Cerimônia será nesta terça, 9/5, na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (SP). Contrato com a sueca Saab prevê a produção de 36 aeronaves e transferência de tecnologia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, nesta terça-feira, 9/5, a partir das 10h, da inauguração da linha de produção do caça Gripen, na fábrica da Embraer na cidade de Gavião Peixoto, interior de São Paulo. Ao lado de Lula estarão o ministro da Defesa, José Múcio, e o Comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz.

Na fábrica da Embraer, 15 das 36 unidades do caça serão produzidas por engenheiros e técnicos brasileiros que passaram por treinamentos teóricos e práticos na sede da empresa sueca Saab, em Linköping. A previsão é de que em 2027 o último caça seja entregue. Atualmente, quatro dos aviões já estão operacionais na Base Aérea de Anápolis (GO) e outros dois chegaram ao país na sexta-feira da semana passada.

Com a parceria, a fábrica da Embraer passa a contar com o ecossistema completo para os caças nas fases de desenvolvimento, testes e, agora, produção. Na unidade estão em funcionamento também o Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen e o Centro de Ensaios em Voo.

O caça F-39 Gripen foi escolhido pelo programa FX-2, numa concorrência concluída na gestão da presidente Dilma Rousseff, em 2013. O contrato para o desenvolvimento e a produção de 36 aeronaves Gripen trouxe vários benefícios de longo prazo para o país e a inauguração da linha de produção é um importante marco.

O contrato beneficia toda a base industrial de Defesa e proporciona a renovação da frota dos caças que vão manter a soberania e segurança dos céus do país pelas próximas décadas, ao mesmo tempo em que permite que a Aeronáutica tenha plenas condições operacionais para desempenhar seu papel.

O evento desta terça reforça o compromisso do Governo Federal com a reequipagem das forças de Defesa e simboliza o início da produção oficial em solo nacional de um dos maiores programas de transferência de tecnologia da história do país, além de ser o maior já feito pela empresa sueca Saab para outra nação.

O Programa Gripen integra as ações voltadas para a renovação da infraestrutura das Forças Armadas do Brasil, processo que também conta com o projeto do submarino nuclear brasileiro, no Rio de Janeiro, e com o projeto do blindado Guarani.

HISTÓRICO – O Programa Gripen Brasileiro teve início em 2013, quando a Saab venceu a concorrência do Programa F-X2, destinada à substituição da frota de aeronaves de caça da Força Aérea Brasileira (FAB). O contrato para o desenvolvimento e a produção de 36 aeronaves foi firmado em outubro de 2014.

A parceria entre Embraer e a Saab representa um importante salto qualitativo e tecnológico, com alguns dos recursos embarcados até então inéditos para a FAB. A Embraer é, também, pioneira na operação da versão de dois assentos do caça, o Gripen F, desenvolvido conjuntamente pelo Brasil e pela Suécia.

A produção do Gripen também impacta a indústria de defesa nacional, envolvida no processo de desenvolvimento de estruturas, sistemas, aviônicos, produção, ensaios em voo e capacitação para apoiar, manter e modernizar essa frota pelas próximas décadas.

FONTE: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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Willber Rodrigues

Qual a chance de aproveitarem e confirmarem em definitivo aqueles +4 Gripens que estava em negociação?

Camargoer.

Olá W. Eu ficarei surpreso se for anunciado os quatro aviões adicionais amanhã. Acho que isso ainda demanda mais tempo para acertar os detalhes do aditivo, ainda que eu acredite que isso é praticamente certo.

Marco Antonio

Qual a capacidade de produção desta linha de montagem?

Luiz Antonio

A capacidade da linha de montagem é diretamente vinculada à fabricação das estruturas por outras plantas. Creio que “se tudo estiver à mão” a linha de montagem deve concluir umas 5 unidades/ano prontas para entrega..

Last edited 11 meses atrás by Luiz Antonio
Camargoer.

Olá Marco. Boa pergunta. No cronograma da FAB estão previsos UM F39E em 2026, SEIS em 2027 e NOVE em 2028, além dos F39F que serão produzidos na Suécia. Supondo que estas 15 aeronaves serão aquelas produzidas no Brasil, podemos supor que a capacidade da Embraer seja de 9 aeronaves por ano.

Santamariense

O último cronograma divulgado, e que aparece em várias matérias aqui no Aéreo, prevê as últimas entregas do primeiro lote para 2027 (não em 2028), quando estão previstas 11 aeronaves a serem entregues naquele ano, sendo 2 F e 9 E.

Guilherme Poggio

Tem ferramental para duas aeronaves ao mesmo tempo. Pela minha conta, olhando ao redor do hangar, daria para dobrar essa capacidade.

Guilherme Poggio

Ao lado, no mesmo hangar, fica a produção do Super Tucano.

Maurício.

