Modelo em 3D do míssi ar-ar Cuda

A Força Aérea dos EUA (USAF) financiou um programa de demonstração de testes de voo para o míssil ar-ar Cuda da Lockheed Martin, levando o conceito depois de cinco anos da sua aparição, diz a empresa.

Os testes de voo, financiados pelo Laboratório de Pesquisa da Força Aérea (AFRL), avaliarão como o Cuda se compara com a capacidade de manobra em fase terminal do míssil ar-ar de alcance médio Raytheon AIM-120 (Amraam), diz Frank St. John, vice-presidente executivo da área de negócios Missiles and Fire Control da Lockheed.

Às vezes chamada de “half-raam”, a Lockheed projetou o Cuda para ter um alcance similar ao AIM-120 em um pacote com metade do tamanho, permitindo que caças existentes, como o F-22 e F-35, carregassem o dobro de mísseis ar-ar internamente.

O alcande proposto do míssil Cuda na mesma faixa do AIM-120 pode parecer contra-intuitivo em um pacote relativamente pequeno, mas a Lockheed insiste que é possível. Após o lançamento, o motor de foguete do AIM-120 queima por apenas alguns segundos, então usa a inércia e controla as aletas para manobrar enquanto se aproxima do alvo.

O Cuda de tamanho médio também usa o mesmo princípio. Para compensar o volume reduzido de propulsor, a Lockheed adiciona um sistema de controle de desvio e atitude (DACS) derivado do míssil PAC-3 terrestre. O DACS insere pequenos propulsores de foguete no nariz do míssil. Combinados com aletas de controle montadas à ré, tais propulsores poderiam, em teoria, tornar o Cuda mais eficiente que o AIM-120 durante a fase terminal de uma interceptação de longo alcance.

Além do F-22 e do F-35, a Lockheed também considera que Cuda desempenha um papel potencial no programa Next Generation Air Dominance (NGAD) da USAF. A área de negócios de Aeronáutica da Lockheed, com sua divisão Skunk Works em Palmdale, Califórnia, lidera as discussões da empresa com a Força Aérea na área da NGAD, mas a Missiles and Fire Control também participa com um conjunto de tecnologias, diz St. John.

Além de novos mísseis, a Lockheed também está avaliando como combinar essas armas com uma variedade de sensores, incluindo busca por infravermelho e rastreamento (IRST).

“Atualmente, há financiamento da AFRL para desenvolver o Cuda. Também há sensores – sensores de abertura distribuídos, sendo também financiados e sensores IRST”, diz St. John. “Estamos fazendo o trabalho de colaboração [análise operacional] com o pessoal de Palmdale sobre como esses sensores e armas permitem uma futura plataforma de domínio aéreo. Eu não posso entrar muito mais do que isso por causa das classificações de segurança.”

F-35 equipado com 12 misseis ar-ar Cuda nas baias internas

FONTE: Aviation Week

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Ricardo N. Barbosa

Também existe uma versão SAM em desenvolvimento. O CUDA procurar entregar um alcance equivalente aos primeiros AIM-120, mas com metade do tamanho. Um F-35 poderia transportar um Mix de 4 AIM-120D (160km) + 4 CUDA (70km), explorando assim a baixa observabilidade da plataforma que “dispensa” mísseis de longo alcance.

Antunes 1980

Será que a Rússia e China também estão na mesma linha de criação de um míssil menor para seus caças stealth?

Mateus

Se não estavam agora estão

Pedro

A China não sei, mas o Su-57 já foi pensado em poder lançar de dentro das baias o Kh-58UShKE e o Kh-59MK2 que eh maior que o R-37M, que tem mais alcance que qualquer um desses misseis americanos. Logo, o SU-57 esta na vantagem.

Leonardo

Não vejo vantagen alguma do su57 mal tem motor que preste .. Não é muito furtivo e levar um míssil de um caça furtivo deve ser aquele tipo de morte que pessoa morre e nem sabe do que foi.

Antoniokings

A Lockheed tem um fã clube dentro do Governo dos EUA.

Carlos Campos

Fã clube $$$$$$$$$$$$$

Ricardo Bigliazzi

Contando também com um fã clube enorme da comunidade cientifica chinesa.

Clésio Luiz

O item mais controverso do Cuda é a ausência de uma ogiva. Então ele conta basicamente apenas com a energia cinética para derrubar o alvo. Um AMRAAM e qualquer outro míssil, se errar, aciona uma espoleta de proximidade e ainda pode causar dano considerável no alvo, até mesmo podendo causar a derrubada. O com o Cuda, é tudo ou nada. Não acertou, perdeu a viagem. Os ingleses adotaram uma atitude semelhante no ASRAAM, onde a ogiva foi reduzida para dar lugar a um motor mais possante e mais combustível, criando um míssil com maior aceleração e alcance que seus pares… Read more »

Rui Chapéu

Tá ai a mágica então…. eu fiquei pensando em como eles conseguiriam fazer isso, pensei que fosse outro tipo de material …

Ai se fosse usado o mesmo esquema no AMRAAM, esse dobraria o alcance tb, pau que bate em chico bate em francisco tb.

Bosco

O CUDA compensa o fato de ser leve e pequeno com o fato de não ter ogiva e ser do tipo “hit to kill”. Pra isso deve contar com um radar milimétrico.
Já os controles de atitude lhe dão uma alta manobrabilidade necessária aos mísseis “hit to kill” e a vantagem é que é na fase mais necessária da trajetória do míssil. Os usuais mísseis com TVC têm a manobrabilidade no lançamento mas na fase terminal já não têm propelente para fazer funcionar o vetoramento.

