Boa Vista (RR) – Militares do Exército Brasileiro (EB), em atuação no Comando Operacional Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz), realizaram a recuperação da pista do Aeródromo de Surucucu (RR). Os trabalhos na pista possibilitaram o reestabelecimento do aeródromo, com o primeiro pouso de aeronave de asa fixa C-105 Amazonas realizado no dia 1º de março.

Os Trabalhos de Engenharia foram iniciados no dia 14 de janeiro com 17 militares de diferentes especialidades. As obras foram executadas em regime de urgência, revezando-se com jornadas de até 18 horas por dia. Para isso, o 6º Batalhão de Engenharia de Construção utilizou equipamentos como máquina de cortar asfalto, compactador de solos, soprador, torre de iluminação e insumos, com destaque para o recebimento de material por meio de lançamentos aéreos.

Ao todo, foram recuperados 500 m² da pista. Às 15h33 do dia 1º março, o avião C-105 Amazonas pousou na pista carregando equipamentos, remédios e donativos em apoio ao povo indígena Yanomami.

O avião C-105 Amazonas é um cargueiro militar tático, utilizado pela Força Aérea Brasileira, com capacidade de mais de 9 toneladas de transporte de carga e substituiu o C-115 Buffalo, atuando na região amazônica em missões de transporte aéreo logístico, aeroterrestre, lançamento aéreo, evacuação aeromédica, busca, salvamento e paraquedismo. Os Amazonas são aeronaves com decolagem e pouso curto, que necessita de apenas 320 metros para a decolagem e 670 metros para o pouso.

Operação Yanomami

Publicado em 20 de janeiro de 2023, o Decreto Presidencial nº 11.384 instituiu o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami. Em complemento ao referido decreto, foi editado em 30 de janeiro de 2023, o Decreto Presidencial nº 11.405, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e de combate ao garimpo ilegal no território Yanomami a serem adotadas por órgãos da administração federal, com atuação dos Ministérios da Defesa, da Saúde, do Desenvolvimento Social e Assistência Social, da Família e Combate à Fome e dos Povos Indígenas.

Em 3 de fevereiro de 2023, por meio da Portaria GM-MD nº 710, do Ministério da Defesa, foi aprovada a Diretriz Ministerial que ativou o Comando Operacional Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz) e orienta o apoio das Forças Armadas para as ações de enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e de combate ao garimpo ilegal no Território Yanomami, localizado na área do Estado de Roraima e parte do estado do Amazonas.

Desde o início das atividades, as principais ações das tropas empregadas já ultrapassaram: 1.690 atendimentos no Hospital de Campanha (H Cmp) da FAB; mais de 11.500 cestas básicas entregues, totalizando mais de 200 toneladas de materiais transportados; além de cerca de 130 evacuações aeromédicas. As operações mobilizaram, até o momento, mais de 500 militares, além de terem superado 1.460 horas de voo em aeronaves militares.

FONTE: Agência Verde-Oliva/CCOMSEx

Subscribe
Notify of
guest

37 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Douglas

O cara ver que a situação é precária, quando ver que só precisa de um caminhão, o material e uns 6 homens para tampar os buracos (coisa que a prefeitura aqui faz igual) e só agora veio fazer essa melhoria… kkkkk

Camargoer.

Ola Douglas. È assustador saber que a pista de Surucucu estava danificada e sem reparo. Cada golpe de enxada é uma minhoca que aparece. O elevado número de atendimentos derruba o argumento que a situação estava na normalidade e que o que se buscava agora era apenas propaganda. Era de fato uma situação de abandono. A pergunta que fica é se o abandono era incompetência ou uma ação deliberada.

Rinaldo Nery

Nem um nem outro. Levar o matetial pra lá, pra reparo, é uma logística bem complexa. E não é “um caminhão e 6 homens” como dito acima”. O caboclo que postou isso precisa pesquisar o que é PCN, o peso do C-105, etc. Se não foi feito antes é porque não foi possível. Não há estradas até lá.

Palpiteiro

Olá. Existiria algum estudo sobre a possibilidade de uso de dirigível na região. Em um futuro próximo existe a intensão da entrada em operação de vários novos dirigíveis de carga no mundo. Valeria até o blog acompanhar esses desenvolvimentos.

Camargoer.

Olá P. Existe uma empresa de dirigíveis em São Carlos, Vez ou outra ele passa voando sobre a cidade. É bem legal. A criançada e os entusiastas adoram.

Leandro Costa

Não precisa nem se ater à qualquer RBAC (153, eu acho?), até porque o senhor já me explicou que por serem militares não precisam seguir regras da aviação civil no tocante à construção, mas realmente do PCN não tem como escapar, é simples assim. Questão de física mesmo, que as pessoas ignoram. E é muita raça de material e pessoal especializado para fazer isso acontecer. Mesmo um reparo (uma tapada de buraco, por exemplo), tem que ter uma especificação mínima que é beeeem diferente daquela tapada de buraco que a gente vê deformando nas ruas.

