Empresa, controlada por grupo francês, produzirá novos modelos de helicóptero no País para cumprir contrato com o governo

Roberto Godoy

Chegou ao Brasil no dia 16 e já está no galpão da engenharia de projeto da helibrás, em Itajubá (MG), o primeiro helicóptero pesado EC725 Super Cougar que vai entrar na linha de montagem nacional, que ficará pronta em 2012. Será o 17.º da série de 50 que a empresa, controlada pela francesa Eurocopter, produzirá para o governo brasileiro por cerca de R$ 5,2 bilhões e com transferência integral de tecnologia.

Testado e voado na Europa, servirá de protótipo para todo o conhecimento tecnológico entregue e também para o desenvolvimento de sistemas. “Toda a encomenda será concluída em 2020 com 50% de nacionalização, cerca de 3% acima da média internacional em operações desse”, diz o presidente da helibrás, Eduardo Marson.

O plano estratégico da Eurocopter em relação à helibrás, de acordo com Marson, é fazer do complexo brasileiro o seu quarto pilar mundial de produção, ao lado de Alemanha, França e Espanha. O investimento direto do grupo para o Programa ECT725 é estimado em R$ 500 milhões.

As primeiras 16 unidades do contrato com o Brasil sairão da França. Em 2012 outros três modelos operacionais serão entregues para as Forças Armadas. Uma quarta versão em configuração executiva vai para uso da Presidência da República. O conteúdo estrangeiro será gradativamente reduzido. Uma equipe de especialistas militares acompanha o processo desde o começo para garantir o domínio das tecnologias utilizadas.

As aeronaves serão “personalizadas” de acordo com seu destino final. O Exército quer os seus EC725 com um Flir, que usa o calor para “enxergar” à noite e sob neblina. Dois suportes laterais poderão receber metralhadoras e canhões leve, além de disparadores de foguetes. A Força Aérea está desenhando seu sistema de armas, mas terá a bordo um sensor de rastreamento de superfície. A Marinha vai adotar um conjunto de combate antissubmarino com recursos para detecção de alvos e lançamento de mísseis e torpedos.

Polo industrial. Há uma revolução em andamento na pequena Itajubá, cidade de 90 mil habitantes no sul de Minas Gerais, onde o governo quer implantar um polo aeronáutico. No centro deste processo está a helibrás, controlada pela Eurocopter na qual o governo de Minas Gerais tem pequena fatia societária.

Criada há 33 anos, a companhia tem um saldo de 550 unidades entregues. Além de fornecer os EC725. a helibrás está realizando a revitalização tecnológica de 32 modelos médios Pantera e de 36 Esquilos da Aviação do Exército. No total, são negócios da ordem de 2 bilhões.

Para cumprir a agenda, será inaugurada em março a nova unidade de produção, com hangar de 11,5 mil metros quadrados. O número de funcionários saltará dos atuais 610 para 1,1 mil, em 2015. O Centro de Engenharia, que prepara pessoal qualificado, aumentou a capacidade de 7 para 54 profissionais. O acordo bilateral franco-brasileiro prevê o treinamento de 96 funcionários brasileiros na França e a transferência de 44 franceses para Itajubá. A equipe vai criar em conjunto um simulador eletrônico de voo do Super Cougar, com movimento real nos três eixos e telas digitais. O valor do equipamento excede US$ 3 milhões.

FONTE: O Estado de SSão Paulo, via Notimp

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edcreek

Olá,

Ninguem por aqui? na hora de criticar apareçem os mesmo de sempre por o produto ser origem Russa ou Francesa quando está certo eles desaparecem. O preço pode até ser questionavel, mas o planejamento vem sendo seguindo corretamente. Como no caso dos submarinos….

Para helis pelados, aparecerão bastante opcionais não?

Mas como é Frances o heli prototipo é de isopor e as peças são falsas…..kkkkkk

Abraços,

juarezmartinez

Meu nobre Ed! Não é popr aí, o fato ser Francês, ameicano ou de Saõ Cricário do bororoca não importa, vale se ele cumprirá a missão , ou não. N´[ops sabemos que tem duas delas que ele não cumpre e ainda todos os custos de integração que vão desde os aviônicos de missão até as integrações de armamento não estão incusos no preço que é um assalto por si só, se somarmos as integrações desejadas pela MB o custo via para US$ 45.000.000,00 sem capacidade ASW, lembrando que os BHs custaram mais ou menos isto com capacidade ASUW e ASW.… Read more »

Nick

Caro Ed,

Minhas críticas vão mais pelo fato da Helibrás hoje ser uma subsidiária da EADS. Que ToT é essa? Precisamos pagar esse pedágio todo, se eles(a EADS) é que está se beneficiando com essa “transferência”?

