ROMA – Os primeiros Eurofighters do Kuwait com novos radares escaneados eletronicamente a bordo voaram aos céus da Itália em outubro para voos de teste, enquanto engenheiros no Reino Unido forneceram novos detalhes sobre a versão do radar e-scan que estão desenvolvendo para os Typhoon da RAF.

Com o progresso sendo feito em mais uma versão para os caças da Alemanha e da Espanha, o Typhoon agora não tem um, mas três radares e-scan em funcionamento, após anos de atrasos.

Os jatos do Kuwait foram vistos decolando das instalações de Leonardo em Caselle, no norte da Itália, em 15 de outubro, para seu primeiro voo de teste antes da entrega no final do ano, parte de uma encomenda de 28 Typhoons pelo Estado do Golfo, que contará com o chamado Eurofighter Common Radar System Mk0.

Construído pelo consórcio Euroradar que une Leonardo Italy, Leonardo UK, Indra da Espanha e Hensoldt da Alemanha, o Mk0 também equipará os 24 Typhoons do Qatar.

Enquanto isso, Hensoldt e Indra estão trabalhando em uma atualização – a versão Mk1, que usará módulos de transmissão/recepção construídos na Alemanha para reformar cerca de 130 aeronaves alemãs e espanholas em meados da década de 2020.

Indo sozinho, o Reino Unido desenvolveu um Mk2 que apresenta novos componentes e foi oferecido a um possível cliente do Typhoon –  a Finlândia, enquanto a Itália, que há muito confia no atual radar Captor de varredura mecânica do Typhoon, decidiu assinar o Mk 2 em setembro.

Com financiamento que será liberado por Roma passo a passo, 16 engenheiros da Leonardo Itália trabalharão em destacamento no Reino Unido nos próximos 18 meses para aprender sobre o novo radar.

Eles vão cruzar um firewall para trabalhar com colegas britânicos na Leonardo UK, que administra o programa para o Ministério da Defesa britânico.

O que é bem conhecido é que o Mk2 será diferente de seus companheiros radares e-scan do Typhoon por oferecer recursos de ataque eletrônico de banda larga e guerra eletrônica, além de capacidade de radar mais tradicional.

Outras inovações incluirão a capacidade de registrar passivamente as emissões de alvos e ameaças, fornecendo dados que podem ser combinados com os dados recebidos pelo subsistema de ajuda defensiva do Typhoon (DASS) e pelo sensor infravermelho Pirate.

O radar também será capaz de transmitir dados, algo descrito como “essencial” por Ross Wilson, o engenheiro-chefe do Typhoon da Leonardo UK para o radar de controle de tiro.

Outra grande mudança são os módulos de transmissão/recepção construídos no Reino Unido do Mk 2, que a Leonardo chama de circuitos, uma vez que são soldados na face do radar, em oposição aos módulos no Mk0 e Mk1, que são aparafusados.

“Soldando-os à placa, o desempenho pode ser aumentado, enquanto o peso geral é reduzido e a densidade e confiabilidade dos circuitos aumentam. Continuamos a investir em componentes-chave para reduzir o tamanho e o peso, o que nos permite maximizar a potência e a abertura disponíveis em um ambiente de jato”, disse Wilson.

Outra mudança é a introdução de semicondutores de nitreto de gálio (GaN), considerados mais poderosos do que os semicondutores de arsenieto de gálio (GaAs) usados ​​anteriormente.

“O GaN foi visto como o futuro, definido para substituir o GaAs, mas para a Leonardo UK, ambos têm um papel no desenvolvimento do radar para atingir o melhor equilíbrio de desempenho para uma aplicação de jato e podem ser usados ​​juntos”, disse Wilson.

Com a Leonardo UK pretendendo entregar o primeiro radar Mk2 no próximo ano para a BAE, que está integrando o radar no Typhoon e deve voar pela primeira vez em 2023, Wilson disse que seria “o radar mais capaz já produzido quando entrar em serviço.”

ECRS Mk2
Radar E-Scan Mk1 da Hensoldt para o Eurofighter

FONTE: Defense News

Subscribe
Notify of
guest

26 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Rogério Loureiro Dhiério

Este MK2 é o demônio hein!!!

Nilo

Até o momento a jóia da coroa só foi encomendado pelo Kuwait e Catar, os quatro parceiros Alemanha, RU, Itália e Espanha não encomendaram.

Mercenário

Negativo, todas as nações parceiras do programa contrataram novo radar.

Inclusive, a informação consta na matéria.

