Parceria Embraer-Boeing no KC-390 é tema de nota no site da FAB

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Segue abaixo a nota da Agência Força Aérea, publicada nesta terça no site da Força Aérea Brasileira

KC-390 – Novo avião de transporte da FAB tem agora parceria da Embraer com a Boeing

Criado pela Embraer a partir de um requisito operacional da Força Aérea Brasileira de um novo avião de transporte e reabastecimento em voo, o projeto do KC-390 conta agora com a participação da Boeing. As duas empresas assinaram hoje (26/6), em São Paulo (SP), um acordo de cooperação para troca de conhecimentos técnicos e avaliação conjunta de oportunidades de mercado para o KC-390.

“Este acordo reforçará a posição de destaque do KC-390 no mercado global de transporte militar”, disse Luiz Carlos Aguiar, Presidente da Embraer Defesa e Segurança. O avião já conta hoje com cerca de 60 intenções de compra do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Portugal e República Tcheca, mas a expectativa das empresas é de alcançar mais vendas. “A Boeing tem grande experiência em aeronaves militares de transporte e reabastecimento em voo, assim como profundo conhecimento de clientes potenciais para o KC-390, em especial nos mercados que não foram incluídos no nosso plano de marketing original”, completou Aguiar.

O primeiro protótipo do KC-390 deve voar em 2014, e está prevista para 2016 a entrega das primeiras unidades. O desenvolvimento do projeto foi iniciado após a assinatura do contrato com a Força Aérea Brasileira, em abril de 2009. Entre os pré-requisitos estabelecidos pela FAB está a capacidade de cumprir todas as missões realizadas hoje com aviões C-130 Hércules, como transporte de cargas, lançamento de paraquedistas, busca, reabastecimento em voo e possibilidade de operar em ambientes como a Antártica e a floresta amazônica.

O KC-390, no entanto, terá vantagens frente ao Hércules, como uma velocidade maior e sistema de controle de voo computadorizado (fly-by-wire). A cabine do avião terá os equipamentos mais modernos para modelos do tipo, incluindo Head Up Displays (HUD), o que vai permitir aos pilotos conhecer os dados de voo sem precisarem olhar para dentro da aeronave. A cabine também será compatível com o uso de óculos de visão noturna (NVG). Todos os KC-390 sairão de fábrica prontos para cumprirem também missões como reabastecedores em voo, além de eles próprios também terem sondas para serem reabastecidos por outras aeronaves. “Nosso maior objetivo é fazer um produto inovador no mercado de aeronaves de transporte militar de médio porte”, finalizou.

Já o Presidente da Boeing Defense, Space & Security, Dennis Muilenburg, reconheceu as capacidades da indústria aeronáutica brasileira e ressaltou que o acordo assinado hoje reforça a parceria já firmada com a Embraer, que envolve as áreas de aviação comercial, pesquisa, novas tecnologias e desenvolvimento de biocombustíveis para a aviação. “A Embraer é uma líder global em inovação e ambos reconhecemos o valor de trabalhar em parceria para fornecer soluções acessíveis e de alta qualidade para os nossos clientes”, afirmou. Com o acordo de hoje, as equipes da Embraer e da Boeing vão analisar juntas o mercado de aeronaves militares e buscar novas possibilidades de mercado para o KC-390. Futuramente, as empresas devem anunciar resultados desse trabalho conjunto.

Características do KC-390

  • Comprimento: 35,20m
  • Envergadura: 35,05m
  • Altura: 12,15m
  • Peso máximo de decolagem: 81 toneladas
  • Carga máxima: 23 toneladas
  • Velocidade máxima: aproximadamente 950 km/h
  • Alcance máximo com 23 toneladas de carga: 3.700 Km
  • Alcance máximo: 6.000 Km

FONTE: FAB (Agência Força Aérea)

NOTA DO EDITOR: é fato que a aeronave deve suas especificações à FAB, com a qual a Embraer tem um contrato de desenvolvimento, recebendo aportes financeiros para o projeto. Mas não é comum, na área de notícias do site da FAB (não confundir com o Notimp, que é uma seção de clippings), encontrar notícias desse tipo, ou que não sejam relacionadas diretamente a operações e unidades da própria Força. Assim, achamos digno de nota replicar aqui essa repercussão não tão comum, de modo a se analisar sob esse prisma a importância da notícia.

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Lyw

Então pessoal, ótima notícia! Uma parceria sem sombra de dúvidas com um futuro mais que promissor, mas… Com a maior parte dos fabricantes componentes/aviônicos do KC-390 já definidos, a boeing entra com o quê?

Guilherme Poggio

Lyw disse:

Com a maior parte dos fabricantes componentes/aviônicos do KC-390 já definidos, a boeing entra com o quê?

Com algo mais importante do que peça.

Como o próprio texto diz, a Boeing entra com um “profundo conhecimento de clientes potenciais para o KC-390, em especial nos mercados que não foram incluídos no nosso plano de marketing original”.

Nick

Fora que a Boeing pode dar uns “pitacos” no projeto, afinal a experiência do fabricante do C-17 não pode ser desperdiçada.. 😉

[]’s

Mauricio R.

