ORDEM DO DIA DO COMANDANTE DA AERONÁUTICA

Brasília, 21 de outubro de 2022.

Na sequência interminável de desafios e vitórias que fazem a evolução da humanidade, ocupam lugar de destaque a capacidade de sonhar melhores condições de vida, o conhecimento adquirido e o caráter empreendedor de seus inventores.

Olhando o passado da perspectiva atual, tal premissa pode ser facilmente comprovada pelas invenções do papiro dos egípcios, dos barcos dos fenícios ou dos vikings, da lâmpada de James Lindsay ou Thomas Edison, da imprensa, do motor a vapor e do avião.

Voar! Ao longo da história, o sonho de voar – e de ser aviador – foi perseguido por diversas gerações de arrojados aventureiros, desejosos de conquistar o azul dos céus, por meio de suas engenhosidades voadoras.

Tal fascínio é relatado, desde os tempos mais remotos, com Ícaro, que, segundo a mitologia grega, tentou sair da ilha de Creta voando com um par de asas de cera e de penas, mas, contrariando a sugestão de segurança de seu pai Dédalo, assumiu o risco de voar próximo demais do Sol, tendo suas asas derretidas, e vindo a cair no mar Egeu.

Outro gênio da humanidade, conhecido por sua obra do período renascentista, Leonardo Da Vinci também não conseguiu desbravar os céus, em que pese todo o conhecimento e esforço que empenhou para a transformação dos seus sonhos em realidade.

A invenção do avião é fruto da genialidade de muitos que buscavam alçar os ares, no início do Século XX, mas tem, no voo do 14 Bis de Santos-Dumont, em 23 de outubro de 1906, em Paris, um marco histórico e reconhecido pelo Aeroclube da França, entidade autorizada a homologar qualquer evento significante, tanto no campo dos balões e dirigíveis, como dos “mais pesados que o ar”.

Portanto, é motivo de orgulho para nós brasileiros que um mineiro de Cabangu, após anos de busca dos conhecimentos necessários e da persistência típica dos nossos conterrâneos, tenha concretizado seu sonho de alçar os ares por meios próprios, dando início a um processo evolutivo impressionante, capaz de levar o homem aos limites da Terra, a velocidades várias vezes superior a do som e com níveis de segurança elevadíssimos.

E é exatamente por esses atributos de Santos-Dumont – busca por conhecimentos, fortaleza de vontade e persistência pelos sonhos – que nós o reverenciamos como o Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira, assumindo o dia 23 de outubro como o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira.

A partir da invenção do avião e da rápida chegada de vários exemplares ao nosso país, para atividades civis e militares, nosso povo, rapidamente, se apaixonou por aqueles pequenos “pássaros de tela”, que, paulatinamente, deram espaço às grandes “águias de aço”.

Constituída pela aviação civil, pela indústria aeronáutica, pela infraestrutura aeroportuária e pela Força Aérea, a Aeronáutica Brasileira tem experimentado, desde seus primórdios, uma evolução contínua, em todas as áreas que a compõem.

Nosso imenso país dispõe de centenas de aeródromos, é possuidor de uma aviação civil robusta e com altíssimos níveis de segurança, abriga a terceira maior empresa aeronáutica do mundo e a NOSSA Força Aérea – sim, a minha, a sua, a NOSSA Força Aérea Brasileira – que é a maior e mais bem equipada do Hemisfério Sul e a segunda maior das Américas.

Criada a partir da junção das Aviações Naval e Militar, durante a Segunda Guerra Mundial, honra-nos nosso batismo de fogo na Campanha do Atlântico Sul e no Teatro de Operações da Europa, no qual fomos representados pelos integrantes do Senta a Púa e da Primeira Esquadrilha de Ligação e Observação, muitos dos quais entregaram suas vidas em defesa dos mesmos princípios pelos quais sempre viveremos: a Pátria, a liberdade e nossas instituições.

Acompanhando a rápida evolução do mundo, as atividades aeronáuticas começam a conviver com os novos desafios da área espacial, para onde nossos olhos começam a brilhar mais intensamente. É uma nova fronteira de sonhos, conhecimentos e empreendedorismo criativo.

Meus Comandados,

No momento em que celebramos o centésimo décimo sexto aniversário do primeiro voo do “mais pesado que o ar”, renovo minha crença na capacidade criativa, nos conhecimentos e, principalmente, nos sonhos de cada um dos 70 mil homens e mulheres que formam NOSSA Força Aérea Brasileira.

Tenhamos, no cumprimento da missão, a proa básica a ser voada; na nossa fortaleza de vontade, a ferramenta para ultrapassarmos as tempestades e, nos nossos esforços diários, a certeza de que nossos sonhos não são apenas nossos, mas de um povo pelo qual juramos entregar nossas vidas, e do qual continuamos a receber os maiores índices de confiança.

Finalizo, parabenizando e agradecendo aos homenageados com a Ordem do Mérito Aeronáutico por seu apoio à NOSSA Força Aérea Brasileira, origem do reconhecimento representado pelas comendas que ora recebem.

Parabéns, filhos altivos dos ares!

Parabéns à Força Aérea Brasileira! Asas que protegem o País!

Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida BAPTISTA JUNIOR

Comandante da Aeronáutica

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