A empresa de engenharia e manutenção da TAP no Brasil está em contacto com o Governo brasileiro para assegurar os contratos de assistência ao esquadrão de 47 caças F5 da Força Aérea brasileira. As conversações, apurou o Dinheiro Vivo, estão a decorrer, embora não esteja ainda nada garantido. Para a empresa que a transportadora portuguesa comprou há cinco anos à Varig, na altura em processo de falência, isto seria duplamente importante.

Por um lado, seria mais um cliente de longo prazo, o que é fundamental para a viabilidade de um negócio que até agora nunca saiu do vermelho; por outro, numa altura em que o Governo se prepara para privatizar a TAP, assinar um contrato valioso favoreceria a inclusão desta unidade no pacote sem desvalorizar demasiado o preço final, apesar de nunca ter apresentado resultados positivos nos últimos cinco anos.

A alternativa seria a venda da empresa de engenharia e manutenção brasileira num acordo à parte e a outros compradores – o que o Governo português até já admitiu ser uma possibilidade. Esta hipótese sairia favorecida se a carteira de clientes fosse não apenas mais extensa, mas incluísse a Força Aérea brasileira, com a credibilidade técnica que isso implica para o fornecedor do serviço.

Fernando Pinto, presidente executivo da companhia aérea portuguesa, apresenta amanhã, no Rio de Janeiro, os resultados da empresa de manutenção no Brasil – ainda negativos, mas menos do que em 2010. Há dois anos, os prejuízos foram de 167 milhões de reais, 61 milhões de euros ao câmbio de hoje. Tudo somado, desde que a TAP comprou o negócio por 15 milhões de euros à Varig, os prejuízos acumulados já rondam os 145 milhões de euros, aos quais há ainda a somar uma dívida (antiga) da empresa ao Estado brasileiro superior a 290 milhões de euros. Esta dívida esteve a ser negociada com o Governo de Dilma Rousseff, tendo ficado definido um plano faseado de pagamento, mas não se conhecem os detalhes. O acordo deve permitir à empresa de engenharia e manutenção voltar a ser fornecedora do Estado brasileiro e a dar assistência aos caças da Força Aérea.

FONTE: Dinheiro Vivo

NOTA DO EDITOR: foi mantida a grafia original (de Portugal) da matéria, originariamente publicada em 11 de abril. Apenas o título foi ligeiramente alterado para fazer uma referência mais direta ao F-5 e trocar o termo “negoceia” por “negocia”. Para saber mais sobre como é feita hoje a revisão dos F-5 da FAB, clique nos links a seguir para ler algumas das diveresas matérias exclusivas já publicadas a respeito pelo Poder Aéreo.

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Mauricio R.

O negócio está no vermelho e os portugueses estão tentando dar um “jeitinho”, de se safar na boa, parece até a própria Varig.
Que se virem no mercado, a FAB não ganha nada c/ isso, mto pelo contrário.

Clésio Luiz

Aparentemente a FAB deve ter ventilado que pretende terceirizar os serviços de manutenção a nível de parque do F-5, pois os suíços da RUAG estão a meses fazendo propaganda na mídia especializada aqui no Brasil.

Vader

Eu hein? Voar em aeronave de caça cuja manutenção é terceirizada?

Que medo…

Mauricio R.

Mas e o que a TAP, sabe de F-5???