Last edited 2 anos atrás by Mercenário
Nilo

Financiamento para desenvolvimento e teste.

rui mendes

E compra para os seus próprios caças, aliás os radares para Kuwait e Qatar serão inferiores aos dos Alemães e Espanhóis, e ainda mais que os dos UK e Italianos.
Lê aircrafts montly, pois já saiu lá está matéria, há muitos meses.

Hellen

O problema que cada país esta querendo desenvolver sua versão do radar e desenvolver sua base industrial $$$ !!!

Rommelqe

Interessante o arranjo do conjunto agregando o radar AESA e o IRST. O IRST, em particular, conforme comentado recentemente, fica posicionado lateralmente ao canopy.

Luís Henrique

Pegando carona no assunto sobre Eurofighter, saiu matéria recente que a Grécia pode ficar com os 30 Eurofighter Tranche 1 que o Reino Unido vai aposentar em 2025. Fiquei curioso para saber quanto $ o Reino Unido vai pedir ?? Se venderem por um preço bem abaixo do preço de caças novos, valeria à pena até para o Brasil. Já que a FAB indicou que não poderá manter o número desejado de 108 caças, que o mais provável será cerca de 60 ou 70 Gripen, adicionar esses 30 Eurofighter para podermos aposentar todos os F-5 e AMX seria bem interessante.… Read more »

Barak MX para o Brasil

É cada uma…

Luís Henrique

Poderia argumentar melhor? Porque adquirir Eurofighter usado é tão ruim assim, mesmo sem saber o preço que será pedido?
Claro, que é bem provável que vão cobrar caro. Ai, realmente não vale à pena. Mas e se o preço for baixo?
Muitos piram com fragatas type 23, navios que já navegaram por 30 anos ou mais e estão no osso, já esses typhoon voaram apenas 42% do total da vida útil.
Ou seja, até 2025 terão voado cerca de 2.500 horas e a vida útil é de 6.000 horas, portanto ainda poderão voar por mais 3.500 horas…

Nilo

1- bimotor custo de manutenção e hora de vôo alto.
2- dependência de tecnologia manutenção.
3- outra infraestrutura a ser criada sede manutenção e armazenamento de peças.
4- outra doutrina e treinamento.
5- novo suporte de treinamento.
6- Fala do anterior comandante, Gripe E capaz de cobrir a desativação dos F5 e AMX.
6- com aquisição de um novo lote de 36, incrementa a indústria aeronáutica brasileira.
………..
Caro, vamos pensar fora da prateleira rsrsr

Adriano Madureira

O Typhoon tem um custo operacional dos mais elevados do mundo, estimado em US$ 61.000 (cerca de R$ 322 mil) por hora de voo. Eu acho que só isso já diz muito Luis Henrique… o governo austriaco decidiu que a venda dos caças com menos de dez anos de uso seria um bom negócio. Isso porque a operação de 18 caças mais baratos, como o Gripen ou o F-16, poderia significar uma economia de 2 bilhões de Euros ao longo de 30 anos de serviço. Em 2017, o MoD afirmou que o uso contínuo das aeronaves durante sua vida útil… Read more »

Last edited 2 anos atrás by Adriano Madureira
Luís Henrique

Adriano, a Indonésia veio correndo querer comprar os Eurofighter austríacos. A Áustria acabou desistindo de vende-los. Claro que para um país pequeno como a Áustria, um caça mais barato poderia ser mais adequado. Ocorre que o Eurofighter é um caça excelente, porém custa caro, muito caro para adquirir. Para operar é caro, mas equivalente à outros caças médios como o próprio Rafale. Como eu já disse em outro post, o Reino Unido lançou um programa uns anos atrás para reduzir o custo operacional do EF em cerca de 30 à 40% e atingindo o objetivo o EF teria um custo… Read more »

Heinz Guderian

Pra que comprar usado, seu eu posso comprar novo?
A sensação de tirar o plástico é única. hehe
Vamos de mais gripens.

Luís Henrique

Sim, novo é muito melhor. É que o plano antigo era adquirir 108 caças e mudaram o plano para 60 à 70 devido orçamento apertado. Então, apesar do grande avanço tecnológico, a FAB está reduzindo sua frota de caças bombardeiros de cerca de 120 dos últimos 20 anos para cerca de 60 à 70. Uma maneira de não reduzir o quantitativo de aeronaves de caça bombardeiro seria adquirir um caça mais barato, ou se adquiri caças ainda mais leves que o Gripen e mais simples, ou se adquiri caças russos ou esses EF usados dando sopa. rss Ou vamos nos… Read more »

João Adaime

Prezado Luís Henrique
Numa rápida busca pela internet, encontrei custo da hora de vôo do Typhoon variando entre 18.500 e 61.000 dólares. Meio salgado pro nosso bolso. Já o Gripen E está estimado em 4.700 dólares.
Abraço

Carlos Campos

acho que esses 4.700 pe fake, já vi entre 10k e 16k, mesmo assim uma penchincha camparado a Rafale e Eurofighter.

