Os dois primeiros A-29 do Líbano na Base Aérea de Hamat

Os dois primeiros A-29 do Líbano na Base Aérea de Hamat

BEIRUTE — Os militares libaneses receberam as duas primeiras aeronaves de ataque A-29 Super Tucano na segunda-feira (9/10), depois que o pessoal da Força Aérea do Líbano passou vários meses em treinamento de voo dos EUA. “As adicionais que poderão aumentar nossas capacidades, especialmente na Força Aérea e na Marinha, são mais do que bem-vindas”, disse o ministro da Defesa, Yaacoub Sarraf, ao The Daily Star depois que as aeronaves chegaram à Base Aérea de Hamat, no norte do Líbano.

“Esperamos receber mais no futuro para ajudar nosso projeto de capacitação de cinco anos”.

O aprovisionamento do dia 9/10 foi a adição mais recente à pequena força aérea militar de aviões armados e de asa fixa. A chegada ocorre depois que os militares enviaram 12 pilotos e 20 técnicos de manutenção para a Base da Força Aérea Moody dos Estados Unidos, na Geórgia, em março passado, para serem submetidos a treinamento na operação da aeronave.

“Esses militares serão pilotos de combate totalmente treinados e operacionais na aeronave A-29”, disse um instrutor norte-americano, de acordo com um release militar americano divulgado na época. A entrega das aeronaves dependia de que as tripulações libanesas tivessem completado seu treinamento. A Base da Força Aérea Moody e a Embaixada dos EUA no Líbano estavam fechadas no dia da entrega, na observação de um feriado nacional e não puderam ser alcançadas para comentar.

Quatro A-29 Super Tucanos adicionais deverão chegar ao Líbano nos próximos 12 meses como parte de um pacote de ajuda americana. Todas as aeronaves estarão armadas com um par de metralhadoras calibre .50 e capacidade de disparar foguetes de 70 mm e um sistema “Advanced Precision Kill Weapon System”.

De acordo com Aram Nerguizian, associado sênior do “think tank” Arleigh A. Burke de Estratégia no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, a aquisição da A-29 acontece anos depois de diálogo bilateral.

“Já em 2009, os  militares estavam considerando as soluções dos EUA para uma aeronave que poderia fazer ISR [inteligência, vigilância, reconhecimento] e CAS [apoio aéreo aproximado], em apoio às forças terrestres”, disse Nerguizian ao Daily Star por e-mail. “O Exército determinou que uma aeronave como o A-29 Super Tucano seria ideal se devidamente equipada. No entanto, nenhuma dessas aeronaves estava em serviço ou em produção nos EUA naquele momento”.

As necessidades militares libanesas em 2009 refletiram atentamente os interesses dos americanos na construção de suas próprias operações da CAS, disse Nerguizian. Essa demanda levou a uma concorrência de projeto, do qual a A-29 eventualmente surgiu como um dos vencedores.

Enquanto o A-29 foi classificado como um avião “dentro do orçamento”, Nerguizian observou que “não se deve julgar uma aeronave pela aparência”, antes de detalhar suas capacidades.

Os EUA, juntamente com o Reino Unido, continuam sendo os principais apoiadores estrangeiros do Exército do Líbano.

A mídia local informou no dia 8/10 que o chefe do exército, o general Joseph Aoun, estava preparado para fazer uma viagem a Washington “na última semana deste mês”.

O general Aoun, que visitou Washington em sua nomeação como comandante do exército em abril, deveria fazer uma segunda visita no verão. A viagem foi adiada devido à operação militar “Fajr al-Joroud” na fronteira do nordeste, realizada em agosto.

Um porta-voz do Exército alcançado na noite de 9/10 não pode confirmar a veracidade das notícias sobre o horário da visita.

FONTE: The Daily Star Lebanon

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João Argolo

Sobe para 99,9% de chance o ST ganhar o OA-X. Mas claro, é só um mero palpite.

João Argolo

Notem que já existem 03 países com versões do ST com chapas de aço laterais. Será que virou moda? Detalhe: O concorrente mais próximo não as tem, correto?por que será?

João Argolo

Mali, Afeganistão e Líbia

João Argolo

Na verdade agora percebi, os aviôes do OA-X não tem as chapas. Curioso.

Walfrido Strobel

João Argolo, estas placas são cerâmicas para aumentar a blindagem, são um opcional.

Rinaldo Nery

As “chapas” cerâmicas SÃO a blindagem. São removíveis. Não usamos por aqui por contando do arrasto elevado. Faz parte da aeronave, ou seja, o kit vem com cada avião adquirido.

Top Gun Sea

Espero que os pilotos Libaneses aprenderam bem como usa lo e façam bem a lição de casa que o Tio San ensinou lhes, se não, vai pegar mal até para o ST, num momento em que a mídia no meio armamentista está de olho nele para as provas OA-X. Ainda bem que o A29 ST é resistente a colisões de certos tipos de “pássaros projéteis”.

