Em apenas uma semana, dois caças Eurofighter Typhoon FGR4 da Royal Air Force (RAF) foram acionados quatro vezes para interceptar aeronaves russas que se aproximavam do espaço aéreo da OTAN. As operações partiram da 22ª Base Aérea Tática em Malbork, onde os pilotos britânicos mantêm alerta de reação rápida (QRA – Quick Reaction Alert) no âmbito da missão de policiamento aéreo reforçado da aliança (eAP).

Sequência de interceptações

  1. Três interceptações do Il-20M “COOT-A”
    Nos primeiros três acionamentos, as Typhoons identificaram e acompanharam um Ilyushin Il-20M — aeronave de reconhecimento e inteligência eletrônica conhecida pelo codinome da OTAN “COOT-A”. O aparelho russo deixou o espaço aéreo de Kaliningrado sem comunicar plano de voo nem manter contato por rádio, exigindo a escolta para proteger o tráfego civil próximo.
  2. Uma interceptação de caças Su-35 “Flanker-H”
    No quarto acionamento, duas Typhoons foram lançadas para interceptar e identificar um par de caças Su-35 “Flanker-H”, que transitaram perigosamente próximos ao limite do espaço aéreo da OTAN, novamente sem cumprir requisitos de notificação internacional.

Procedimento de escolta e passagem de bastão

Em cada missão, após a identificação visual e eletrônica das aeronaves russas, os Typhoons escoltaram-nas afastando-as da rota de tráfego civil. Concluída a escolta inicial, o par britânico transferiu a escolta para caças de outra nação-membro da OTAN, mantendo o nível de vigilância contínua.

“Hoje (5 de junho) foi a quarta vez em sete dias que a OTAN acionou ativos da RAF em Malbork. A aeronave não comunicou posição nem apresentou plano de voo, conforme exigido pelo direito internacional. Nossa missão foi interceptar, identificar e proteger o tráfego civil antes de entregá-la a colegas de outra força aliada”, explicou um porta-voz do 140º Esquadrão Expedicionário Aéreo.

Missão e cooperação internacional

A operação, denominada Op Chessman, faz parte do contingente do Reino Unido destacado para a missão de policiamento aéreo reforçado da OTAN. Além da RAF, participam desse esforço países vizinhos, incluindo a Suécia — membro mais recente da aliança —, operando em conjunto para garantir a segurança do espaço aéreo no flanco nordeste da Europa.

Contexto de tensão regional

As repetidas interceptações ocorrem num momento de crescente tensão entre a OTAN e a Rússia no Mar Báltico. O enclave de Kaliningrado, fortemente militarizado, frequentemente envia aeronaves que se aproximam das fronteiras aéreas da aliança sem cumprir os protocolos de notificação prévia, forçando os países vizinhos a manterem vigilância constante.

A presença de caças Typhoon em solo polonês, prontos para decolar em minutos, sublinha o compromisso britânico com a defesa coletiva e o reforço do policiamento aéreo da OTAN em resposta a provocação aérea russa.


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roberto

Se o piloto do caça mostrar uma foto de um drone eles fogem rapidinho .

JuggerBR

Ao menos os ingleses dão um passeio durante seu destacamento no Báltico…

Rafael Oliveira

Bem mais seguro para os russos fazerem essas gracinhas nos céus da Otan do que nos céus da Ucrânia.

Heinz

Ontem perderam um SU35 em kusk que é um caça avançado.
Imagine se esse Ilyushin Il-20M  de as caras lá, é abate certo

J R

mérito do avião radar SAAB-340 que vetorou o SU-35 para o F-16 fazer o serviço, aprendizados do conflito PAF-IAF. kkkk

Heinz

verdade, mas teoricamente o SU35 + A50 é muito superior ao que os ucranianos possuem

rui mendes

Não são céus da Otan, são próximos da Otan.

Cristiano Salles (Taubaté-SP)

Esses aviões Russos que parecem até de carga…, devem testar muitas contramedidas eletrônicas e sistemas de radares que devem estar desenvolvendo…

Não chamam a atenção…

rui mendes

É um avião de guerra electrónica, a Nato já os conhece á muito, são velhos inimigos.