MMRCA sai em seis semanas e pode ficar maior que o esperado

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Segundo reportagem do Indo Asian News Service de terça-feira, 26 de julho, a Índia deve decidir nas próximas seis semanas qual a oferta mais barata dos dois fabricantes que restam na concorrência do MMRCA – avião de combate multitarefa de porte médio. A informação foi dada pelo comandante da Força Aérea Indiana, P. V. Naik, na última entrevista coletiva antes de deixar o serviço, no final do mês: “Nós teremos a L1 (lowest bidder – oferta mais barata) nas próximas cinco a seis semanas”

A Força Aérea Indiana já completou o processo de “benchmarking” (análise competitiva) dos dois concorrentes, o Rafale da francesa Dassault e o Typhoon do consórcio europeu Eurofighter, selecionados em abril entre os seis caças que estavam na disputa (outros eram o MiG-35 russo, o F-18 e o F-16 dos EUA e o Gripen, sueco). O Mininistro da Defesa deve aceitar o “benchmarking” para que o comitê de negociação de custos possa abrir as propostas comerciais, segundo Naik.

O contrato tem também uma opção para uma encomenda adicional de 63 aeronaves, chegando a um total de 189 caças comprados ao custo que for negociados para a encomenda inicial de 126 unidades. Desse pedido inicial, os primeiros 18 seriam comprados prontos e os deamais 108 seriam produzidos pela HAL ( Hindustan Aeronautics Limited) com transferência de tecnologia.

Mas, segundo o Financial Express, o pacote completo será mais importante que o menor preço

O Financial Express destaca que o palco está armado para a disputa entre dois caças multitarefas europeus para provarem que são as opções mais eficientes, economicamente, para o programa MMRCA indiano. Isso inclui custos de manutenção e do ciclo de vida.

Ambas as aeronaves, o Eurofighter Typhoon e o Dassault Rafale, estão sendo empregados no conflito da Líbia e vêm buscando vendas de exportação para compensar cortes de despesa em seus países. Mas, segundo o comandante  da Força Aérea Indiana, P. V. Naik, “assim que as propostas comerciais forem abertas, a decisão final deverá levar alguns meses, já que não apenas o preço, mas o pacote completo de custos diretos, programas de apoio, treinamento, compensações e custos de ciclo de vida, é que determinarão o vencedor.”

De acordo com fontes dentro da indústria, na recente disputa no Brasil o valor básico de um Rafale (flyaway condition) foi cotado em 85 milhões de dólares por aeronave e o Typhoon a 100 milhões de dólares. Para a competição indiana, as estimativas variam, mas de acordo com a indústria os custos básicos por unidade deverão ser entre 75 e 80 milhões de dólares.

A história de competição dos dois caças vem de longo tempo. A França deixou os primeiros estágios do projto Eurofighter há 30 anos, optando por construir seu próprio caça, o Rafale, como um sucessor do Mirage. Atualmente, o Rafale ainda procura por seu primeiro cliente internacional, enquanto que o programa Eurofighter enfrenta vários cortes em casa.

De acordo com o consórcio europeu, 280 Typhoons já foram entregues dos 707 encomendados pela Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido, Áustria e Arábia Saudita. Sobre o fornecimento de informações críticas, como códigos-fonte do radar e detalhes de projeto, o consórcio disse que isso não seria um problema se a Índia se tornar um parceiro do programa Eurofighter.

O Rafale, até agora, vendeu 180 aeronaves para a Força Aérea Francesa, por 142,3 milhões de euros cada, o que inclui custos de material, investimentos e variáveis. Segundo relatório de 2010 do Tribunal de Contas da França, a Força Aérea Francesa inicialmente encomendou 320 aviões, mas o Ministério da Defesa baixou o número para 280.

De acordo com o relatório do Tribunal de Contas, no início de 2000 uma grande alta de custos de material criou uma crise de custos no programa Rafale. Além disso, sem nenhum comprador estrangeiro o preço unitário dos caças tende a crescer. Por outro lado, Alemanha, Itália, Espanha e o Reino Unido, que dividem o desenvolvimento e a produção do Eurofighter Typhoon, querem colocar “tudo na mesa” em relação aos compromissos de transferência de tecnologia se ganharem o MMRCA.

Fontes no Governo Indiano disseram que “o consórcio Europeu, para ganhar vantagem em sua oferta, convidou a Índia a ser um parceiro do programa do Typhoon e também ofereceu a instalação de uma linha de produção na Índia. O Rafale tem a vantagem de ser, logistica e operacionalmente, similar ao Mirage 2000, que a Força Aérea Indiana opera no momento. A incorporação do Rafale requeriria menos mudanças na atual infraestrutura.”

FONTES: IANS (Indo Asian News Service) via Yahoo e Financial Express (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTOS: Eurofighter e Armée de l’air (Força Aérea Francesa)

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tplayer

E ainda tem gente que não acredita no valor absurdo do Rafale…

edcreek

Olá, O valor de US$ 85 milhoes por unidade de Rafale é bem realista, porém no caso do Brasil pelo que sabe extra-oficialmente não seria o pacote seco, seria com armamento e manutenção por um periodo. E tem outra a India não acredita no milagre de um caça muito mais avançado(F-35) custar 20% a mais do que os atuais meios em operação nos EUA como o SH, basta pensar um pouco e ver que a conta não fecha…. Que rufem os tambores, sempre bom ver os EUA fora de uma concorrencia e ver outras opções voando por ai…. Abraços, Abraços,… Read more »

Darkman

Rafale já ganhou essa !!!!

Abs.

Mauricio R.