Camargoer.

Olá RInaldo. Você tem razão sobre a logística complexa para a manutenção de uma pista isolada como a de Surucucu. Lembro, quando criança, de alguns documentários na TV sobre a construção de pistas em áreas isoladas na Amazônia. Primeiro uma clareira, depois pouco com Bandeirantes.. depois com Buffalos.. depois com Hércules… até a brita para pavimentar era levada de avião. A questão é outra. Alguns colegas aqui na trilogia afirmaram que a situação na reserva Yanomami estava normal e que as denúncias de abandono da região eram falsas, ou na pior das hipóteses, eram refugiados venezuelanos. Depois de algumas semanas,… Read more »

Velho Alfredo

As FFAA não precisam mentir, pois não é missão delas….. E estava normal. Depois que sumir toda essa farofa da mídia, vai voltar a ser assim. Por que o governo vai abandonar? Não. Porque lá é assim. Simples. Vc já esteve lá? Eu já. Comandei aquele PEF há muitos e muitos anos atrás. A comida vai pros homens caçadores. Depois, pros homens mais velhos úteis pra trabalho. Depois crianças ativas. Depois cachorro. Depois mulher. Crianças tímidas, q não se relacionam bem, gay e velhos inativos são deixados pra morrer de inanição. ONG só aparece pra fazer filme e ganhar patrocínio,… Read more »

André Macedo

O clásssico mito do “Selvagem violento”, só faltou dizer que indígenas são preguiçosos pra completar.
“Estar lá” e conhecer a sociedade deles é completamente diferente.

Velho Alfredo

Pois é
Concordo
Pelo visto, vc não conhece.
Não é um clássico. É ma vontade de quem disse isso.
Não são violentos. São bastante dóceis. Pelo menos comigo. Fiz 3 partos lá. Ajudei o médico em 2 e o dentista em 1.
Sim, o dentista. O médico tinha sido evacuado com apendicite e o outro estava vindo.
Não há violência. É a cultura. Simples assim.
Se vc achou violento, é contigo.

Camargoer.

Caro Velho. Estou focado nos dados divulgados pelo EB e pela FAB. Segundo ele dois, foram feitas inúmeras operações humanitárias nas últimas semanas relacionadas com remoção de doentes, transporte de alimentos e suprimentos médicos e atendimentos in loco baseados em um hospital de campanha. Então temos duas situações excludentes (prinícipio do terceiro excluído). OU antes estes atendimentos após 01 de janeiro são apenas de fachada, sem qualquer necessidade (portanto uma farsa envolvendo as forças armadas) OU havia uma situação de abandono antes de 01 de janeiro que demandou uma operação de emergência agora. Em um dos dois períodos há algo… Read more »

Velho Alfredo

Ha 2 situações. 1ª) Todo esse apoio ocorreu agora. Mas nao é responsabilidade das FFAA. Ela apoiou. 2ª) antes era como encontram. Sempre foi. O “abandono” não foi do último governo, como querem fazer parecer. Sempre houve. É a cultura deles. O modo de vida leva a acontecer o q foi publicado. Não há culpa. Não há erro. É assim. Pode ser criado um esquadrão da FAB sonora levar comida pra lá full time. Podem mandar médicos das FFAA ou da FUNASA. Onde não olharem, será como encontraram. Se derem comida e não vigiarem, terão crianças e velhos sem comida.… Read more »

Bille

Ou estão aproveitando a oportunidade orçamentária para recuperar surucucu e alguns trechos, prover treinamento, etc, sem ter que descentralizar recurso próprio.

santiago

Estamos falando de manutenção, não de construção. Se a manutenção mínima acontece a contento o material é pouco assim como a mão de obra é menor. Obviamente esperar tudo virar um caos para reparar vai exigir uma logística enorme e toda a estrutura e problemas como se não houvesse pista anteriormente.

Velho Alfredo

Deve achar que é igual fazer pista de pouso em Maricá…..

BLACKRIVER

Brasil precisa criar vergonha na cara, se não tem dinheiro pra comprar meia dúzia de helicópteros pesados (MI26 ou CH47) alugue-os afinal tem vários operadores civis por aí.
Leve o equipamentos pesado, insumos e suprimentos necessário por via fluvial ou terrestre até onde for possível e depois por via aérea e faça uma pista descente nesse lugar bem como em muitos outros pontos remotos que se faz necessário.

Não vem dizer que não tem grana… afinal acabaram de comprar dois A330

Wilson

Então só foi possível agora?

Bueno

Tem solução para tudo, quando tem interesse político e condições financeiras.
 
