Pela segunda vez na história da Força Aérea dos EUA (USAF) um bombardeiro B-52H Stratofortress deixou o depósito da Base Aérea Davis-Monthan, no Arizona, e seguiu para uma unidade operacional. A aeronave, com o número de série 60-0034 e apelidada de “Wise Guy”, aterrissou na Base da Força Aérea de Barksdale, na Louisiana, no dia 14 de maio, onde se juntou à 307ª Ala da Bombardeiros, a única ala de bombardeiros da Reserva da Força Aérea. O retorno de Wise Guy acontece quase três anos depois de outro B-52 ter caído na Base da Força Aérea de Andersen em Guam. Desta maneira, a frota operacional de B-52H da Força Aérea volta para um total de 76 aeronaves, o máximo permitido segundo os termos do Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas, ou Novo START, firmado com a Rússia.

O coronel da Força Aérea dos Estados Unidos, Robert Burgess, comandante do 307º Ala, voou do Arizona para a Lousiana com Wise Guy juntamente com outros dois membros da unidade. O avião chegou ostentando o código “MT” na cauda, pois esta aeronave pertencia à Base Aérea de Minot (Dakota do Norte) antes de ser enviada para o Arizona em 2008. O bombardeiro também precisa desesperadamente de uma nova camada de tinta. Uma ida ao parque de material da Base Aérea de Tinker (Oklahoma) deve ocorrer em janeiro de 2020 para uma revisão completa.

“Estamos entusiasmados com o papel da ala em trazer o jato de volta ao serviço”, disse Burgess a repórteres após chegar a Barksdale. “Seu retorno é um testemunho da habilidade de nossos pilotos em restaurar o bombardeiro para uso regular na Força Aérea.”

A Força Aérea só revelou que estava em processo de regeneração de Wise Guy em abril de 2019, mas não está claro se isso ocorreu quando o processo realmente começou. O 309º Grupo de Manutenção e Regeneração Aeroespacial (AMARG), que supervisiona o cemitério de aeronaves, só fez isso uma vez antes e a última vez levou 70 dias. Aquele B-52H, número de série 61-0007 e carregando o apelido Ghost Rider, retornou ao serviço ativo 2ª Ala de Bombardeiros, também situado em Barksdale, em fevereiro de 2015. O Ghost Rider havia substituído outro B-52H perdido durante um incêndio quando estava em manutenção de rotina no ano anterior.

O acordo de controle de armas, no entanto, permite que um número de sistemas não implantados permaneçam em armazenamento, principalmente, como é o caso de Wise Guy, para substituir as perdas. Em 15 de abril de 2019, a Força Aérea ainda possuía uma dúzia de outros B-52H no que é conhecido como armazenamento Tipo 1000, que é o estado mais rápido para uma aeronave inativa.

Mas mesmo os aviões no armazenamento Tipo 1000 precisam de um trabalho significativo para voltar à atividade. No caso do Ghost Rider, o pessoal do AMARG havia retirado seu receptor de GPS e outros equipamentos de navegação para uso em outros B-52 operacionais, de modo que esses sistemas precisavam ser substituídos.

O Ghost Rider também precisou de uma revisão substancial para levar o bombardeiro até a mais recente configuração, já que havia perdido várias atualizações durante o armazenamento. O “Wise” precisará do mesmo tratamento, já que ficou fora de serviço por mais de uma década.

É interessante notar que o “60” no número de série de Wise Guy representa o ano fiscal em que a Força Aérea o comprou. O último dos B-52Hs saiu da linha de produção da Boeing em 1962. A USAF espera voar esses bombardeiros pelo menos até 2050 – e provavelmente além – e tem planos para fazer atualizações ainda mais significativas nos próximos anos, incluindo a adição de novos motores e radares.

FONTE: The Drive

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Victor Filipe

Exatamente kkkkkkkk para ele e o Tu-95 isso ai é só ferias na praia.

Victor Filipe

Segue o jogo. B-52 e Tu-95 passar 10 anos armazenado é coisa pouca.

Carlos Gallani

Quando vc tem superioridade aérea fica caro usar um B-2 para matar dois idiotas em um camelo… vida longa ao B-52, bela máquina!

Rui Chapéu

This IS your grandfather´s B-52!

Coloquem isso no youtube e vejam esse excelente episódio dentro de um B-52!

B-52 Stratofortress | Behind the Wings on PBS

E adicionem esse canal nos favoritos.

O episódio sobre o EA-6 é sensacional!

Marcelo Andrade

Interesante, se fosse no Brasil o pessoal caia de pau, dizendo que voamos relíquias! Mas lá fora tudo é normal!!!

Rafael

Eles têm F22 , F35 e B2 como ponta de lança ,se tivéssemos F15SE,Typoon ou Rafale dotando a aviação de primeira linha não haveria problema em estocar parte dos F5E e AMX e de vez em quando fosse para repor perdas reativar alguns .

