Brasileira está, desde Abril, a negociar apoios comunitários, mas o processo está mais demorado do que o normal.

embraer fabrica trabalhadores

ClippingNEWS-PA A Embraer quer investir mais 90 milhões de euros nas fábricas de Évora e está a negociar apoios comunitários para trazer para Portugal a construção dos novos jactos executivos E2. Apesar de não haver prazos fixos para a atribuição deste tipo de incentivos negociáveis, o Diário Económico sabe que o processo está a demorar mais tempo do que é habitual.

“Está a decorrer a fase de negociação entre a Aicep e a Embraer no seguimento da candidatura apresentada pela empresa brasileira”, disse ao Económico fonte oficial do Ministério da Economia. Em causa estão duas candidaturas para um investimento de 90 milhões de euros ao programa operacional Compete 2020, o programa dirigido ao apoio às empresas.

O Económico sabe que a Aicep já terminou a sua análise e que o projecto já seguiu para decisão, embora ainda não tenha sido submetido.
A intenção de investimento que já tinha sido anunciada em Abril pelo presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, em entrevista exclusiva ao Económico. Na altura, o responsável não adiantou valores, mas apelou à rapidez no processo de decisão do lado do Governo português e frisou que a obtenção de fundos comunitários era “um dos pontos importantes para a decisão” de trazer para Portugal a nova linha de jactos.

Também o vice-primeiro ministro Paulo Portas anunciou, na altura, que a Embraer estava a preparar um investimento de 150 milhões euros na fábrica de Évora. Contudo, o valor que está expresso nas candidaturas ao Portugal 2020 é inferior ao referido pelo vice-primeiro-ministro.

Questionada sobre o ponto de situação das negociações, fonte oficial da Embraer diz apenas que “a empresa mantém contactos reguladores com o Governo português sobre os fundos comunitários a que se candidatou por meio do programa Portugal 2020, que seguem em avaliação, dentro dos prazos normais deste processo”.

Apesar da Embraer se ter candidatado a incentivos comunitários, os apoios são concedidos através de um regime contratual (são negociadas verbas comunitárias, mas também benefícios fiscais). Ou seja, estes apoios não obedecem às novas regras do Portugal 2020 em termos de prazos de análise das candidaturas.

Contudo, o Económico apurou junto de fontes conhecedoras do processo que a negociação está a ser “muito longa”, o que “não é normal”. A demora na negociação poderá justificar-se pelo facto de este ter sido o primeiro projecto do Portugal 2020 que exigiu o recurso a peritos para o analisar, mas também porque “a articulação entre o Compete e a Aicep não foi das melhores”, reconhece a mesma fonte. “A máquina do Compete não está oleada e a estrutura não está preparada para o que tem pela frente.”

No âmbito do Portugal 2020 foram introduzidas novas regras, quer em termos de prazos de análise das candidaturas, quer da utilização do próprio quadro comunitário e, no caso do Compete, foi nomeado um novo gestor para este programa operacional.

Neste processo, tal como em todos os outros desta natureza, a Aicep recebe o mandato do Governo para negociar com a fixação dos limites máximos de apoios, seja do Sistema de Incentivos (o tecto é definido por Bruxelas) seja dos benefícios fiscais. Previamente já foram definidos calendários de investimento e definidas as despesas elegíveis para apoio comunitário. Como este é um projecto de investigação e desenvolvimento é necessário recorrer a um painel de peritos para o avaliarem. Neste caso essa avaliação está concluída e já foi entregue à Aicep.

A Embraer não é nova no recurso a fundos comunitários. Ainda no âmbito do QREN, em 2010 e 2013 recebeu incentivos de 39,5 e 25,4 milhões de euros respectivamente para o investimento nas duas fábricas de Évora, de 117 e 88,4 milhões de euros.

FONTE: Económico

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Mauricio R.

Bye, bye, Brasil, a última ficha caiu…!!!
E depois da transferência da fabricação do Phenom p/ os EUA, agora essa intenção de transferir a fabricação dos E-2 p/ Portugal.
E enquanto a Embraer fomenta a criação de empregos além mar, aqui no brasil ó…
Seria o caso de a União rever a condição da Embraer no F X-2 e agir de acordo c/ os interesses brasileiros:

#embraerforadofx2

Marcos

Está todo mundo indo para fora do país.
O custo de um trabalhador americano, apesar de receber mais que um brasileiro, é menor.

Marcos

Falando em Embraer…
Foram divulgadas imagens dos novos E2, já com as asas instaladas,

wfeitosa

jatos executivos E2?
transferir uma linha de produção por E$90 milhões?

