Pratt & Whitney avança em testes com motor a hidrogênio e projeta futuro sustentável na aviação

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A Pratt & Whitney, subsidiária da RTX, alcançou um marco tecnológico ao testar com sucesso um motor de combustão alimentado por hidrogênio no âmbito do projeto HySIITE (Hydrogen Steam Injected, Intercooled Turbine Engine). A iniciativa, desenvolvida com apoio da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada em Energia (ARPA-E), do Departamento de Energia dos EUA, posiciona a empresa na vanguarda de uma revolução verde na aviação.

O momento decisivo ocorreu no centro de pesquisa da RTX em Connecticut, quando engenheiros substituíram o gás natural por hidrogênio em um rig de testes. A mudança de cor da chama – de azul para um laranja-avermelhado – indicou o sucesso da ignição, validando a viabilidade do uso do combustível limpo. “Você pode queimar hidrogênio de forma segura, estável e eficiente”, destacou Lance Smith, tecnólogo-chefe da RTX. O sistema se mostrou capaz de operar sob altas pressões e temperaturas sem comprometer a segurança da turbina.

O HySIITE é otimizado para hidrogênio líquido e captura a água do escapamento do motor, o que proporciona maior eficiência e reduz a emissão de óxidos de nitrogênio (NOx). Embora o programa tenha sido encerrado em dezembro de 2024, a RTX segue investindo em novas frentes como o projeto HyADES, que utiliza um motor turboélice PW127XT no Canadá, e o COCOLIH2T, financiado pela União Europeia e voltado para armazenamento de hidrogênio a bordo.

A abordagem da empresa tem sido atacar primeiro os maiores desafios técnicos. “A arquitetura do HySIITE é a mais realista para um futuro de propulsão a hidrogênio em larga escala”, disse Michael Winter, cientista-chefe da RTX. A expectativa é que a tecnologia proporcione motores até 35% mais eficientes, reduzindo drasticamente os custos operacionais para companhias aéreas e forças aéreas.

Para engenheiros como Smith e Jacob Snyder, que testou o evaporador do sistema, os resultados são promissores e inspiradores. “Há poucos momentos na carreira em que se testa algo realmente novo. Esse é um deles”, afirmou Smith. Com a continuidade dos estudos e validações, a RTX quer garantir que, quando o hidrogênio se tornar amplamente disponível, a aviação já tenha os motores certos para impulsionar esse novo capítulo.


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JuggerBR

Em motores automotivos a Toyota tenta há anos tornar o uso da célula de combustível movida a hidrogênio viável. Ainda não conseguiu, mas vem aprimorando.

Bosco

Sem querer ser chato mas há diferenças entre células de combustível (carregadas com H) e motores de combustão, cujo combustível é o H.

kim

Hidrogênio será cancelado no futuro e continuarão usando derivados do petróleo, podem me cobrar por isso depois

gordo

A eficiência de motores a combustão é baixa quando comparada a motores elétricos, o ciclo de Carnot mostra isso. Motores a combustão, pelo menos no transporte rodoviário, tendem a desaparecer por questões de eficiência mesmo e não por birra ecológica. Já na aviação a história é outra.

carcara_br

se não usar duas vezes mais energia pra quebrar água separar o gás hidrogênio e mandar pra um motor 35% mais eficiente eu nem quero ouvir falar.
Etanol

Carlos Campos

Eu acho que as pesquisas aqui no Brasil deveriam ser levados a sério pelo governo, pois o motor que retira Hodrogenio do Alcool seria viável para aviões, e navios, vantagem estaria em não utilizar o peso dos tanques de Hidrogênio em um avião, e bem melhor que usar baterias

Palpiteiro

Só precisa achar quem queira pagar no mínimo 3x mais para encher o tanque.

Carlos Campos

Nossa alcool com 50% por cento de água é caríssimo