emb121-xingu

Como parte das atividades de comemoração dos seus 40 anos, a Embraer realizou uma cuidadosa operação de recuperação do protótipo da aeronave EMB 121 Xingu, prefixo PP-ZXI, primeiro avião pressurizado fabricado pela Empresa. A recuperação foi fruto do trabalho de alunos das unidades do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de São José dos Campos, Jacareí e Taubaté, com a supervisão de empregados da Embraer. Após ser exibida aos empregados da Companhia, a aeronave será exposta em caráter permanente no Museu Aeroespacial (MUSAL), no Rio de Janeiro.

Em 2009, o EMB 121 Xingu, que teve 105 unidades produzidas, completa 30 anos da certificação. Esta iniciativa dá continuidade ao processo de restauro de aeronaves da Embraer iniciado em 2008 com o segundo protótipo do Bandeirante, avião originalmente projetado e construído no então Centro Técnico de Aeronáutica (CTA), atual Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial, e que deu origem à criação da Embraer, em 19 de agosto de 1969.

O mesmo trabalho foi realizado com os dois protótipos do CBA 123, em 2009. “Tem sido uma oportunidade ímpar poder restaurar aeronaves históricas da Embraer”, explica Pedro Ferraz, Diretor do Instituto Embraer de Educação e Pesquisa. “O Xingu PP-ZXI voou pela primeira vez em 22 de outubro de 1976 e difere dos demais modelos fabricados.

Em uma etapa posterior à homologação, esta aeronave teve a cabine alongada, visando acomodar um maior número de passageiros, e recebeu motores mais potentes. No entanto, a versão não chegou a ser produzida em série.”

Coordenados por líderes técnicos da Embraer, os alunos do SENAI dedicaram-se ao projeto em paralelo à rotina acadêmica. As atividades envolveram instrução, treinamento e acompanhamento dos alunos, que adquiriram conhecimentos em fabricação de aeronaves, técnicas de montagem e utilização de ferramentas especializadas. Durante o processo de recuperação, várias partes da fuselagem, cabine e asas precisaram ser reconstruídas com material composto.

Sobre o EMB 121 Xingu

O EMB 121, que ganhou o nome de Xingu em homenagem à tribo indígena brasileira e ao rio da Amazônia, foi desenvolvido a partir da plataforma do Bandeirante. Destinado a atender o mercado de transporte executivo, tinha capacidade para até oito passageiros e foi a primeira aeronave pressurizada projetada e construída no Brasil. A pressurização da cabine permitia que a aeronave voasse a 28 mil pés (8.534 metros) de altitude, acima das formações de nuvens e grande parte das perturbações atmosféricas, mantendo a pressão interna equivalente a 8 mil pés (2.438 metros), garantindo assim mais conforto aos passageiros.

Embora a estrutura do avião fosse baseada na do Bandeirante, recebeu motores mais potentes.Outra inovação caracerística no Xingu foi a cauda tipo “T”, onde o conjunto estabilizador horizontal foi montado no topo do estabilizador vertical. Dessa maneira, o sopro das hélices não atingiria o estabilizador horizontal, garantindo menor nível de vibração e de ruído.

O primeiro protótipo do Xingu, prefixo PP-ZXI, realizou o voô inaugural em 22 de outubro de 1976, ainda sem o sistema de pressurização. A apresentação oficial da aeronave aconteceu na Embraer, em 4 de dezembro do mesmo ano. Em maio de 1977, o Xingu voou com sucesso com o sistema de pressurização acionado.

O primeiro cliente foi a Força Aérea Brasileira (FAB), para equipar o Grupo de Transporte Especial (GTE), com sede em Brasília. O protótipo do Xingu foi o primeiro avião de fabricação nacional a fazer a travessia do Atlântico, juntamente com um Bandeirante, nas cores da Air Littoral, em 26 de maio de 1977.

O Xingu foi certificado em 1979 e teve ótima aceitação no mercado internacional. Na França, por exemplo, a aeronave é usada para o treinamento de pilotos desde 1983 e a Força Aérea Francesa decidiu prolongar a vida operacional até 2025 com a modernização dos sistemas eletrônicos. Isso manterá o Xingu em operação por 42 anos consecutivos, um fato raríssimo no setor.

