a finalidade de apresentar as atualizações julgadas pertinentes.

Em 31 de dezembro de 2004, com o término dos prazos válidos das propostas, sem ter ocorrido a escolha de uma aeronave, o Governo decidiu preencher a lacuna decorrente da desativação dos F-103 MIRAGE III, que ocorreria em 2005, com a compra de 12 Mirage 2000-C usados, fabricados na década de 80 e oriundos da Força Aérea Francesa. Na FAB, recebeu a designação de F-2000. É operado desde 2006 pelo Primeiro Grupo de Defesa Aérea, na Base Aérea de Anápolis, tendo sua desativação prevista para 31 de dezembro deste ano de 2013.

Em 2007, o Estado-Maior da Aeronáutica reiniciou os estudos sobre as necessidades operacionais e características concernentes ao novo avião de caça multiemprego que deveria reequipar a FAB e, em 15 de maio de 2008, instituiu a Comissão Gerencial do Projeto F-X2, com o objetivo de conduzir os processos dessa aquisição, por meio de escolha direta, em consonância com os preceitos da Lei nº. 8.666, visando à seleção da proposta mais vantajosa para o País.
A aeronave escolhida precisaria oferecer condições para atender ao cronograma de desativação de aeronaves de combate da FAB, bem como dotar a Instituição de uma frota padronizada de aviões de caça de multiemprego, porquanto os Mirage 2000-C têm sua desativação prevista para 2013, os F-5EM deixarão de operar a partir de 2025, enquanto que o A-1M deverá ser desativado a partir de 2023.

Assim, inicialmente, seis empresas com seus respectivos produtos foram pré-selecionadas: as norte-americanas BOEING (F-18 E/F SUPERHORNET) e LOCKHEED MARTIN (F-16), a francesa DASSAULT (RAFALE), a russa ROSOBORONEXPORT (SUKHOI SU-35), a sueca SAAB (GRIPEN NG) e o consórcio europeu EUROFIGHTER (TYPHOON).
No final de 2008, considerando os aspectos referentes às áreas operacional, logística, técnica, de compensação comercial (offset) e transferência de tecnologia para a indústria nacional, foram selecionadas três aeronaves para compor uma “short-list” ou lista reduzida para prosseguir no certame, aqui apresentando-se em ordem alfabética: BOEING (F-18 E/F SUPERHORNET), DASSAULT (RAFALE) e SAAB (GRIPEN NG).

Em 2 de outubro de 2009 os três ofertantes encaminharam suas melhores propostas. Em 5 de janeiro de 2010, o Comando da Aeronáutica remeteu ao Ministério da Defesa o Relatório Final do Projeto F-X2, instrumento de assessoria à decisão do Governo Federal.
As análises prosseguiram e, hoje, 18 de dezembro de 2013, a Presidenta da República anunciou a decisão de adquirir as aeronaves GRIPEN-NG, da empresa SAAB-AB, representando investimentos da ordem de US$ 4,5 bilhões, em um cronograma que se estenderá até 2023.

A oferta vencedora engloba o fornecimento de 36 (trinta e seis) aeronaves, logística inicial, treinamento, simuladores de voo e projetos de transferência de tecnologia e cooperação industrial.
A próxima fase do processo consiste nas negociações para a materialização dos contratos de fornecimento de bens, de serviços e os acordos de compensação.
Brasília, 18 de dezembro de 2013.

Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno
Chefe do CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA AERONÁUTICA

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Soldat

Dou graças aos Deuses especialmente a ODIN que acabou a novela com a escolha do GRIPEN….

Edu Nicácio

Acredito que só cabe uma correção ao texto: a própria Saab já informou oficialmente que a proposta inicial era de US$ 4,5 bilhões, com 8 anos de carência e 15 anos para pagar esse primeiro lote, com juros de 4,5% ao ano, após a assinatura do contato. Ou seja, pelo andar da carruagem, o Brasil receberá todos os 36 caças (12 em 2018, 12 em 2019 e 12 em 2020) ANTES do pagamento da primeira parcela (o que só se daria em 2022). Acredito que até lá o MD já tenha encomendado pelo menos mais quatro ou cinco dezenas de… Read more »

Grifo

Senhores, parabéns a Presidente Dilma por escutar e respeitar na sua decisão o impecável trabalho feito pela FAB neste processo. Não existe lobby que possa contra a competência e a seriedade.

Acho que o Brasil vai ter o melhor caça para a sua Força Aérea, a sua indústria e o seu orçamento.

E ao invés do AMARG, acho que em breve teremos algumas coisas vindos de Makhado aparecendo por aqui.

Nick

Agora Saito pode se retirar em paz.

Sinceramente não acreditava em um final positivo para o FX-2, mas a persistência dele devem ser celebrados.

Finalmente! Finalmente!!!!!!!!!!!!! 🙂

[]’s

Observador

Senhores,

Parabéns à FAB e aos abnegados que conseguiram, trabalhando em silêncio, vencer interesses lesa-pátria.

Eu acreditava que isto tudo ia dar em nada, mas felizmente eu estava enganado.

Embora a proposta do F-18 fosse mais interessante e o avião seja um guerreiro experimentado, o Gripen é o avião para o Brasil pode comprar e manter.

O Gripen só não é melhor porque se perdeu anos correndo em círculos, e deixou-se de participar do desenvolvimento do aparelho desde seu início.

Já sobre a proposta do Rafale, melhor nem comentar.

