Formosa (GO) – Entre os dias 4 e 6 de junho, o Exército Brasileiro realizou o inédito embarque da Viatura Blindada de Combate Lançadora Múltipla Universal Leve Sobre Rodas (AV-LMU) em uma aeronave KC-390 da Força Aérea Brasileira. A ação, realizada no contexto do exercício conjunto Airlift COMAO 2025, destaca a capacidade da Força Terrestre em atuar como vetor de dissuasão e prontidão, no escopo do emprego estratégico do poder militar nacional.

Mobilidade estratégica inédita

A operação teve início na Base Aérea de Brasília, onde a AV-LMU do Sistema ASTROS, pertencente ao 16º Grupo de Mísseis e Foguetes, foi embarcada na aeronave de transporte KC-390, operada pelo 1º Grupo de Transporte de Tropa da FAB. O destino foi a Base Aérea de Anápolis (GO), onde se concentraram as atividades do exercício.

Em uma das missões mais relevantes da operação, o deslocamento noturno da viatura foi executado com o uso de óculos de visão noturna e incluiu o pouso tático simulado no município de Mozarlândia (GO). Foi a primeira vez que esse tipo de voo foi realizado com uma guarnição completa embarcada na AV-LMU.

Fortalecimento da interoperabilidade e da prontidão

Segundo o Major Anderson Dias Santiago, Oficial de Operações do 1º GTT da Base Aérea de Anápolis e piloto do KC-390 durante a operação, a ação reafirma o compromisso com a missão final das Forças Armadas: “Para a Força Aérea é muito importante ter essa interoperabilidade com o Exército, porque a missão fim é a única. A integração entre o transporte do ASTROS e a aeronave KC-390 é uma sinergia que nos traz uma capacidade muito grande para a soberania nacional. Espero que possamos continuar essa caminhada juntos.”

A missão evidenciou com sucesso a integração eficiente entre as Forças Singulares, elemento essencial para a construção de uma capacidade de resposta ágil e coordenada diante de ameaças diversas ou demandas estratégicas.

Perspectivas

A participação do Exército na Airlift COMAO 2025 amplia as possibilidades de emprego do Sistema ASTROS em ambientes de operação aeroterrestre, aumentando a dissuasão estratégica nacional. O êxito da operação abre caminho para novos ciclos de adestramento conjunto, com foco na projeção expedita de poder de combate e na valorização da interoperabilidade entre Exército e FAB.

FONTE: Agência Verde-Oliva/CCOMSEx / FOTOS: EB e Força Aérea Brasileira


Assine a Trilogia Forças de Defesa!

Há mais de 20 anos, os sites Poder Naval, Poder Aéreo e Forças Terrestres proporcionam jornalismo especializado, acessível e independente sobre a Indústria de Defesa, Tecnologia, História Militar e Geopolítica, com curadoria de notícias, análises e coberturas especiais. Se você é nosso leitor assíduo, torne-se um Assinante, apoiando os editores e colaboradores a continuarem a produzir conteúdo de qualidade, com total autonomia editorial.

Ou envie pelo WISE


Wise
Subscribe
Notify of
guest

14 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Rafael Cordeiro

Interessante como os eixos das viaturas Astros podem ficar com a cambagem negativa, acredito que para reduzir a altura, podendo assim entrar no KC-390 e consequentemente essa manobra também aumenta a estabilidade do veículo.

João Argolo Drones

Graças ao Sr. Trump todas as negociações em torno do KC-390 e outros paralisadas. Ninguém quer dar um passo sem saber que rumo as políticas internacionais vão tomar.

João Argolo Drones

Seria inreressante saber a opinião dos que discordam. O mundo está irado com esse bandido, sobretudo o Canadá, México, Europa, etc e juntou-se a estes um tal de Elon Musk e prometeu deixar os EUA sem a Dragon. Como os austronautas sarão de lá? Apelar à Rússia? Que mico hein…..

Last edited 9 dias atrás by João Argolo Drones
JuggerBR

KC-390 provando, mais uma vez, seu grande valor para as forças armadas.

Guga

Curioso esse KC da foto. Aqueles sensores um pouco acima do bico da aeronave foram retirados/removidos. Qual será o motivo? No lugar esta uma painel com o tom verde mais escuro tampando. Quais sensores estavam ali?

Rafael Cordeiro

Bem observado..
Acredito que ali ficam instalados alguns sensores e câmeras do sistema EVS/SVS (Enhanced Vision System) que facilitam a operação da aeronave em ambiente de baixa visibilidade.

Tapiocajp7

Ele também não tem o bulbo na cauda do sistema de contramedidas e não tem os sidepods com as câmeras de reabastecimento embaixo da raiz das asas.

Santamariense

Devem ter sido retirados para manutenção e, enquanto isso, aeronave vai operando sem eles. Ou já começou a faltar grana até para a manutenção básica e então, vai dando pane, vai ficando sem e toca o barco.

Fabio Araujo

A capacidade do KC-390 foi bem planeja para atender nossas necessidades, foi uma boa parceria entre a Embraer e a FAB que terminou num excelente avião que ao seguir as orientações da FAB resultou no sucesso desse avião no mercado pois as necessidades da FAB são as mesmas necessidades das outras força aéreas.

Tomcat4,6

Eita dupla poderosa essa Kc e Astros.

Santamariense

Não entendi a afirmação de que esse embarque do ASTROS no KC-390 foi algo até então inédito. Isso já havia acontecido antes, em pelo menos duas oportunidades. Em 2023, com uma viatura do próprio EB e em 2025, com uma viatura do Corpo de Fuzileiros Navais.

https://www.aereo.jor.br/2023/07/07/terceira-fase-da-operacao-zeus-e-iniciada-na-base-aerea-de-anapolis/

https://www.aereo.jor.br/2025/03/21/fab-realiza-transporte-inedito-da-viatura-astros-acoplada-ao-missil-mansup/

Rafael Cordeiro

Eu também pensei a mesma coisa, mas lendo novamente as matérias, acredito que essa se trata do primeiro voo operacional, as matérias anteriores se tratavam de ensaios em voo e certificação das capacidades da aeronave.

Santamariense

Pode ser.

ln(0)

Uma dúvida, qual é o objetivo de um transporte desse tipo? Isso é para o transporte de uma viatura para repor alguma perda em ambiente de combate ou para transportar toda uma bateria?
Pelo que li (na wikipedia), uma bateria completa tem de 12 a 15 veículos. Imaginando uma por aeronave, para transportá-los usaríamos quase todos os nossos KC 390. Isso não seria algo muito arriscado, no sentido de comprometer quase toda nossa frota (em caso de fogo anti-aéreo) de transporte tático?