Luís Henrique

Também tem fontes que indicam um custo de 3.875 libras esterlinas por hora de vôo. E existe dados oficiais indicando um programa para redução do custo operacional no Reino Unido em cerca de 30 à 40% e é dito que atingindo esta redução o Eurofighter teria um custo de operação equivalente ao F-16. Portanto, mesmo que o programa não tenha atingido o objetivo, o Eurofighter custa um pouco mais que um F-16, talvez até uns 40 ou 50% mais que um F-16. Ou seja, não é o caça mais barato de operar, mas também está longe de ser o mais… Read more »

João Adaime

Caro Luís Henrique O teu argumento procede. Porém gostaria de ressaltar dois aspectos: 1) Os F-5 e AMX atualmente em uso podem ser substituídos sem prejuízo por estes primeiros 36 Gripen E/F. Um segundo lote seria aquele “algo mais”. Os 108 então, um sonho. 2) O Eurofighter Typhoon a ser desativado é o primeiro modelo fabricado, o Tranche 1. Ele é muito limitado. Serve apenas para superioridade aérea, usando mísseis ar-ar. Sua “capacidade” de ataque ao solo é sofrível. Tanto que nem o Reino Unido pensou em modernizá-lo devido aos custos da modernização. Hoje se busca aviões que sejam multiuso,… Read more »

Luís Henrique

1) sim, concordo. Mas acho muito pouco para um país do nosso tamanho. 2) sei das limitações, mas em superioridade aérea é um caça espetacular, mesmo a tranche 1. O Reino Unido modernizou parte dos seus tranche 1 para operarem até 2040. Ocorre, que investiram no F-35 e no Tempest. Por isso a aposentadoria prematura. Por isso é uma boa compra de oportunidade, pois o caça não esta no osso, apesar de não ser da versão mais moderna, possui uma boa vida útil residual e apesar de não ser totalmente multirole, possui excelente capacidade no combate aéreo. Ah, a Espanha… Read more »

Joao Kennedy M Ornelas

Chega de sucata.

Carlos Campos

o custo de manutenção do Eurofighter é caríssimo, eles não tem bons modos ar-terra ou ar mar, além de que o futuro é a guerra centrda em redes logo teriam que sofrer intervenções para operar no IFF nacional e no LikBR2, assim eles poderiam fazer engajamento colaborativo com os Gripen ou E99, ou um radar em terra da FAB, lembrar que a FAB pagou caríssimo pelos gripens, mas um segundo lote no mesmo tamanho poderia sair até pela metade do preço do primeiro pq não teria ToT, parte da produção seria em reais. logo não compensa comprar esses Eurofighter.

Adriano Madureira

Não valeria amigo, é um caça realmente caro, o custo flyway é elevado, os austriacos até querem arranjar um sucessor para os seus, parece que irão de f-35,e os indonésios mostraram interesse nas aeronaves tranche 1.
comment image

Quanto à Força Aérea austríaca, o Saab JAS 39E Gripen, conhecido por seu baixo preço, está sendo considerado um forte candidato. Alguns esperam que a venda dos Typhoons para a Indonésia seja suficiente para financiar a aquisição do caça sueco.

O Typhoon tem um custo operacional dos mais elevados do mundo, estimado em US$ 61.000 (cerca de R$ 322 mil) por hora de voo.

Luís Henrique

Os austríacos já desistiram de substituir os seus Eurofighters. Pelo menos, a última vez que li, foi isso, eles continuarão com seus EF. Esse custo de 61 mil é besteira. Foi um dado apresentado pela Áustria e refutado pela Airbus. O EF é operado por vários países e nenhum fala nesse custo ridículo. O F-35 que é citado como o caça mais caro de operar custa pouco mais de U$ 30 mil por hora. O Eurofighter deve ter um custo de hora vôo por volta de U$ 15 à U$ 20 mil. A Janes lançou uma matéria com um estudo… Read more »

Wellington Kramer

O caça do Brasil é o Gripen E/F.

Luís Henrique

Sim, mas serão, com muita sorte, 60 ou 70.
Quando todos os F-5 e AMX forem aposentados, teremos uma frota muito mais moderna (caso o segundo lote de Gripen seja realmente adquirido), porém a frota terá encolhido de 120 para 60 ou 70.