Matheus

Só achei estranho não poder lançar misseis. Os nossos podem lançar mísseis, porque os EUA não forneceram eles alguns Ar-Terra para maior capacidade?

Karl Bonfim

Matheus 17 de outubro de 2017 at 18:54
“Só achei estranho não poder lançar misseis”
Será para que os pilotos libaneses não possam lançar esses mísseis sobre alvos israelenses?
Os maiores e fieis aliados do Tio San no Oriente Médio!
Afinal de contas o seguro morreu de velho.

EduardoSP

Matheus 17 de outubro de 2017 at 18:54
Sugiro buscar informações sobre a sigla APKWS, Advanced Precision Kill Weapon System.

ivo

eu não entendo como um pais que não usa o ST nas suas forças armadas tem a capacidade de dar treinamento de super tucano, ainda se fossem instrutores colombianos……
a não ser que o treinamento se refere a doutrina, ou armamento, mas no texto diz: para serem submetidos a treinamento na operação da aeronave.

Amessias

O que me incomoda é ver a administração americana sobre um produto nacional é de sucesso!

Nonato

Offtopic.
https://www.rtp.pt/noticias/pais/incendios-em-portugal-a-situacao-ao-minuto_e1034320
Acredito que seria possível utilizar uma espécie de awacs para identificar pontos de incêndio e disparar mísseis ou SDBs contendo água ou outras substâncias em pontos chaves dos incêndios
Isso não exige bombeiros no local. Facilita o acesso imediato e sem riscos.
Teria que ver o risco de essas “armas” atingir pessoas…
Mas é uma ideia.
E aí, Bosco.
Que tal colocar as mãos na massa?

Luiz Fernando

Ivo… Como assim os americanos não operam. Eles tem um esquadrão dotado dos ST. Esta unidade tem a finalidade de firmar pilotos das nações que vão receber as aeronaves.

Kobáμca

Luiz Fernando. Eu gostaria de saber mais sobre este esquadrão de treinamento da usaf!! Tem como postar algum link de matéria!!! Desde já agradeço!!!

Flanker

Nonato 17 de outubro de 2017 at 21:30
Offtopic.
https://www.rtp.pt/noticias/pais/incendios-em-portugal-a-situacao-ao-minuto_e1034320
Acredito que seria possível utilizar uma espécie de awacs para identificar pontos de incêndio e disparar mísseis ou SDBs contendo água ou outras substâncias em pontos chaves dos incêndios
Isso não exige bombeiros no local. Facilita o acesso imediato e sem riscos.
Teria que ver o risco de essas “armas” atingir pessoas…
Mas é uma ideia.
E aí, Bosco.
Que tal colocar as mãos na massa?

Nonato, gostei muito da piada sobre os mísseis com água!!!! Boa mesmo!! Sim, porque você só pode estar brincando, né?

Flanker

Luiz Fernando 17 de outubro de 2017 at 21:41 Ivo… Como assim os americanos não operam. Eles tem um esquadrão dotado dos ST. Esta unidade tem a finalidade de firmar pilotos das nações que vão receber as aeronaves. A Base Aérea de Moody, na Georgia, sul dos EUA, possui uma unidade de treinamento para os futuros operadores do ST, mas essa unidade não opera aeronaves próprias. Os instrutores dos EUA utilizam as aeronaves das Forças Aéreas que estão introduzindo a aeronave em operacão, caso do Afeganistão, por exemplo. Existem pelo menos uma meia-dúzia de ST afegãos nessa base, que são… Read more »

Carlos Alberto Soares

Os ST foram adquiridos com o objetivo primário a fronteira do Líbano com a Syria, área muito quente.
Desconheço se poderão serem utilizados na fronteira sul (hezbollah ?).
Mas é certo que o “dedo” no gatilho deve ter supervisão dos Âmis, portanto….
Boa aquisição essa …. dos Libaneses …. via Âmis.

Luiz Fernando

Flanket, negativo, os ST daí entregues para a USAF e recebe marcas de registro dela. Feira de concluído um período de treinamento as aeronaves do transferidas para a força aérea de destino. É uma permanência transitória, mas entra sim no inventário.

João Argolo

Obrigado Nery e Strobel pelos esclarecimentos. Outra diferença grande que já deve ter sido comentada aqui mas agora bati o olho mais detidamente é a entrada de ar gigante do modelo com chapas. opcional, certamente.

Flanker

Luiz Fernando 18 de outubro de 2017 at 5:36 Flanket, negativo, os ST daí entregues para a USAF e recebe marcas de registro dela. Feira de concluído um período de treinamento as aeronaves do transferidas para a força aérea de destino. É uma permanência transitória, mas entra sim no inventário. Luiz Fernando, o que eu quis dizer é que a USAF não possui aeronaves dela “de verdade”, entendeu? Inclusive quando escrevi meu comentário anterior pensei que pudesse ser interpretado como vc interpretou. É praxe dos EUA fazer isso, ou seja, colocar no seu inventário as aeronaves que estão sendo vendidas… Read more »

Guizmo

Nonato, vc tem cada ideia…..confesso que umas dou risada, outras eu até paro pra pensar….

