A Força Aérea solicitou US$ 1,3 bilhão nos próximos três anos para completar o desenvolvimento de um novo motor para alimentar o caça de Dominância Aérea da Próxima Geração, que sucederá o F-22. O esforço, já bem encaminhado, dá continuidade ao Programa de Transição do Motor Adaptativo, e pode resultar em um novo propulsor pronto para produção no período de 2028.

O financiamento está incluído em uma das cinco contas de desenvolvimento de propulsão avançada no pedido de orçamento de pesquisa, desenvolvimento, teste e avaliação da Força Aérea para o ano fiscal de 2025—coletivamente valendo mais de US$ 4 bilhões até 2029—que também financia o desenvolvimento de novas tecnologias de propulsão relacionadas a materiais, combustíveis, foguetes e sistemas hipersônicos.

De acordo com os documentos orçamentários para o elemento do programa “Desenvolvimento de Motor Avançado”, o programa de Propulsão Adaptativa de Próxima Geração (NGAP) “projetará e realizará a redução de risco” para protótipos de motores adaptativos aplicáveis ao NGAD, o caça secreto que deve entrar em testes de voo por volta de 2028.

“O NGAP selecionará tecnologias de motor adaptativo apropriadas que possam atender aos requisitos de motor do [NGAD]… enquanto garante níveis apropriados de prontidão de fabricação e tecnologia”, de acordo com os documentos. Essas atividades de maturação tecnológica e redução de risco garantirão que, uma vez definido o projeto, a produção e os testes possam começar com pouco atraso.

A Força Aérea disse que o esforço do NGAP “consiste em seis fases: design inicial, design preliminar, planejamento de prototipagem adaptativa, design detalhado, fabricação de motor e avaliações de motor.” As atividades de design inicial e preliminar já estão completas, indicando que os protótipos estão agora sendo esboçados.

A Força Aérea declarou que precisa que o NGAD esteja pronto para serviço operacional por volta de 2030, o que significa que seu motor, o NGAP, terá que estar pronto para testes de voo pelo menos dois anos antes.

O plano para o ano fiscal de 2025 é “completar as atividades de design detalhado do NGAP e transição para fabricação de protótipos de motor e atividades de montagem”, segundo documentos orçamentários.

O financiamento caiu de US$ 595,4 milhões em 2024 para US$ 562,4 milhões em 2025 “devido à transição do planejamento de protótipos e atividades de design detalhado para fabricação e montagem de protótipos de motor”, observam os documentos.

Os gastos propostos declinam novamente em 2026 para US$ 439,9 milhões, e novamente em 2027 para US$ 287,5 milhões. Após isso, a conta de desenvolvimento cai para zero, indicando uma transição para produção.

O financiamento para o motor AETP foi zerado para o ano fiscal de ’25, e a Força Aérea disse que quaisquer fundos remanescentes foram transferidos para o NGAP.

O AETP—na forma do XA100 da GE Aerospace e do XA101 da Pratt & Whitney—foi projetado para caber no F-35 e teria proporcionado ganhos impressionantes em impulso, aceleração e alcance para esse caça. Mas o Pentágono e os parceiros internacionais do F-35 optaram contra a sua perseguição porque só poderia ser aplicado às variantes F-35B e C com engenharia adicional extensiva. Comprar o motor apenas para a Força Aérea e outros países usando o modelo F-35A teria exigido a criação de sistemas separados de peças, logística e manutenção, aumentando os custos.

A Pratt & Whitney está, em vez disso, desenvolvendo a Atualização do Núcleo do Motor no motor do F-35, que ela fabrica.

No ano passado, o Secretário da Força Aérea, Frank Kendall, disse que o término do motor AETP do F-35 foi seu maior arrependimento orçamentário; um que ele desejava ter “outra chance”.

Embora pouco se saiba sobre o NGAD, Kendall e John Sneden, chefe da diretoria de Gestão do Ciclo de Vida para propulsão, disseram que o motor do NGAD será menor que os motores AETP desenvolvidos pela GE e Pratt, interrompendo um crescimento constante no diâmetro do ventilador do motor desde a década de 1970. Mas isso também significa que o AETP não pode simplesmente ser ajustado para alimentar o NGAD. Em vez disso, é necessário um design completamente novo.