Mauricio R.

Aleluia, hosana nas alturas!!!

Rafael M. F.

E o Velho Samurai ganhou essa parada!

jairo boppre sobrinho

Srs
Bom Dia
O Grifo falou tudo, é claramente a melhor proposta, para o contexto Brasileiro – dentro do orçamento da FA, das possibilidades de incorporação pela industria nacional, e inclusive de integração de armamentos(A-Darter), pelo menos acabou a novela!
Abs a todos

Grievous

Agora que o FX2 está decidido, algo que gostaria de saber é sobre a versão F do Gripen.
Haverá essa versão?
Vi que a Suécia só comprará a versão E. Não sei se a Suíça também fará o mesmo.
Caso nenhum dos dois países a comprem e o Brasil a desejasse, os custos adicionais do desenvolvimento ficariam conosco?
Pelo que todos dizem aqui, embora o demonstrador seja biposto e a coisa já possa estar meio caminho (ou mais) andado, uma versão definitiva demandaria mais desenvolvimento. Correto?

Fernando "Nunão" De Martini

Grievous, Você está certo, o modelo biposto Gripen F não tem seu desenvolvimento coberto nos acordos de Suécia e Suíça, e só vai ser desenvolvido se houver interesse de algum outro comprador (que pode ser o Brasil), injetando recursos para desenvolver a versão e, logicamente, participando desse desenvolvimento. A Suécia, a princípio, não precisa do Gripen F porque faz a conversão para a aviação de caça de primeira linha com o Gripen D, do qual tem quantidades suficientes. A Suíça decidiu baratear seu pacote de compra de caças abdicando de pagar pelo desenvolvimento do F, no acordo negociado com a… Read more »

Antonio M

Grievous
19 de dezembro de 2013 at 9:03 #

Interessante sua colocação.

E acho mais interessante ainda sobre o desenvolvimento do avião de treinamento pela Boeing/Saab.

Será que com esse novo treinador, compensa desenvolver a versão F? Não seria mais interessante o Brasil tentar se envolver com o desenvolvimento do novo treinador?

geobosco

Caros amigos, veja como é a vida…. a Boeing perdeu a parada por causa de um tal Eduard Swonden ( tomara que o Brasil não de asilo político para esse cara ), a Dassault perdeu por causa de seu avião ser muito caro e a SAAB, agindo como um bom mineiro, comeu o queijo pelas beiradas e saiu no lucro……..

Antonio M

Fernando “Nunão” De Martini
19 de dezembro de 2013 at 10:05

Correto Nunão.

Não estou com muito tempo para pesquisas e não encontrei praticamente nada sobre o uso do AMX biplace na FAB. Ele não é usado para outras missões como reconhecimento, ataque além de treinamento/conversão?

No caso do TX, caso tenha um motor potente, creio que possa ser configurado para várias versões e usos.

abç.

Fernando "Nunão" De Martini

Antonio M, Até o momento, a principal missão do A-1 biposto era a conversão de pilotos para o A-1 (que antes eram pilotos vindos do Xavante e que agora são pilotos vindos do Super Tucano), de forma semelhante ao que se faz com o F-5FM: as primeiras surtidas de cada nova missão a ser dominada pelo novo piloto de A-1 em seu curso de conversão para a aeronave (voo em baixa altura, ataque, reconhecimento, combate aéreo etc) são feitas no biposto em companhia do instrutor e depois no monoposto. Com a introdução do A-1M, que tem diversos equipamentos e sensores… Read more »

Mauricio R.

“…das possibilidades de incorporação pela industria nacional, e…”

Tem certeza??? Pois a “indústria nacional” só sabe fazer mesmo são jatos executivos e regionais.
Um avião de caça exige outro patamar tecnológico, que essa “indústria nacional” definitivamente não possui e nem se preocupou em capaciter-se p/ te-lo.
Como em passado recente, está aguardando que o contribuinte lhe pague, p/ faze-lo.

Antonio M

Obrigado por seu tempo Nunão.

Optimus

Aos amigos editores, segue o vídeo do momento histórico:

https://www.youtube.com/watch?v=UEcnUc907tk

Mayuan

Nunão, sobre o desenvolvimento da versão F.

Se função da maioria dos bipostos atuais que não são usados como treinadores é o ataque;

Se o Gripen eventualmente vier a substituir nossos A1;

Se os caças geração 4,5 ficarem no futuro mais voltados a função de controladores de UCAVs;

Se empresas nacionais estão se movimentando para ingressar no mercado de SANTs, armados ou não;

Não seria interessante ter Gripen F? Ainda que os custos fossem por nossa conta?

Fernando "Nunão" De Martini

Mayuan,

Minha resposta é sim quanto a esses outros tipos de emprego da aeronave (não como simplesmente um meio de conversão para o monoposto). Mas é a minha opinião, deixo claro.

Justin Case

Amigos, Como alertou o Mayuan, existem algumas missões que recomendam a utilização de dois pilotos. Não é o caso de ataque simples, mas o “battle management” de aviões ou ARP é um deles. Para essa utilização, no entanto, é necessário que o piloto no posto traseiro tenha total autonomia para utilizar os recursos do caça em modo diverso daquele utilizado pelo outro piloto. Isso requer que, como é hoje no Rafale, existam processadores separados para controlar as missões a serem executadas em cada posto. Não sei se um Gripen F seria assim. Outra missão que, por doutrina francesa, requer dois… Read more »