Esses ST libaneses podiam vir com cabides porta kibes e esfihas né? kkkk

Renato Vieira

e por aqui o (Maurício R) deixou de destilar seu veneno contra a Embraer….será que ele conseguiu a tão sonhada vaga que por anos fora recusada pela fabricante do ST, KC,…? Só isso explica seu ódio e rancor de antes e seu silêncio de agora…rss

Luiz Fernando

Flanker, ok entendido o seu ponto de vista.

Leandro Costa

Eu gostei da idéia do Nonato. Inclusive esses mísseis/bombas com ogivas de água, poderiam conter água benta para lançamento sobre posições do ISIS. Ou melhor ainda, gordura de porco!!1!!1!!¡

Marcelo Andrade

“Kobáμca 17 de outubro de 2017 at 22:02
Luiz Fernando. Eu gostaria de saber mais sobre este esquadrão de treinamento da usaf!! Tem como postar algum link de matéria!!! Desde já agradeço!!!”

Esta unidade da USAF foi matéria da Revista Tecnologia & Defesa n. 149, deste ano. Acho que no site da revista (www.tecnodefesa.com.br) deve haver alguma referência.

Abraços!

Delfim Sobreira

Vai servir muito bem para botar o Hezzbolah pra correr.

Kobáμca

Valeu, Marcelo Andrade… Vou procurar!!

Matheus

Delfim

Exército Libanes e Hezbollah trabalham juntos. Mais instabilidade ali é basicamente uma porta aberta pra Israel bombardear tudo.

Flanker

João Argolo 18 de outubro de 2017 at 8:01 Obrigado Nery e Strobel pelos esclarecimentos. Outra diferença grande que já deve ter sido comentada aqui mas agora bati o olho mais detidamente é a entrada de ar gigante do modelo com chapas. opcional, certamente. João, a entrada de ar que você citou é a mesma nos modelos montados na Embraer ou na Sierra Nevada. Na foto inicial desse tópico, parece que a entrada de ar é maior, mas se você prestar bem atenção e aumentar a imagem, vai perceber que a sensação dela ser maior nesse exemplar, se deve ao… Read more »

HMS TIRELESS

Delfim Sobreira 18 de outubro de 2017 at 9:53

O Hezbollah possui um ou dois ministérios no governo libanês pois lamentavelmente terminou por constituir-se em um poder paralelo no sul do Líbano. Grosso modo é o mesmo que o PCC ou o Comando Vermelho ganharem secretarias de estado em SP e no RJ. Portanto, existe o risco desses aparelhos virarem escombros em algum ataque preventivo israelense.

Carlos Alberto Soares

HMS TIRELESS 18 de outubro de 2017 at 12:30
Correto em boa parte, são um poder paralelo no sul.
Israel não fará nada contra os ST, estes tem supervisão dos Âmis.
______________________________________

Obrigado aos Editores.

João Argolo

Flanker.
Olha só que curioso. Eu havia citado a ausência da abertura quando comparei a foto com a da manchete que fala sobre a aquisição de seis modelos do ST e onde realmente ela não aparece. Fui pesquisar melhor e descobri que a foto da manchete foi invertida e por isso não contem a tal ja que a mesma fica do lado invertido. Sabe-se lá por que alguém inverte uma foto pra manchete.

Delfim Sobreira

O Hezbollah usa um misto de apoio aos vilarejos e sua fortificação. Igual ao que Israel usou nos kibutzim, o que explica sua difícil erradicação.

Não creio que os muçulmanos sunitas e os cristãos maronitas libaneses morram de amores pelo Hezbollah. Mas ninguém está a fim de recomeçar a sangrenta guerra civil.

E com certeza depois do fiasco de 2006 que Israel não vai se meter lá. E ainda tem a questão das terras de Shebaa.

Flanker

João Argolo 18 de outubro de 2017 at 15:34 Flanker. Olha só que curioso. Eu havia citado a ausência da abertura quando comparei a foto com a da manchete que fala sobre a aquisição de seis modelos do ST e onde realmente ela não aparece. Fui pesquisar melhor e descobri que a foto da manchete foi invertida e por isso não contem a tal ja que a mesma fica do lado invertido. Sabe-se lá por que alguém inverte uma foto pra manchete. Pois é, eu esqueci de citar isso também. A foto foi espelhada. A aeronave da foto é da… Read more »

Edcarlos

É no Líbano que o A-29 vai ser posto a prova ao extremo, tem aviação de caças e AA tanto de Israel quanto da Síria para lidar. Incidentes próximo a fronteira com Israel e Síria podem ocorrer.

Saudações!