Explicando a estratégia de aquisição para o NGAP, documentos orçamentários da Força Aérea observam que o serviço “concedeu dois contratos de fonte limitada, com taxa de incentivo de custo em FY 2016 para a General Electric e Pratt & Whitney devido às suas qualificações únicas para projetar um motor de turbina adaptativo de alto desempenho, leve para voo na classe de empuxo para o Programa de Transição do Motor de Ciclo Adaptativo (AETP).”

Incorporado nesses contratos do AETP “havia uma opção para o esforço de Propulsão Adaptativa de Próxima Geração (NGAP) através de design preliminar. Em FY 2018, estas opções foram exercidas e concedidas para otimizar a redução de risco.”

No quarto trimestre do ano fiscal de 2022, “novos contratos de entrega indeterminada, quantidade indeterminada (IDIQ) para a conclusão do design detalhado do NGAP e prototipagem” foram concedidos à Boeing, General Electric, Lockheed Martin, Northrop Grumman e RTX’s Pratt & Whitney. Esses contratos valiam até US$ 975 milhões cada, ao longo de dez anos. Esses valores—medidos contra o perfil orçamentário—sugerem que grande parte do financiamento virá na fase de aquisição do programa.

Em fevereiro, a Pratt disse que completou a revisão de design crítico em seu motor NGAP, que disse ter a designação XA103. O motor da GE Aerospace é o XA102.

A inclusão da Boeing, Lockheed e Northrop entre os contratados do NGAP causou surpresa, já que essas empresas tradicionalmente fabricam fuselagens e não os motores que as alimentam. No entanto, oficiais da Força Aérea disseram que sua contribuição será na forma de novas tecnologias propulsivas e para refinar a integração da fuselagem do NGAD com seus motores.

A estratégia de aquisição da Força Aérea disse que os contratos “incluem requisitos de transformação digital, escopo para completar o design detalhado do protótipo e executar testes de motor protótipo, atividade de integração do Sistema de Armas digital para reduzir o risco de transição tecnológica, e uma abordagem contratual que aumenta a agilidade de aquisição do programa.”

Além de modelos digitais detalhados dos motores propostos, os “entregáveis” nos contratos existentes incluem “hardware do motor (mais peças sobressalentes); tecnologias amadurecidas; dados de avaliação de montagem principal (controles, combustor, etc.); revisões de programa; e estudos de tecnologia, acessibilidade e sustentabilidade.” Mais detalhes só podem ser fornecidos “no fórum apropriado”, significando que são classificados.

O NGAD é esperado para ser uma plataforma muito cara. Kendall disse que a aeronave custará “várias centenas de milhões” de dólares cada.

FONTE: Air & Space Forces Magazine

Subscribe
Notify of
guest

39 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Super Tucano

Se ainda estivessem construindo e evoluindo o F22, a pressão seria menor.

Rodolfo

Pode ser que sim, mas o desenvolvimento do J20 pelos chineses também obrigou a USAF a procurar uma alternativa que garanta superioridade aerea no pacifico onde as distâncias sao maiores que no teatro europeu pro qual o F22 foi desenvolvido (conter o pacto de varsovia). O NGAD deve entregar um raio de acao e ferry significativamente superior ao F22.

Jack

Só em imaginar, as melhorias, capacidades, criações de novas tecnologicas envolvidas…os americanos irão soltar vários anos a frente dos principais concorrentes…sempre franqueando as tendências a serem seguidas.

ALISON

Será mesmo? kkkkkkkkk

paulo

RD-180

Leandro Costa

R2-D2

(Não consegui me segurar. Foi mal)

paulo

Kkk C3po.
Porém, quem entende sabe o que eu disse.

Peter

EDITADO
COMENTARISTA BLOQUEADO.

Ralfo Penteado

EDITADO
COMENTARISTA BLOQUEADO.

André Macedo

Será que vão esperar a maturidade tecnológica de cada etapa ou vão enfiar tudo de uma vez pra vender um protótipo problemático novamente?

