Projeto nacional de satélite estacionário – França e Rússia dão consultoria

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As agências espaciais russa (Roskosmos) e francesa (CNES) estão ajudando o Brasil a desenvolver o projeto do seu satélite geoestacionário.
De acordo com a AEB (Agência Espacial Brasileira), a cooperação tem caráter de consultoria e não prevê a compra pelo Brasil de tecnologia de nenhum dos dois parceiros.
O diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB, Thyrso Villela, disse que os acordos prevêem ajuda aos técnicos brasileiros na definição do modelo e nas configurações do satélite geoestacionário. A cooperação dos franceses foi acertada em junho. Com os russos, foi assinada neste mês. Os dois grupos vão trabalhar de maneira separada.
“O que nós queremos é aproveitar ao máximo a experiência desses países para nos ajudar a ter a melhor configuração possível [do satélite], com a melhor relação custo/benefício e que atenda efetivamente às demandas do país”, disse Villela.
Satélites geoestacionários giram na mesma velocidade do planeta e, por isso, ficam parados sobre um mesmo ponto. Esse é um tipo estratégico de tecnologia, porque permite, por exemplo, a captura ininterrupta de imagens sobre uma mesma região da Terra.
O Brasil já teve um satélite geoestacionário, utilizado para telecomunicações e fabricado fora do país. Mas perdeu o controle sobre ele depois da venda da Embratel, no governo FHC. Hoje, o país depende do aluguel de satélites, inclusive para as comunicações militares.
No início da década, o Brasil fez um projeto preliminar que apontou para a necessidade de o país ter “no mínimo dois, talvez três” desses satélites, de acordo com Villela. O novo projeto deverá ser o primeiro satélite geoestacionário com tecnologia nacional, algo que países como a Índia já têm.
Em uma reunião marcada para dezembro, AEB, ministérios e a Aeronáutica devem definir quais missões serão cumpridas pelos equipamentos. Entre as prioridades estão a comunicação militar e o controle do tráfego aéreo.
A expectativa é que o projeto esteja pronto até junho de 2009. Segundo Villela, se cumprido o cronograma, é possível que o satélite seja construído num prazo de até cinco anos.
O estudo preliminar apontou custo total aproximado de R$ 600 milhões. O valor depende da configuração dos satélites.
Villela admite que o Brasil não tem condições de construir alguns equipamentos, como aqueles que vão fazer o satélite funcionar por vários anos no espaço e os de controle de atitude e órbita. Mas afirma que o país não se comprometeu nos acordos a comprar a tecnologia de qualquer dos dois parceiros.
Em fevereiro, a Folha publicou reportagem sobre negociações sigilosas entre o ministro Nelson Jobim (Defesa), e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, envolvendo o projeto do satélite geoestacionário. Os franceses querem vender a tecnologia aos brasileiros.
A Rússia também quer vender esse tipo de tecnologia ao país. Em 2006, a Roskosmos chegou a dizer que o “desconto” de US$ 10 milhões na “passagem” do astronauta brasileiro Marcos Pontes para a Estação Espacial Internacional a bordo de uma nave russa tinha interesse comercial.
Em dezembro, Sarkozy virá ao Brasil para fechar parcerias com o governo que prevêem transferência de tecnologia.

Fonte: Folha de São Paulo

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Wilson Johann

Parece que estamos bem atrasados nesta área, e sempre dependendo de outros países para podermos finalizar nossos projetos. É o que dá não se investir pesado em pesquisa e desenvolvimento. Ficamos sempre correndo atrás…

Abraços!!

Fábio Max

Mais um triste legado do governo irresponsável deste senhor FHC…

Marco

Pq esse governo atual do Lula não aproveitou o bom momento vivido pelo país para investir . Agora parece que vai deixar para o próximo.

welington

Mais uma prova de que os Russos transferem tecnologia para o Brasil alem de varias outras áreas como substituição de combustível solido para liquido no programa VLS dentre outros programas.

Hornet

Concordo com os amigos. No texto do blog acima temos um pequeno histórico de nossos problemas:

– Educação de qualidade e C&T nunca foram prioridades no Brasil, embora tenho que reconhecer que nos últimos anos foram investidos mais dinheiro nestas áreas que em várias décadas passadas.

