A produção das próximas duas séries (Lotes 18 e 19) do caça F‑35 sofreu um atraso nas negociações com a Lockheed Martin, mas, segundo o Escritório Conjunto do Programa (JPO), o motivo não está relacionado aos desafios técnicos enfrentados pelo novo radar APG‑85.

Inicialmente, esperava-se que os contratos fossem formalmente fechados até o final de junho. A previsão atual é de que isso ocorra ainda no verão de 2025, conforme explicou ontem a Air & Space Forces Magazine. O plano permanece o mesmo: consolidar ambos os lotes em um único acordo.

Em dezembro, um contrato provisório foi assinado para o Lote 18, cobrindo a produção de 145 aeronaves, no valor de US$ 11,8 bilhões. A encomenda contemplou 48 caças F‑35A para a Força Aérea, 21 unidades (B e C) para o Corpo de Fuzileiros Navais, 14 F‑35C para a Marinha e 62 caças destinados a parceiros estrangeiros, além do suporte a fábricas na Itália e no Japão.

O atraso atual deve-se à fase final de ajustes nos preços e nas cláusulas contratuais, incluindo revisões internas do Departamento de Defesa e da Lockheed Martin. O JPO garantiu que o progresso continua sob a base do contrato de dezembro.

Radar APG‑85 e fuselagem

Apesar de relatos anteriores — como os da Breaking Defense — apontarem atrasos no radar APG‑85, o JPO reiterou que esta não é a causa do atraso atual. No entanto, o CEO da Lockheed, Jim Taiclet, afirmou em carta ao General David Allvin que a produção do novo radar enfrenta “riscos” e que a fuselagem dianteira do F‑35 pode precisar de reprojeto. A mudança viabilizaria a instalação tanto do radar atual (APG‑81) quanto do futuro APG‑85, possivelmente a partir do Lote 20.

O APG‑85, desenvolvido pela Northrop Grumman, é apresentado como um sensor multifuncional avançado, com a promessa de manter o F‑35 competitivo contra ameaças emergentes. Ainda assim, segundo o JPO, o radar APG‑81 continua “o melhor do mundo” e será empregado em muitas das aeronaves contratadas.

Contexto e próximos passos

  • Novembro de 2024: houve um acordo preliminar para o Lote 18.
  • Dezembro de 2024: assinatura de contrato provisório para 145 unidades.
  • Verão de 2025: previsão de cronograma atualizado e contratos definitivos envolvendo Lotes 18 e 19; os termos técnicos finais — inclusive fuselagem e radar — devem ser definidos até lá .
  • Após os dois contratos, o Lote 20 será o primeiro potencial candidato a contar com a fuselagem reprojetada compatível com o radar APG‑85.

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Juggerbr

LM sabendo que precisa agilizar ao maximo sua produção antes que o F-47 comece a tomar os recursos disponíveis.

André Macedo

Até o radar tá atrasado, dessa nem eu sabia kkkkkkkkkkk

RPiletti

Segundo a reportagem, o atual é o melhor operacional existente. O substituto que enfrenta obstáculos.

André Macedo

Não duvido, até pq não entendo muito de radar, mas tudo no F-35 tem essa mesma narrativa, e aí inventam uma atualização da atualização

Hamom

Estão faltando elementos de terras raras…?

Carlos Campos

Nem sabia que o radar do F35 está tendo problemas