F-35B do Reino Unido

Por Geraldine Scott

Um dos caças furtivos F-35 da Grã-Bretanha decolou da base RAF Marham no dia 28 de junho, marcando o voo inaugural da aeronave de muitos milhões de libras desde que pousou no país.

Quatro dos aviões de guerra supersônicos, que estavam na US Marine Corps Air Station Beaufort, em Beaufort, Carolina do Sul, atravessaram o Atlântico no começo do mês para ficar permanentemente estacionados na Grã-Bretanha.

E um deles decolou da base aérea de Norfolk na quinta-feira, marcando a primeira vez que a aeronave decolou, desde que aterrissou em solo britânico em 6 de junho.

O oficial comandante do 617 Squadron, o wing commander John Butcher, disse que o primeiro voo foi um “grande passo à frente”, e que os jatos nos céus acima de Norfolk serão uma “visão cada vez mais familiar”.

Ele disse: “Estou ansioso para saber como foi o voo quando voltar à base.

“Mas eu sei que a aeronave decolou e pousou com segurança, e agora só precisamos ver como os processos que estão em vigor funcionam agora que voamos pela primeira vez.

“Precisamos ter certeza de que os engenheiros estão passando pelos processos corretos, precisamos garantir que a logística e a cadeia de suprimentos estejam lá e funcionando para nos apoiar.

“E precisamos nos certificar de que quaisquer ações pendentes que possam ter vindo deste primeiro voo sejam cobertas. Então, ainda pode demorar mais alguns dias até voarmos novamente.

O Wing commander Butcher disse que o plano para o primeiro voo era “permanecer principalmente local”, para que os sistemas pudessem ser verificados e o desempenho da aeronave pudesse ser observado.

Perguntado por que demorou três semanas desde o primeiro pouso no Reino Unido até o primeiro voo, ele disse que um “grande número” de testes de aceitação dos jatos tiveram que ser realizados.

“Nós tivemos que movê-los através dos servidores eletrônicos americanos para os nossos, e fazer todas as verificações de dados e garantir que todos os dados estão lá de uma perspectiva de aeronavegabilidade, para então verificar e aceitar os dados no esquadrão”, ele disse.

“Tivemos alguns bits de dados perdidos durante essa transferência, então estamos trabalhando nisso.

“Mas, tudo isso é normal para nós.

“Nada do que ocorreu é algo que não planejamos em termos de contingência, então estamos trabalhando de forma metódica para garantir que possamos colocar os jatos em um estado útil para mantê-los voando de maneira segura.

O programa de £ 9,1 bilhões do Reino Unido para comprar 48 dos F-35, o jato de combate mais avançado do mundo, ao longo da próxima década, ficou sob fogo cerrado por causa da capacidade e despesa.

Reportagens sugeriram que o custo efetivo de cada avião é de até £ 150 milhões quando a logística e o suporte são levados em consideração.

Mais cinco F-35 do Reino Unido também devem chegar dos EUA na RAF Marham até o final de julho ou início de agosto.

A Grã-Bretanha atualmente tem 15 jatos F-35B – a variante de decolagem curta e pouso vertical dos jatos – e prometeu comprar 138 no total da gigante norte-americana de aviação Lockheed Martin.

Os jatos serão operados em conjunto pela Royal Air Force e pela Royal Navy e voarão a partir de terra e mar, incluindo o convés de voo dos novos porta-aviões classe “Queen Elizabeth” de £ 3,1 bilhões.

Desde a sua chegada, o 617 Squadron agora está trabalhando para declarar a capacidade operacional inicial (IOC) a partir de terra até o final de dezembro.

O comandante Butcher disse que tem sido “realmente fantástico” estar de volta à RAF Marham, e disse que a base está “absolutamente” pronta para os jatos operarem lá.

“A RAF Marham trabalhou muito para se preparar para nos receber, e agora que estamos lá como esquadrão e uma unidade formada, com nossos próprios jatos, há um sentimento muito diferente … da semana antes do pouso”, disse ele.

“A estação tem muito foco, eles podem ver a aeronave na linha de voo sendo trabalhada pelos engenheiros do 617 Squadron, e nós estamos em nosso ambiente operacional … há muitos elementos positivos para nós agora finalmente na RAF Marham.