A realidade dos preços do Rafale estão nos relatórios do Senado francês, então não é o “milagre” do F-35 supostamente custar somente 20% mais que o Rafale. Mas justamente o contrário, afinal o F-35 é outra geração de aeronave, outro nível tecnológico. É outra aeronave americana, que tem tdo aquilo que o Rafale, somente sonha em ter. No mais o F-35, ao contrário do Rafale, já “nasceu” exportado e apesar das celeumas na Austrália e no Canadá, da súbita troca de versões pela Grã Bretanha e a moratória dinamerquesa, ninguém fugiu do projeto, que segue seu curso. Até incorporou Israel,… Read more »

Mauricio R.

Seria uma pista, qnto ao vencedor do MMRCA???

“The denial of a tiny aircraft component can ground fleets, and we should be in no doubt that our dependence for spares, product-support and weapons on sources as diverse as Russia, UK, France, Israel and South Africa constitutes a crippling strategic vulnerability. We may soon be adding Italy, Spain and Germany to this list.”

(http://livefist.blogspot.com/2011/07/column-mmrca-right-choice-for-wrong.html)

Os franceses receberam sua compensação:

(http://livefist.blogspot.com/2011/07/finally-indian-govt-clears-24-bil.html)

asbueno

Mauricio R. disse:
27 de julho de 2011 às 12:43

Se será umfato, ainda não sabemos, mas o texto é bem claro: “[…]
We may soon be adding Italy, Spain and Germany to this list.”

edcreek

Olá, Pessoalmente acho que o Rafale leva, os caças Franceses/Russos derão show nas forças Paquistanesas de origem americana, na ultima escaramurça. Mas a disputa é dura, pelos indicios não se pode chegar uma uma conclusão. Mauricio R de uma lida no preço real do F-35 para Australia US$ 228 milhões (14 unidades de F-35 por 3.2 bilhões), esse sim me pareçe um preço real inicial do F-35, claro que com a produção maior o valor “deve” cair mas não tem milagre o caça no fim deve girar entre 150-200 milhões a peça, isso para os socios do projeto para vendas… Read more »

asbueno

edcreek disse:
27 de julho de 2011 às 14:59

Você poderia citar algum link que DETALHE as escaramuças que você mecionou?

edcreek

Olá,

Claro tem alguns links:

http://www.globalsecurity.org/military/world/war/kargil-99.htm
http://mod.nic.in/samachar/17/html/ch8.htm
Esse o mais completo: http://www.nps.edu/academics/sigs/nsa/publicationsandresearch/studenttheses/theses/Acosta03.pdf

Ao meu ver os F-16 Paquistaneses no conflito tiveram efeito nulo, os Indianos dominaram os ares com caças Franceses bombardeando avontande escoltados por caças Russos.

Abraços, e boa leitura!!!!

Almeida

asbueno, até porque, pela conjugação verbal do edcreek, essas escaramuças acontecerão no futuro rsrsrs

edcreek

Olá

Almeida, verdade, obrigado=”derão”=deram

Já postei os links, precisa de liberação, deve apareçer logo….

Abraços,

Nick

Eu acreditava no favoritismo francês, mas o depois que o ministro francês afirmou que suas melhores chances estão nos EAU e não na Índia, deu para sentir cheiro de scargot torrado. 🙂 .

Ou seja, se o Rafale perder na Índia, seria como levar um gol aos 29 da prorrogação ….

[]’s

Mauricio R.

Ed, O F-35 por 150-200 milhões USD a unidade, é mto mais negócio do que o Rafale ao preço de acordo c/ o Senado francês, 142 milhões USD. É uma aeronave de 5ª geração, que vem de fábrica c/ tdo aquilo que o general da AdA já disse, que o Rafale não tem e nem se sabe se algum dia terá. Qnto ao efeito de Kargill em ambas as forças aéreas, os paquistaneses estão retificando sua principal desvantagem, que era a ausência de capacidade BVR em seus F-16. Além de estarem consolidando o inventário de sua força aérea em 2… Read more »

asbueno

Obrigado Ed. Assim que puder lerei.

edcreek

Olá, Mauricio R. o valor de venda do Rafale não é esse e vc sabe o proprio texto acima fala em 85 milhões, os Indianos não sabem o quanto vão pagar? Para a França com o desenvolvimento e tudo pode chegar no valor que vc disse, mas isso não quer dizer que vão vender pelo mesmo preço. Em contra partida os Australianos já falaram que vão pagar mais de 220 milhoes por unidade ou seja preço de venda…. Quanto ao custo beneficio, uma força aerea que se realmente tenha uma força consideravel deve optar por um mix de 5ºG +… Read more »

Mauricio R.

Opa!!! Dois pesos e duas medidas??? A conta é mto simples, é o nº de unidades fabricadas, dividido pela grana investida p/ desenvolve-lo; atualizada pela inflação do período. O investimento do estado, não discrimina células fabricadas p/ consumo local, daquelas destinadas a exportação. Os franceses são absolutamente dependentes dessas exportações, justamente p/ amortizarem seus custos de desenvolvimento e bancarem as compras das próprias ffaa. As únicas certezas do Rafale, são essas: 1-) O custo de 142 milhões USD/célula, conforme exposto pelo Senado francês. 2-) As diversas limitações do design e a incapacidade do estado francês, em continuar a financiar o… Read more »

Vader

O Edcreek tem um problema raro e grave de leitura seletiva… O trecho a que ele se refere é esse aqui: “O custo de cada F-35 nos EUA subiu de US$ 69 milhões cada para US$ 103 milhões. A Austrália está pagando 3,2 bilhões de dólares pelos primeiros 14, o que representa 228 milhões por aeronave – um custo para comprar unidades de início de fabricação, para que os pilotos possam ser treinados no avançado caça-bombardeiro” Ou seja: ele lê só a segunda parte da primeira frase, e sai propalando que o F-35 é mais caro que o Rafale, como… Read more »