JonasN

Qual será o míssil BVR da fab, AIM-120, meteor ou asraam? O asraam tem dimensões e alcance parecido do A-darter seria muito caro o Brasil desenvolver uma versão sozinho, caso a África do Sul não tivesse interesse, com um radar invés de IRST? Ainda poderia sair uma versão terrestre daí com buster quem sabe.

Carlos Campos

será que a taxa de acerto desse missil é tão boa assim? só acho legal que ele ficaria mais imune ao laser, mas mesmo assim o único avião atualmente que se propõe a usar laser para despistar míssil é o F35

JPC3

O Su-57 também terá um laser para cegar mísseis ar-ar.

Bosco

Carlos,
Você se refere a “caça” ,né? Porque vários aviões de combate e outros civis adotam sistemas DIRCM baseados em laser para a defesa contra manpads.
Na verdade, como disse o JPC, o Su-57 terá , mas o F-35 ainda não. Só numa versão futura ele irá integrar um sistema DIRCM.

Meireles

Bosco eu estava assistindo um vídeo documentário do F-22, e nesse vídeo falava que o radar do F-22 tem um alcance de 400 km, sendo assim quem vê primeiro atira primeiro, na guerra de caças da atualidade isso deve ter uma vantagem enorme, e uma vantagem sobre os seus oponentes enorme, vendo o novo radar que o Gripen NG será equipado, na sua opinião você vê alguma desvantagem em relação a isso, não querendo comparar o Gripen com os caças de quinta geração, mas você não acha que esse novo radar do Gripem NG deveria ter um alcance maior? Se… Read more »

nonato

Também concordo que o ideal seria um radar com maior alcance.
Mas tudo tem limite.
Seja pelo tamanho do nariz do avião seja pela qualidade do próprio radar.

Bosco

Meireles, Pra mim o Gripen NG está bem equilibrado no tocante RCS x desempenho do radar. Claro, isso em relação aos caças de 4ª G e 4,5ª G. Em relação a um caça de 5ª G ele tem nítida desvantagem, mas não é o caso. O RCS do Gripen NG armado com o básico de armas ar-ar (2 mísseis BVR e 2 WVR) é dito ser no máximo 1 m² (???) . Fazendo uma comparação com o SU-35 que deve ser por volta de 4 m² e tem a seguinte relação: O radar do Gripen detecta uma aeronave com RCS… Read more »

william

Sem falar na suite eletrônica do Gripen que ainda pode reduzir um pouco mais a sua detecção.

Augusto L

Se a LM conseguir fazer um míssil com metade do tamanho dos Araam, com 70km de alcance e com uma NEZ de 30 a 40 km, eles estão de parabéns.
O que importa mesmo é isso a NEZ.
Quanto a ogiva, eu acho que o Cuda, tem uma miniaturizada.

Bosco

Augusto,
Provavelmente se chegar a ser fabricado ele deverá contar com um ogiva pequena pra maximizar a destruição, mas com certeza não terá espoleta de proximidade.
Um míssil com foguetes de controle de atitude não deve ter limite referente à NEZ já que os foguetes responsáveis pela manobra quando o seeker tranca no alvo é independente do propelente do motor foguete.

carcara_br

Não ficou muito claro a ideia é um míssil multiespectral ou com várias opções de sensores de busca?

Bosco

Carcara,
Deve ser só pra aquisição de alvos a partir do caça e não relativo ao seeker do míssil , que até onde se sabe é baseado num radar milimétrico (MMWR) apenas.

Wellington Góes

Força aérea séria faz assim, financia o desenvolvimento de armamentos inteligentes próprios. O restante, em especial àquelas que fazem autossabotagem às suas indústrias de armamentos, não passam de medíocres aeroclubes.

Pedro

Posso estar enganado, mas vc tendo menos queima e mais inercia naqueles alvos onde o missel terá que fazer uma interceptação pelas 6 horas teria esse alcance muito menor. Um alvo que ainda estará acelerando necessitara de muito mais energia para essa inercia do missel compense essa acelerecao, já que a dele tenderá a cair. Ja eh de conhecimento que os alcances dos misseis variam muito com a velocidade e posição do alvo, e ai fica a duvida de, sera que esse novo missel teria energia suficiente para compensar uma rápida mudança de direção de um alvo, nessas condições em… Read more »

Bosco

Pedro, Mas esse míssil não é um míssil de combate visual, apesar de sem dúvida também poder servir como míssil de curto alcance. Ele é um BVR pra ser usado por um caça stealth. Um caça stealth não precisa ter um míssil com 150 ou 200 km de alcance já que sua relação RCS/desempenho do radar lhe é bem favorável e dá com sobra ter um míssil com menor alcance, na faixa de 70/100 km. O que conta mais é ele poder levar mais mísseis já que numa configuração stealth ele tem que levá-los nos compartimentos internos. Uma interceptação às… Read more »

Vandeir

Vamos entender o f22 foi projetado nos anos 80, já parou a sua produção, visto que não avia mais a necessidade de aumentar o número de aviões, pois até agora nada se compara em superioridade aérea
O su57 ainda é um projeto que os russos estão tentando terminar par ver se compente com o f22.
Quantos su57 está em operação plena?