FONTE: Eastern Daily Press / FOTOS: MOD UK (clique nas imagens para ampliar e ver os detalhes)

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rommelqe

Por que o UK dispensa um Ocean (atual Atlântico da MB), ofertado a um preço de ocasião para o BRASIL que é da ordem de metade do preço de um F-35B? Primeiro eu diria que é devido à avaliação do cenário mundial que se descortina para eles, ingleses, no qual, imagino, estariam preconizando e priorizando a defesa próxima de seu território, no qual um porta helicópteros tem menos importância do que caças de defesa aérea. Mas também há nessa negociação um lado financeiro importantíssimo. Quanto seria o gasto que um Ocean imporia ao UK só para ser mantido em operação?… Read more »

Flanker

Não entendi a correlação entre o Ocean e o F-35B. O UK nos vendeu o Ocean porque não precisavam mais dele. Com a entrada em serviço dos NAe classe Queen Elizabeth, que embarcarão os F-35B, o Ocean passou a ser bem menos importante para eles. E o Ocean, mesmo que tivesse sido mantido na Royal Navy, não operaria os F-35B. Quanto a eles preconizarem a defesa próxima ao seu território, com os novos NAe eles passarào a ter muito mais capacidade expedicionária do que com o Ocean. Os QE possuem capacidade de embarcar helis e asas fixas, e em quantidade… Read more »

Rommelqe

Caro Flanker: a minha indagaçao esta mais relacionada ao porque que o Atlantico foi relegado pela Inglaterra. Claro que o QE podera, de certa forma, executar missoes similares àquelas originalmente previstas para o Ocean, porem nao exatamente com a mesma proficiencia e custos. Assim como o Atlantico nao é e nunca sera um porta aviões o Queen Elizabeth sempre sera um porta avioes com funções otimizadas para missoes basicamente distintas do que aquelas previstas para um navio com as características do Ocean . Agora a correlaçao entre o Atlantico e um F-35B pode ser entendida ate como uma curiosidade mesmo.… Read more »

Douglas Rodrigues

Rommelqe, Não vejo dessa forma, pois imagina que um Porta Aviões como o Queen Elizabeth tenha custos ainda mais elevados que o Ocean teria, isso é certo! De fato, o Atlântico vai demandar custos para sua operação, assim como já demanda para sua adaptação em nossa Marinha, porém a análise feita é que esses custos são várias vezes menores que uma reforma no NAe São Paulo que foi amplamente debatida. Minha opinião é de que embarcar helicópteros prontos e disponíveis para combate, mesmo que cobrindo uma área menor que os A4, nesse momento é mais propício para nossa marinha, e… Read more »

Adriano RA

Podem começar trocando os pneus.

Flanker

???….não entendi.

Adriano RA

Dez pousos e lá se vão os pneus… espero que tenham muitos no estoque.

Bosco

Adriano, Você não está de todo correto. São 10 pousos com o atual pneu (não quer dizer que não colocarão outro pneu num curto prazo) no modo convencional “curto”. O F-35B geralmente pousa no modo vertical e nesse modo não foi relatado alguma deficiência (pelo menos não que eu saiba). O que ocorre é que os britânicos estão desenvolvendo técnicas de pouso horizontal curto do F-35B em navios, para aumentar a quantidade de armas/combustível de retorno. Técnica denominada SRVL. Isso é que parece consome mais os atuais pneus. A USN não utilizará esse método em seus navios. O pouso convencional… Read more »

Adriano RA

Obrigado, Bosco!

Antonio

Que pena! A outrora poderosa indústria aeronáutica britânica acabou. E ainda, tem de sujeitar a gloriosa RAF a isso.

HMS TIRELESS

Se informe melhor! Os britânicos são responsáveis por 15% de cada aeronave produzida. E para seu desgosto a IAI vai entregar 800 conjuntos de asas.

Antonio

Bem. Com dinheiro e tecnologia americanos, até Bangladesh entrega. Até 1.000. E pela metade do preço.

SmokingSnake ?

Pelo contrário, a indústria do britânica se fortalece com o F-35 já que muitas empresas britânicas participam da produção do F-35 e só os EUA vão comprar mais unidades do F-35 do que o reino unido jamais poderia, a indústria aeronáutica britânica participa e ganha com cada venda do F-35.

https://www.f35.com/global/participation/united-kingdom-ip

Antonio

Para quem construiu Spitfire, Lancaster, Halifax, Hurricane, Gloster Meteor e muitos outros, se contentar em construir partes de um projeto de outro país é dose pra leão.