FONTE e FOTO: Embraer

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Mauricio R.

Apesar de desenvolvído a partir do “Bandeirante”, tinha a fuselagem de seção oval e não quadrada.

madvad

heheh falar que a França usa o Xingu é legal, mas não que quisesse….ela usa os Xingus pq a Embraer ofereceu eles por ninharia caso ela escolhesse os Tucanos, o que aconteceu.

Mauricio R.

“…ela usa os Xingus pq a Embraer ofereceu…”

A contrapartida aos “Xingu” na AA e Aeronavale, foram os helicópteros “Panther” no EB.

Noel

Detalhe: quem sempre operou o Xingu, foi, e é, o ETA6, e não o GTE.

Fábio Max

Quando vejo uma foto como esta, me convenço que sou um fotógrafo de m… mesmo!

Sei que o assunto do blog é defesa mas, essa foto é digna de manuais sobre o assunto. Notem a perfeição da imagem.

Marcelo Tadeu

Pessoal, Sempre gostei deste avião, vejam como as linhas dele ainda são modernas depois de tanto tempo, e como foi difícil a Embraer passar de um modelo sem pressurização para um com este dispositivo. Só uma coisa que notei na foto, reparem que as hélices têm 4 pás, quando o original tinha 3. As hélices com 4 pás só apareceram na versão Xingú II. Vcs precisam ver um francês falando “Xíngú” , é impronunciável!!! Dizem que o nome do avião dificultou a sua venda para países com língua anglo-saxonica e francesa. Outra coisa, eles não foram a contrapartida dos Super… Read more »

RJ

Pelo que sei, o avião é amado pelos franceses. É utilizado como treinador para os que irão operar aviões de transporte tático. Impossível um aluno quebrar esse avião com um pouso duro (é superdimensionado, parece um tanque de guerra). E, dizem as más linguas, no pouso ele tem performance de jato! É um executivo muito bom. Pena que a própria EMBRAER não soube aproveitar nem vender direito o Xingú (coisa de estatal).

Mauricio R.

Apesar de desenvolvído a partir do “Bandeirante”, tinha a fuselagem de seção oval e não quadrada.

madvad

heheh falar que a França usa o Xingu é legal, mas não que quisesse….ela usa os Xingus pq a Embraer ofereceu eles por ninharia caso ela escolhesse os Tucanos, o que aconteceu.

Mauricio R.

“…ela usa os Xingus pq a Embraer ofereceu…”

A contrapartida aos “Xingu” na AA e Aeronavale, foram os helicópteros “Panther” no EB.

Noel

Detalhe: quem sempre operou o Xingu, foi, e é, o ETA6, e não o GTE.

Fábio Max

Quando vejo uma foto como esta, me convenço que sou um fotógrafo de m… mesmo!

Sei que o assunto do blog é defesa mas, essa foto é digna de manuais sobre o assunto. Notem a perfeição da imagem.

Marcelo Tadeu

Pessoal, Sempre gostei deste avião, vejam como as linhas dele ainda são modernas depois de tanto tempo, e como foi difícil a Embraer passar de um modelo sem pressurização para um com este dispositivo. Só uma coisa que notei na foto, reparem que as hélices têm 4 pás, quando o original tinha 3. As hélices com 4 pás só apareceram na versão Xingú II. Vcs precisam ver um francês falando “Xíngú” , é impronunciável!!! Dizem que o nome do avião dificultou a sua venda para países com língua anglo-saxonica e francesa. Outra coisa, eles não foram a contrapartida dos Super… Read more »

RJ

Pelo que sei, o avião é amado pelos franceses. É utilizado como treinador para os que irão operar aviões de transporte tático. Impossível um aluno quebrar esse avião com um pouso duro (é superdimensionado, parece um tanque de guerra). E, dizem as más linguas, no pouso ele tem performance de jato! É um executivo muito bom. Pena que a própria EMBRAER não soube aproveitar nem vender direito o Xingú (coisa de estatal).