RENAN

Marcelo qual bombardeiro brasileiro tem a capacidade de um B52? É muito diferente você ativar um aeronave de 1960 que 190 países do planeta não tem a capacidade de construir algo similar. Merecem sim respeito pois estão colocando uma aeronave em serviço que possuem relevância militar no cenário mundial. Detalhe 10 anos de dinheiro economizado e 10 anos sem fadiga de seus componentes. Agora no Brasil vamos ativar o que? Nossos militares só podem ativar os pensionistas, pois não deixaram dinheiro para comprar o que realmente importa aeronaves de guerra. Tudo que fizeram foi estocar erroneamente 10 célula do AMX.… Read more »

Marcelo Andrade

Meu comentário Renan foi modo irônico mesmo, só para você ver como se comentam as coisas por aqui. Não há imparcialidade. Note quando uma notícia é do Brasil, seja boa ou ruim, como comentam e quando a notícia é de fora.

RENAN

Comentários retido

Clésio Luiz

A média de idade da frota da USAF é mais velha que os nossos. – Os KC-135, B-52 e T-38 todos tem mais de 60 anos de uso. – Os F-15C/D tem 40 anos. Os “E” tem 30. – Os F-16 tem 30 anos; – Os A-10 tem 40 anos. – Os E-3 AWACS tem 40 anos. O frota mais velha da FAB são os T-25, com uns 50 anos, depois os Bandeirantes, com 40. Os F-5 tem por volta de 40 também. Obviamente que velharia por velharia a frota deles é infinitamente mais capaz que a nossa. Mas que… Read more »

sergio

O projeto quando é bom ……….
….enquanto isto nas longinguas pranchetas de um “tal F-35″………..

Dario Renato

O B-52 me parece a plataforma perfeita para utilizar as primeiras gerações de armas de energia dirigida aerotransportadas, ao menos como autodefesa. É esperar para ver.

Leandro Costa

Isso acabou me lembrando de um filme…
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Antunes 1980

Se pegar tudo que os Estados Unidos tem naquele deserto, da para bater de frente tranquilamente com toda a América dos Sul.
Tenha dó!

Ricardo Bigliazzi

Provavelmente estarei morto e esses monstros ainda estarão voando

Octávio Lima

Vai ser muito interessante quando os EUA finalizarem a decisão de remotorizar os B-52. Acabaram de anunciar um contrato de modernização aviônica. Quando remotorizarem deve voar mais umas tantas décadas.

Bidú

Nosso aliado

Fernando Jesus

B-52 e Micke Jagger nunca morrem.

Denis

Até 2050?! Serão 90 (!!) anos de serviço. Este avião será o mais famoso da História.

Oscar

Para mim ressuscitaram esse avião enferrujado por questão operacional. Se o adversário tbm tem umas velharias da categoria voando para quê desenvolver algo mais sofisticado? Diferente de caças que tem um disputa tecnologica acirrada para vender melhor, igual a indústria automobilística.

Octávio Lima

Mas eles estão desenvolvendo um novo, o B-21, já nas pranchetas.

Fulcrum

Mas não dizem que os custos crescem exponencialmente com a idade do avião?

Victor Filipe

existem muitos B-52 estocados no deserto porque foram fabricados mais de 700 mesmo com algumas perdas existem varias aeronaves de onda tirar peças para fazer manutenção. afinal eles tem menos de 80 aeronaves no inventario ativo. com as atualizações que eles passaram os componentes ficaram mais modernos oque também diminuiu o preço

ANDERSON DA COSTA MUNIZ

Fico aqui pensando com os meus botões… Tínhamos aproximadamente 100 Xavantes quando foram desativados, mais uns 5 Mirages e teremos no futuro próximo 46 F5, 30 AMX, 10 A4… Como estão estocados os Xavantes e os Mirages? Como serão estocados aqueles que se aposentarão na próxima década? E em caso de necessidade, poderíamos utilizá-los? Fora os EUA, existe algum precedente de algum país que recorreu aos bólidos aposentados?

Roberto Dias

estes aviões da FAB estão sendo retirados por limite de uso, nos EUA é por excesso de aeronaves em serviço.

ANDERSON DA COSTA MUNIZ

O último B-52 foi construído em 1962, 57 anos atrás. Isso é muito mais tempo que as nossas aeronaves. Com certeza, há muita fadiga dos materiais utilizados no B-52, porém, EUA tem como produzir peças e efetuar reparações, pois prospectam utilizá-los pelo menos mais duas décadas. Outros afirmam até 2050! Isto posto, acredito que nossos aviões ainda poderiam ser utilizados em caso de necessidade. Porém, não temos, penso eu, a expertise e as condições de armazenagem e logística dos americanos.