Gelo é possível causa de acidente do voo 447 da Air France

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O avião da Air France que desapareceu no oceano quando fazia a rota Rio-Paris, com 228 pessoas a bordo, sofreu uma parada súbita provocada pelo gelo acumulado nas sondas de velocidade Pitot, segundo a edição deste domingo da revista alemã “Der Spiegel”.

A revista, citando um investigador do acidente que pediu anonimato, garante que as causas exatas do acidente ainda não são conhecidas, mas que as informação recuperadas até agora das caixas-pretas sugerem que os medidores de velocidade congelaram, o que provocou uma falha no Airbus A330.

Segundo o áudio gravado por um dos aparelhos, o CVR (Cockpit Voice Recorder), o comandante do voo, Marc Dubois, não estava na cabine quando os alarmes soaram. É possível ouvir ele chegando correndo à cabine, quando “grita instruções aos seus dois copilotos”, afirma o especialista à revista alemã.

Até agora se pensava que a tripulação havia direcionado o avião diretamente para uma área de tempestade. Mas a trajetória do voo gravada na caixa-preta FDR (Flight Data Recorder), segundo a revista, revela que os pilotos claramente tentaram escolher o melhor caminho possível através da tempestade.

Inicialmente a manobra pareceu ter funcionado, mas cristais de gelo se formaram nos medidores. As informações do FDR mostram que instantes após a falha dos sensores houve uma parada súbita dos motores, disse o especialista à “Der Spiegel”.

Não está claro se isto foi consequência de um erro dos pilotos ou se os computadores da aeronave fizeram ajustes automaticamente.

A investigação do acidente é acompanhada de perto na Alemanha, já que 28 passageiros do voo eram alemães.

Desde o acidente, a Airbus já publicou seis comunicados técnicos recomendando a substituição das sondas Pitot, do fabricante francês Thales, por sondas da americana Goodrich.

A falha nas sondas também foi a principal conclusão do segundo relatório do BEA (Birô de Investigações e Análises, órgão do governo francês encarregado das investigações) sobre o acidente, publicado em dezembro de 2009.

Repercussão

Na terça-feira (17), o jornal francês “Le Figaro” informou que a análise preliminar das caixas-pretas do Airbus, a cargo do BEA, aponta para um erro dos pilotos como motivo do acidente.

O BEA, porém, divulgou nota oficial desmentindo as informações. “Dar livre curso ao sensacionalismo publicando informações não validadas, enquanto a exploração dos dados das caixas-pretas apenas começa, é uma infração ao respeito dos passageiros e dos membros de tripulação mortos, e lança perturbação entre as famílias das vítimas.”

Na quinta-feira (19), o secretário de Estado de Transportes francês, Thierry Mariani, anunciou que em junho será possível conhecer o resultado da análise das caixas-pretas. Ele disse não ser possível dar um diagnóstico final sobre as causas do acidente até que tenha sido analisado todo o conjunto de informações.

FONTE / FOTO: France Presse via Folha de São Paulo

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Franco Ferreira

Ah! É!?

Vader

Nunca é uma coisa só. Eu tenho pra mim que esses caras pegaram uma tremenda de uma supercélula na ITCZ e ficaram com medo de voltar e perder o emprego.

Mas se é verdade que os tubos de pitot congelados mandaram os motores desligar, uma coisa é mais que certa: a Airbus está ferrada…

Tadeu Mendes

Amigos, Nao acredito nessa versao. Esse acidente e um tremendo misterio. Ha quase dois anos atras, puder ver os dados que foram transmitidos pelo Airbus durante esse evento. Algo terrivel aconteceu a 11 kilometros de altura, o qual provocou uma falha eletrica em cadeia. Estive especulando sobre a causa primaria do acidente com um amigo meu e concluimos que talvez a aeronave encontrou ventos com velocidade aproximada de 1000 km/h. O Vader mencionou uma supercelula, mas eu jamais pensei que disturbios climaticos pudessem afetar uma aeronave (high tech) voando a essa altitude (above the weather). Ate o presente momento o… Read more »