No momento em que o governo anuncia de cortes de R$ 50 bilhões no orçamento da União, o projeto do Ministério da Defesa de compra dos 36 caças, avaliado em cerca de US$ 6 bilhões, está despertando resistências de colegas de ministério.

Basicamente, alegam que estes gastos, neste momento de contenção de despesas, são desaconselháveis. Mesmo com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ressaltar que, mesmo que a compra dos caças seja anunciada ainda este ano, a assinatura dos contratos com a empresa vencedora (Dassault, francesa, Saab, sueca ou Boeing, norte-americana) levará pelo menos mais um ano para entrar em vigor.

Ou seja, a compra pode ser decidida este ano e o desembolso ocorrer no ano que vem. Além do mais, espera-se que o Brasil compre as aeronaves a crédito: com financiamento do país que vencer a disputa.

 Porém, a resistência tem outras razões. Enquanto a situação dos aeroportos brasileiros é caótica e perigosa, o ministro insiste em debater – como prioridade – a compra dos caças. Alguns chegam a dizer que Jobim não tem o menor interesse em tratar dos assuntos da aviação civil na medida em que será criada uma pasta específica para tratar do tema.

Além dos adversários no ministério, o ministério da Defesa tem que enfrentar a resistência da FAB que não aceita os caças franceses. Entre as três opções, o preferido é a F-18. Mas, como se sabe que a transferência de tecnologia não é o forte dos americanos, acreditam que os caças suecos são a melhor opção para o Brasil. Além de ser a opção mais barata.

Um ministro declarou à Agência Estado que “depois de um corte de R$ 50 bilhões vai dar pra fazer alguma coisa?”, disse um ministro, acrescentando que, todos poderiam estar certos que, este ano, com certeza, “não sai nada” em relação à compra dos caças.

Prosseguindo, a agência informa que a presidente Dilma Rousseff já avisou a quem a procura para falar sobre o assunto que não tem pressa para discutir esta questão. O assunto está adiado, sem uma data determinada porque esta não é prioridade da presidente, neste momento.

Caça vai ser escolhido este ano apesar dos cortes (notícia de 15/2/2011, da mesma fonte)

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, anunciaram um corte nas despesas da Defesa de até R$4,6 bilhões de reais. Cerca de 36% dos gastos não obrigatórios da pasta. Segundo Jobim, “vão sobrar R$ 6,9 bilhões para gastos não obrigatórios [do Ministério da Defesa] neste ano, que serão utilizados com manutenção e projetos”.

A decisão dos cortes não deve afetar a escolha dos novos caças da FAB já que seriam pagos a partir de 2011. Mesmo assim, o fato de o avião francês ser muito mais caro que os demais pesa contra a sua escolha. Estão na disputa o Rafale, produzido pela francesa Dassault; o sueco Gripen NG, cuja fabricante é a Saab e é o preferido pela FAB; e o FA-18 Hornet, da Boeing.

FONTE: Brasília em Tempo Real

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Vader

Nada de novo: Jobim “frito”, FX2 adiado “sine die” e JACA “out”.

ZE

Já escrevi aqui e volto a repetir “ad nauseam”: Se a Dilma for esperta, na melhor das hipóteses, só dará a luz verde no 2º semestre desse ano. Aliás, tem uma notícia aqui no Poder Aéreo sobre isso. Eu disse na melhor das hipóteses, pois é muito lógico que ela só escolha o vencedor do F-X2 em 2012. Como esses contratos demoram uns 8-12 meses para serem confeccionados, então teríamos o ano de 2013 como o ano em que o contrato seria assinado. A razão é simples: As contas públicas seriam colocadas EM ORDEM. Além do que… Como justificar perante… Read more »

DrCockroach

O Nosso Ex-Guia vez tanta lambanca que mesmo que tivesse escolhido um vencedor em 2010, passado o periodo de confeccao do contrato (talvez um ano), quando o mesmo ficasse pronto, seria pouquissimo provavel que a Dilma assinasse, principalmente se o Rafale tivesse sido escolhido.

Um pouco de exercicio de imaginacao…

[]s!

Observador

Eu vinha cantando esta pedra faz tempo. Sou chato, eu sei. Mas não posso evitar. O MinDef é fraco politicamente. Não tem como sustentar tal compra mesmo com a justificativa de que será financiada e que o dinheiro não será desembolsado agora. Todo mundo apertando o cinto e as FAs anunciando compras? Não vai dar. Usando dois ditados populares, cada político quer puxar a (pouca) brasa para a sua sardinha e a como a corda arrebenta sempre do lado mais fraco. Logo, vai sobrar para o MinDef, ainda mais enfraquecido politicamente porque está sendo encabeçado pelo Jobim, rifado pela Administração… Read more »

andersonrodrigues1979

Nossa pior que esta tudo errado temos um bom ministro e um governo ruim ai fica dificil do cara trabalhar se o time todo do Santos joga-se contra o propria torcida não tinha pelé que desse geito, o que me deixa tranquilo é que como damos tudo que temos ninguem vai precisar tomar, e sem falar que meu povo pobre da periferia não tem nada a defender porque a riquesa esta concentrada na elite que não se preoculpa em defender o que tem.

ZE

andersonrodrigues1979 disse:
17 de fevereiro de 2011 às 12:39

“se o time todo do Santos joga-se contra o propria torcida não tinha pelé que desse geito”.

Meu caro andersonrodrigues, o único jeito possível, é o jeito REPUBLICANO, e não o jeito NELSONJOBIANO !!!!

[ ]S

Wagner

testando meu login…

é, o problema é que, mesmo que ecolham agora, daqui a dois anos, na hora de comprarem, vão querer mudar tudo em face ” de novos paradigmas estratégicos” …

Essa novela vai longe…

ZE

Olha, a notícia dessa rubrica é meio contraditória:

Ora ela fala que o caça vai ser ESCOLHIDO em 2011.

Ora ela fala que o caça vai ser COMPRADO em 2011.

Como eu disse no meu post “ZE às 10:28″, é mais provável que a ESCOLHA se dê bem no FINAL de 2011 ou em 2012.

E a COMPRA se dê em 2012/2013.

Acho mais lógica a notícia postada por mim na rubrica:

” Nos EUA, câmara vota contra segunda motorização do F-35″ ZE disse:
17 de fevereiro de 2011 às 12:37

[ ]S

Baschera

Senhores (as) : Vou colocar aqui, um comentário lá do FBM (Alide) do ex-fabiano, colega e amigo Juarez Castro, acerca do assunto FX-2 e particularmente o vetor francês, o Rafale e seus congêneres franceses. __ – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – __ “Na cabeça dos militares, quando este processo começou não tinha (e não tem) para o caça Francês, porque: Porque… Read more »

ZE

Baschera disse: 17 de fevereiro de 2011 às 21:20 Ótimo post, Baschera ! Só uma observação: A Líbia NÃO vai comprar o Rafale pelo “SIMPLES” motivo dele vir recheado de tecnologia AMERICANA. Parte delas, SENSÍVEIS, como o CHIP DA IBM ! Ainda que eles quisessem comprar um produto “100% FRANCÊS” (RAFALE) que tem, PELO MENOS, 24 FORNECEDORES ESTRANGEIROS (SENDO QUE, 17 AMERICANOS)… O Congresso norte-americano teria que aprovar a venda. Coisa, no mínimo, difícil para um dos maiores inimigos do Tio Samuel Wilson. Até hoje, os EUA NÃO esqueceram do atentado terrorista patrocinado pela Líbia no voo da Pan Am… Read more »