Se fosse por exemplo a recebedora a Avibrás, ou a Mectron, ou mesmo a Odebrecht que está está fazendo acordos com a EADS, eu até entenderia esse sobrepreço todo, apesar de não concordar muito, já que o EC-725 é um produto em fase final (talvez a última evolução do AS330 Puma).

[]’s

Nick

Só complementando o NH-90 é o produto similar, mas muito mais capaz que estará equipamento praticamente todas as Forças da OTAN, além de outras como a Suécia e Austrália.

[]’s

PS: Desculpem erros de concordância e outros 🙂

Uitinã

Quem quer ter tem que pagar e boa se os malvados franceses ofereceram transferência de tecnologia, por um preço caro e nenhuma outra empresa ou país ofereceu algo igual por preço menor só resta calar a boca e deixar o barco andar.

Quem não quer manda, quem quer faz.

Ivan

Monsieur Edcreek, Por falta de tempo e interesse não me apresentei para comentar uma notícia repleta de meias verdades, que usa as novas palavras de ordem oficiais. O Nick questionou com propriedade a atualidade do projeto EC-725, uma atualização do bom e (muito) velho Aérospatiale SA 330 Puma, um helicóptero que fez seu primeiro vôo em 15 de abril de 1965, sendo incorporado a França em 1968 e a Portugal em 1970. Se é para implementar algo realmente novo melhor seria o NH-90, que inclusive tem uma interessante versão embarcada, o NFH – NATO Frigate Helicopter. Mas deixo esta abordagem… Read more »

Vader

Perae! Pera um pouquinho! “Generosos” 50% de ToT e vocês estão achando que os nossos “parceiros estratégicos” (by Lula, NJ e CA) nos fazem um imenso favor? Como a própria reportagem diz, gigantescos 3% (TRÊS PORCENTO) acima da média mundial??? Isso porque são, como disse, “parceiros estratégicos”???? Após 20 (VINTE) anos de produção (e VENDA – muito bem remunerada, por sinal) de helicópteros ao Brasil??? E, ainda, isso apenas ocorrerá após as 15 primeiras unidades, que nem sequer serão MONTADAS (não falei fabricadas – muito menos projetadas – falei MONTADAS!) no Brasil????? E isso é uma “revolução”????? É isso que… Read more »

Vader

Meu Deus, que lástima; a burrice impera, e um povo que aprecia esse lixo aí tem mais é que ser dominado mesmo. Trocam os cabrestos, mas o dono é o mesmo. Au au au…

E depois ainda vemos cidadãos falando em “complexo de vira-latas”…

Vader

Meu pai do céu, estes devem ser os 200 empregos mais caros da história do Brasil. E não temos sequer um único projetista entre eles….

Au au au.
Au au au.
Au au… au.
Francês é bonzinho, grrrrrr, e au au, dão a eles mesmo, aqui no Brasil, a tecnologia que não au querem mais, arfh. E a gente ainda abana o rabicó, feliz da vida, au au… grrrrr…

Inacreditável.

ricardo_recife

1. Helibrás ou Parafusobrás. A reposta é: Parafusobrás.

2. Compramos um helicóptero de concepção antiga, mesmo com toda maquiagem ele ainda lá no fundo é um velho Aérospatiale Puma. Compramos bem mais que a própria França (14) que vai de NH-90 (61 comprados, fora mais 34 opções).

3. Estamos pagando muito caro pela tal “transferencia de tecnologia” que vai de uma empresa francesa para sua subsidiaria. O tal indice de nacionalização está dentro da média mundial, nada de ganho.

Mauricio R.

“devemos gerar empregos para os pais de familia do Brasil e nao dos EUA.”

Ah, mas exportar empregos p/ a França pode???
Pq é exatamente o que ocorre na “Apertaparafusobrás”, cada vez que alguém aqui no Brasil adquire um dos produtos Eurocopter.

Uitinã

KKKKKKKKKKKKK o pessoal não admite nem de pé junto, dá graça ver os comentários dos leitores acima, kkkkkkkkkkkkkkkk no final das contas tanto choro não adianta de nada o francês veio e pronto.

Vader

Uitinã disse:
22 de dezembro de 2011 às 17:22

Veio e pronto. E eu vou continuar denunciando essa farsa e pronto. 🙂

Ivan

Monsieur Uitinã, Não há choro, apenas críticas de brasileiros que gostariam de ver nossos líderes conseguindo melhores negócios e condições para o Brasil. Mas no final vc tem razão, “o francês veio e pronto”, tem uma subsidiária integral no gigante adormecido chamado Brasil, conseguiu uma reserva de mercado com o maior contingente militar da América Latina e ainda conseguiu descarregar um helicóptermo mais antigo, com futuro limitado. Parabéns a França e aos franceses… como alguns ‘ami’. Para nós, brasileiros, fica a esperança que no futuro (somos o país do futuro, lembra?) aprendermos com o exemplo da China e Coreia (como… Read more »