Diogo araujo

Sr. Antônio, sou leigo mas acredito que não precisa de muito para chegar a conclusão que o f-35 é um caça muito, mas muito mais complexo do que os acima citados. A pesquisa científica de maneira geral chegou a um grau tão elevado que tentar fazer as coisas sozinho beira a insanidade. Veja os ganhadores do prêmio Nobel por exemplo, muito raro alguém ganhar sozinho, sempre três ou mais. Sinceramente, do fundo do seu coração, acredita que a Rússia com sua pequena economia conseguirá competir com os americanos e toda a Europa Ocidental? É sério? seria como dizer que caso… Read more »

Antonio

Uma coisa não exclui a outra. Estou lamentando a morte da indústria britânica.
Agora. A França continua aí e já vai desenvolver o seu 5ªG.
A Inglaterra está pagando o preço de suas decadência e subserviência.
Agora é tarde.
Em tempo: Se a Rússia não pode competir, porque os americanos estão tão preocupados com ela?
Deixa rolar para ver o que vai acontecer.

SmokingSnake ?

A França vai desenvolver um caça 5g quando? No mínimo daqui a 20 anos, isso se conseguirem já que a Rússia, Japão e Coréia do sul estão tendo dificuldades para desenvolver um, enquanto isso a Inglaterra pode sobrevoar a torre Eifel, e a Rolls Royce e a BAE estão lucrando e ganhando muito conhecimento de como realmente construir um caça Stealth. Aposto que com o F-35 em mãos, a Inglaterra pode construir um caça de 5ª geração antes da França se quiserem.

Antonio

Pouco importa o quanto vai demorar. Não há a mínima possibilidade de ocorrer uma guerra nos próximos muitos anos.
Deixe os EUA digerirem sozinhos os gigantescos gastos com esse projeto. Eles merecem.

SmokingSnake ?

A Rússia é uma ameaça, do jeito que está a Alemanha e a França cairiam e só o Reino Unido resistiria a Rússia que nem resistiram aos nazistas.

Antonio

Do jeito que as coisas estão indo, o Reino Unido não vai nem conseguir fazer outro casamento Real.
And ‘God Save the Queen’.

Sérgio Luís

A primeira primeira imagem desse F-35 com a protuberância logo atrás do canopy me faz lembrar do corcunda de Notre Dame!
Vai ser feio assim lá na China!

Antonio Oliveira

Sem dúvida alguma, esse avião veio para substituir tudo que foi feito até então. Dentro de uns 20 anos provavelmente veremos somente versões desse voando nas principais nações do mundo. Minha dúvida é quanto ao F-22. Será que sobrevive a economia de escala do F-35? Ou a USAF não estão dispostos a abrir mão de um caça biturbina?

Adriano RA

Creio que F-22 e A-10 são hoje os ativos mais valiosos na USAF e serão usados “até os ossos”. Sem substitutos por enquanto.

Antonio Oliveira

F-22 já tem alguns bons anos, parou nas 180 e poucas unidades. Sem chance de reabrir a linha de produção. F-15 produziu muito mais. Uma hora começa a ficar inviável fabricar peças de manutenção, motores e aviônicos para uma frota tão pequena para os padrões dos EUA. Por outro lado o F-35 tem encomendas para décadas, recém saído do forno e em pleno desenvolvimento. Provavelmente teremos muitas versões dele ainda. A-10 nós já sabemos que continuará para ser utilizado no close air support em conflitos de baixa intensidade enquanto o OA-X não for definido. Mas o F-22 me parece muito… Read more »

Bosco

O F-22 é sem dúvida um ótimo caça mas é um enxerto tecnológico. Um híbrido. Os projetistas estavam muito amarrados ao paradigma do caça convencional de geração anterior e não tiveram peito de fazer um caça conceitualmente revolucionário. O F-22 é um caça de 4ª G furtivo. E só! O F-35 por sua vez já rompeu um pouco mais as amarras dos tradicionalistas (aqueles que insistem em lembrar do caso do canhão do F-4). Fossem por eles e até hoje estaríamos guerreando com paus e pedras. O F-35 é um caça muito mais ousada e capaz que o F-22 e… Read more »

Antonio Oliveira

Exemplo clássico é a ausência do HUD e o widescreen display único e touchscreen. Mas tem diversos outros detalhes superiores ao F-22. Sei não, acho que uma hora substitui.

Washington Menezes

Bosco este foi seu comentário mais lúcido a respeito do F22 frente ao F35.

Munhoz

O F 35B é o jato mais apropriado no meu ponto de vista para um pais mais fraco se defender, ele pode ser operado de qualquer lugar, podendo ser montada uma base até mesmo num ponto mais remoto. A unica questão pedente seria a manutenção, (sera que teria a mesma facilidade de manutenção do Gripen ?). Outra questão é em meu ponto de vista uma remota possibilidade de um possível desenvolvimento de uma tecnologia stealth alternativa para os caças de 4ª geração, com a tecnologia atual essa possibilidade mesmo que remota poderia desestabilizar toda a geopolítica mundial caso seja desenvolvida… Read more »

Delfim

Por ser um caça VTOL deve ter um custo superior ao do F-35A, que já é alto.
Não diria um país mais fraco, mas um menor, que precise espalhar seus caças pois aeródromos militares são alvos primários.