A Boeing além de consertar os problemas desta aeronave, que o governo federal queria que a EADS consertasse, vai tb arrumar o plano de negócios desse projeto.
Senão, do jeito que está, não vende.

Corsario137

Pois é Maurício, a Boeing agora tá fazendo caridade.

Consertam projetos de aeronaves e planos de negócios, assim, gratuitamente. Afinal a Embraer e seus milhares de engenheiros, a grande maioria formada pelo ITA, jamais conseguiria sozinha produzir tal aeronave.

Agora,se vender o mérito será da Boeing né? É a justificativa que você achou pra não se trair nas suas previsões furadas.

É realmente patética a sua insistente tentativa de desqualificar a aeronave e seu fabricante.

Grifo

Mas não é comum, na área de notícias do site da FAB (não confundir com o Notimp, que é uma seção de clippings), encontrar notícias desse tipo, ou que não sejam relacionadas diretamente a operações e unidades da própria Força. Caro Nunão, o principal motivo para uma nota destas estar no site da própria FAB é o fato do acordo ter sido assinado independente de qualquer escolha do programa FX-2. Claro que ninguém é ingênuo aqui e sabe bem que a Boeing está mirando também no FX-2. Mas para a FAB, é certamente digno de nota que o seu principal… Read more »

Mauricio R.

Corsario137,

Patético é vc pretender cuidar daquilo que eu escrevo.
Cuida do teu, que eu cuído meu.

Gilberto Rezende

A parte que a Boeing pode cuidar para o KC-390 é bem clara…

Venda para os EUA e os aliados preferenciais americanos tipo Israel, Canadá, Arábia Saudita, Inglaterra, Austrália, Coréia do Sul e Japão…

Países que por motivos óbvios não fazem parte do plano de mercado da Embraer, mas são países em que a Boeing tem conhecimento e MUITA influência comercial e política…

Taz Miranda

Caro Gilberto Rezende.

Concordo plenamente. Como transportador médio tático, o KC 390 cairá como uma luva para alguns desses países citados por ti.

E venhamos e convenhamos, apesar de ter as especificações da FAB e a cara da Embraer, este projeto sempre teve um “jeito” da Boeing.

Também concordo com o Grifo; para a FAB é muito bom ver que seu programa pode se tornar referência no mundo, algo que aconteceu (mais ou menos) com o ALX.

Marcos

Caro Mauricio R:

A aeronave não tem problemas para a Boeing consertar. A aeronave sequer está pronta. Há dificuldades? Sem dúvida. A Embraer enfrentou dificuldades para projetar o Bandeirante, Brasilia, Tucano, AMX, ERJ-145, E-jets e agora enfrenta dificuldades com o Legacy 500 e provavelmente enfrentará dificuldades em arranjar soluções no KC-390. A própria Boeing enfrentou dificuldades com o B-787. Cada aeronave nova, cada tecnologia nova é um novo desafio. A vinda da Boeing para o projeto, sem dúvida, irá facilitar os arranjos e soluções, dado que a Boeing vem com forte experiência de seu Globemaster III.

Mauricio R.

“Venda para os EUA e os aliados preferenciais americanos tipo Israel, Canadá, Arábia Saudita, Inglaterra, Austrália, Coréia do Sul e Japão…” Nenhum dos países citados, está no momento procurando por aeronaves novas, justamente na faixa de mercado do C-130J. Alguns destes ou já o adquiriram, ou estão adquirirndo o A-400M, ou então estão reformando seus C-130 legados, ou ainda adquirindo aeronaves em outras faixas de mercado. Cito alguns exemplos: Venda para os EUA (adquirindo C-130J e C-17A; desativou C-130E, reformando C-130H e C-5A/B) e os aliados preferenciais americanos tipo Israel (reformando C-130E/H e adquirindo C-130J), Canadá (adquiriu C-130J), Arábia Saudita,… Read more »

Mauricio R.

“A aeronave não tem problemas para a Boeing consertar.”

Marcos disse:
27 de junho de 2012 às 12:01

Marcos,

Guarde isto p/ vc, pois já foi objeto de nota aqui no blog, qndo foi aventada a possível intervenção do Governo Federal, na administração da Embraer.
Se vc não sabia, não procurou saber, trate de faze-lo e procure se informar melhor.
Segue o link e boa leitura:

“Rejeitou ajuda dos franceses da EADS para resolver um problema de projeto da porta traseira do KC…”

(http://www.aereo.jor.br/2012/04/27/intervencao-branca-na-embraer/)

Mauricio R.

Para quem se lembra deste link:

(http://www.aerospacecluster-brasil.com.br/Downloads/III%20Workshop%20KC-390/Copac.pdf)

A página 42 deve recordar algumas tristes ilusões.

Wagner

Fica a critério do leitor julgar esse programa FX-2/3. A meu ver há um descaso impressionante com o espaço aéreo brasileiro e a FAB encontra-se orfã ou mesmo lesada em seu direito de defesa do país. Caso haja uma invasão de nosso espaço aéreo, a FAB seria a ultima a ser responsabilizada, pois, se tornou refém da burocracia política e não obteve o aval para negociar um vetor tecnologicamente avançado. Há urgência em se chegar a um consenso e mudar esse horizonte.