Eu lembro de ter visto no jornal hoje uma análise do Arnaldo Jabor sobre o cancelamento do F-X pelo então presidente eleito, isso há 20 anos atrás, passado todo esse tempo, quem é o atual presidente? 😂 Se eu fosse vocês, não teria muitas esperanças, com Gripen adicionais ou um possível segundo lote.

Dagor Dagorath

O cancelamento do primeiro F-X acabou sendo um ótimo negócio. Senão estaríamos voando uma punhado de Mirage 2000, que substituiriam apenas os vetustos Mirage III do 1º GDA e já em vias de precisar de um MLU, e provavelmente com a FAB necessitando abrir um novo programa de aquisição de caças para substituição completa dos F-5 e A-1, já que linha do caça francês foi encerrada.

Fernando "Nunão" De Martini

Dagor, Difícil dizer o que teria acontecido. O programa F-X previa um lote de apenas 12 caças para reequipar o 1º GDA em Anápolis, mas havia a previsão (devidamente divulgada por oficiais de alta patente na época) de num segundo momento substituir outros caças em serviço por novos lotes do avião selecionado. A própria Embraer, que na época tinha a Dassault como um dos acionistas e promovia o Mirage 2000 no F-X, acenava com abertura de linha de montagem no Brasil, e obviamente isso atendia à sinalização de futuros lotes. Pode ser que hoje, 20 anos depois de uma eventual… Read more »

Wellington Góes

Por favor meu colega, não diga isso… Pelo contrário, o cancelamento foi péssimo e foi por isso que estamos tão atrasados na introdução de um caça de 4a geração, já eramos para estar nos trabalhos a um passo adiante… Se tudo.que estava azeitado lá atrás, na primeira proposta da FAB e Embraer, de selecionar o Gripen C/D, possivelmente já teríamos os 100 caças e já estaríamos trabalhando no seu próximo passo, um caça de 5a geração e não teríamos perdido tanto tempo e dinheiro com o que aconteceu nesse meio tempo. Eu diria que tudo começou arruinar quando um tal… Read more »

Wellington Góes

Continuando…
Depois dessa marmelada no F-X, já no F-X2, na minha opinião, o mais racional e lógico, para não estarmos tão atrasados e desconectos das forças aéreas com poder de combate crível, deveríamos ter ido de algo já pronto e operacional, sem essas firulas, mas aí seria algo estranho, não seria coisa de brasileiro se não tivesse que dificultar, não é verdade?! Temos que reinventar a roda…

Camargoer.

Caro W. O caso do F39 é similar ao do ProSub, FCT, Guarani e do Xavante e AMX no passado. A compra de aviões por prateleira serve para países sem uma base industrial. Todos os países que podem, buscam a fabricação local de um produto nacional ou nacionalizada. Como parte dos gastos é em salário, que são pagos em moeda local, estes recursos movimentam a economia locar de modo direto e indireto, retornando para o Tesouro como impostos e contribuições previdenciárias. Parte dos componentes também são fabricados localmente, algo que também tem impacto econômico. Além disso, todo projeto militar resulta… Read more »

Santamariense

É óbvio que se o F-X inicial não tivesse sido cancelado, os vetores adquiridos naquela época estariam próximos de um MOU, pois já se passaram 20 anos do cancelamento daquele programa. Se formos pela sua linha de raciocínio, então não deveríamos ter adquirido o Gripen, pois sua lógica se aplicaria à eles também, no futuro.

Nilton L Junior

Uma dúvida, o Brasil pode produzir para vender também.

Rafael Oliveira

Pode.

Mengao

Vi uma reportagem em países do Oriente Médio, Israel, Líbano, Turquia e Jordânia, como eles vêem o Brasil. Uma potência mundial.
Chega dessa conversa do Ocidente usando a mídia que o Brasil tem importância no mundo devido o meio-ambiente. Com certeza o meio ambiente deve ser totalmente preservado.
Mas sem contar tudo que o Brasil tem, só a Embraer já é mais do que suficiente para fazer o Brasil uma potência mundial. Estamos de volta, hj já temos novamente forças armadas e peso. Agora é continuidade e alerta contra revolução colorida.

Funcionário da Petrobras

A visibilidade e influência do Brasil lá fora melhorou e muito.
Por que será hein?

Salvador

Delírios diarios

Mengao

Somos membros do Brics, ao lado de gigantes como China, Rússia e Índia, e um país de peso relevante como a África do Sul. Temos a décima segunda força armada mais poderosa do mundo. Temos a Embraer. A Avibras é obrigação ser resgatada. A conversa da mídia, a mando dos EUA, que não somos nada não tem como ter fundamento. Agora é o momento de ser totalmente a favor do Brasil. Chega de ser subserviente, subjugado e manipulado.

Hertz

Vergonha de torcermos pro mesmo time.