Robsonmkt

Acho que este é o caça mais feio já projetado pelos EUA…

Rodrigo M

Esse é lindo perto do X-32 que foi o seu concorrente na fase de concorrência.
Aquilo lá sim levou a feiura a níveis inimagináveis até então.

Jefferson Ferreira

até que ele é simpático!
https://i.imgur.com/3ju8arH.jpg

Bardini

O F-35B não deveria ser encarado como um “caça” ou “fighter” tradicional… Ele é muito mais que isso.

Luiz Trindade

Enfim… A despeito dos comentários do Ocean (Atual Atlântico na MB), eu fico feliz de ver o Reino Unido com aviões VSTOL novamente, apesar de não ser britânico. Afinal foram eles os criadores desse tipo de caça e nada melhor que vê eles com que há de melhor nesse tipo de avião. Eles estão dando um salto gigantesco de operacionalidade e veremos novamente a presença no mundo das Forças Armadas de Vossa Majestade Rainha Elizabete.

Bosco

Luiz,
A participação do RU no projeto do F-35 é muito grande, principalmente na versão B. O sistema LiftSystem é da Rolls Royce, que combinado com o motor F135 forma o sistema IFLPS.
O sistema LiftSystem é composto pelo lift fan, do eixo, do escape orientável e de dois conduítes de jatos para estabilização/direção.

nonato

Bosco, eu sei que é complicado fazer projeções. Se o F 35 pode substituir os caças de 4a geração e o F22. Ou se será melhor já desenvolver um caça de 6a geração. O caça de 6a geração pode ser um caça sem piloto (mas isso qualquer avião pode ser adaptado), furtivo e com armas de última geração tipo laser. Pode ser um caça hipersônico tipo SR 71, voando a grande altitude. Esse pode ser um complemento aos demais. A sacada pode ser mini “vants” partindo de um bombardeiro e controlados por um F35. Mas eu vejo com bons olhos… Read more »

Tadeu Mendes

Delfim,

O F-35B Vai operar no modo STOVL (Short Takeoff Vertical Landing) . Claro que se pode decolar como VTOL (Vertical Takeoff Landing), mas parece que vai decolar sempre no modo STOVL durante o emprêgo em NAes. quando estiver partindo para missões .

Bosco

Tadeu,
Decolando vertical o F-35B terá que levar apenas umas 6 t de combustível/armas do total possível de 18 t. É possível mas não ocorre e como você disse vai decolar sempre no modo STO.
A decolagem vertical (VTO) só em shows aéreos. rssss

Tadeu Mendes

Exatamente Bardini,

O F-35 vai explorar o máximo sua capacidade de enlaçe via NCW (Network Centric Warfare). O JSF vai gerenciar/comandar/coordenar, ataques conjuntos com outras aeronaves (caças multimissão, Drones).

Ricardo Bigliazzi

Nossa , chega a assustar o numero de leitores que torcem para o caça dar errado, um zica o pneu, outro a pecinha, outro roga pragas pelo fim de todos empregos e de toda a industria de defesa da Inglaterra, caça para Pais mais fraco e mais um monte de “mi mi mi”. Na boa, tem o Oriente médio todinho a olhar para o céu para ver se encontra o danado a voar nas asas Israel, todos os Aliados estratégicos estão começando a receber o avião, ele é tudo menos um modelo de desenvolvimento de tecnologia, ele voa e derruba… Read more »

Coutinho

Uma coisa que acontece tambem é que algumas pessoas estão se doendo pelo alto custo do programa. Inclusive alguns leitores já até perguntaram para essas pessoas se elas são contribuintes dos EUA dada a indignação que as mesmas demonstram. Mas, por maior que seja a torcida contra, o F-35 veio para ficar, vai se tornar o principal vetor da USAF, e será de suma importância na RAF, na Royal Navy, na Aeronautica Millitare, na JASDF e nas demais forças aereas em que irá operar.

_RR_

Belíssimas fotos! De encher os olhos! 🙂

Diogo

Os bolcheviques ficam com esse papo furado, que a indústria do RU já era, mas é melhor ser parceira e fabricar 15% de cada aeronave dos mais de 3 mil F35 que serão fabricados, do que ser parceira de um futuro caça de 5°G europeu e fabricar 700 aeronaves que serão produzidos entre 2 a 5 parceiros europeus e com certeza custará mais que um F35 e não entregará o prometido.