Rodolfo

A GE avançou bem no motor de ciclo adaptativo e a XA100 estava ja pronta pro F35 que a Lockheed queria pro F35, no fim o lobby fa PW (que estava atrasada no desenvolvimento da mesma tecnologia) venceu pra apenas modificar o motor atual do F35.

Rodolfo

que a Lockheed queria pro block 4…

Underground

Dinheiro de troco.
Entretanto, contudo, nessas paragens mais ao Sul, isso não desenvolve nada e ainda boa parte vira salário.

Sergio

Sendo leigo no assunto e ruim no inglês, vendo a imagem parece dizer que o motor entrega 30% a mais de alcance e 25% a menos de consumo de combustível (desculpem se entendi errado). Se for isso, é notável o desenvolvimento desse motor. Existe algum outro que entregou de uma geração para outra essa taxa de desempenho?.

Rodolfo

Também tem eficiência termica superior, o que pra uma plataforma cheia de sistemas eletronicos é importante.

Rodolfo

Se eu nao me engano a XA100 da GE seria apenas para as versoes da US force e Navy. O texto diz que seria para as versoes B (decolagem vertical) e C (Catobar).

TJLopes

Não, o texto diz que o motor só seria para a versão da USAF e precisaria de desenvolvimento adicional para as versões B e C, e se fosse adotada apenas para a versão A, isso aumentaria os custos devido à falta de comunalidade: O AETP—na forma do XA100 da GE Aerospace e do XA101 da Pratt & Whitney—foi projetado para caber no F-35 e teria proporcionado ganhos impressionantes em impulso, aceleração e alcance para esse caça. Mas o Pentágono e os parceiros internacionais do F-35 optaram contra a sua perseguição porque só poderia ser aplicado às variantes F-35B e C… Read more »

Rafael Oliveira

Essa matéria aquele pessoal que diz que o Brasil (ou até mesmo a Embraer) tem que investir e fabricar seus próprios motores aeronáuticos não lê.

Bispo

É notório como os EUA torram dinheiro em projetos militares que não retornaram o investimento…. que esse gere frutos.

Dizem que o futuro Mig 41 terá motor com viés hipersônico , visando atingir mach 5.0 voando a 40km de altitude…🙃

C G

Ahahhahahahahahahhaa mas eles nao conseguem colocar nem o SU-57 para operar em um conflito na borda de suas fronteiras e vc ta falando de Mig-41 mach 5??? Ahhahahahahahahaahahha

Bispo

No caso da Ucrânia a principal função da aviação russa é lançar bombas “planadoras” a 50/70km da fronteira mitigando a defesa aérea do oponente … SU-34 e TU-22 são os que preenchem os requisitos…para a operação.

Estude como os EUA usam os F-22.

A vantagem de ter vários modelos de aviões caças é o leque de opções operacionais…bem como, poder lançar “algo” a 40km de altitude a 5.0 mach…mesmo sendo “bolinhas de gude” , preocupa..rs

Last edited 22 dias atrás by Bispo
André Sávio Craveiro Bueno

Sem querer criar polêmica, os EUA tinham uma aeronave Mach 3+ e que voava a 30km de altitude cerca de 60 anos atrás. Mas isso agora é história. Porém, é possível que consigam algo similar. Mas, será necessário uma aeronave tripulada hipersônica? Se sim, novos paradigmas serão criados.

Bispo

O SU-57 terá velocidade máxima estimada em 2.470 km/h(Mach 2.0) quando o motor Izdeliye-30 entrar em operação…

O SR-71 Blackbird chegava a Mach 3.2(3.950km/h) a 26km de altitude…em velocidade máxima, relato dos pilotos: calor era absurdo e a estrutura do mesmo começava a “soltar pecinha”..rs

O North American X-15 , atingiu 7.273 km/h(Mach 6.7)em testes a 31km de altitude(um foguete disfarçado de avião, rs)…em 1967.