– O desmantelamento do Estado brasileiro promovido pelo governo tucano do FHC foi um desastre total. Embora os tucanos critiquem a ideologização das privatizações, eles, por ideologia, acreditam que QUALQUER

Hornet

Concordo em boa parte com os amigos. No texto do blog acima temos um pequeno histórico de nossos problemas, mas também uma parte das soluções e dos caminhos a serem trilhados pelo Brasil: – Educação de qualidade e C&T nunca foram prioridades no Brasil, embora tenho que reconhecer que nos últimos anos foram investidos mais dinheiro nestas áreas que em várias décadas passadas. E eu trabalho com C&T na Universidade brasileira e sei bem o que está acontecendo nestas áreas em todo o Brasil. – O desmantelamento do Estado brasileiro promovido pelo governo tucano do FHC foi um desastre total.… Read more »

joao

a filial do bale bolshoi fica SANTA CATARINA em JOINVILE, gostei do seu comentario , nao e transferindo fabrica para o BRASIL que nos vamos conseguir tecnologia , somente atraves de parceria com confiança ao longo dos anos, um abraço

Hornet

João, grato pela correção…achei que ficava em Curitiba, mas não sei de onde tirei isso…rs.rs.rs

de qualquer modo a idéia continua valendo, né?

um forte abraço

kaleu

Hornet, concordo com quase tudo… porém, no FX-2 o Gov Russo não se portou muito bem (talves por arrogância) deu claro sinal de que não confia na capacidade brasileira como parceiro, receberal o Unger e o Jobim como compradores de equipamentos, sendo que o Brasil deixou claro que procura um “parceiro”, alguns me dirão que eles nos ofereceram participação no PAK FA T-50, sim, nos ofereceram uma “parceria” de US$ 20 bilhões, nós entramos com dinheiro e podemos assistir os cientistas Russos desenvolver o PAK, nem mesmo passou pela cabeça dos Russos que pudessemos contribuir com conhecimento técnico, prova disso… Read more »

Camarada

É inadimissível um país como o Brasil,depender do aluguel de Satélites de outros países para comunicações, inclusive na área militar.O domínio das comunicações em um campo de batalha, é um fator decisório num conflito.Do soldado individual e comandante de pelotão, até os mais altos escalões de Comando,para compartilhar informações críticas de forma rápida e segura.Por isso que o Brasil precisa ter seu próprio Satélite nacional em curto prazo.Se houver qualquer corte de sinal pelo país fornecedor, ficaríamos isolados.

Hornet

amigo Kaleu, não, não queremos esse tipo de parceria. Por isso que os Russos estão fora do FX-2 e os franceses se tornaram os parceiros preferencias. Nós queremos, e o MD já deixou isso bem claro por várias vezes, uma parceria para desenvolvimento em conjunto e não apenas contribuição brasileira em dinheiro com projetos de outros países. Acho (palpite meu) que os Russos não reclamaram muito de ter saido do FX-2 e nem insistiram muito para o Brasil colaborar no PAK-FA, porque entenderam que o tipo de parceria que o Brasil quer envolve muito mais coisas que somente investimento de… Read more »

Luiz Marcelo

Sempre apostei no binômio EMBRAER x DASSAULT e não vai ser agora que vou voltar atrás. O FX2 são na verdade duas tecnologias americanas contra uma opção francesa. O pacote que o Brasil está firmando com a França é um dos mais importantes que este país já realizou. Vocês sabem quais países reciclam plutônio/urânio já utilizados nas usinas nucleares? Somente dois no mundo todo Estados Unidos e França, nada de Russos, Ingleses, Alemães ou Japoneses. Isto é uma pequena amostra que a decisão brasileira em se unir estrategicamente a França é correta. E Viva os DELTA, mas acho que eles… Read more »

Corsario-DF

Excelente comentário Hornet, muito bom mesmo. Agora sobre o tema dos satélites, até desenvolver o nosso totalmente nacional, não vejo problema em comprar um para “tapar o buraco” até a produção do nosso. Pois como a matéria frisou bem, nós alugamos satélites de outras nações correndo mais do que riscos… Pelo menos teríamos um “nosso” que poderíamos usá-los como bem queríamos. Sds.

Walderson

mandou bem Hornet.
Tb penso assim e acho que os franceses são a melhor opção, em termos de conjunto. Não creio que o EUA consigam fazer uma proposta melhor. A segunda opção: Suécia.

Wilson Johann

Parece que estamos bem atrasados nesta área, e sempre dependendo de outros países para podermos finalizar nossos projetos. É o que dá não se investir pesado em pesquisa e desenvolvimento. Ficamos sempre correndo atrás…

Abraços!!

Fábio Max

Mais um triste legado do governo irresponsável deste senhor FHC…

Marco

Pq esse governo atual do Lula não aproveitou o bom momento vivido pelo país para investir . Agora parece que vai deixar para o próximo.

welington

Mais uma prova de que os Russos transferem tecnologia para o Brasil alem de varias outras áreas como substituição de combustível solido para liquido no programa VLS dentre outros programas.