Olha que interessante ! Não estou indicando este vetor pra força… só um exemplo que como o ser humano quando quer e tem interesse ele cria soluções.

https://www.youtube.com/watch?v=fX_oXvmjdKQ

O que pode ter ocorrido é que a pista já estava ruim de operar, com a burocracia das repartições públicas  e o comodismo de todo bom brasileiro  estavam na agenda ou aguardando a solicitação  O.S…    somado ao problema dos Yanomami  tiveram que correr para concerta-la   na base do se vire nos 30… estou supondo ok 

antonio mattioli

Srs Camargoer e Douglas A ação dos agentes das intempéries (chuva e variação da temperatura) fazem com que a mistura asfáltica, que constitui a camada de revestimento, torne-se progressivamente mais quebradiça e susceptível ao trincamento e à desagregação. A situação das condições pluviométricas e de temperatura muito severas da região, muitas vezes não permitem se quer dar devida manutenção. As trincas abertas na superfície, permitem a entrada de água no interior do pavimento e desta forma, aceleram o processo de deterioração, portanto precisa se ter condições ambientais de execução destes reparos . O reforço restabelecido para qualidade de rolamento da… Read more »

Brandão

“Ver” mesmo….

Velho Alfredo

Cuma??????
Vc conhece lá?

Pericles Roque de assis

Rapaz você sabe onde fica este lugar?

Nilton L Junior

Parabéns aos envolvidos, agora é restabelecer o estado no local.

Luis Carlos

Exato.
Roraima é praticamente um Estado pária.
Nas mãos do submundo.
O Estado tem de voltar a atuar por lá.

Luis Carlos

Corrigindo:
O Estado BRASILEIRO tem de voltar a atuar por lá

Nilton L Junior

Salve exatamente.

Vinicius

Só se mexem quando estoura na mídia a situação, isso estava assim a anos, desde o acidente que inutilizou um dos C-105, o qual ainda está lá após ser canibalizado.

Rinaldo Nery

O acidente não teve NADA a ver com a condição da pista. Meu filho, que era instrutor de C-105, operava lá toda semana.

Kommander

Mais uma vergonha na conta das FAs.

Bruno

Logo logo se acidenta outro C-105, daí vai ficar só a carcaça largada lá, igual aconteceu com o outro. Eu tenho pena dos índios. Não estou culpando a FAB, só pra constar.

Last edited 1 ano atrás by Bruno
Camargoer.

Olá Bruno. O RInaldo explicou que a pista em Surucucu é inclinada, como se fosse uma rampa ascendente durante o pouso. Desde o acidente, a FAB inclui a pista de Surucucu no simulador do C105, Ao que parece, isso resolveu o problema. Parece improvável que ocorra outro acidente similar. Podem ocorrer outros por outros motivos

Ariel Blanco

A pista foi recuperada em 45 dias. A Força Aérea é a mesma, os recursos os mesmos, o que mudou? Entendo que a vontade de querer realizar a recuperação da PPD a fim de atendimento e melhor logística de transporte de recursos, insumos e equipamentos, para o devido atendimento as comunidades que ali residem.

Rinaldo Nery

A pista foi construída por conta do PEF. Não por conta dos índios. Bom que se saiba.

jose benedito

Para aqueles que dizem que era complicado, que o local é ermo, distante, que demanda uma logistica complexa, e piriri e pororó; a pista em condições de receber o C-105 concluida em menos de 2 meses, é um tapa na cara, argumentar contra a realidade é complicado, quando houve interesse politico foi feito. A pergunta é por que não foi feito antes? Abandono? Má-fé? Incompetencia? Talvez porque as FAAs em vez de ficar preocupada em vistoriar urna eletronica ou tutelar a democracia voltaram para a fazer as tarefas que lhes cabem ?

Ramon

Quero nem imaginar o estados que as outras bases em regiões isoladas se encontram por isso defendo que o Brasil tenha algo parecido com o chinook, consegue levar muita carga e não corre o risco de se despedaçar no pouso pois o mesmo consegue pousar em algum lugar minimamente plano, alias a situação da região amazônica é bastante delicada, fico com a impressão que os meios que lá se encontram são extremamente limitados, como é uma região isolada eu defendo que todas as bases tivessem helicópteros ou barcos decentes para o deslocamento das tropas, pois toda reportagem que se vê… Read more »

Ramon

Obs: Não é uma critica as forças armadas, mas não adianta político/diplomata encher o peito na ONU para falar que a soberania da floresta é do Brasil, se na realidade é uma região quase sem lei, que não tem empregos decentes que joga as pessoas em atividades ilegais que degradam o nosso meio ambiente, onde as guarnições que se encontram lá não conseguem nem manter uma pista totalmente operacional, já estou cansado de mitos e nines prometendo coisas que nunca se realizam, estamos totalmente desguarnecidos, não tem empregos decentes, não temos controle nem no nosso próprio território, pra mim Brasil… Read more »

Célio Pessanha

De repente o exército quer aplausos por tapar buracos numa pista pequena e de pouco uso. Com o orçamento que tem, maior que a maioria das prefeituras do Brasil, parece piada que estejam comemorando algo tão mixa.