Balanço da AFP mostra as duas companhias em vantagem no setor regional após a Farnborough 2010

Os fabricantes aeronáuticos brasileiro Embraer e russo Sukhoi venceram esta semana a corrida para a venda de aviões de cabotagem no Salão de Farnborough, deixando para trás a canadense Bombardier e o novo concorrente japonês Mitsubishi Regional Jet.

Companhias aéreas e companhias de aluguel de aviões gastaram bilhões de dólares em aeronaves com capacidade para cem passageiros da Embraer e da Sukhoi, em detrimento de seus concorrentes canadense e japonês.

Os voos de curto alcance em nível regional se tornaram um nicho em pleno desenvolvimento, graças ao crescimento do tráfego aéreo nos mercados emergentes, especialmente na China, como também na América Latina.

A concorrência neste setor deve se intensificar nos próximos anos, já que a China se interessa em entrar no mercado.

Terceiro construtor aeronáutico mundial atrás dos americano Boeing e europeu Airbus, a Embraer fechou durante o São de Farnborough contratos de venda no valor de 7,9 bilhões de dólares.

O maior acordo foi fechado com a companhia aérea britânica Flybe, que encomendou à brasileira 140 aparelhos em um contrato no valor potencial total de 5 bilhões de dólares.

A Flybe confirmou a aquisição do 35 E175, um avião com capacidade para 88 passageiros, assim como opções de compra para 65 aeronaves adicionais do mesmo modelo e direitos de compra para outros 40.

Segundo o vice-presidente executivo de assuntos corporativos da fabricante brasileira, em entrevista à AFP, afirmou que o Salão de Farnborough é um bom presságio para o futuro da Embraer.

“Foi um bom salão para a Embraer e diria que para o conjunto da indústria de uma crise muito grave”, declarou o executivo, enfatizando que a empresa conseguiu superar esse período difícil com medidas drásticas em termos de redução de custos e de pessoal, além da renegociação com empresas terceirizadas.

“É uma empresa equilibrada e rentável”, comentou, negando-se, no entanto, a fazer uma previsão para 2011, embora tenha se declarado otimista.

“Comparado com o Salão de Le Bourget (no ano passado, perto de Paris), este salão foi muito melhor”, ressaltou.

A Embraer possui 60% do mercado de aviões para voos regionais.

Sem alcançar as cifras da Embraer, o fabricante russo Sukhoi anunciou em Farnborough vendas de 60 aviões Superjet 100 no valor de 1,85 bilhão de dólares no total.

A companhia de aluguel de aviões Pearl Aircraft Corporation adquiriu 30 dessas aeronaves; e a companhia indonésia Kartika Airlines, outras 30.

A Pearl tem, além disso, a opção de comprar outros 15 aviões. “Estamos convencidos de que é o melhor avião para cem passageiros do mercado. Em termos de baixos custos, supera todos seus competidores”, afirmou o diretor executivo da Pearl, Jan Soderberg.

Já a canadense Bombardier acabou sendo uma das decepções do tradicional salão aeronáutico na periferia de Londres, dedicado, de segunda a quinta aos profissionais, e a partir de sábado ao público em geral.

A Bombardier esperava anunciar um acordo para vender seu novo avião CSeries à Qatar Airways, mas ficou por enquanto em suspenso, apesar de a companhia aérea do Golfo Pérsico dizer que continua interessada.

Por sua vez, o Mitsubishi Regional Jet (MRJ), primeiro avião fabricado pelo Japão, não conseguiu concretizar nenhuma nova ordem de compra.

“Trabalhamos muito duro para fazer um anúncio durante o salão, mas, infelizmente, não pudemos fazê-los. Esperamos alcançar algum acordo em um futuro próximo”, afirmou o diretor de vendas da MRJ, Masao Yamagami, à imprensa.

A companhia estatal aguarda lançar em 2014 seus aviões de baixo consumo de combustível para 70 e 90 passageiros.

O projeto tem até agora dois clientes: a companhia americana Trans States, que encomendou 100 aviões num total de 4 bilhões de dólares, e a japonesa All Nippon Airways, que concordou em adquirir 25 aeronaves.

FONTE/FOTO: AFP

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Mauricio R.

O MS-21 tb cravou alguns bons negócios.

Heyarth

Putz, contrato de 7,9 Bi!!! Só a Flybe 5Bi, negócio bom heim…

Carlito

Às vezes, enquanto “torcedores”, nós sentimos um certo “medo” com o surgimento de mais concorrentes. A entrada dos russos, japoneses, futuramente dos chineses, além, é claro, dos nossos rivais canadenses, certamente acionam o botão de alerta nos departamentos de marketing e de engenharia da Embraer. No entanto, temos três pontos importantíssimos a levar em consideração: 1) Mesmo com a entrada de produtos modernos, os aviões da embraer estão longe de serem considerados antigos. São ainda bastante recentes como projeto, e certamente serão capazes de absorver muitas novas melhorias técnicas que os manterão ainda por muitos anos na vanguarda tecnológica. 2)… Read more »

Paulo

É isso aí Carlito. Além do que, tenho comigo um sentimento de que mesmo assim a Embraer esteja desenvolvendo na surdina algo novo, que, como sempre, irá revolucionar o mercado.

Luiz Carlos

POR TRÁS DOS ATRASOS DOS VOOS Estão forçando a aprovação do Projeto de Lei 6716-09, do senador Paulo Otávio (DEM-DF), o qual propõe alteração do artigo 181 do Código Brasileiro de Aeronáutica, para autorizar empresas aéreas estrangeiras a adquirirem 49% do capital de empresas aéreas brasileiras. O PL ao ‘aterrisar’ na Câmara dos Deputados, recebeu a inclusão do artigo 158, feito pelo deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o qual propõe a INDECÊNCIA de ser permitida a “importação de pilotos”: Instrutores de Voo, por 6 meses. Tripulação, por 5 anos. O Projeto de Lei AUTORIZA a empresa estrangeira com 49% do… Read more »