Hornet

Concordo com os amigos. No texto do blog acima temos um pequeno histórico de nossos problemas:

– Educação de qualidade e C&T nunca foram prioridades no Brasil, embora tenho que reconhecer que nos últimos anos foram investidos mais dinheiro nestas áreas que em várias décadas passadas.

– O desmantelamento do Estado brasileiro promovido pelo governo tucano do FHC foi um desastre total. Embora os tucanos critiquem a ideologização das privatizações, eles, por ideologia, acreditam que QUALQUER

Hornet

Concordo em boa parte com os amigos. No texto do blog acima temos um pequeno histórico de nossos problemas, mas também uma parte das soluções e dos caminhos a serem trilhados pelo Brasil: – Educação de qualidade e C&T nunca foram prioridades no Brasil, embora tenho que reconhecer que nos últimos anos foram investidos mais dinheiro nestas áreas que em várias décadas passadas. E eu trabalho com C&T na Universidade brasileira e sei bem o que está acontecendo nestas áreas em todo o Brasil. – O desmantelamento do Estado brasileiro promovido pelo governo tucano do FHC foi um desastre total.… Read more »

joao

a filial do bale bolshoi fica SANTA CATARINA em JOINVILE, gostei do seu comentario , nao e transferindo fabrica para o BRASIL que nos vamos conseguir tecnologia , somente atraves de parceria com confiança ao longo dos anos, um abraço

Hornet

João, grato pela correção…achei que ficava em Curitiba, mas não sei de onde tirei isso…rs.rs.rs

de qualquer modo a idéia continua valendo, né?

um forte abraço

kaleu

Hornet, concordo com quase tudo… porém, no FX-2 o Gov Russo não se portou muito bem (talves por arrogância) deu claro sinal de que não confia na capacidade brasileira como parceiro, receberal o Unger e o Jobim como compradores de equipamentos, sendo que o Brasil deixou claro que procura um “parceiro”, alguns me dirão que eles nos ofereceram participação no PAK FA T-50, sim, nos ofereceram uma “parceria” de US$ 20 bilhões, nós entramos com dinheiro e podemos assistir os cientistas Russos desenvolver o PAK, nem mesmo passou pela cabeça dos Russos que pudessemos contribuir com conhecimento técnico, prova disso… Read more »

Camarada

É inadimissível um país como o Brasil,depender do aluguel de Satélites de outros países para comunicações, inclusive na área militar.O domínio das comunicações em um campo de batalha, é um fator decisório num conflito.Do soldado individual e comandante de pelotão, até os mais altos escalões de Comando,para compartilhar informações críticas de forma rápida e segura.Por isso que o Brasil precisa ter seu próprio Satélite nacional em curto prazo.Se houver qualquer corte de sinal pelo país fornecedor, ficaríamos isolados.

Hornet

amigo Kaleu, não, não queremos esse tipo de parceria. Por isso que os Russos estão fora do FX-2 e os franceses se tornaram os parceiros preferencias. Nós queremos, e o MD já deixou isso bem claro por várias vezes, uma parceria para desenvolvimento em conjunto e não apenas contribuição brasileira em dinheiro com projetos de outros países. Acho (palpite meu) que os Russos não reclamaram muito de ter saido do FX-2 e nem insistiram muito para o Brasil colaborar no PAK-FA, porque entenderam que o tipo de parceria que o Brasil quer envolve muito mais coisas que somente investimento de… Read more »

Luiz Marcelo

Sempre apostei no binômio EMBRAER x DASSAULT e não vai ser agora que vou voltar atrás. O FX2 são na verdade duas tecnologias americanas contra uma opção francesa. O pacote que o Brasil está firmando com a França é um dos mais importantes que este país já realizou. Vocês sabem quais países reciclam plutônio/urânio já utilizados nas usinas nucleares? Somente dois no mundo todo Estados Unidos e França, nada de Russos, Ingleses, Alemães ou Japoneses. Isto é uma pequena amostra que a decisão brasileira em se unir estrategicamente a França é correta. E Viva os DELTA, mas acho que eles… Read more »

Corsario-DF

Excelente comentário Hornet, muito bom mesmo. Agora sobre o tema dos satélites, até desenvolver o nosso totalmente nacional, não vejo problema em comprar um para “tapar o buraco” até a produção do nosso. Pois como a matéria frisou bem, nós alugamos satélites de outras nações correndo mais do que riscos… Pelo menos teríamos um “nosso” que poderíamos usá-los como bem queríamos. Sds.

Walderson

mandou bem Hornet.
Tb penso assim e acho que os franceses são a melhor opção, em termos de conjunto. Não creio que o EUA consigam fazer uma proposta melhor. A segunda opção: Suécia.