Marcos

Quando a Embraer instalou uma unidade de produção na China, ninguém falou nada. Mas foi só instalar uma unidade de montagem nos EUA… pronto, estão transferindo os empregos dos brasileiros para os imperialistas, etc e tal.

Luiz Fernando

#acordaMisterM Poxa Mister M… De novo esta ladainha de ler uma notícia e a distorcer para que seja prejudicial a empresa e para ser usada por você nos seus interesses obscuros!!! Quem disse que o E2 será produzido totalmente em Évora? Você por acaso sabe o que será feito lá? eu sei. Você por acaso sabe onde eram feitas as partes que agora serão feitas em Évora? eu sei. E grande parte das primárias? vc sabe? eu sei. Você sabe onde serão feitas as principais estruturas? eu sei E onde será feita a montagem final, pintura, entrega? Bastou ler uma… Read more »

Juarez

Ohhh Mister LM, o mister M desta vez esta parcialmente certo.

Sabe de onde virão os STs que serão adquiridos pelo Líbano, pelo Iraque, pelo USMCs, e por um Emirados Arabes, sim virá lá da Florida e não daqui, sabe porque , pelas mesmas razões enumeradas pelo Poggio, enquanto isto aqui for o paraíso de corporativismos de funcionários públicos requerndo o impossível e sustentáculo de vagabundos a nossa desindustrialização só tende a crescer exponencialmente.

G abraço

Luiz Fernando

Juarez… o artigo e o Mister M falavam do E2. E este não está indo para fora não.

Mesmo o ST tem sua montagem feita nos EUA, mas a fabricação das peças e montagem das estruturas continua sendo feita bem aqui…

LF

Mauricio R.

“Ela não existe para fomentar empregos no Brasil. Quem tem que criar condições para isso é o Estado.”

Se a Embraer usa de dinheiro do BNDES e da FINEP, então tem obrigação moral de criar e manter empregos aqui.

“Mas foi só instalar uma unidade de montagem nos EUA… pronto, estão transferindo os empregos dos brasileiros para os imperialistas, etc e tal.”

Eu estou reclamando somente da transferência da produção do Phenom, p/ os EUA.
O restante é trolagem, exclusivamente sua.

Marcos

O BNDES fez empréstimo para certa fabricantes de calçados para que esta adquirisse a concorrente. Fez empréstimo para que esta, em seguida, transferisse a produção das duas fabricas para a Índia.

Não, o problema não é a Embraer. O problema ai é o BNDES.

rommelqe

Ao meu ver essa constante critica aos fornecedores brasileiros pode ter varias conotações. A pior: é um gravissimo desrespeito aos profissionais envolvidos. A competencia e dedicação deles não pode ser tripudiada Depois, as observações são feitas como se a FAB fosse profundamente inépta ao escolher um produto Embraer. Se os T27/A29, Brasilias, Xingus etc, não fossem aceitos e certificados pela Inglaterra, EUA, Colombia, França etc, poderiam até dizer que seria uma proteção meramente nacionalista e perniciosa., mas não é o caso. Afinal de contas, me digam uma coisa: a bronca é com a empresa, pessoas, produtos, o que é? Pois… Read more »

Mauricio R.

OFF TOPIC…

…mas nem tanto!!!

De volta p/ o futuro, ou ué esse ai não era p/ ser substituído pelo ST????

“Afghanistan is turning to Moscow for “artillery, small arms and Mi-35 helicopter gunships,” Afghan and Russian officials told the Wall Street Journal.”

(http://www.wsj.com/articles/afghanistan-looks-to-russia-for-military-hardware-1445814276)

Marcos Gilbert

Tem que rever para quem será passado o transferência de tecnologia que estamos comprando da Suécia, já que a Embraer pode pegar essa tecnologia que estamos comprando e passando para ela e levar para qualquer parte do mundo, Nó Brasileiros não temos dinheiro para ficar fazendo caridade.

Atenciosamente

Marcos Gilbert – Curitiba -Pr

rommelqe

Prezado Gilbert, não creio apenas em “caridade”. Vc concorda que é melhor empregar recursos em uma fabrica brasileira do que em uma fabrica estrangeira? Segundo, a tecnologia critica ficara sob dominio da FAB. Aí mesmo em Curitiba podemos ver no Lactec o quanto transferencias de tecnologia podem ser eficazes. Não confundir ToT padrão PT com o que foi requisitado pelo Compac/ FAB e assinado com a SAAB/ EMBRAER. Abs, vamos esperar e cobrar.

Mauricio R.

A efetividade da ToT está em quem recebe e não em quem transfere.
O que no caso do Brasil, dada a flagrante falta de expertise, é algo preocupante.