Saab Gripen E 39-9

Saab Gripen E 39-9

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Em São José dos Campos (SP), autoridades falaram sobre atualizações no acordo de reconhecimento bilateral entre os órgãos de Aeronavegabilidade Militar

Encontros realizados no Brasil e na África do Sul trataram do andamento da produção e da certificação da aeronave F-39 Gripen, o novo caça da Força Aérea Brasileira (FAB). Representantes da Autoridade de Aeronavegabilidade Militar Sueca (SE-MAA) estiveram em São José dos Campos (SP), nos dias 20 e 21 de março, para a 7ª Gripen Joint Certification Team Meeting. A reunião, que acontece duas vezes ao ano, alternadamente no Brasil e na Suécia, ocorreu no Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), organização subordinada ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) que atua como Autoridade Técnica de Aeronavegabilidade Militar Brasileira.

Já na Cidade do Cabo, entre os dias 18 e 22 de março, foi realizada a primeira conferência do Gripen User’s Group (GUG) do ano de 2019. A iniciativa intergovernamental entre as forças aéreas que atualmente operam a aeronave Gripen objetivou facilitar a troca de informações relativas ao emprego do caça, a fim de estabelecer uma cooperação mútua entre os participantes, focando na eficiência operacional, bem como nos aspectos técnicos do projeto.

No encontro do Brasil, foram discutidas atualizações no acordo de reconhecimento bilateral entre os dois órgãos responsáveis pela Aeronavegabilidade Militar, o qual rege as responsabilidades de cada autoridade, a equivalência de documentos e as relações institucionais nos projetos de certificação de interesse mútuo.

Houve, ainda, avanço no procedimento conjunto para a verificação de aeronavegabilidade durante a campanha de ensaios em voo no Brasil, prevista para começar em 2020. A pedido do SE-MAA, o IFI apresentou seu sistema de Garantia Governamental da Qualidade (GGQ) e o processo de certificação de softwares, áreas que o órgão sueco já demonstrou interesse em incorporar a participação direta dos especialistas do IFI.

Para o Diretor do IFI, Coronel Aviador José Renato de Araujo Costa, a estratégia acordada com a autoridade sueca para a certificação do Gripen permite o apoio mútuo e a otimização dos recursos humanos e materiais empregados na comprovação do atendimento aos requisitos que garantem a segurança da aeronave.

Caças Gripen de seis operadores em formação - foto Jamie Hunter - Saab
Caças Gripen de seis operadores em formação – foto Jamie Hunter – Saab

Gripen User’s Group

Na África do Sul, representantes das Forças Aéreas da Suécia, República Tcheca, Hungria, África do Sul, Tailândia e Brasil compartilharam suas experiências no uso operacional do caça supersônico. O encontro também explorou as possibilidades de futuras atividades conjuntas, além de programas de aquisição conjunta conectados com o emprego da aeronave Gripen.

A FAB participou com uma delegação que compõe o Grupo de Aquisição e Desenvolvimento e Grupo de Trabalho Operacional (A&D and Op). Durante a conferência, houve apresentações de todos os participantes, onde foi mostrada a situação atual das frotas de Gripen dos países operadores, bem como dos desafios operacionais e logísticos enfrentados.

A delegação brasileira apresentou a evolução da produção do Gripen, detalhando as fases de construção das primeiras aeronaves, o cronograma de entregas à FAB e o programa de treinamento dos pilotos, além dos principais equipamentos e armamentos que irão integrar o novo caça.

Primeiro Gripen brasileiro em montagem final
Primeiro Gripen brasileiro em montagem final na Suécia (clique na imagem para ampliar)

Produção

O cronograma de entrega dos caças inicia-se a partir de 2021. O primeiro voo da aeronave brasileira (Flight Test Instrumentation) está previsto para ocorrer ainda em 2019.

Parte das 36 aeronaves Gripen brasileiras, que na FAB serão denominadas de F-39 E/F, será fabricada totalmente na Europa, por funcionários da empresa SAAB. Outras terão a fabricação iniciada na Suécia e terminada no Brasil, com a participação de técnicos e engenheiros brasileiros.

Essa integração faz parte da transferência de tecnologia prevista em contrato e tem por objetivo angariar conhecimentos práticos necessários para a execução dessas mesmas atividades no Brasil.

FONTE: Força Aérea Brasileira

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Sergio Skywalker

Alguém tem alguma informação sobre o desenvolvimento de um projeto nacional de caça de combate a partir do conhecimento adquirido na fabricação do Gripen?

Sergio Skywalker

Retificando: avião de combate…

Leandro Costa

Não acredito que isso aconteça tão cedo. Talvez uma nova parceria com a SAAB no desenvolvimento de aeronave de 5a ou 6a geração, mas isso bem para o futuro. No momento a concentração é fazer o Gripen se tornar um sucesso, e tentar viabilizar o mais rapidamente possível a contratação de um segundo lote de 36 aeronaves, provavelmente com mais de 90% delas fabricadas aqui no Brasil. E ainda assim estou sendo otimista. Ao longo dos anos, os Gripen deverão receber modernizações/atualizações, inclusive com equipamentos desenvolvidos aqui no Brasil e oferecido para o mercado de usuários do avião, etc. O… Read more »

Gustavo

Isso não existe ainda, mas manter o gripen operando sem depender de empresas de outros países já será o primeiro reflexo do conhecimento adquirido da SAAB. Modernizações futuras idem. E assim por diante.

Willber Rodrigues

Esse tipo de notícia só mostra que a compra do Gripen foi uma das melhores escolhas feitas pela FAB em sua história.

Fabio Marques

Alguma nividade sobre o uso ou não do A-Darter por parte do Brasil?
Saímos mesmo do projeto?

julio

Já foram encomendadas unidades paras os Gripen brasileiros, o projeto segue.

Fábio Figueiredo

Alguma previsão de termos um desenvolvimento futuro deu EA-39G Growler????

Gostaria de ouvir ou PRÓS e CONTRAS de uma versão Growler do F-39.

Gustavo

A designação ‘G” e “Growler” foram somente escolhas de nomes para a versão de guerra eletrônica do SH. Não são siglas obrigatórias para aeronaves de guerra eletrônica, a titulo de informação.
Neste caso, G é pela continuidade das versões, estava na E/F do F-18 e coincidentemente o mesmo ocorre no Gripen e Growler é apenas um apelido (Prowler era do EA-6B antecessor do EA-18G que exercem a mesma função). Abraços.

Matheus

O Gripen é muito pequeno. Acho difícil uma versão de EW.

Rafael

“Outras terão a fabricação iniciada na Suécia e terminada no Brasil…” Tirando as que serão montadas na Suécia, as demais não iam ser montadas integralmente no Brasil?

Torama

Montados, não fabricados.
Virão da Suécia kits com a maior parte do componentes para a montagem final aqui, somados aos componentes que serão fabricados no Brasil (um percentual menor do conjunto).