Com a tecnologia de hoje creio ser factível atingir com segurança Mach 5.0…

André Sávio Craveiro Bueno

Conheço bem a história de ambos citados. Sim, creio que com a tecnologia atual seria relativamente fácil superar os feitos do SR-71. Um reparo, o X-15 voava tranquilamente acima de 300.000 pés, sendo o recorde de altitude de 354.200 pés [107,960 km]. E não era disfarçado de foguete, X-1, X-1A e D-558 Skyrocket, por exemplo, usavam foguetes como propulsores. E o X-15 visava explorar o manuseio a altitudes elevadíssimas, onde superfícies móveis não eram efetivas. Como curiosidade, Neil Armstrong e Joe Engle pilotaram X-15 e foram ao espaço. Armstrong dispensa maiores comentários e Engle comandou duas missões de ônibus espaciais.… Read more »

Bispo

Disfarçado visto o motor que o mesmo usava:

– motor de foguete Reaction Motors XLR99 – alimentado por um combustível líquido e um oxidante líquido, que lhe permitia realizar voos suborbitais.

Leandro Costa

E o Me-163 para você era o que, então?

André Sávio Craveiro Bueno

Boa pesquisa, parabéns. Mas seu erro continua na palavra “disfarçado”. era um avião, pois podia manobrar na atmosfera mais baixa, era um foguete, pois era propulsado por tais motores e ia além de 100km de altitude, algo que aviões não fazem. Voa na atmosfera baixa e fora dela: um avião-foguete. Ainda não tive a oportunidade mas, se puder, leia “At the Edge of Space: The X-15 Flight Program”, escrito por Milt Thompson. Escritor e piloto de testes, inclusive desta aeronave-foguete experimental, o X-15.

Bispo

Ok , vou reclassificar o X-15 como avião-foguete dadas as suas características.

Sendo mais foguete que avião..rs

Leandro Costa

Então, eu vou ser um pouquinho mais didático.

Existem aviões propulsados à motores à hélice, sejam radiais ou refrigerados à água, existem aviões propulsados à jato, e até pulse-jets, e existem aviões propulsados à foguete.

Se a diferença é apenas a propulsão, por que então seria diferente de qualquer outro avião? Cada avião tem o motor que melhor se adequa à sua aplicação. Sempre pensado dessa forma e sempre será pensado dessa forma, caso contrário seria loucura.

paulo

Ela tá didática agora… hummm

Leandro Costa

Mesmo que eu ache que o Bispo está de birra apenas porque é um avião americano, a gente tenta explicar da melhor forma, sendo educado. Algo que você também poderia aprender à fazer. Se conseguir, claro.

Pampa08

5 que 5.o que, o Maverick já está a 10, bando de atrasados kkkkk

Bispo

Seguindo essa linha ..Maverick….é para fracos, os klingons secretamente..rs..passaram tecnologia da Ave de Rapina aos russos…

Emmanuel

Quantos F-39 a FAB compra com esse “dinheirinho”?

paulo

O problema não é comprar, mas a capacidade de fabricar esses protótipos.

BraZil

E os Chineses, gastarão quanto para fazer um excelente, baseado no que os Americanos gastarão o PIB de Wakanda para fazer?

Carlos Campos

O NGAD é esperado para ser uma plataforma muito cara. Kendall disse que a aeronave custará “várias centenas de milhões” de dólares cada.”””””””
O F35 é acreditado a uma taxa de 15×1, contra caças 4G, o problema é que a China já tem um 5G, o NGAD teria que ser muito superior ao J20 ou outro caça 5g, para valer tanto assim, pois a USAF vai ficar com pouco caças e o atrito de uma guerra pode fazer a USAF ser derrotada

C G

O segredo esta nos drones, todo mundo sabe, um caça desse andará cercado!

Bruno Vinícius

OFF-TOPIC (mas relacionado)

A USAF informou que o programa do B-21 Raider custará dois bilhões de dólares a menos do que o originalmente esperado.

Dito isso, a NG parece estar se colocando numa posição muito boa para conseguir o contrato do F/A-XX, considerando que está conseguindo entrar o B-21 dentro do prazo e abaixo do orçamento inicial.

Last edited 21 dias atrás by Bruno Vinícius