Qual o caminho que a Embraer seguirá? A ‘Flybe’ responde

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Enquanto a Embraer estuda qual será a sua estratégia para o mercado de aviação regional do futuro, um de seus  clientes, a Flybe (companhia aérea regional com sede em Exeter – Reino Unido), recomenda que o fabricante de aviões não exagere na dose. “Nós não queremos ver uma [versão da aeronave] de ultra-longo alcance, ultra-pesada”, diz Andrew Strong, diretor da Flybe “Queremos algo entre 600-700 milhas náuticas” de alcance.

“Nós enfatizaremos com a Embraer para ela mirar no peso da aeronave.” Strong também disse que os fornecedores de motores devem buscar conceitos mais inovadores para os seus sistemas de propulsão. A nova aeronave “não tem que ser o jato mais rápido do mundo, tem que ser econômico”, ressalta Strong.

Até o final do ano a Embraer espera decidir se irá aumentar sua oferta de jatos regionais atualizando o padrão atual, ou simplesmente não fazer nada por enquanto, e aguardar por tecnologias que poderiam lançar uma nova geração de aeronaves.

Mas a Flybe, por experiência própria, já demonstrou que os planos dos fabricantes de aeronaves nem sempre funcionam do jeito que as companhias aéreas querem. Strong observa que a companhia aérea comandada por ele seria um dos primeiros clientes do Q400X da Bombardier. No entanto, o fabricante canadense não materializou os seus planos, então essa opção não foi feita. A companhia aérea acabou comprando os jatos Embraer 175 em seu lugar.

Strong também disse que o programa CSeries da Bombardier é um exemplo de como estas aeronaves não se adaptam para uma companhia aérea como a Flybe. Embora o alcance delas possa ser adequado para as rotas ligando o Oriente Médio a Londres, seu alcance é muito longo para rotas europeias.

FONTE:Aviation Week

FOTO: Rubens Barbosa Filho para o Poder Aéreo

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Poder Aéreo

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Mauricio R.

O site flightglobal.com, já bateu nessa tecla, do alcance excessivo da C Series, ao analisar quais seriam as opções disponíveis a Embraer; p/ se manter a frente no mercado.

Taz Miranda

Recentemente participei de uma palestra a respeito do Lean Manufactory da Embraer. Aproveitei no fim da palestra para conversar sobre como está os lados de São José dos Campos e a resposta que tive que tem gente lá dentro que adoraria posicionar o Planejamento Estratégico para pisar nos calos das “Majors”, principalmente em relação à Boeing. Indaguei se isso não seria perigoso se arriscando no terreno dos gringos e a resposta que obtive é que a Embraer não terá como fugir deste rumo, não haverá muito o que fazer e é só uma questão de tempo.

Fernando "Nunão" De Martini

Pra mim o caminho lógico é, primeiro, fazer ainda melhor o que já se faz bem, para fazer frente a novos concorrentes e atender às expectativas dos clientes quanto ao produto atual (jatos regionais de 100 lugares). Sem isso como “lição de casa”, o perigo é perder espaço para concorrentes nesse nicho e tomar na cabeça no nicho seguinte. É claro que se deixar passar oportunidades nesse nicho maior, alguém vai ocupar também o espaço de briga com Boeing e Airbus. Também é certo que o crescimento da Embraer na última década e meia foi feito pulando de maneira competente… Read more »

Luiz Padilha

Na minha opinião, o caminho é melhorar os produtos atuais, pferecendo os 170/175/190/195 mais leves e mais economicos, utilizando materiais mais modernos em sua construção.
E eu voltaria a atuar no nicho de 50 lugares, aonde eu traria um 145 totalmente repaginado, focando sempre na construção com materiais compostos, mostrando aos clientes que houve uma evolução.
O mercado de 50/70/100 lugares nunca deixar´pa de existir, mas é preciso que a Embraer não deite em seu sucesso e pare de evoluir.

Observador

Neste ramo (companhias aéreas) em que até o custo do sanduíche servido à bordo pesa na margem de lucro, apenas três coisas têm relevância:

CUSTO;
CUSTO e;
CUSTO.

Optar por um produto mais sofisticado e caro pode representar a perda de uma fatia cativa de mercado, sem necessariamente abocanhar uma fatia do mercado na faixa superior.

Não vamos esquecer que outras empresas (russas, chinesas, etc.) estão entrando no mercado da Embraer, a qual não pode ficar olhando para a Lua (mercado da Boeing e Airbus), senão vai tropeçar nas pedras do caminho.

Vader

A Embraer deveria é tentar uma volta para o turbohélice, para competir com a ATR, com aeronaves ainda mais modernas, seguras e, acima de tudo, econômicas. Esse sim é o mercado pros próximos anos, à medida que os países periféricos forem emergindo da linha de pobreza.

Tentar competir com Boeing e Airbus irá quebrar a Embraer.

Nick

O melhor exemplo que a Embraer deveria seguir é o 787 da Boeing( mais leve com motores mais eficientes) ; mas aplicado à aviação regional. Se conseguir essa combinação à custos competitivos, a Embraer terá os sucessores da família ERJ, e possivelmente ampliada.

[]’s

Tadeu Mendes

Se me permitem dar um palpite arriscado, eu gostaria que a Embraer entrasse no mercado de aereonaves do porte do Boeing 737NG ou Aribus 320.

Ou seja, nem muito grande e nem muito modesto. Porque que nao
fabricar um jato de medio porte (ate 210 passageiros).

A Russia ja esta de olho nesse mercado, quanto aos chineses, daqui alguns dias vao anunciar a versao chinesa do Dreamliner/A380, Made in China. rsrsrsrsrsrrs.

asbueno

Muitas coisas interessantes foram ditas: “repaginar” os ERJ, redução de peso da família 190, olho na ampliação do mercado de turbo-hélices. Tudo isso vale. Mas para enfrentar Boeing e Airbus só com muita reserva financeira. Não basta apenas um ótimo projeto. Isso me fez pensar se não seria interessante a EMBRAER se associar a um parceiro de vulto. Mas quem? Talvez Boeing, talves Airbus. Mas ao mesmo tempo creio que qualquer uma das duas teria pouco interesse em integrar a empresa brasileira ao seu time. Restam eventuais opções na ásia: coreanos, japoneses… russos? Indianos?!?!?! Não sei não… A EMBRAER precisaria… Read more »

Control

Senhores A Embraer tem tido sucesso por estar sintonizada com novas necessidades. Entrar em competição direta com a Boeing e a Airbus nos termos em que elas atuam é fria. Para ter sucesso contra elas não basta ter um produto um pouco melhor tecnicamente e/ou mais econômico; é preciso ter um bocado de algo mais para vencê-las num mercado em que estão estabelecidas há muito tempo e que contam com um grande poder econômico. É bom lembrar que a Airbus só teve sucesso em competir com a Boeing por contar com um pesado apoio dos governos europeus que patrocinaram a… Read more »

Tadeu Mendes

Quanto ao comentario do pseudonimo Control, eu ate que entendo a sua preocupacao e tambem ja pensei a respeito desse mercado disputado pelos grandes.

Mas se pensarmos dessa maneira conservadora, significa que a Embraer nunca passara de um fabricante de jatos regionais.

Em outras palavras, ganharemos a medalha de bronze, jamais chegaremos a prata ou ouro.

Sempre ficaremos com o terceiro lugar.

Talvez para a Embraer seje um bom negocio ficar em uma confortavel posicao, sem a ameaca da Boeing ou Airbus.

Mas se forem seguir nessa mentalidade, ja ja a China ira destrona-la para o 4 lugar.